26 de Setembro de 2013

Bem, depois desses dois dias, eu finalmente estava em minha casa. Na verdade, eu passei os últimos dias tentando convencer Ross a me deixar ir ao departamento, gostaria de saber como as coisas estavam e o mais importante de tudo : O Sr. Smithers queria muito falar conosco e já esperávamos que ele iria nos afastar de nossos cargos, afinal ele sabia sobre nosso namoro e isso não era mais segredo para ninguém. Acho que no fundo Sr. Smithers apenas fingia não ver ou saber, mas já sabia melhor do que qualquer outra pessoa poderia.

Bem, depois de encher muito Ross finalmente estávamos na porta do Departamento.

Ross abriu a porta do carro e me ajudou a descer, devido a luxação que eu havia causado no meu tornozelo eu estava com a perna engessada. Sim, eu esqueci de contar que devido a minha grande aventura eu havia quebrado duas costelas e luxado o tornozelo, até que o estrago não havia sido tão grande como era para ter sido.

– Nick! – Lee falou animada e correu em minha direção, ela me deu um abraço um pouco torto, meio esquisito devido ao meu péssimo equilíbrio com minha perna ruim. – Como é bom te ver! – ela disse animada e eu sorri em retribuição.

– Eu fico feliz de ver você também! – falei e Collins veio logo em seguida, me cumprimentando junto a Ross.

– E como está essa perna mocinha? – Collins perguntou e eu mantive meu sorriso.

– Doendo bastante, mas está bem – falei e Ross revirou os olhos.

– Falei para ela que ela precisava de repouso, mas, ela é mais teimosa que não sei o que – ele falou e eu mostrei a língua a ele.

– Shiu! – falei rindo – Ei me diz e o Sr. Smithers? – perguntei curiosa e Collins fez uma pequena careta.

– Quer mesmo saber? Está louco para arrancar a cabeça de vocês – Collins respondeu naturalmente e eu me ajeitei no sofá que havia ali.

– Estou louca para que isso aconteça – falei e fitei Ross por alguns instantes. Eu tinha certeza do que eu queria e de quem eu queria. E eu sei que ele também tinha essa certeza.

– Mas, antes tem alguém que quer muito te ver – Lee falou e eu a fitei curiosa. Vi em seguida, Megan adentrar a sala onde estávamos. Ross ajudou-me a levantar e a menina correu em minha direção. Dei um abraço apertado nela e um sorriso de missão cumprida surgiu em meu rosto.

– Megan, minha corajosa heroína – falei sorrindo e vi ela sorrir mais. Seus pais entraram logo atrás dela. – Como você está?

– Estou bem..um pouco assustada, ainda não consigo discernir muito bem tudo o que houve, mas, eu estou bem. Eu vim lhe agradecer por ter me salvo detetive, o que você fez foi um gesto de coragem muito grande – ela falou e eu abri mais meu sorriso. Eu amava quando meu trabalho era reconhecido, mas amava, mais ainda, quando eu via que o final era feliz e que tudo poderia voltar ao normal dentro da sua possível normalidade.

– Não me agradeça, Megan você foi muito corajosa fugindo de lá e indo sozinha buscar ajuda.Você é uma grande heroína e graças a você, você está viva hoje – falei e ela negou com a cabeça.

– Nós somos – falei sorrindo e corrigindo minha frase em questão.

(...)

Depois de toda a conversa com Megan, foi a vez do Sr. Smithers. Adentrei sua sala com ajuda de Ross, coitado ele havia virado minha bengala praticamente. Mas, ele jamais reclamava, cuidava de mim com todo amor e carinho do mundo.

– Licença Sr. Smithers – falei e ele me olhou com a mesma cara de sempre.

– Olha só os pombinhos apareceram – ele falou irônico e revirei meus olhos. – Bem já imagino que saibam que os chamei aqui por saber do relacionamento que vocês mantiveram durante algum tempo por baixo do meu nariz não é? Pois bem, sabem também que não posso manter vocês dois em minha equipe não sabem?? E o que acham que eu devo fazer com vocês dois por quebrarem as regras?

– Nos afaste – respondi naturalmente e ele me olhou desconfiado.

– Não tem medo senhorita Crawford? – ele me perguntou. Meu olhar nesse instante foi em direção a Ross, ele mantinha a expressão bem tranquila e serena.

– Não tenho medo nem de uma arma apontada para minha cabeça, não terei medo de ser afastada , aliás faça isso Sr. Smithers será de imenso favor – falei ele pareceu ficar chocado com tudo o que eu havia acabado de falar. Como eu já havia dito não tinha medo de perder nada, apenas queria ter a certeza de que Ross estaria por perto e apenas isso bastava.

– Não acha que está se arriscando demais senhorita Crawford? Sua carreira é que está em jogo - ele falou e eu dei de ombros.

– Ah coisas mais importantes do que minha carreira Sr. Smithers e com todo respeito, eu e Ross somos bem grandinhos e não nos apaixonamos pelo inimigo. Já o senhor..

– O que está querendo dizer detetive? - ele respondeu alterado. Eu sabia que o atingiria em ponto certo. Eu não deixaria Sr. Smithers por fim a carreira de Ross, que até o momento não falava absolutamente nada, apenas nos observava em silêncio.

– Estou dizendo que ter um caso com a suposta policial novata que na verdade é a bandida e quase colocou a perder nosso mês de investigação. E o pior de tudo quase, colocou a vida de dois detetives em risco, os dois que estão aqui em sua frente.

– É acho que agora a casa caiu Sr. Smithers - Ross respondeu com o sorriso de canto nos lábios.

– Eu vou desligá-los por desacato e pedirei a prisão de vocês. - ele rosnou a nós. Revirei meus olhos, e cruzei meus braços. O Senhor Smithers provavelmente esperava que fossemos bater os pés, ou qualquer birra possível. Mas, permaneci quieta e calma. Sr. Smithers me conhecia bem o suficiente para saber que ameaças não funcionavam comigo.

– Ok, vocês dois ficam. - ele falou cansado e completamente irado. Abri um enorme sorriso a ele.

– Obrigada Sr. Smithers! Ah e quanto as nossas férias.. - falei e ele levantou de imediato.

– Podem tirar quantos dias quiserem, apenas me avisem para que eu possa organizar os casos e se eu precisar chamarei vocês.

– Perfeito! - falei e Ross me ajudou a levantar com cuidado. Fomos andando devagar até a porta da sala do Sr. Smithers e assim que Ross fechou a porta, começamos a rir muito.

– Gente, mas o que aconteceu? - Collins perguntou perturbado e sem entender nada. Apenas ríamos, afinal Sr. Smithers era uma boa pessoa, mas, precisava entender que não era ele quem mandava sozinho, e que ele não poderia jogar os erros dele em cima de nós, não mesmo.

Bem depois de diversas risadas e muita conversa, decidimos que seria hora de ir embora. Nos próximos dias o Julgamento de David e Suzan aconteceria e teríamos que estar preparados, afinal viramos de detetives a vítimas em poucos instantes.

Bem, agora bastava esperar e depois disso, longos dias de descanso viriam. Longos dias.

(...)