Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 23
Bem Vindo ao Nosso Lar




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_ Eu não vou morar aqui nem em mil anos. – Byakuya falara de um jeito frio, mas sua expressão revelava todo o estresse que ele vinha vivenciando nos últimos tempos.

_ Eu vou agradecer profundamente a Kami-sama por isto. – Soifon falou tomando a frente.

Byakuya lançara um olhar feio para Ukitake, que instantes antes enchera sua cabeça com ideias mirabolantes, como dar mais espaço para Soifon (como se ela já não fosse espaçosa o bastante), quem sabe eles recomeçarem numa casa só deles, sem nenhum empregado ou membros do conselho interferindo, seria o momento mais oportuno para ele conquista-la, mostrar-lhe a que veio, mas o problema estava na escolha da residência.

A casa era grande, mas bastante antiga e mal conservada. Não tinha jardim, não tinha aquecimento, e a vizinhança não estava a sua altura.

_ Por que você não escolhe uma de minhas inúmeras propriedades, eu lhe dou a que você quiser. – Sugeriu Byakuya recebendo um olhar torto logo a seguir.

_ Para sua tia ficar dizendo que eu sou uma caçadora de dotes? – Soifon falou com desdém. – Não muito obrigada.

Ela pretendia seguir andando, mas Byakuya a puxara pelo braço, não com aspereza, mas de um jeito gentil.

_ Você não precisa se preocupar com o que minha tia, ou qualquer outro desocupado pense a seu respeito. Se preocupe com o que eu penso sobre você.

_ E o que você pensa sobre mim senhor Kuchiki? – Soifon perguntou com uma ponta de amargura.

Toda aquela pose durona, quase assassina, escondia uma mulher insegura, de baixa autoestima que desconfiava de tudo e de todos. Ela podia ser confiante no campo de batalha como um soldado, mas o mesmo não acontecia em sua vida íntima, na forma como ela se via como mulher.

Na verdade a vida não lhe deu muitas oportunidades para que ela usufruísse e demonstrasse seu lado mais feminino.

_ Você é bonita. – Byakuya começou recebendo uma careta de deboche de volta. – É forte, determinada, esforçada... Tem tantas qualidades que eu poderia ficar o dia todo aqui citando. O problema é que você não deixa ninguém chegar perto, está sempre na defensiva, o que trás a pergunta: do que você tem medo? – Byakuya perguntou olhando no fundo de seus olhos, ele a vira amolecer por um instante, mas logo a resposta viera com um empurrão bem forte que o fizera bater com força na viga da madeira que sustentava a varanda da casa.

_ De gente com um papinho tosco como o seu.

#

_ Para cima. – Soifon falou para o trigésimo sétimo empregado de Byakuya que chegava carregando mais malas, caixas e itens que apesar de inúteis o nobre considerava indispensáveis.

_ A casa é grande, mas precisa de uma boa reforma. – Byakuya falou.

_ Sim eu sei, eu pretendo reforma-la até o pirralho nascer. – Soifon falou com as bochechas cheias de bolinho de arroz.

_ Precisamos reformar antes disto. – Byakuya falou em tom conciliatório.

_ Não existe um nós Kuchiki, você está aqui até que a criança nasça depois você volta para o seu ninho de pombos e me deixa em paz. – Ela falou crispando o nariz.

_ Eu discordo. – Byakuya falou de forma automática, a resposta foi uma careta.

_ Eu não quero nada que venha de você, vamos deixar isto bem claro. – Soifon falou apontando um pedaço de salsicha que balançava para cima e para baixo, de forma nada ameaçadora.

_ É um pouco tarde para isto. – Byakuya falou em seu tom aristocrático.

Soifon remexeu-se incomodada na poltrona, havia alguma coisa ali que estava incomodando seu traseiro.

_ Traga-me uma almofada. – Ela falou surpreendendo o homem que não esperava que ela lhe pedisse algo.

_ O que está esperando? – Ela perguntou-lhe com rispidez.

_ Você acaba de me dizer que não quer nada de mim... – O homem disse em tom zombeteiro.

_ A almofada não é sua, é minha. – Soifon disse pegando o objeto, e mostrando um gato muito bem bordado na capa, os dois fizeram uma careta.

_ Se eu tivesse tempo eu bordaria um cãozinho. – Ela dissera pensativa.

_ Você sabe bordar? – Byakuya indagou meio que se engasgando com a própria saliva.

_ Sei. – Soifon disse displicente.

Byakuya a olhava demonstrando que ainda não acreditava.

_ E por que eu não posso saber bordar? – Ela perguntar de forma ameaçadora.

_ Por nada. – Byakuya disse saindo pela tangente. – Você é sempre tão ameaçadora. – Ele falou fazendo cara de poker face. Era estranho estar em uma casa, sem nenhum conforto, sem seus empregados, apenas na companhia de alguém que há pouco tempo não passava de um colega de serviço no qual ele nunca tinha reparado.

_ Eu não sou como muitas das mulheres que tem por ai. – Soifon disse olhando pela janela. – Sabe está casa? Eu comprei com meu próprio dinheiro, apenas para mostrar a mim mesma que eu podia conquistar as coisas por mim. Eu sei que para gente com você ela não é grande coisa, mas para mim é importante, por isto quero criar o bebê aqui, para mostrar-lhe que com trabalho duro ele poderá ter o que quiser. – Ela falou com simplicidade, sem ideia do quanto suas palavras tiveram impacto no homem.

_ Tenho certeza de que você será uma grande mãe. – Ele falou de repente surpreendendo a mulher que tremeu de emoção, avermelhando a seguir.

_ Para de ficar me elogiando toda hora. – Ela ralhou. – Minha avó costumava dizer que homens que elogiam as mulheres e lhe dão presentes o fazem por que se sentem culpados.

Byakuya dessa vez inevitavelmente se afogara com a saliva, chegando a ficar vermelho de tanto tossir.

_ Credo, só foi uma piada, até parece que me levou a sério. – Soifon dissera com um sorriso tão bonito, o que só aumentou o desconforto de Byakuya se ela sonhasse, as chances dele conquistaram iriam do zero para a esquerda.

#

Uma semana se passara pouco a pouco o “casal” ia organizando a casa. Byakuya mandara trazer nova mobília mesmo sobre os protestos de Soifon, e também insistira em sistema de aquecimento, por que naquele lugar as noites pareciam ainda mais frias, e Byakuya não dormia direito por que toda hora tinha de verificar se a agitada futura mamãe estava bem tapada e isto ainda com todo cuidado para ela não acordar e receber um chute no meio da cara como acontecera na primeira tentativa.

A casa possuía ao todo quatro quartos mais uma suíte, além de dois banheiros, cozinha, sala de jantar, escritório com um espaço para montar uma biblioteca, uma velha área de serviço e mais um quartinho que escondido Soifon enviava a maior parte das coisas de Byakuya que frequentemente ia para lá resgatá-las.

Ela estava usando a suíte que tinha uma cama com dossel no centro, uma grande lareira com poltronas, mais um armário enorme e maciço. A casa seguia uma linha mais europeia, o que não tinha nada haver com Soifon, que vinha de uma longa linhagem chinesa.

Mas, ele não podia nem tocar no assunto da reforma que ela ficava toda nervosinha, e como ainda eles tinham muitos meses até o bebe nasceu, ele tinha esperanças de convencê-la até o grande dia da criança.

Aquela era uma manhã bastante gelada. Byakuya acordara mais cedo do que de costume. A razão é que por conta do afastamento de Soifon, fora encarregado de cuidar da segunda divisão e também da Onmitsu Kidou com quem estava enfrentando muitos problemas, já que os subordinados de lá, eram bastante desconfiados com qualquer interferência externa.

_ Eles não vão obedecer você. – Omaeda dissera de um jeito paspalhão, ainda assim bastante convincente.

Mas, Yamamoto estava irredutível. Entrelinhas o velho dissera que a culpa de eles terem ficado sem um capitão era sua, então era sua responsabilidade cuidar das coisas até que voltasse aos eixos, o problema é que seria difícil isto acontecer.

Já que secretamente Byakuya tinha planos de depois que a criança nascesse, convencer Soifon de se afastar no mínimo dois anos para atender melhor a criança, o que não era tarefa fácil, mas o Kuchiki não costumava desistir com facilidade.

Contudo, não foram seus pensamentos que o atraíram e sim, uma figura pequena e agitada num quarto que ficava de frente para a suíte.

_ Soifon?! – Byakuya parara no batente da porta.

_ Ai! – A mulher gemera quando batera com a cabeça numa velha cama deixada no canto do quarto.

_ O que esta fazendo? - Byakuya perguntou vendo que a jovem escolhia uma folha de papel atrás de si.

_ Não é da sua conta. – Ela ralhou irritada.

_ O que você tem ai! – Ele perguntou um tanto curioso.

Mas, o estômago dela roncou em resposta.

_ Estou com fome, já fez o café da manhã? – Ela perguntou tentando sair pela porta, mas ele continuou do caminho.

_ Meu mordomo acaba de trazer. – Byakuya falou distraído.

_ Quando vai deixar de ser tão crianção? – Soifon perguntou irritada.

_ A secreta arte da culinária Kuchiki é usada somente em ocasiões especiais. – Byakuya recebendo uma careta de deboche de volta.

_ Essa não é uma ocasião especial? – Soifon perguntou com os olhinhos brilhando. – Ande, eu quero que você cozinhe para mim.

Byakuya fez uma careta era mais fácil àquela mulher pedir para ele se fantasiar de macaco e dançar o dança do quadrado do que cozinhar.

_ Só se me mostrar o que tem ai. – Byakuya insistiu.

_ Isto não é da sua conta. – Soifon falou empinando o nariz como sempre fazia quando queria encerrar o assunto.

_ Então eu não vou cozinhar para você. – Ele falou como se fosse uma criança de doze provocando a irmãzinha menor.

_ Como se eu fosse pedir duas vezes, idiota. – Soifon falou se esgueirando pela fresta que o homem deixara entre si e a porta. Era nestas horas que ele tinha ideia do quanto ela era pequena, mas o que faltava em tamanho ela compensava com uma personalidade encrenqueira como ninguém.

_ Hei, me devolve. – Soifon voltou zangada tentando pegar o papel, mas Byakuya já bisbilhotava.

_ Um casal não deve ter segredos entre si. – Byakuya falou em seu jeito arrogante.

_ Não somos um casal. – Soifon defendeu-se vermelha como beterraba.

_ Então como é que esse bebezinho foi parar na sua barriga por germinação espontânea? – Byakuya perguntou sabendo que tinha ganhado a discussão.

A resposta foi um chute nos testículos.

_ Foi por você querer molhar o pavio onde não devia que isto aconteceu, baka. – E então ela saíra deixando-o dizendo certas expressões que um nobre nunca deveria usar.

#

Outra semana se passara. Soifon continuava de mal com Byakuya que se via cada vez mais atolado de trabalho. E ele que costumava achar Renji, lerdo. Omaeda era um idiota, imprestável que vivia de amasso pelos cantos com outra tenente idiota e imprestável.

O consolo é que Hitsugaya parecia determinado a não deixar Omaeda ter o mesmo destino que o seu, ou seja, preso a uma mulher por que como ela disse mesmo... E a propósito de onde Soifon tirava essas expressões?

Se ela tivesse se encontrando com a bakaneko ele não iria responder por si mesmo. Estava na hora de aquela gata preta entender que perdeu.

E você pensa que já ganhou. – A voz de sua zanpakutou se manifestou, trazendo mais um motivo para inquietação.

Não estamos tão mal. – Byakuya falou espionando de esguelha a mulher que estava no quintal deitada sobre um cobertor lendo. Era incrível como nas duas últimas semanas ela mudara.

Seu corpo estava ganhando formas mais proeminentes. Os seios estavam maiores. Os quadris mais largos, e curvilíneos, a musculatura exagerada estava suavizando-se com a enxurrada de hormônios que estavam sendo injetados naturalmente em seu corpo. A pele mais rosada, mais macia, e dali ele podia ver aquela coxa levemente mais grossa ao relento.

O cabelo crescera alguns centímetros, e por causa da constante sonolência, Soifon o deixava constantemente solto.

Isto lembrava ligeiramente Hisana, embora ele sempre tratasse de empurrar este pensamento para um canto obscuro de sua mente.

Essa era uma nova etapa de sua vida agora.

Você não se aproxima dela.

Sabe o que acontece toda vez que eu tento.

Ela está carente.

Ela está melhor do que jamais esteve.

Que ingênuo, as mulheres nunca estão satisfeitas, muito menos esta daí.

Byakuya se viu sem saber o que responder... O que ele poderia fazer para conquista-la?

Uma coisa era certa, o tempo estava correndo e ele precisava de encontrar uma maneira de chegar ao coração daquela mulher, antes que seu filho ficasse com a família dividida.


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Notas finais do capítulo

E então o que o Byakuya, pode fazer para conquistar Soifon?



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