Destinos Interligados escrita por Risurn


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

E ai? Felizes? Tristes?
Falem comigo :3
E, sinceramente, acho que vou ter que estender o prazo para postar... Não tá dando pra mim.
Enfim, espero que curtam o capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469059/chapter/17

Percy

Oh, her eyes, her eyes
Make the stars look like they're not shining

Eu não conseguia entender porra nenhuma daquilo.

Em uma hora ela estava rindo e brincando comigo, sem aquela preocupação rotineira dela, e na outra estava toda apavorada e me pediu para leva-la embora. O que era aquilo?

Annabeth estava tremendo enquanto abraçava minha cintura, eu a estava levando para a minha casa. Tentava inutilmente lembrar se havia feito algo errado ou o que poderia a ter assustado, qual é, Nico é estranho, mas não tão assustador assim. Eu sei que havia algumas pessoas lá, e alguns olhavam em nossa direção, mas nada de mais, todos olhavam para Annabeth desde que havíamos chegado mesmo.

Dei boa noite ao porteiro Piter (eu acho) e pedi para ele nos deixar subir, estacionei minha moto, então olhei para Annie. Ela parecia estar tentando se controlar.

– Ei, ei, ta tudo bem, vem cá – a puxei para meu peito e envolvi seus ombros com meus braços, ela estava tensa de inicio, mas logo relaxou então ela começou a chorar. O que eu devia fazer? – Hey, hey, não chora, não... Não, tá tudo bem, calma. – a afastei e levantei seu rosto. – Olhe para mim, isso, eu não vou te fazer mal nenhum tudo bem? Não chore. – sequei seu rosto, ela tinha olhos tão lindos.

– O-onde estamos?

– Upper East Side. No meu apartamento. Quer subir? – ela hesitou, mas logo assentiu.

Caminhamos até o meu andar, com meu braço ao redor de sua cintura. Aquilo parecia surreal.

– Desculpe. – ela sussurrou enquanto eu abria a porta.

– Pelo que?

– Te tirar da festa, te pedir para me trazer até aqui. Tudo. – ela parecia querer voltar a chorar.

– Ei, calma, não tem problema, eu não queria ir pra festa mesmo, foi coisa da Piper.

A loira começou a olhar em volta, bem, o apartamento era bem simples, nada de mais.

– É bonito – ela pareceu ler meus pensamentos.

– Obrigado, então... Quer alguma coisa? Já sei, vou fazer um chocolate quente, que tal? - Ela sorriu e concordou, e sentou no sofá. – Então... O que aconteceu lá? – ela me olhou de olhos arregalados. – Tudo bem, tudo bem, não preciso saber.

Fiquei em silêncio enquanto tomamos o chocolate. Já era tarde.

– Eu... Bem, nós temos aula amanhã, acho melhor irmos dormir. Quer tomar banho? – Ela assentiu fracamente, parecia distante – tudo bem, eu levo algumas roupas da minha mãe, pode ser?

– Está ótimo Percy, obrigada. – ela me olhou com aqueles olhos dela. Estavam cinza, como podia? Eu nunca havia visto olho algum com aquela cor. Eram lindos.

A levei até o banheiro, junto com as roupas. Depois de vinte minutos ela saiu, ela ficava ainda mais bonita sem maquiagem.

– Onde eu durmo?

– Bem, eu só tenho um quarto aqui no apartamento... Então, - ela arregalou os olhos – não, não, não é isso. Eu ia dizer que você dorme no meu quarto e eu na sala. – ela suavizou a expressão.

– Ah, não precisa, eu fico com o sofá sem problemas.

– Annie, a casa é minha, vai pro meu quarto logo. – ela assentiu e foi.

Arrumei alguns travesseiros e uma coberta para mim e deitei no sofá. Até que não é tão ruim assim, pensei.

Tudo bem, definitivamente é ruim, havia se passado quase uma hora eu ainda não conseguia dormir, ouvi uma porta abrir, pelo jeito a loirinha também não conseguia.

– Percy? – ela sussurrou – Está acordado?

– Estou.

Ela se aproximou, ajoelhou ao meu lado, me olhou e então me abraçou.

– Desculpa Percy, desculpa – a voz dela saia abafada – obrigada, obrigada por me tirar de lá.

– Ei, tudo bem Annie, não foi nada, mesmo.

Ela me olhou e assentiu, levantou para sair, mas voltou e meu deu um beijo no rosto.

– Obrigada.

Depois daquilo consegui dormir e sonhei com uma garota de cabelos loiros que fugia de mim.

***

Acordei com barulho de algo na cozinha.

– Mas que...

– Ah, você acordou? Desculpe, sou meio desastrada.

Annabeth havia feito o café, tinha suco, pães, frutas, doces.

– Onde conseguiu a comida? Eu não tinha quase nada em casa.

– Bem... – ela corou enquanto enrolava uma mecha de cabelo e olhava para baixo – Eu falei com o seu porteiro e pedi para ele comprar para mim. E ele foi mesmo... Então... É isso. – ela sorriu para mim, como era linda.

– Então, eu vou comer. – parei e olhei para a comida. Arregalei os olhos.

– Percy?

– Você... Você...

– Percy? – ela parecia preocupada, sorri.

– Não, calma. Você fez waffles. Porque os waffles estão azuis? – ela corou.

– Bem... – pegou outra mecha do cabelo para enrolar – eu... gosto de colocar corante na comida... E... Ontem você disse que gostava de azul. Pensei... Pensei... – andei até ela e dei um beijo em sua bochecha. Seu rosto ficou escarlate.

– Eu gostei. Não precisa se explicar mais.

Ela sorriu, então tomamos o café e assim que terminamos ela se trancou novamente no meu quarto e saiu de lá com calças jeans, uma camiseta branca e uma camisa xadrez preto e azul que eu achava que era minha.

– Bem... – ela tentou explicar – A calça é da sua mãe, assim como a camiseta, mas eu peguei a camisa do seu cabide atrás da porta. Se importa?

Neguei com a cabeça, meu coração falhou uma batida ao vê-la com uma roupa minha. Que porra é essa coração? Você já viu garotas com bem menos roupa e não falhou. E, Perseu essa frase não foi nada romântica.

– Certo, acho melhor irmos né?

– Tem como a gente pegar um ônibus? Eu não gosto de andar de moto. – ela olhava para baixo, eu ainda ia me ferrar por causa dela, sério. Suspirei.

– Tudo bem, vamos de ônibus.

Enquanto eu me trocava ela havia arrumado a cozinha, descemos e saímos do prédio. Ela travou.

– Annabeth?

Olhei para onde ela olhava, um garoto loiro andava em nossa direção, e sorria para ela.

– Percy... – ela disse em um fio de voz, e apertou minha mão.

– Loirinha, como vai? – o loiro se pronunciou.

– Quem é você?

– Ela ainda não te contou? Tsc tsc, onde estão seus modos Annabeth? Ele não sabe nem porque você saiu correndo ontem?

Annabeth ainda não falava nada, ela estava congelada no lugar.

– Qual é o seu nome porra? – só então ele olhou para mim. Tinha olhos azuis e uma cicatriz abaixo do olho.

– Luke, Luke Castellan.

– Luke... – ela sussurrou.

– Então você lembra de mim querida? Da ultima vez não nos despedimos direito, não foi? – ele deu um sorriso de escarnio. – Onde está meu beijo de boas vindas? – então ele segurou o cabelo dela e a puxou com força.

– Ei cara, - o empurrei – o que você pensa que está fazendo?

– Não se meta, isso não tem nada a ver com você. – olhei para Annabeth, um fio de lagrima corria de seus olhos enquanto ele segurava seu cabelo.

– Agora tem. – então lhe dei um soco no queixo, ele cambaleou soltando o cabelo dela e veio para cima de mim.

– Você que pediu.

Ele chutou minha barriga e me deixou sem ar, mas logo levantei e dei três socos seguidos no seu supercilio que agora sangrava. Ele parecia tonto.

– Vá embora! – exclamei, mas ele veio novamente e me deu um soco na boca. – Annab... – tentei falar, mas havia sangue – sai daqui, volta pra dentro. - Ela saiu correndo.

Lhe dei um chute, mas ele acertou meu supercilio também, havia tempo que eu não brigava. Consegui lhe dar um soco na boca, ele ficou tonto seu lábio inferior sangrava. Ele tentou me acertar mas desviei, batendo nele novamente.

– Ei! – uma voz diferente chamou nossa atenção – Garoto! É, você mesmo loirinho, sai daqui agora antes que eu chame a policia.

Ele sorriu e levantou os braços em rendição, o vermelho aparecendo em seus dentes.

– Tudo bem... Antes só quero fazer uma coisa – ele me deu um soco do nada, cai. – Fala pra Annabeth que isso não acabou. Eu vou voltar.

Então saiu, e nos deixou ali. Levantei meio tonto e fui falar com o porteiro.

– Obrigado, onde está Annabeth?

– Ela subiu correndo rapaz, me pediu para vir aqui fora e foi para o seu apartamento.

– Certo, e, de novo, obrigado.

Subi até meu andar e a porta estava trancada. Procurei minha chave e abri.

– Annabeth?

– Percy? – ela abriu a porta do quarto.

– Você está bem? – ela negou com a cabeça, veio até mim e me abraçou. – Ai. – Me soltou.

– Desculpe, meu deus... O que ele fez?

– Nada de mais Annie... Tá tudo bem...

– Não ta não... Olha só isso aqui... Onde tem algo que eu possa limpar isso?

– Não pre... – os olhos cinza me encararam duros, vi uma tempestade se formar ali - cozinha, terceira gaveta do armário branco.

Ela foi até lá e trouxe uma caixinha.

– Quem era aquele?

Ela pegou um pouco de algodão, molhou com algo que não vi e colocou ao lado de minha boca. Gemi em protesto.

– Desculpe, ele... Era meu namorado.

– Namorado? – ela apertou com mais força o algodão – Ai!

– É, para quieto Percy, quem mandou você bater nele?

– Preferia que eu deixasse ele te machucar?

– Era melhor do que machucar você.

– Annabeth – ela continuou a passar o algodão, agora no meu supercilio – Annabeth, para – ela continuou. Pedi para que parasse novamente, ela só ignorava. –Eu disse pra parar porra. – Sei que fui grosso, mas assim ela parou e olhou pra mim, parecia querer chorar.

– Que foi?

– Não repita isso, ok? Eu não me machuquei, foram só uns arranhões. Nada de mais.

– Mas Percy...

– Nada de mais, eu to bem. Se tivesse sido em você seria pior. Ele não parecia ser muito delicado com você. – fiz sinal para que ela parasse e peguei sua mão. – Você está bem? – ela assentiu fracamente. - Afinal, o que ele queria?

– Eu... Eu não sei – ela hesitou – eu não o vejo há quase três anos.

– Mas... Porque ele só veio atrás de você agora?

– Porque foi só agora que ele me encontrou Percy.

– Você fugiu dele?

– S-sim. Mas eu não quero falar sobre isso agora.

– Tudo bem... – Acariciei seu rosto – não precisa. – ela sorriu.

– Você... Pode me levar para casa? Não vou conseguir ir para a escola, nós já perdemos a metade do primeiro tempo mesmo.

– Levo sim, mas vai ter que ser de moto. – ela mordeu o lábio em indecisão, mas no fim concordou.

***

Annabeth não afrouxou o aperto na minha cintura (que por acaso estava doendo pra “caramba”) o caminho todo. Acho que vou levar ela pra sair de moto mais vezes.

– Chegamos. – descemos da moto, a casa dela era enorme, mas não tive tempo de analisa-la pois logo Annie chamava minha atenção.

– Obrigada Percy... E me desculpe por tudo.

– Annie.

– Tudo bem, tudo bem. Eu... Quer a sua blusa?

– Não, pode ficar não tem problema.

Ela sorriu e virou para sair, então parou, ficou ali um pouco e então deu meia volta.

Do nada, o cheiro de morango dela ficou mais forte, tinham mãozinhas no meu peito. Eu não enxergava nada e meu cérebro derreteu, minha respiração trancou. Quando dei por mim, minhas mãos já estavam em seu quadril a trazendo para mais perto, mas o ar já se fazia necessário.

Eu não sabia o que falar, estava bobo. Ela sorria de olhos fechados, então abriu os olhos em um susto.

– Me desculpe. – e saiu correndo.

– Annie! – tentei chamar, mas ela já não me ouvia, já havia passado pelos portões.

Meu coração batia loucamente, algo novo em meses. O que ela estava fazendo comigo?

Coloquei meus dedos sobre os lábios e sorri, o beijo dela tinha gosto de morango.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E entãoo? Bom? Ruim? Reviews? Me joguem pedras? Qualquer coisa.