A Seleção - Fic Interativa escrita por Gilya


Capítulo 40
Capítulo 40 - O Fim


Notas iniciais do capítulo

Olá o/
Chegamos ao fim T.T
Fim de ano fim de fic...
Eu gostei de escrever esse capítulo e espero que vocês gostem de ler ^-^
Tenho uma surpresa para vcs. Esse cap será narrado em 1º pessoa (êêêêêêêêê)



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Um mês depois da cerimônia da Escolha...

CLOE

Meu coração batia tão forte. A imagem refletida no espelho não era eu. Não podia ser eu. Era bonita demais para isso. Mas era eu, afinal. Meu vestido era tão lindo. Um trabalho magnífico de um estilista profissional. Minhas criadas ficaram chateadas de não poderem fazer meu vestido. Mas eram ordens da rainha.

América havia se unido à minha mãe no que eu gostava de chamar do Superesquadrão do Casamento. As duas simplesmente não deixavam a mim e ao Andie em paz. Surgiam de repente das sombras para perguntar se eu queria camélias ou frésias no buquê. Ou então bolo de frutas vermelhas ou de café. E se eu respondesse “café” elas sempre diziam que era melhor frutas vermelhas. Meu vestido havia sido escolhido a dedo, assim como as comidas servidas, as roupas da madrinha, as músicas que a banda tocaria... a cor do laço na quina da mesa. Tudo pensado e repensado pela Rainha América e a Sra. Rosalie. Durante todo aquele mês eu havia ficado no meu quarto da Seleção. Minha mãe, América e Janine haviam ocupado todo o meu tempo com questões do casamento. Já Andrew estivera ocupado com assuntos do governo, porque ele iria se tornar rei em pouco tempo então tinha muita coisa para organizar.

Havia, assim, sobrado pouco tempo para nos encontrarmos. Quando tínhamos tempo para dar uma caminhada morríamos de rir da obsessão das nossas mães pela festa perfeita de casamento. Mas agora, faltando minutos para eu subir no altar, eu me sentia grata pelas duas. Elas fariam o dia mais feliz das nossas vidas, o dia mais perfeito também (apesar de nós ainda sermos adeptos as imperfeições calculadas, como dançar fora do ritmo). Eu amava Andrew com todo meu coração e não me importava a festa, nem sequer o fato de estarmos casando (apesar de eu particularmente amar este fato), se eu estivesse junto com ele, eu estava feliz.

As portas se abriram e Jace, meu irmão mais velho, entrou. Ele carregava sua filhinha de um mês e meio, Cambria. Cambria usava um vestidinho bege muito fofo, especial para a ocasião. Minha cunhada Clary vinha logo atrás. Eu ainda não conseguia acreditar que Jace era pai. E que eu era tia. Peguei Cambria no colo e olhei seu rostinho sereno enquanto dormia. Eu queria tanto ser mãe. Suspirei com tal pensamento e devolvi Cambria para os braços de Jace, que a passou por Clary, porque segundo eles, ela estava ficando com fome, apesar de eu não ter percebido nada. Deve ser instinto de pai.

Cassie foi a próxima a me visitar. Ela sorria enquanto desfilava seu vestido por aí.

—Cassie! —Chamei e a abracei.

Ela olhou para mim e para o meu vestido, e sorriu.

—Uau! Clô você parece uma princesa. —Ela piscou para mim —Mas você será algo melhor. Você será uma rainha.

Sorri também e a abracei.

E então era a hora. Hora de subir no altar. Meu coração batia ainda mais forte e eu tive uma súbita vontade de me sentar. Meu estômago estava embrulhado como ele sempre fica quando estou nervosa. Me distraí estralando os dedos. Mas eles são apenas dez e eu precisaria de pelo menos cem para esse nervosismo cessar. Meu pai finalmente apareceu na Sala da Noiva (como o Superesquadrão do Casamento a chama). América e minha mãe saíram para tomar seus lugares no Grande Salão e eu fiquei sozinha com meu pai. Ele parecia estranho de terno. Mas um estranho bom.

—Preparada? —Perguntou-me ele.

Respirei fundo e ajeitei a postura.

—Não.

Ele sorriu.

—Então vamos.

***

ANDREW

Eu definitivamente odeio a regra do atraso da noiva. Nós, noivos ficamos de pé no altar, esperando apreensivos ela chegar. Mas a verdade é que não tem felicidade maior do que quando ela chega.

Cloe estava magnífica. Seu vestido combinava perfeitamente com ela. Ela olhava para as pessoas na igreja sorrindo. As Selecionadas haviam comparecido ao casamento, assim como alguns amigos da minha família e toda a família de Cloe. Eu havia escolhido como padrinho o Lewis é claro, e Cloe havia escolhido Eveline como madrinha. Os dois estavam mais atrás no altar observando a graciosa caminhada de Cloe. Ela sorriu para mim quando me viu. Não um sorriso para as câmeras. Um sorriso sincero.

Ela e o pai pararam quanto chegaram ao altar e Sr. Devonne me entregou a mão dela. Meu sorriso se abriu ainda mais enquanto ela subia no altar.

—Oi —Sussurrei-lhe sem saber o que dizer.

—Oi —Ela sussurrou de volta com um sorriso.

Todo o protocolo foi seguido e o Juiz de Paz fez o discurso. Cloe apertava a minha mão em um lembrete que ela estava ao meu lado (como seu eu pudesse me esquecer) e eu fazia o mesmo para tranquilizá-la. Os votos foram ditos. Promessas que jamais quebraríamos. E então era a hora do beijo. Janine havia dito expressamente que era apenas algo simbólico. Um beijo leve, afinal estávamos na presença da imprensa.

Mas quando nossos lábios se tocaram, eu queria que fosse especial. O nosso primeiro beijo como marido e mulher tinha de ser especial. E dane-se a imprensa. Cloe também não pareceu se importar e passou os braços ao redor de meu pescoço. As pessoas aplaudiram e riram. Quando nos separamos procurei Janine na multidão. Ela também sorria e assentiu levemente para mim. Olhei para Cloe que ainda tinha os braços ao redor da minha nuca. Nós sorrimos um para o outro. Era o fim definitivo da Seleção e o começo da nossa história.

***

CLOE

A festa foi no jardim. Eu não queria ficar nem um segundo longe de Andrew, mas o Superesquadrão do Casamento me puxou para a Sala da Noiva. Segundo elas o meu vestido não era apropriado. Então trocamos por um mais leve. Quando eu voltei para a festa as pessoas já tinham roubado Andie de mim. Vários convidados cercando-o para dar os parabéns. Eu mesma fui cercada. E pela primeira vez eu quis realmente chorar. Todas estavam aqui: Louise, Lenna, Juliana, Daphene, Chelsea, Melissa, Danelina, Mellanny, Eveline... e Scarlett. Nós nos abraçamos, e meio que rimos, meio que choramos. Todas nós de novo. Juntas.

Skye permaneceu calada durante a conversa inteira, rindo ocasionalmente. Ela parecia diferente. Seu sorriso mais sincero e mais feliz. Mais livre. As meninas foram procurar uma mesa que coubessem todas nós e eu puxei Skye para um canto.

—Já falou com o Príncipe Lewis? —Perguntei sem rodeios.

Skye fez que não com a cabeça.

—Nem vou. É melhor para nós dois deixar como está.

Suspirei. Desde que Scarlett saíra eu havia continuado conversando com ela por carta. Contara para ela sobre como Lewis reagira a partida dela. Deixava a par de tudo. Lewis, por sua vez, sempre perguntava se eu ainda mantinha contato com Scarlett. Quando eu respondia que sim ele sempre fazia a mesma pergunta: “Ela está bem?”. Nada de: “Ela tá namorando?” ou “Ela perguntou por mim?”. Como se apenas ela estar bem bastasse. Eu sempre respondia que sim e ele sempre agradecia sem pedir mais detalhes.

—Ele sofreu muito por sua causa. Ainda sofre. Você deveria falar com ele... —Opinei.

—Você contou para ele que eu vinha? —Perguntou Scarlett ligeiramente assustada.

—É claro que não. —Revirei os olhos e sorri. —Se eu tivesse feito isso ele teria te esperado no portão.

Skye olhou para o chão.

—Então é melhor deixar assim mesmo. Não vamos ganhar nada nos reencontrando. Você disse que acha que ele está melhor. Que ele vai me esquecer...

—A questão Scarlett, é: você quer que ele te esqueça?

Ela não respondeu.

—O Príncipe Andrew ficou raiva de mim e do Lewis? —Perguntou ela depois de alguns minutos.

Sorri.

—Não. Acho que ficou mais surpreso, mas ele entendeu a situação. O Andie nem ligou na verdade, tirando a parte que você fez o irmão mais novo dele sofrer pacas, ele está de bem com você. O Andie é incrível Skye! Ele é tão compreensivo! Você não tem ideia!

Skye arqueou uma sobrancelha e depois caiu na gargalhada. Eu nunca tinha visto ela rir assim tão abertamente.

—Tão apaixonada... —Disse ela.

Fiz uma careta, mas ri também.

Skye foi embora logo depois. Nem se sentou comigo e as meninas. Ela disse que havia vindo apenas porque não suportaria perder meu casamento. Andrew apareceu mais tarde, e nós fomos dançar (dessa vez no ritmo porque todos estavam nos assistindo). Agora que estávamos juntos eu não pretendia me separar dele. Nunca.

***

SCARLETT

Eu passei apressadamente pelo jardim em direção à saída. Num dado momento eu tive um vislumbre de Lewis. Ele conversava com os convidados. Eu me apressei com medo de que ele me visse. Eu era uma covarde. Eu sempre fora. E por mais que eu quisesse, talvez eu nunca tivesse coragem para mudar isso. Talvez eu nunca tivesse a oportunidade de ser corajosa novamente.

Quando cheguei na saída as limusines esperavam os convidados que voltavam. As lágrimas ameaçaram cair. Virei-me para olhar o imponente Palácio de Iléa. Aquele era o adeus. O adeus definitivo. Eu não tinha mais motivos para voltar ali. Senti uma dor no peito quando pensei nisso. E lágrimas realmente caíram.

Entrei na limusine. Quando fechei a porta e o motorista acelerou vi pela janela Lewis aparecer na entrada. Ele estava sem fôlego. Olhava para os convidados que iam embora a minha procura. Seus olhos por fim pousaram na minha limusine. O vidro estava aberto e ele podia me ver. O motorista finalmente saiu do palácio e Lewis desapareceu do meu campo de visão. Eu poderia ter pedido o motorista para parar. Mas não o fiz. Tão covarde...

***

LEWIS

Eu estava conversando com um Conde de algum lugar quando a vi. Ela desapareceu rápido na multidão, mas era ela. Pedi licença para o Conde e fui até Andrew que estava muito próximo. Ele também estava conversando com convidados por isso pedi licença e puxei ele para longe.

—A Scarlett está aqui? —Perguntei com urgência.

Ele piscou surpreso.

—Que eu saiba, não. A Cloe disse que ela recusou o convite.

Franzi o cenho. Não fazia sentido. Era ela. Eu tinha certeza. Fui até Cloe que conversava com algumas amigas ex-Selecionadas.

—Cloe, —Chamei. Ela olhou para mim. —A Scarlett veio?

Cloe arregalou os olhos. Ignorei os olhares interrogativos das outras Selecionadas. Depois suspirou e assentiu.

—Sim. Ela acabou de ir. Ela me disse que não era para te contar.

Mas eu já estava correndo. Pedindo licença para os convidados, atravessei o Jardim em direção a saída. Cheguei a saída sem fôlego. Algumas pessoas já estavam indo embora, outras estavam chegando para a festa. Mas nenhuma delas me importava. E a que me importava não estava ali.

Finalmente eu a vi na limusine. Segundos antes de perde-la de vista de novo. Pedê-la de novo. Dessa vez pra sempre.

***

ANDREW

A festa acabou e os criados começaram a recolher e limpar a bagunça. Cloe e eu permanecemos na zona de guerra. Estávamos sentados em uma mesinha observando os empregados trabalharem esperando arrumarem a limusine que nos levaria para um tour pela cidade para os cidadãos nos verem, e depois até o aeroporto. Íriamos passar a Lua de Mel na Nova Inglaterra.

Cloe se apoiou no meu ombro.

—Finalmente sós. —Ela disse com um suspirou de contentamento.

Virei-me para encará-la. E a beijei. Bem lentamente, prolongando o momento, e ela retribuiu. Meu coração pulsava loucamente. Nós nos separamos e eu plantei um beijo delicado na base de seu pescoço. Voltei a olhar para seu rosto.

—Eu te amo. —Disse olhando nos olhos dela.

—Eu te amo —Declarou ela, tão séria quanto eu.

Sorrimos e nos beijamos mais uma vez. Cloe se afastou e sussurrou no meu ouvido:

—Temos plateia...

Olhei para o Jardim e vi que todos os empregados nos observavam. Eu soltei uma risadinha e eles voltaram a trabalhar.

—Sempre teremos... —Eu disse para Cloe.

Ela apoiou a cabeça no meu ombro novamente. Fechou os olhos e eu fiz o mesmo.

—Ainda sim, eles nunca vão saber como eu te amo...—Ela sussurrou sorrindo. —Eles nunca vão ser capazes de compreender. Por mais que olhem....

Eu sorri e beijei o topo de sua cabeça. Era verdade. A dimensão do nosso amor apenas nós sabíamos. Não importava quantas pessoas observassem a gente, ou quantas câmeras estivessem apontadas para nós. No final o que importava era o que sentíamos um pelo outro. E isso era mais que suficiente.

***

Três semanas e meia depois do casamento...

LEWIS

A primeira gota caiu. Estava na hora.

***

SCARLETT

Meu estúdio na Carolina estava indo bem. Eu adorava dar aulas para crianças. Eu ainda não conseguia assimilar tudo que havia acontecido no último mês. Desde que eu havia saído da Seleção havia cortado relações com minha mãe, já que essa não havia aceitado minha decisão de sair de casa. Havia comprado uma casa pequena em um bairro residencial da minha província, a Carolina. A casa tinha um quarto, uma cozinha, uma sala e um banheiro. Apenas o básico. Mas também havia o estúdio que tinha uma entrada separada, mas que era conectado a casa. Eu dava aulas de dança para crianças carentes no estúdio. Havia inscrito a minha escola de dança em uma ONG financiava trabalhos como esse e agora o estúdio estava fazendo sucesso na comunidade. Aquela era uma conquista minha. Eu nem podia acreditar naquilo ainda. Às vezes eu me arrependia da minha decisão de deixar Lewis, mas na maioria das vezes eu sentia que havia feito bem. Eu havia resolvido muitas questões na minha vida. Conquistara a minha independência que sempre fora importante para mim. Eu havia mudado muito.

Mas mesmo depois de conhecer várias pessoas novas com o meu trabalho, conseguia esquecer aquele sorriso torto.

Suspirei e me sentei no chão do estúdio com as pernas cruzadas enquanto bebia café. Lá fora chovia forte e o som da chuva me acalmava. As gotas atingiam o teto do estúdio com raiva. Deixei a xícara ao meu lado e me deitei no chão de madeira de lei.

A campainha tocou de repente e eu me sobressaltei. Era da porta do estúdio. Me levantei e abri a porta cautelosamente (não tinha olho mágico).

Lewis sorriu do outro lado da porta. Eu a abri a porta de verdade. Lewis estava de sobretudo camisa polo branca e calça jeans escura. Tão normal. Ele sorriu para mim como se fosse a coisa mais normal do mundo ele ter se materializado ali. Acontece que a porta do meu estúdio não possuía alpendre, então Lewis estava em baixo da chuva torrencial. Seu sobretudo havia começado a encharcar e seu cabelo já caía nos olhos com gotinhas pingando dos fios encharcados.

—Lewis! —Disse surpresa.

—Skye! —Respondeu ele com um sorriso torto.

Abri mais a porta para permitir a passagem dele.

—Entre. Você vai ficar doente. —Pedi a ele.

Ele apenas acenou negativamente e tremeu na chuva.

—Não. Antes eu tenho algo para te falar. —Ele estava sério agora.

Meu estômago se embrulhou de nervosismo. Estava com medo (como sempre), mas não podia permitir que ele ficasse mais tempo na chuva.

—Fale. —Permiti por fim.

Ele agora já estava totalmente encharcado.

—Eu te odeio por ter me deixado daquele jeito. —Ok. Definitivamente não havia começado bem —E apesar de eu entender seu motivo eu simplesmente não consigo aceitar. Eu acho que eu estou fazendo papel de bobo, porque se você tivesse mudado sua decisão teria me procurado. Você teve chance de fazer isso. —Ele me olhava nos olhos esperando que eu contestasse, mas eu não o fiz. O que iria dizer? —Mas de qualquer forma eu esperei até chover e peguei um voo de Angeles até aqui para tentar uma última vez. Dizem que não se pode culpar alguém por isso... —Ele lançou um sorriso triste —Eu simplesmente não consigo esquecer você. Toda vez que eu vou naquela biblioteca, ou no lago, ou no jardim... A esperança está me matando Skye. — Ele tremeu de frio sob a chuva. Fitou o chão um instante antes de me olhar novamente. —Então só me diz se você mudou de ideia quanto a... nós. Se você ainda não mudou, eu vou aceitar... e te esquecer. —Ele pronunciou as últimas palavras como se essas fossem dolorosas.

E realmente eram. Percebi que ele não havia dito o que faria se eu mudasse a minha escolha. Ele não estava se permitindo ter esperança.

—Eu não me arrependo da minha Escolha. —Disse por fim. Seus olhos me fitavam ansiosos. —E acho que ela também fez bem para você. Muita coisa mudou durante esse mês. Eu mudei muito durante esse mês. —Ele tremeu novamente sob a chuva. Percebi que ele estava se segurando para não bater o queixo —Mas o que eu sinto por você não mudou.

Ele demorou um segundo para processar a informação.

—I-isso quer dizer que você mudou de ideia? —Perguntou ele ainda hesitando em acreditar. Tremendo visivelmente agora.

Acenei séria.

—Sim

Ele abriu um sorriso enorme. Meu coração bateu desenfreado em resposta. Seu queixo bateu e eu voltei para o mundo real.

—Entra logo antes que você fique doente.

Eu abri novamente a porta para que ele entrasse, mas ele apenas me puxou para perto dele. Eu arfei de surpresa quando ele me puxou pela cintura sem aviso. Nossos corpos colados sob a chuva. Arregalei os olhos de surpresa, mas ele apenas sorriu torto. Minha roupa começou a encharcar.

Lewis inclinou-se em minha direção. Ele hesitou com seus lábios a milímetros de distância do meu, inseguro. E eu decidi que era hora de parar de ser covarde. Pousei a mão em sua nuca sentindo o cabelo completamente encharcado. O puxei para mais perto. Ele deu um último sorrisinho antes de nos beijarmos. Lewis fechou os olhos um segundo antes de mim, e a última coisa que eu vi antes de também fechar os meus, foram as gotículas de água em seus cílios. Ele me beijou devagar. E eu senti cada terminação nervosa em meu corpo colapsar. Eu sentia tudo e ao mesmo tempo não conseguia prestar atenção em nada. Lewis aprofundou o beijo segurando minha cintura como se eu pudesse fugir. Mas eu não iria fugir. Nunca mais.

Quando nos separamos sem fôlego, percebi:

—Uma manhã chuvosa... —Sussurrei. —Isso é como o capítulo final do livro. —Ele sorriu e acenou concordando. —Você realmente esperou até chover para vir aqui?

—Mm-hum. Desde que eu te vi no casamento eu esperei que chovesse. Pacientemente. —Ele sorriu bobamente e tirou uma mecha de cabelo molhado da frente do meu rosto. —E valeu a pena.

Devíamos ser uma visão cômica para os vizinhos. Dois jovens completamente encharcados se beijando na chuva logo antes de serem internados com pneumonia.

—Podemos entrar agora? —Pergunto dando um rápido beijo em seus lábios.

Ele dá de ombros em concordância. Estamos quase entrando quando me lembro de algo.

—Espera. Você disse o que aconteceria se eu não tivesse mudado de ideia, mas não explicou o que aconteceria se ocorresse o contrário.

—Ah, sobre isso —Ele coçou a nuca. Fechou os olhos e depois de respirar fundo ele se ajoelhou. Coloquei a mão na boca sem acreditar. Ele segurou minha mão esquerda. —Scarlett Ezzura, aceita se casar comigo?

Ele mordeu o lábio inferior de nervosismo. Por um momento apenas o som da chuva era audível. Minha voz ficou presa na garganta

—Mm-hum — Foi a única coisa que consegui pronunciar. Eu acenei com a cabeça incapaz de encontrar a minha voz. Lewis voltou a ficar de pé. Engoli em seco e limpei minha garganta. —Sim.

Ele sorriu novamente. E me puxou para perto colando nossas testas.

—Eu te amo. — Eu disse primeiro. Ele me deixou dizer primeiro porque sabia o quanto aquilo significava para mim.

Ele então me beijou. Calma e lentamente. E então finalmente disse:

—Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Eu ´programei os dois epílogos e os agradecimentos para serem lançados de cinco em cinco minutos então se ainda não estiver disponível algum desses espero uns cinco minutinhos que ele aparece ok?



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