Pov Peeta

Eu estava caminhando em direção à sala para espairecer um pouco, essa noite não ouvi os gritos de Katniss talvez ela não precise mais de mim para se sentir segura. E isso me incomoda profundamente... Ela veio até mim e eu a ignorei. “Burro! Burro! Burro! Você é um burro Peeta Mellark! Ela queria você”... Agora terei que esperar pelo casamento para poder dormir ao lado dela, exalando seu perfume. Entristeço-me ao lembrar que não poderei tocá-la, pois será somente faixada... O dia mais maravilhoso e esperado da minha vida será somente mais uma farsa.

Estou no corredor quando alguém esbarra em mim me levando ao chão.

– Ai! – Ela diz, pareceu se machucar com a queda.

– Eita... Katniss você está bem?– Digo me levantando o mais rápido possível para ajudá-la.

– Desculpa... – Ela aceita minha ajuda, se levanta e sai correndo.

– Katniss?! – meu grito ecoa pelo corredor.

Corro até seu quarto e bato a porta, mas ela não responde igual como fiz ontem à noite, mas então me lembro de que ela não tranca seu quarto por ser perto ao meu como recurso para eu chegar a ela em uma noite de pesadelos. Abro a porta e dou de cara com ela, acho que ela já vinha abrir, eu não sei o que dizer e então ela pula no meu pescoço e me abraça forte, eu retribuo, seja lá o que ela esteja sentindo, tento transmitir através desse abraço que quero passar sua dor para mim.

Ficamos ali e quando ela quebra o abraço posso ver seus lindos olhos cinzentos agora vermelhos marcados pelo choro da minha garota em chamas.

– Peeta... - Ela diz chorosa e eu me derreto todo.

– Katniss, o que houve? – Pergunto preocupado.

– Minha... Minha... Mã... Mãe... Peeta! – Ela diz entre os soluços, então eu a abraço e a reconforto.

– Katniss sua mãe está bem, mesmo longe lembre- se de que ela ama você... – Digo afagando seus cabelos.

– Peeta... Acho que vou ligar pra ela... – Ela diz manhosa e minha vontade é de pegar ela no colo.

– Claro! Se ajudar... Eu pego o telefone para você. - Saio do quarto, me direciono a sala, pego o telefone e levo pra ela.

– Obrigada... – Ela diz como um sussurro.

Eu entrego o telefone e saio do quarto depositando um beijo em sua testa, dando privacidade para ela conversar com sua mãe, sei que esse é um grande passo para ela.

Quando saio dou de cara com Haymitch jogado no chão, com um copo vazio sujo de bebida em uma mão e sua inseparável faca na outra. “Haymitch sempre será Haymitch.”

– Ora, ora... Ora! – Ele diz e eu o ajudo a se levantar.

– Haymitch seu estado é deplorável... – Digo o segurando, pois ela não consegue sozinho.

– Garoto você e a docinho... Já querem consumar o casamento logo pela manhã? – Ele ri debochado.

– Haymitch, não fale bobagens! Effie se envergonharia de ver você assim... – Digo tentando desviar de seu bafo de bêbado.

– Nem quero saber daquela cabeça de vento... – Ele ri – Ela não me interessa!

– Sei... Assim como a lua vem pela manhã... – Eu ironizo.

– Isso mesmo! – Ele responde e dá de ombros... Acho que não entendeu a ironia.

Eu o levo para seu quarto que não é muito longe dali eu me dirijo para a sala de estar, a casa é muito grande e tenho certeza que ninguém me encontrará aqui, não por agora. Permito-me imaginar como seria se o meu casamento fosse real e se Katniss me amasse como eu sempre sonhei.

“Não é real... Dessa vez eu mesmo sei”.

Pov Katniss

Esbarrei em Peeta e com vergonha sai correndo, ele veio até meu quarto e bateu a minha porta como demorei em abrir ele mesmo abriu e ao vê-lo ali eu pulei em seu pescoço, precisava de alguém para não me sentir sozinha e ninguém melhor do que ele. Sinto-me tão segura ao seu lado, e agora com esse casamento... Tenho que me encontrar e me encontrando saberei o que realmente sinto pelo meu garoto com o pão.

A saudade de Cinna e a imensa falta que sinto de mãe me fizeram me sentir tão só, tão perdida... Cinna não está mais aqui. Mas minha mãe sim, e eu tenho que recuperá-la.

Confesso a Peeta e ele gentilmente se oferece para buscar o telefone e quando volta ele me entrega o telefone e dando um beijo no topo da minha testa sinto o carinho dele ali, ele se retira para me deixar falar com minha mãe a sós.

Ligar para ela depois de tudo o que aconteceu será um grande passo para mim, sei que será inevitável falar da minha patinha, minha doce irmã que tanto tentei proteger e que foi levada de mim de uma forma tão brusca.

Disco o número rezando para que ela atenda de primeira e para que eu não desista no meio da ligação.

– Alô? – A voz de minha mãe é como um sussurro.

– Mãe? – Não posso evitar lágrimas ao ouvi-la chorar do outro lado do telefone.

– Katniss! Minha filha! – Posso notar que ela se debulha em lágrimas.

– Mãe! Eu preciso tanto da senhora... – Não evito esconder o choro.

– Meu amor... Não sabe como sonhei com essa hora! Em que você ligaria para mim... Eu sempre fui tão fraca... Não teria coragem de dar o primeiro passo... E você sempre tão forte... – Ela confessa.

– Mãe... Preciso tanto da senhora... – Digo entre soluços.

–Meu amor... Fiquei sabendo do seu casamento... Fico feliz por você! – se pronuncia chorosa.

– Mãe... A senhora virá! Não é mesmo? – Sinto um fio de esperança se formar em mim.

– Katniss... Eu não sabia ainda filha... Se você iria querer me ver... Mas agora que me ligou... Sim minha filha! Sua irmã estaria tão feliz de saber que você está casando com Peeta... – Ela soluça entre as palavras.

–Minha patinha... – Volto a me debulhar em lágrimas.

– Filha... Sinto tanta falta da sua irmã... Que acabei me afastando de você... Nós só temos uma à outra para reconfortar em relação a Prim.

– Mãe... O papai está cuidando dela não é? – Me permito ser uma adolescente de 18 anos que realmente precisa de cuidados.

– Sim minha filha... – Ela chora bastante – E eles estão cuidando da gente.

Fiquei conversando com minha mãe, botando a saudade em dia. Ela me disse que ontem a noite recebera uma carta de Paylor onde explicava o meu casamento com Peeta e estava receosa em relação a aceitar vir, mas depois de minha ligação ela disse que virá.