Annabeth I

“I got this feeling on the summer day when you were gone. I crashed my car into the bridge, I watched, I let it burn.”

Abri os olhos lentamente para acostuma-los com a claridade que entrava pela minha janela semiaberta.

- Droga... – resmunguei comigo mesma – despertador, porque precisas tocar tão alto?

Continuei resmungando enquanto tentava achar meu celular que continuava a tocar a ultima musica que não saia da minha cabeça, honestamente é a única música do Icona Pop que conheço, mas achei que seria um ritmo legal pra me fazer acordar de bom humor, mas levantei em sobressalto quando vi a hora. 6:45.

- Estou atrasada, atrasada, atrasada, estupida... – continuei me xingando e olhei para a cama ao lado, minha irmã babava lindamente seu travesseiro.

- Acorda Hazel, anda logo – praticamente gritei enquanto arrancava as cobertas dela.

- Ãn? O que? – ela gemeu e se encolheu – Droga Annabeth, me deixa dormir...

- Dormir? Sabe que horas são?

- Sei la, você não tem hora pra surtar.

- São seis e quarenta e oito. O ônibus passa às 7h, eu ainda não consertei o carro.

- Seis e quarenta e oito? Merda Annabeth, porque não avisou de uma vez?

Suspirei, deixei-a ir até o banheiro, sabia que ela ficaria ali até os últimos cinco minutos se arrumando, enquanto isso eu tentaria parecer apresentável no primeiro dia.

Olhei meu reflexo no espelho. Ótimo, pensei, com essas olheiras não vai enganar ninguém. Procurei um corretivo pra escondê-las e voltei ao trabalho de pegar uma roupa. Graças a Deus a Goode desistiu de fazer os alunos usarem uniforme, então peguei meus jeans escuros, uma camiseta larga, como de comum, de cor cinza com uma coruja. Minha camiseta favorita. Combinava com meus olhos, tão estranhos, tão tempestuosos. Tentei decidir o que fazer com a cascata revolta que chamava de cabelo, mas era difícil, parecia uma juba extremamente loira. Decidi fazer um coque frouxe mesmo. Olhei o relógio. Seis e cinquenta e cinco.

- Anda logo Hazel, vamos perder o ônibus.

Minha irmã estava, como sempre, deslumbrante.

Vestia um vestidinho de verão comportado, mas que ressaltava suas curvas que começavam a surgir, com os seus 13 anos, muito mais bonita do que eu era na época, usava uma maquiagem leve, o suficiente para parecer natural, mas não chegar de “cara lavada”, seus cabelos em cascatas castanhas batiam a baixo do ombro, extremamente parecidas com a minha, com a exceção de serem cachos comportados, seus olhos cor de avelas continham uma expressão alegre.

Olhei para ela e sorri como podíamos ser tão diferentes? Éramos como o dia e a noite. Uma clara e outra morena. Opostas.

Saímos correndo para pegar o ônibus a tempo, tive tempo de pegar uma maça e comer ao longo do caminho.

Assim que entramos no dito cujo veiculo minha irmã correu em direção as amigas, sorri satisfeita, elas pareciam legais para a minha maninha. Suspirei, sentei em um banco, novamente sozinha, coloquei meus fones e esperei chegarmos à escola. Aquele seria, sem duvida, um longo ano.