Destinos Interligados escrita por Risurn


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Bah, eu queria mesmo postar mais rápido, só que não tive tempo.
Ai escrevi uns capítulos nas duas aulas vagas de hoje e achei que dava pra postar alguma coisa. Espero que gostem :3



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Annabeth VI

(Lies!) Living in a fantasy
(Lies!)
Don't even know reality

Meu sistema nervoso estava em frangalhos e meu dia ficava cada vez mais esquisito. Quer a lista?
Primeiro: acordei na casa de um garoto que acabei de conhecer.
Segundo: Indiretamente fiz esse garoto apanhar.
Terceiro: rolou um incidente quando ele me deixou em casa.
Quarto: Piper apareceu do nada, repito do nada na minha casa e eu acabei levando ela ao estúdio de moda da Goode.
Quinto: encontrei Thalia, Nico, Jason e Percy no Starbucks, foi simplesmente tenso.
Quer minha sorte pra você?

Ai, como se nada disso bastasse Percy quer falar comigo, me leva pra fora da cafeteria, eu estava comendo rosquinhas poxa.

Caminhamos sem rumo – pelo menos eu achava - e em silêncio pelas ruas de Manhattan, o barulho de pessoas conversando e carros em todos os lugares era ensurdecedor. Olhei para Percy que andava de cabeça baixa, seu cabelo negro estava bagunçado e cobria seus olhos, que eu sabia estarem fechados. Vestia calças jeans e uma camiseta branca que realçava seu físico. Ele era lindo, nem mesmo eu poderia negar algo assim. Olhei para minhas roupas e percebi que ainda usava a camisa dele. Corei na mesma hora lembrando daquela manhã. Eu havia pensado em tirar, mas ela ainda tinha o seu perfume, aquele cheiro de maresia que sempre estava presente nele. Até que o dito cujo pigarreou me tirando de meus devaneios e sorriu para mim, e Deus, como o sorriso dele era lindo. O que está acontecendo comigo?

– Então... – ele começou me dando a chance de falar, algo que não fiz – Tudo bem. Eu não quero esse clima tenso entre nós. Bom, eu esperava começar a conversa de um jeito legal, mas pelo visto você não tá afim de falar comigo. – ele tinha olhos pidões. Fiz um aceno concordando, e o encorajando a continuar – O.k. isso foi sincero, dolorosamente sincero.

Dei uma risadinha sem querer. Merda, ele fazia isso comigo, mas como podia? Era totalmente sem lógica. Ele se manifestou.

– Olha, eu sei que você não vai querer falar sobre o bei... – o olhei de olhos arregalados – Ok, sobre aquilo que aconteceu hoje pela manhã. Mas, eu recebi uma visitinha quando cheguei ao meu apartamento. Um cara que eu nunca vi na vida me entregou isso. – ele tirou um bilhete do bolso da calça – e acho que é meio que pra você. Meio que pra mim. – peguei e li aquilo. Certo, eu estava muito ferrada. Tudo estava acontecendo rápido de mais, tudo bem, ele demorou quase três anos. Mas mesmo assim aquilo não fazia sentido.

Percy... Percy Jackson, não é? Ah, Jackson’s, sei tudo sobre vocês, provavelmente boa parte é culpa de sua amiguinha. Afinal, é isso que vocês são, não é? Amigos. Porque eu não lembro de termos terminado querida. E você não teria coragem de fazer isso não é? Trair seu namorado que te ama tanto. Tenho apenas um aviso pra você “amigo”, vou desconsiderar o que aconteceu pela amanhã, afinal você não sabia que ela tinha namorado, tímida como é não deve falar muito sobre mim, mas espero que saiba que na próxima levarei para o pessoal, e eu realmente odiaria mandar um amigo da minha namorada para o hospital. E pra você querida, quero que saiba que vou encontrar você. Não importa pra onde vá. E, acredite, nosso encontro será inesquecível.”

O bilhete não estava assinado, nem precisava, eu sabia muito bem quem era.

– Ele é louco. - disse, meio sussurrando, meio gritando, não consegui ouvir minha voz.

– É. Cara legal, bom namorado. – ele falava isso como se tudo estivesse muito divertido, será que ele não tinha noção do que estava acontecendo? Claro que não tem, ele não sabe de nada. Devo ter ficado com uma cara muito séria pois logo o sorriso sumiu de seu rosto. – O.k. Me desculpe, estava apenas brincando...

Parei de ouvir, as palavras do bilhete ecoavam em minha mente. Percy. Olhei para o moreno de olhos verdes à minha frente, ele ia se machucar por minha causa. Tanto tempo, tanto tempo mantendo todos afastados, quanto menor o número de pessoas para me chantagear melhor. E se ele fizesse algo com ele? Não podia arriscar. Ou pior ainda, e se Percy fizesse algo comigo? Como confiar?

– Percy. Eu... Olha...

– Olha só – ele me interrompeu. – Chegamos.

Olhei para frente, era um edifício enorme.

– O que estamos fazendo aqui? – ele não respondeu e continuou andando em direção à grande construção de concreto. Ok, era bonito. Ele parou em frente a porta lateral e tirou uma chave do bolso. Eu ainda não havia me mexido.

– Vem Annie.

Subimos as escadas em silêncio, então após vários, repito, vários lances de escada ele abriu outra porta. Passei por ela.

Pisquei para acostumar meus olhos à claridade e então olhei ao redor.

– Que lugar é esse?

– O meu refúgio.

Ele caminhou até chegar perto da beirada e olhou, andei até perto dele e também olhei, era linda aquela visão, os prédios, o mar, tudo. De tirar o fôlego.

Havia almofadas ali perto, presumi que ele aparecia com certa frequência naquele lugar.

– Então loirinha o que ia me dizer?

– E-eu... É que... – ele deu um passo para perto de mim, tinha um sorriso no rosto.

– Você...? – ele me incentivava a continuar, mas vi que se divertia com aquilo. Outro passo.

– Você... D-devia... – agora eu já sentia a respiração dele em meu rosto, aquele sorriso lindo.

– Eu devia o quê Annabeth? – os olhos verdes brilhavam, estavam escuros.

Foi tudo bem rápido, ele veio com aquelas mãos e segurou no meu cabelo, travei, lembrando que o loiro havia feito a mesma coisa pela manha, fechei os olhos com força, a lembrança me engolindo, mas ai percebi que aquilo era diferente. Era... Suave. Havia carinho ali, e então me puxou para um beijo. Foi rápido, apenas um encostar de lábios na realidade. Respirei descompassada. As orbes brilhantes me encaravam divertidas. Respirei fundo.

– Você devia se afastar de mim.

Vi o sorriso vacilar em seu rosto, mas logo voltou ao normal.

– E porque eu faria isso?

– Por que é o mais sensato Percy! – gritei, dando um passo para trás. – Me diz, me diz, o que você ganha com isso?

– Eu...

– Não! Não responde. Não importa o que você veja, não tem absolutamente nada a ganhar com isso. Eu... – abaixei o tom – eu me odiaria se algo acontecesse com você. – Os olhos dele eram amáveis.

– Você acha que algo vai acontecer comigo por ser seu amigo? – concordei com a cabeça – Por causa daquele babaca que nem sei por que te atormenta? – concordei novamente – E você vai me contar porque ele faz isso? – Neguei rapidamente, ele não podia saber, não ainda. – Não confia em mim? – Hesitei. Era uma pergunta charada, se eu dissesse que confiava ele ia querer saber o porquê de não contar. Se eu dissesse que não confiava ele podia se sentir magoado, mordi o lábio.

– Não... Não é isso. Confio, um pouco, mas...

– Certo. Um pouco? Ok. Quer saber meu motivo? Quer saber o que tenho a ganhar? – ele saiu de perto de mim e sentou na beira do prédio. – Eu quero poder encontrar alguém pra confiar. Alguém que eu descubra sozinho. Alguém que não vá me enganar – Pude ver que havia amargura na sua voz, se ele queria alguém que não o enganasse não poderia continuar comigo, eu não lhe contaria a verdade, ao menos, não tão cedo.

– Percy... Eu...

– Não Annabeth, eu quero falar, senta ai. – ele passou as mãos pelo rosto com força. – Eu preciso falar. Quando... Quando eu descobri que meus pais estavam se divorciando... – Do que ele está falando? - Eu não entendi nada.

Sentei ao seu lado na beira, quando olhei para baixo tive náuseas, não vou cair. Percy não olhava em meus olhos.

– Tinha recém chegado em casa com minha namorada – ele tinha namorada? Mordi o lábio. Será que era bonita? – ela estava inquieta o caminho todo, e insistiu que eu não devia ter vindo pra casa hoje. Eu não estava entendendo. Quando entrei vi caixas e caixas empilhadas com as coisas da minha mãe. Foi então que ouvi ela e meu pai discutindo. Lembro... Lembro que Rach disse pra irmos embora, mas eu queria saber o que estava acontecendo. Então eu vi os dois. Meu pai gritava muito, assim como minha mãe. Ele disse que eles estavam se divorciando. Aquilo foi como um tapa na minha cara, quando sai naquela manha eles estavam tão bem. Minha mãe explicou... Explicou que eles não estavam juntos há meses. Meses. Consegue entender? Eles mentiram pra mim por meses.

Olhei para baixo, como isso teria sido para ele?

– Ai... Eles disseram que continuaram juntos pra não terem escândalos, só que minha mãe... Ela havia começado a namorar com um cara ai. Eu... Meu pai disse que eles não poderiam continuar na mesma casa depois daquilo. Olhei para Rach... Ela não devia estar escutando aquilo, mas ela não olhava para mim, parecia a beira do choro. Foi ai... Foi ai que ela confessou. Ela já sabia de tudo. Na verdade, boa parte dos nossos amigos já sabia. Aquilo foi como tirarem meu chão. Todos... Todos a minha volta estavam me enganando. Não pude continuar lá. Juntei minhas coisas e vim para cá. Minha mãe também veio, mas não quis ficar na casa dela, não conseguiria. Eu...

– Percy. – sussurrei, ele não me olhou, parecia ter um nó em sua garganta – não precisa continuar. Sério. Eu... Entendi. Tudo bem. – tentei sorrir.

– Mas... – pedi pra ele ficar em silêncio, e lhe abracei. Ele me abraçou de volta com força, após um tempo suspirou. – Obrigado... Por... Me ouvir. E... Annabeth?

– Sim? – minha voz saiu abafada.

– Esse lado que você esta apoiada ainda dói.

Afastei-me rápido.

– Desculpe. – ficamos em silêncio um pouco.

– Annie? – olhei para ele. – Entende agora? Eu não posso... Eu não quero ser enganado de novo... Me deixa descobrir as coisas, mesmo que seja sozinho. Não quero passar por aquilo novamente. Você vai deixar que eu continue... Continue sendo seu amigo?

Pensei naquilo, eu odiaria o fazer se sentir mal... Como ele estava expressando. Tentei pensar pelo seu lado, ser enganado pelo pai, pela mãe, pela namorada, pelos amigos. Todos. Eu ficaria arrasada, nem sei se voltaria a confiar em alguém. Ele estava me dando aquela chance, a chance de ser eu a receber sua confiança. Mas será que eu merecia aquilo? Alguém tão... Impura. Mas, por ele? Eu podia tentar. Desde que conseguisse manter Luke afastado. Mordi o lábio. Concordei. Seus ombros relaxaram e vi um sorriso brincar em seus lábios, ele voltou a olhar para a paisagem. Encostei minha cabeça em seu ombro e me encolhi para perto de seu peito. Estava escuro e fazia frio ali.

E eu poderia muito bem ficar assim por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

Curtinho e fofo porqueeee sim.
Eu precisava de um pouco de Percabeth.



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