Destinos Interligados escrita por Risurn


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

EUUUU CONSEGUIIII
ME AMEEEEM
Ai, sério. Que alegria. Eu não sei se alguém leu o capítulo de aviso que eu havia postado. Contando que talvez não fosse postar, que contava o que a Annie sentiu em toda a semana que passou e tal. (Capítulo que o Nyah! deletou, com razão). Enfim, eu conseguiiii
Então, eu quero agradecer IMENSAMENTE a Sorvete de Limão, pela recomendação dela que foi simplesmente DIVOSA. Sério galera, vão lá ver. Ela comenta em todos os capítulos, fala comigo por Viber, MP, todas essas bagaças... Além de ser um amor. Ela vive me ouvindo reclamar que o meu capítulo não vai sair e ter meus surtos de criatividade, obrigada minha linda, você tá no meu coração.
Vão lá ler meu capítulo que eu tô emocionada. DOZE PÁGINAS.



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Piper XI

Suppose I never ever met you
Suppose we never fell in love

Acordei com aquela estranha sensação de vazio. Algo estava errado e isso era obvio, mas eu não conseguia distinguir o que. Sentei e olhei ao redor. Um quarto grande para uma garota pequena. Levantei calmamente, eu não conseguia ficar mais nem um minuto naquela cama, eu ia sufocar.

Peguei o celular e vi as horas. Passava do meio dia, eu havia dormido demais e perdi a hora, que ótimo.

Calcei as pantufas de coelho e desci até a cozinha, pedi para Laura preparar qualquer coisa, eu estava faminta. Eu simplesmente adorava a comida dela, tinha um aroma delicioso e aparência ainda melhor. Depois de almoçar ou seja lá qual tenha sido aquela refeição subi até meu quarto e fui procurar algo decente para vestir.

Evitei olhar para as fotos de Jason na porta ao lado. Não queria pensar no que aconteceu noite passada. Não queria me lembrar de como era a sensação se ser beijada por ele. Não queria fantasiar com o Jason que conheci e lembrava.

Vesti algo bem simples e voltei até o quarto. Sentei em minha cama e olhei para as minhas coisas. A manequim se encontrava da mesma forma, ainda por fazer. Assim como a folha em branco. Ela me incomodava. Eu queria escreve-la e ao mesmo tempo não. Estávamos na reta final. Mais uma semana e tudo teria fim.

Pensei no peso dessas palavras. Tudo teria fim. Mas, eu queria mesmo o fim daquilo? Por mais insuportável que elas fossem eu sabia que após o fim do trabalho elas não iam querer continuar sendo minhas amigas, se é que éramos amigas. Eu sabia que assim que tivessem a primeira chance iriam embora sem olhar para trás. Bufei.

Peguei a folha em branco e a amassei, jogando no lixo. Não queria pensar nisso agora. Bufei mais uma vez, deitando em minha cama. Chequei as horas. Duas e trinta e oito.

Olhei para o teto. E fiquei o encarando por alguns minutos. Sem pensar em nada. Eu não queria pensar em nada, mas era quase impossível.

Comecei a estudar os detalhes da noite passada. Percy. Thalia. Annabeth. Nico. Jason. Não pude deixar de pensar em como Annie estava agora que todos sabiam sobre o passado dela. Ao menos, todos os seis. E eu não queria nem imaginar em como o Percy estava.

Peguei meu celular e lhe mandei uma mensagem.

Conseguiu conversar com a Annabeth?

A resposta foi quase automática: Não. Não mandei mais nada, e ele também não, presumi que não quisesse conversar a respeito. Eu também não ia querer.

Tentei ligar para Annabeth uma vez. Duas. E nada. Acho que ela não queria conversar.

Liguei a TV e fiquei observando o que passava. Eu odiava aquele tipo de programa. Eles escolhiam pessoas que julgavam mal vestidas (tudo bem que geralmente eram) e queriam incutir um padrão de beleza hollywoodiano neles. Eu achava isso ridículo. Eles menosprezavam as pessoas e zombavam delas. Um horror.

Fiquei passando os canais até parar em uma daquelas séries de nerd que todo mundo adora, e então cai no sono.

(...)

Quando finalmente acordei já estava escuro lá fora. Chequei as horas e uma ideia estranha correu na minha cabeça. Corri para o meu guarda roupas e coloquei peças de frio. Eu ia sair.

Andei até meu celular e disquei o conhecido número de Annabeth mais uma vez. O telefone chamou um, duas, três vezes, quando eu estava finalmente desistindo uma voz atendeu.

Alô? – parecia que ela havia acabado de acordar.

Ah! Graças a Poseidon você atendeu!– ri, entusiasmada. –Você pode sair? Porque eu estou com muita vontade de falar com você. Nós temos que resolver os nossos planos para o trabalho. O que você acha? – silêncio do outro lado. Bufei. - Annabeth? Você está me ouvindo?

– Ah, oi, sim, estou aqui. O quê foi?

– Bom, eu sei que você está chateada com o mundo e tal, mas podia me encontrar no Starbucks aqui perto em... Uns quarenta minutos?

Ela ficou em silêncio novamente, e achei que ela já nem estava do outro lado da linha.

– Tudo bem. Quarenta minutos.

E então desligou. Essa foi rápida.

Desci as escadas e peguei a chave de meu carro dirigindo até o café.

Quando cheguei lá pedi alguns Cappuccinos e esperei. E esperei mais um pouco. Foi então que lembrei que ainda não havia chamado Thalia. Mandei uma mensagem pedindo para que ela aparecesse em vinte minutos.

Depois de esperar mais um pouco ouvi o sininho tocar e ela apareceu, vestindo uma calça de couro e um sobretudo preto.

– Oi. – ela falou, tirando o casaco e me encarando com os olhos azuis elétricos. Desviei o olhar, me lembrava Jason.

– Pedi Cappuccino de Chocolate para nós todas, tudo bem?

– Nós todas?

– É. Annabeth também vem.

Ela arregalou os olhos e fez uma cara engraçada. Ficou daquele jeito até ouvirmos o sininho soar novamente nos convidando a ver quem era. Annabeth estava linda como sempre, veio até mim e me abraçou. Acho que ela precisava disso depois de tudo que estava acontecendo. Depois, ela encarou Thalia, que fechou os olhos automaticamente fazendo com que nós duas sorríssemos.

– O que foi isso Thals? Achou que eu ia morder? – Annabeth tinha um tom divertido, o que me deixou feliz.

– Honestamente?

Os Cappuccinos chegaram e encarei o meu.

– Então, o que estou fazendo aqui ao invés de estar no calor das minhas cobertas?

As duas me olharam automaticamente. Ok.

– Vai dizer que não estava sem fazer nada em casa?

Thalia franziu a testa.

– Vocês estão me espionando ou algo assim?

– Não, - explicou Annabeth – é apenas o mesmo que estávamos fazendo. Eu não estava em condições de ir para a escola e o dia acabou como um tédio.

– O meu também. – falei.

Thalia assentiu, sorrindo. Garota estranha.

– Bem, vocês ainda não responderam o que estamos fazendo aqui.

– Olha, nós temos que escrever aquela maldita redação. – Annabeth se manifestou. Acredito que ela pensava no mesmo que eu. – E acho bom começarmos logo. Assim acabamos com toda essa coisa forçada.

– E... Vocês tem alguma ideia?

Ficamos todas em silêncio. Eu só conseguia pensar em Annabeth dizendo que aquilo era forçado, reforçando minhas suspeitas.

–Certo. Vamos pular essa parte, eu chamei vocês aqui para perguntar algo mais importante que isso. Não é segredo para nenhuma de nós que é realmente difícil passarmos tempo juntas. E que nós podemos nos matar se ficarmos muito tempo juntas e sozinhas. Então... Depois... Depois que o trabalho acabar, como... C-como ficamos?

Elas ficaram em silêncio. Me encarando. Acho que elas também pensavam naquilo, e assim como eu não tinham a solução.

– Não sei. – disse Annabeth mordendo o lábio. – Está tudo tão... Confuso na minha vida. Não sei... Mas... Podemos tentar, não é?

Thalia bufou.

– E vocês acham mesmo que isso seria produtivo? Quer dizer, acham que isso daria certo? Por que, é como você disse. Nenhuma de nós se suporta.

Fiquei com raiva daquilo. Todas nós estávamos nos esforçando para fazer aquilo funcionar e ela não liga? Quer jogar a toalha?

– Se você não quiser mais falar com a gente, pode falar de uma vez! – gritei sem pensar.

– Eu não falei isso – ela rolou os olhos, me deixando ainda mais zangada – Eu quero estar aqui. Entenda que se eu não quisesse vocês nem veriam a minha cara. Ou minha sombra ou qualquer coisa minha. – a encarei, cética - Olhem, vamos deixar as coisas acontecerem, se for pra ser... Será. Entenderam? Olha... Eu acho melhor ir para minha casa... Não quero mais ficar aqui. Desculpem.

Então ela levantou e saiu. Annabeth deu mais um gole no Cappuccino e então me encarou.

– Não vou deixar você sozinha depois de tudo. – então sorriu bondosa e foi embora também. Deixando-me ali. Levantei, paguei a conta e fui para casa também. Acho que preciso dormir um pouco.

(...)

Acordei com o despertador a todo volume. Levantei meio resmungando e fui me vestir. Ao contrário do normal, coloquei uma roupa simples e desci para tomar café. Eu não estava com vontade de me arrumar.

Peguei minhas chaves e dirigi até a escola.

Estacionei na minha vaga e caminhei pelos corredores. Senti os olhares às minhas costas. Ouvi as risadas. Encolhi-me fui até o meu armário, pegando um livro. Quando me virei vi Percy e Nico andando em minha direção.

– Como está a Annabeth?

– E a Piper?

– Bom dia pra vocês também meninos. – fechei meu armário e suspirei. – Annabeth está bem Percy. Talvez um pouco confusa e magoada. – ele assentiu olhando para o chão. – E Thalia está... Bem, ela está um pouco estressada com tudo o que está acontecendo com ela. Você devia tentar ligar pra ela.

– Já tentei. Ela não atende.

Suspirei. Vi pelo canto do olho Jason andando em nossa direção.

– Me façam um favor? Distraiam-no, não quero vê-lo, por favor. – Percy concordou com a cabeça e puxou Nico com ele.

Suspirei, agradecida e fui até a sala de aula.

(...)

As aulas haviam sido tediosas, as meninas não apareceram e eu fiquei sozinha em uma mesa com três meninos durante o intervalo. Jason, Percy e Nico não eram exatamente a companhia de que eu precisava.

Caminhei pelo estacionamento até meu carro e passei pelo grupo da “elite”, como chamavam. Os ouvi rindo quando passei, respirei fundo e virei em direção a eles.

– Vem cá, qual o problema de vocês?

As risadas cessaram e Will respondeu por eles.

– Qual é o nosso problema? Qual é o seu problema Pips? Esqueceu de quem é?

– Não. Não esqueci. Sou Piper McLean. Eu era e continuo sendo. E ai, qual é o grande x da questão. Não entendi.

– Pips, você sumiu – disse Silena – nós... Ficamos preocupados. O que está acontecendo? Você e Jason nunca mais apareceram por aqui.

– O que Jason faz ou deixa de fazer não é da minha conta. – disse, cruzando os braços.

– Além do mais, olha só pra você. Tá’ com uma roupa tão básica que nem consigo ver o quanto você é gostosa! – disse Connor, me fazendo corar. – Viu só? Você nunca ficou corada com um comentário desses.

– Eu só não estava com vontade de me arrumar essa manhã. Algum problema?

Will deu um sorriso de escarnio arrastando as mãos no rosto perfeito.

– Claro. Você tem uma reputação a manter. Essa aqui. Do meu grupo. E, se você continuar assim não sei se vai poder ficar por muito tempo e vou ter que... – o interrompi.

– Quem disse que eu quero ficar aqui? Você acha que eu quero viver nesse mundinho de luxo. Mas não quero.

– Pips, o que houve com você? – disse Katie, encostando a mão no meu braço, mão essa que afastei suavemente.

– Katie, você não entende. Ainda está muito cega por eles. Já tentou enxergar através da bolha?

Eles me olharam confusos.

– O que elas fizeram com você?

– Algo que alguém já devia ter feito há muito tempo. Por isso sou eternamente grata a elas.

E então sai, os deixei me chamando, falando coisas ofensivas. Eu não ligava, não queria saber. Mesmo que eu não as tivesse depois do trabalho eu não me importava. Não voltaria a ser o que era antes.

Passei o resto da tarde do mesmo modo, pensando no que havia feito e no que poderia ter falado. Odiava aquela tortura.

(...)

Eu não estava nada ansiosa para voltar à escola hoje. Coloquei uma roupa tão básica quanto a do dia anterior e andei entre os corredores, quando me dei conta Percy e Nico estavam ao meu lado.

– Bom dia meninos.

– Bom dia. – disseram em uníssono.

– Annabeth e Thalia vieram? – eles negaram com a cabeça. – Ah. Que pena. Conseguiram falar com elas?

Eles negaram novamente. Mordi o lábio. Eu estava feliz que eles estivessem ali.

– Obrigada por ontem. Eu não queria ver o Jason.

– Não foi nada.

Sorri, enquanto me despedia e ia até minha sala. Outra manhã tediosa. Não queria nem ver.

(...)

Caminhei o mais rápido que pude até meu carro, a fim de evitar a elite, mas parei assim que vi meu carro.

– Mas... Que merda é essa?

Ele estava todo sujo. Farinha. Terra. Ovos. Parecia que ele havia feito aniversário e os amigos carros vieram comemorar com ele.

Comecei a tentar limpar o vidro, uma tentativa falha, devo destacar. Sujava mais a mim mesma do que limpava o carro. De repente, senti alguém atrás de mim, mexendo em meu cabelo. Retesei meu corpo.

– Ah Pips... Eu tentei te avisar.

Eu conhecia aquela voz. Travei minha mandíbula.

– Will. Foi você que fez isso, não foi? – virei em sua direção, encarando seu rosto, com raiva.

– Eu? Oh não. Foram as suas amigas ali. – ele apontou para o outro lado do estacionamento onde Drew e Cally me encaravam, com um sorriso de escarnio.

– Foi você que mandou elas fazerem isso, admita.

– Ah, você não pode provar nada. – ele colocou uma mecha atrás da minha orelha. – Você precisa mesmo bancar a durona? Porque não volta para o nosso grupo? Porque não volta pra mim?

Fiz um careta, horrorizada, afastando sua mão.

– Como pode dizer isso? Jason é seu amigo.

– E daí? Vocês não estão mais juntos. – ele me puxou para mais perto pela cintura e falou ao meu ouvido – Além do mais, eu sempre gostei de você.

– Mas eu não gosto de você. – tentei afasta-lo, empurrando, mas não consegui. Ele era mais forte que eu.

E então, me beijou. Mordi seu lábio com a maior força que pude e então ele se afastou de mim e colocou um dedo onde sangrava.

– Você vai se arrepender disso. – e sorriu, me puxando novamente.

– Ah, ela vai é? Quero saber como.

Oficialmente, eu nunca fiquei tão feliz em ver Jason na minha vida. O porte de jogador de futebol dele nunca foi tão importante como agora. Braços cruzados, peito estufado, cabeça erguida. Era ameaçador.

– Ah, oi cara. Está ai a quanto tempo? – Will lançou seu melhor sorriso em direção a ele.

– Tempo suficiente. Sai de perto dela. Agora.

Will não moveu um músculo e o encarou sério.

– Cara, você tá’ surdo? Eu mandei sair. – sua voz era calma, mas seus nós dos dedos estavam brancos. Eu teria pena de Will se Jason o pegasse.

– Se não o que?

Will não teve tempo nem de perceber o que estava acontecendo, foi acertado em cheio no meio da cara por um soco vindo sabe-se lá de onde.

– Babaca. – falei, caminhando até Jason. – Obrigada.

– Está tudo bem? Ele fez algo? – neguei com a cabeça.

– Estou bem, sério. – ele encarou meu carro e franziu o cenho.

– Vai querer uma carona?

Olhei indecisa, de meu carro para Jason, de Jason para meu carro. Mordi o lábio. Eu ia me arrepender.

– Vou querer.

Ele sorriu me fazendo sorrir também e me xingar mentalmente. Andamos lentamente até o carro dele, em silêncio. Abri a porta e sentei, esperando ele chegar.

Olhei em volta, continuava exatamente como eu me lembrava: dados empoeirados pendurados do espelho retrovisor, bancos macios, aroma de menta. Com exceção de uma nova aquisição. Uma foto minha, ou melhor, nossa, presa no vidro.. Eu lembrava daquele dia, não queria tirar foto, mas ele estava animado, então escondi meu rosto na dobra de seu pescoço com meu cabelo escondendo meu rosto, enquanto ele exibia um sorriso enorme. Sempre gostei dessa foto.

– Essa é a minha favorita. – disse ele, me trazendo a realidade.

– Oi?

– A foto. – ele riu – é a minha favorita.

Murmurei um “ah” em concordância e então ele ligou o carro. O caminho foi silencioso e desconfortável, ao menos para mim. Fiquei extremamente feliz quando finalmente chegamos até minha casa, mas algo me incomodava. Olhei para Jason que me observava em expectativa.

Você vai se arrepender” disse uma voz em minha cabeça. Que se dane.

– Quer entrar um pouco?

Meu coração falhou uma batida ao ver o rosto dele se iluminar.

– Sério?

– É. Anda logo antes que eu mude de ideia.

Logo, estávamos na minha cozinha comigo tentando preparar alguns sanduíches com ele rindo da minha cara.

– Que foi? – exclamei emburrada, mas rindo também.

– Você sempre foi um desastre na cozinha. Nem consegue fazer um sanduíche direito.

– Ah é? Faz melhor.

– Faço mesmo. – ele levantou, arregaçando as mangas e me empurrando para o lado. – Deixa o mestre mostrar como faz.

Encostei na bancada e fiquei o observando. O ar divertido, a expressão de contentamento. Suspirei.

– O que foi? – perguntou sem precisar me olhar.

– O que aconteceu com você?

Ele parou de ralar a cenoura e me encarou.

– Como assim?

– Engraçado, se preocupando comigo, sempre por perto. – suspirei – Não parece com você. Quer dizer, o você dos últimos meses.

– Ah. Bom, - ele coçou a cabeça – eu não sei, acho que a popularidade subiu a cabeça. – rolei os olhos.

– Jason, dar valor só quando perde é clichê até pra você.

Ele sorriu.

– Eu não dei valor só quando perdi. Eu dava valor, só não achei que ia perder.

– Jason... Deixa isso pra lá.

Ele assentiu lentamente terminando o sanduíche.

– Assim que se faz um lanche de verdade. Você vai me contratar pra cozinheiro.

Sorri, dando uma mordida. Estava realmente bom.

– Eu posso pensar no seu caso.

Ficamos falando de bobagens até terminar de comer, e então ele se pronunciou.

– Eu preciso ir, tenho que fazer uma coisa.

– Ah, tudo bem. Eu te levo até a porta.

Andamos lentamente, como que querendo atrasar o tempo. Abri a porta.

– É...

– Então...

– Foi bom passar um tempo com você.

– Concordo.

Desajeitadamente ele tentou me abraçar. Era estranho. O abraço dele era confortável, quentinho e me fazia ficar segura. Me deixou confusa também. Ele aspirou meu perfume.

– Volta pra mim Pips. – falou no meu ouvido.

– Não posso.

– Por quê?

– Eu não sei.

– Você desistiu de mim? – perguntou, finalmente me largando.

– Não. – ele sorriu.

– Era tudo o que eu precisava saber. – e então, se foi. E me deixou ali, com a estranha sensação de vazio.

(...)

Outro dia de aula acabou. Hoje eu não iria para o estacionamento. Não vi ninguém da elite, acho que eles não queriam ver minha cara, o que era bom. Também não queria vê-los. Caminhei em direção ao estúdio de moda. Precisava me distrair um pouco.

Enquanto andava até lá tentei ligar para meu pai. Eu queria ouvir a voz dele.

Chamou uma, duas, três... Até finalmente cair na caixa postal.

“Você ligou para Tristan McLean. Desculpe, mas não posso atender agora. Deixe um recado e...
Papai, você tá parecendo um robô. – houve uma risada masculina.
Eu sei filha, mas é assim que se grava esse tipo de coisa”

Sorri, após ouvir. Adorava aquela mensagem. Ele nunca apagou. A risada me tranquilizava.

Suspirei, abrindo a porta do estúdio. Uma mulher alta, com um corpo maravilhoso e belíssimas roupas de inverno encarava um manequim. O cabelo não moveu um fio sequer quando ela virou a cabeça para me encarar.

– Oi. – disse sorrindo para mim.

– Mamãe? O que faz aqui?

– Vim ver... Como você estava se saindo no curso. Esse vestido é lindo.

Olhei para o manequim que ela apontava. Era um dos primeiros modelos. Verde com detalhes em cinza. Ele sempre me lembrava de Percy e Annabeth, sorri.

– Onde tem andado? Você sumiu nas últimas semanas.

– Tenho tido alguns probleminhas.

Assenti com a cabeça, eu já estava acostumada com aquilo.

– Você está diferente. – ela sorriu de lado – Foram as meninas, não foram?

– Porque você me fez fazer isso? Estava tudo indo tão bem antes e...

– Não estava – ele riu – não se engane. Você sabe disso. Mas agora você consegue ver o que eu não podia falar.

Então caminhou até mim, acariciando meu cabelo.

– Você está mais bonita, mais determinada. E eu estou muito orgulhosa de você. Olha só pra isso. – ela gesticulou, envolvendo todo o estúdio – Esse lugar nunca foi tão cheio de vida. Suas criações estampam o lugar todo. Você tem um futuro brilhante e único. Feito só pra você. Me desculpe, mas isso não vai mudar a minha ausência. Não posso recuperar o que já perdi. Nem seu pai. – me beijou a testa e então saiu, me deixando ali, pensando no peso de suas palavras.

Sorri. Ela tinha orgulho de mim. Larguei a bolsa na bancada e comecei a escolher um tecido. Tinha muito trabalho pela frente.

(...)

Sábado à noite. Dia do tédio. Eu estava deitada de ponta cabeça no meu sofá, com as pernas para cima e o cabelo virado, pensando no quanto tudo podia dar errado. Percy e Annabeth não se falavam, nem Nico e Thalia. Esses meninos tinham que fazer algo. Eu já dei a ideia, eles só precisam colocar em prática.

Quase que como em um passe de mágica as milagrosas mensagens chegaram.

“Obrigado pelo apoio. Você estava certa.”

“Se a Thalia bater em mim por levar flores a culpa é sua.”

Sorri. Aquilo ia dar certo. Quando eu menos percebesse iam estar todos se agarrando na minha frente. Que legal.

Então, a minha campainha soou.

– Que estranho. – murmurei.

Caminhei até a porta e abri. Um loiro com um sorriso de lado estava encostado no batente da porta segurando uma caixa de chocolates.

– O que aconteceu com o seu cabelo? – ele riu, já entrando.

– Ã... Eu estava deitada.

– E não se arruma mais pra abrir a porta? Que feio. – ele continuava rindo e se jogou no meu sofá.

Fiquei o encarando de sobrancelha erguida.

– O que foi? – ele deu risada. – Sem mais. Senta aqui e vamos assistir alguma coisa. Trouxe chocolate, é o seu favorito.

– Jason... Você sabe que não vai rolar nada, não é? – perguntei, me sentando cautelosa.

– Sei. – disse ele dando de ombros. – Somos apenas amigos vendo um filme juntos. Aliás, cadê a coberta?

– No andar de cima.

– Vou lá pegar. – e então ele disparou escada acima.

Peguei a caixa de bombons e comecei a escolher um. Abri e coloquei na boca. Uma delicia, logo já estava pegando outro.

– Eu não acredito! –ele gritou do alto da escada – Já está comendo? Sua gorda! Nem me esperou.

– Anda logo se não vou comer tudo.

Ele veio correndo e pulou em cima de mim. Resmunguei.

– Ainda bem que caí em algo macio.

– Sai, sai seu gordo.

Ele riu e pegou o controle.

– Ótimo, eu escolho o filme.

Ri, me aconchegando ao seu lado. Eu sabia que aquilo era loucura, mas valia a pena tentar. Com certeza valia.


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Notas finais do capítulo

FÃS DE JASIPER NÃO SE DESESPEREM (oi Mandy), ainda não é o fim *ri* Tem o epílogo galera. Eu tô tão animada com ele.
E, fala sério gente, ficou legal. Admitam haters u.u
E ai? Eu mereço reviews? Recomendações? Me favoritem! Contem pros' vizinhos lerem. *ri*
Então, olha só. Mais dois capítulos, que emocionante *----*
Até o próximo, beijos ^^

P.S.: Criei um twitter pra me comunicar com vocês, vão lá ver.
https://twitter.com/RisurnNyah