Pov Katniss

Acordo e estou sozinha novamente, mais então percebo no travesseiro ao meu lado o cheiro de Peeta e isso me reconforta. Levanto, faço minha higiene matinal e me direciono ao salão para tomar café. Peeta está sozinho, me direciono a mesma mesa em que ele se encontra.

– Bom dia! – Digo sorridente.

– Bom! Você está melhor?- Ele diz com um sorriso no rosto.

– Sim. – Respondo retribuindo seu sorriso.

Tomamos café e ficamos papeando o tempo conversando sobre coisas avulsas, e Peeta parecia se sentir melhor ao meu lado. Anoitece, jantamos e nos direcionamos aos nossos quartos. Então nos despedimos, e uma coragem que não sei da onde veio toma conta de mim, então eu seguro seu braço.

– Peeta... Dorme comigo? É que... Que... Quando você está comigo ... Os pesadelos não vem... – Digo corando.

– Você quer mesmo que eu durma com você? – Ele parece querer me ouvir falar novamente.

– Sim, eu quero... – Respondo com um sorriso no rosto, meio acanhada.

Ele assente com a cabeça e vai ao seu quarto se arrumar para dormir e vem ao meu encontro, me arrumo e deito ao seu lado na cama me aconchegando em seu peito.

E assim se passam os dias, Peeta passou a dormir comigo, para me proteger de meus pesadelos. E hoje chegaremos á Capital e terá um fim essa curiosidade dentro de mim.

– Bem, estão entregues docinhos! - Diz Haymitch quando chegamos à casa presidencial.

– Agora vão se arrumar queridinhos! Paylor logo virá para falar com vocês. - Se pronuncia Effie.

Então Peeta e eu nos acomodamos nos quartos destinados a cada um, nos tornamos mais próximos no decorrer da viagem. Ao anoitecer jantamos todos juntos e Paylor nos dirige ao seu escritório.

– Gostaria de agradecer por terem vindo! É um prazer revê-los meus queridos. - Ela parece apreensiva.

– O prazer é meu Presidente Paylor. – responde Peeta como sempre um cavalheiro.

– O meu também. – Respondo.

– Bom vamos direto ao assunto, pois acho que é isso que vocês estão esperando... – Paylor se pronuncia receosa.

– Não posso negar. – Respondo com agonia e ansiedade.

– Bem, estamos recebendo ameaças recorrentes de grupos que são contra o novo governo, e muitas dessas ameaças se baseiam em boatos sobre o casamento e o bebê que Katniss perdeu durante o Massacre Quaternário, pois o desafio de vocês á Capital em prol do amor que diziam sentir um pelo outro, foi o ponta pé inicial da revolução.

– Presidente Paylor vá direto ao ponto porque os docinhos estão quase perdendo o pulso de tanto nervosismo. – Haymitch se pronuncia parecendo sóbrio.

– Tudo bem! Meus queridos Peeta e Katniss gostaria de pedir a vocês que se casem! – Ela se pronuncia sorridente, como se tirasse um fardo das costas.

– O que?! - Peeta e eu falamos ao mesmo tempo.

– Casar! Gostaria de pedir á vocês que se casem!

– Como assim?! – Peeta parece transtornado.

– Calma docinhos... Não é tanto sacrifício assim! – O Haymitch bêbado de sempre.

– Calma como?! – Peeta parece estar perdendo o controle.

– Calma meu querido! Vocês estarão casados mais não serão marido e mulher! – Uma Effie animada se pronuncia pela primeira vez.

Peeta e eu nos entreolhamos sem entender nada.

– Meus queridos, precisamos que oficializem o casamento de vocês, como uma forma de por um fim ao que pode se tornar o começo de uma nova rebelião, um casamento agora seria vantajoso e colocaria um fim a esses boatos. Por favor, é um pedido que lhes faço. – Paylor se pronuncia apreensiva.

– E como seria isso? – Novamente um Peeta nervoso se pronuncia.

– Simples meus querido! Na Antiga América existia uma lei que constava a seguinte informação: ”Marido e Mulher que não consumarem o casamento, este poderá por meio jurídico ser anulado perante o pedido de uma das partes interessadas”. – Uma Effie sábia se pronuncia. - E essa lei ainda revigora em Panem.

– Traduzindo: Se vocês não fizerem ”Love” depois de casados, vocês poderão pedir a anulação. – Haymitch diz, enfatizando a palavra “Love” parecendo debochar da situação.

– Mas as pessoas podem desconfiar! Um casamento e depois a separação... - Digo meio inquieta com a proposta.

– Pensamos nisso também querida! Podemos dizer que a paixão acabou que a revolução destruiu o amor, vocês são jovens, todos vão entender. – Effie esclarece.

– Pensem que é meu último recurso! Se eu tivesse outro modo de por um fim nesses boatos, eu o faria, mas como não tenho, eu lhes faço esse último pedido, em nome da amizade que nutrimos uns pelos outros.

Paylor parece me convencer... Na verdade estou mais é preocupada com Peeta, ele não está reagindo nada bem a essa situação, então... Pensando que esse casamento seria essencial para a nossa reaproximação, decido intervir.

– E como funcionaria isso? –Pergunto curiosa.

– Seria simples... Vocês se casariam e dentro de um mês pediriam a anulação. – Effie novamente.

– Mas e todo o lance do bebê e do nosso casamento falso que serviu como base para a revolução? – Dessa vez é Peeta que se pronuncia curioso.

– A anulação ficaria somente entre nós, para as outras pessoas vocês só se separariam, poderíamos dizer que a cerimônia em que vocês se casaram foi a cerimônia do pão. – Effie esclare a dúvida de Peeta.

– Sim! – Haymitch gargalha – A cerimônia tradicional em nosso distrito! Ninguém desconfiaria.

– E então vocês aceitam? Um mês é só o que lhes peço... – Paylor parece ansiar por nossa resposta.

– Andem logo docinhos! Porque minha bebida acabou e aqui nesse escritório não tem nenhuma.

– Eu aceito! – Me pronuncio.

– O quê?! – Peeta diz transtornado.

A situação fica tensa... Peeta parece não me apoiar e isso muda tudo... O que será que ele vai falar? Vai aceitar ou não?

–E então? – Effie pergunta ansiosa.

– Fala logo garoto! – Haymitch parece irritado com a demora pela resposta.

Peeta nos encara posso notar raiva em seus olhos, e isso me perturba, pensei que ele fosse aceitar sem pestanejar e ele está agindo dessa forma. Isso não é bom sinal.