É hoje, chegou o dia... Estou tão ansiosa que nem sei dizer o que estou sentindo. Só de pensar que Peeta está voltando para o 12 e que vai morar aqui, bem pertinho de mim, me dá uma alegria profunda, e ao mesmo tempo um medo... Medo de ele não ser mais ele mesmo, medo de ele não me olhar com o mesmo olhar de antes, medo de ele NÃO me amar como ele amava antes, resumindo... Tenho medo de perdê-lo, mas desta vez para sempre.

Levanto da cama, faço minha higiene matinal, minha trança lateral, me arrumo, depois de muito tempo, me sinto revigorada... Só o fato de saber que ele está voltando me deixa assim que tenho medo de ter um treco na frente dele.

Achei melhor não ir com Haymitch buscar Peeta, o medo de ter um treco foi maior do que minha vontade de pular no pescoço dele e não soltar mais... Depois de um bom tempo, Grasey Sae já me trouxe o almoço e estou roendo o pouco de unhas que eu ainda tinha, na esperança de que Peeta viesse me visitar... Bem, acho que fiquei só na esperança porque está escurecendo e nada de Peeta ou Haymitch. Começo a pensar que ele não quer me ver, e isso me fere demais.

Escurece e decido de recolher para dormir e tentar não pensar naqueles olhos que eram o meu refúgio. Acordo, assustada, mais um pesadelo para me assombrar a noite... E vai ser assim todos os dias, pois não tenho mais aqueles braços para me aconchegarem e aqueles lábios para dizerem que vai ficar tudo bem.

2 meses depois...

O dia amanheceu mais uma vez... Não falei com Peeta, desde o episódio das prímulas que ele plantou no meu jardim, gritei com ele, e ele pareceu extremamente chateado, não o vejo desde então, ele manda alguns pães de queijo, pois são meus favoritos através de Grasey Sae, sinto meu coração comprimir toda vez que escuto batidas na porta na esperança de ser ele... Mais nunca é, geralmente é Grasey Say ou Haymitch.

Decido sair para caçar, para relaxar um pouco, me arrumo e saio, passo pela cerca, agora em parte destruída e avisto a floresta, o lugar em que me encontro, o meu refúgio, antes dos braços de Peeta. Caço coelhos e cachorros selvagens, penso em como seria ver Peeta sorrindo para mim novamente, decido que será hoje, vou aproveitar e levar algumas caças para Peeta pois sei que ele ama cozinhar... Chego em frente a sua casa e bato a porta. Escuto passos, e são os inconfundíveis passos de Peeta, pois nunca foi muito silencioso.

Katniss? - Ele parece surpreso ao me ver, mas lança um sorriso torto, o sorriso que eu amo.

Peeta, eu estava caçando... E trouxe algumas caças para você... Pois sei que gosta de cozinhar... - Disse meio nervosa.

Oh, que bom! - Ele diz e dá espaço para que eu entre em sua casa.

Peeta, agora preciso ir... - Digo deixando as caças em cima da mesa.

Poxa... Você poderia almoçar aqui qualquer dia que quisesse... - le diz meio envergonhado.

Poderia ser hoje! - Falo sem perceber.

Ele me lança novamente aquele sorriso que me derrete por dentro Claro! Eu sorrio em retribuição.

Peeta vez um delicioso ensopado de carneiro com ameixas, me deliciei, conversamos sobre o tempo em que ele esteve se tratando e como está sendo voltar ao 12, ele me diz que está pretendendo reconstruir a padaria de seus pais, ele me faz sorrir, e depois de muito tempo, consigo me sentir na presença de MEU Peeta novamente.

Peeta, está ficando tarde, tenho que ir... - Digo, não quero ir embora, mas é preciso.

Oh, tudo bem... Mais poderia nos ver mais vezes... - Ele diz meio envergonhado.

Claro! - respondo sorridente, e pulo em seu pescoço para lhe abraçar.

Não sei dizer quanto tempo ficamos ali, mas ele retribuiu meu abraço, nos separamos meio constrangidos, mais fui para casa satisfeita.

Ele estava lá, meu Peeta estava lá... Não deixarei que ele se afaste novamente.