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O grande dia havia chegado. Eu não precisava falar que durante todos esses dias, eu e Ross basicamente não descansamos nada! Absolutamente, NADA! Vou explicar melhor para vocês .
Resumo dos últimos dias : Eu e Ross prestando n depoimentos para poder casar tudo direitinho e Suzan e David serem condenados. Junto com isso, meu querido tornozelo que agora já deixava de ser luxado para ser inchado apenas. Doía ainda, mas eu já podia utilizar a botinha ortopédica, o que era um grande alívio. Ah claro, minha mãe me ligava todos os dias cobrando minha visita com Ross até a casa dela. E eu confesso, eu queria muito ir, eu queria me ver livre logo de tudo aquilo e meu Deus como estava demorando.
Talvez não tanto quanto deveria, porém o grande dia chegou. O dia dos depoimentos, o dia D, o dia em que o Juiz finalmente daria a tão esperada sentença , e eu espero que ela seja longa.

– Muito bem Sr. Herthel o Sr. disse que sua intenção nunca foi o sequestro da Senhorita Bellini então porque cooperou nesse sequestro ridículo? - Lee nossa detetive e advogada defendia brilhantemente o caso como sempre. Ela resolveu assumir já que eu e Ross passamos a ser testemunhas, e ela sabia muito bem fazer isso.
– Bem, eu no começo só topei pelo dinheiro, mas, depois que descobri que meu querido amigo o Detetive Ross estaria por trás da investigação, resolvi ir mais afundo. - ele respondia tudo com a maior frieza do mundo. Ross estava tenso, apertei sua mão que estava entrelaçada a minha com força. Ele olhou para mim e respirou fundo. Para Ross era muito díficil, estava revivendo tudo de novo, e eu não queria isso, mas, era necessário, infelizmente era necessário.
– Então você assume que é responsável pelo sequestro de Megan Bellini e que a Mandante Suzan Allen também fez parte disso tudo. - Lee falou séria e cruzando os braços na frente dele.
– Sim, eu assumo. Fiz tudo o que eu fiz, e tem mais faria muito mais se vocês não tivessem chegado para atrapalhar meus planos contra a policial mediocre. - ele falou apontando para mim . Revirei meus olhos e mantive a mesma pose, a respiração de Ross estava ficando cada vez mais pesada e não era de excitação, acredite era de fúria mesmo.
– Você assume que atacou uma policial? - Lee perguntou incrédula com a frieza dele.
– Sim, eu queria era matá-la na frente do imbecil do John Ross, me vingaria do mesmo modo que eu fiz com a irmã dele, mas, claro que antes eu tinha outros planos. Afinal ela era bem gostosa, e dava pro gasto. Me lembra muito a irmã dele, uma verdadeira delícia. - David falou e Ross voou mais rápido do que eu pudesse piscar. Ele foi par acima de David, porém Collins e Sparks seguraram ele com mais força.

– Filho da puta! Assassino! Eu vou matar você ! - ele dizia enlouquecido.
– Ordem! Detetive Ross, comporte-se ou farei você passar alguns dias esfriando a cabeça na prisão. - falou o Juiz que comandava o julgamento.
– Collins - chamei ele caminhando lentamente em direção ao Juiz. - Leva ele pra fora, eu já vou. - Ele assentiu com a cabeça e me dirigi ao Juiz. - Excelência, me desculpe. Eu sei que não justifica a emoção dele estar a flor da pele, mas, o réu pegou pesado mexeu com feridas da vida pessoal dele, desculpe Excelência, vamos nos retirar. - falei e o Juiz apenas ascentiu com a cabeça. Eu fui caminhando devagar até o lado de fora, não andava perfeitamente mas, já conseguia me mover melhor. Cheguei do lado de fora da sala de julgamento e Ross estava irado, Collins tentava controlá-lo mas, parece que a fúria havia o tomado.

– Deixa comigo - falei chegando perto e Collins apenas deixou o espaço livre.
– Vou estar por perto se precisarem - ele falou e saiu junto com Sparks.
Fiquei por alguns instantes em silêncio como da outra vez, apenas esperando que o tempo fosse o suficiente para falar algo a ele. Mas, eu não sabia nem por onde começar.
– Você está melhor ? - perguntei e ele soltou uma risada irônica.
– O que você acha? - ele me perguntou alterado.
– Acho que está descontando na pessoa errada e se for para ser assim eu prefiro ir embora , só quero te ajudar - falei e ele fechou os olhos. Ross respirou fundo por alguns instantes e depois voltou seu olhar em mim. Senti seus dedos tocarem meu rosto e dei um pequeno sorriso. Encontrei um olhar triste, e eu odiava encontrar aqueles olhos avelãs que me faziam perder os sentidos tão magoados daquela maneira.
– Desculpe, não quis descontar em você. Deixei minhas emoções tomarem conta de mim. - ele falou desabafando.
– Tudo bem, não foi fácil aguentar aquilo calado . Você apenas respondeu ao que ouviu. É natural. - passei as mãos lentamente por entre os cabelos dele. Ross fechou os olhos novamente e jogou a cabeça para trás. - Não te culpo, ele mexeu em uma ferida grande que existe em você. Mas, ele não encostou um dedo se quer em mim, eu nunca permitiria isso e se ele fizesse eu mesma o mataria, pode ter certeza. O que aconteceu não foi sua culpa, não foi culpa de ninguém, foi uma fatalidade. Sua irmã odiaria te ver assim, então não fique assim, ela está feliz eu tenho certeza, porque ela sabe que o irmão dela defenderia ela até no inferno se fosse preciso. - sorri e senti ele pegar minha mão e levar até seus lábios, dando um beijo demorado em seguida.

– Obrigado, obrigado por ser assim pra mim, por me apoiar e me entender. Nem eu me entendo - ele disse brincalhão me fazendo rir.
– Eu também não me entendo por isso nós dois nos damos tão bem - falei sorrindo. Ross fitou meus olhos profundamente, aí aquilo me deixava sem ar, completamente sem ar.
– Nos damos bem, por muitos motivos, mas o principal deles.. - ele parou de falar nesse instante e juro que se eu não estivesse sentada ali do lado de fora daquele forúm eu desmaiaria.
– O principal deles.. ? - falei lentamente e ele sorriu, olhando no fundo dos meus olhos. Olhos avelãs, respirar, pulmão, ar, ar ,ar olhos castanhos, ai socorro!
– É que eu te amo, esse é o principal motivo de nos darmos bem. - Oi? Ele me disse isso mesmo? Ele me ama? É sério? Acho que sonhei, to sonhando, vou acordar , é . Ele deu uma risada gostosa , acho que minha cara estava patética. - Você está bem? - ele perguntou divertido.

Sacudi minha cabeça e sorri envergonhada.

– É que.. - falei ainda tentando encontrar uma maneira de responder aquilo. Era tão simples, porque eu estava dificultando?
– É que..? - ele falou sorrindo. AI que sorriso, Deus que homem! Eu eu era louca por ele, essa era a única verdade. Ama o cheiro dele, o perfume, o toque, o calor do corpo, os olhos, o sorriso, a boca, eu amava ele por completo porque ele me completava. E isso bastava.
– Eu te amo - falei em um sorriso tímido e senti os lábios dele grudarem nos meus em seguida. O beijo era calmo, era apaixonado, dizia tudo aquilo que sentíamos, apenas por um simples toque.

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