Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Bem...... Peço desculpas pelo super atraso, só que a minha preguiça de férias se juntou com o carnaval, aí já viu kkkkkkk. Preguiça eterna. Espero que gostem do capitulo.



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Duas semanas se passaram depois do sequestro do cientista, a policia estava louca atrás dele e de mim. Acho que foi por isso que não recebi nenhum trabalho de ninguém. Dana e Bea passaram essas duas semanas em treinamento na agencia, enquanto isso, eu estava voltando ao meu estado de pobreza, já que não tinha ganhado nenhum dinheiro nessas duas semanas, pensei até em pedir o meu pagamento adiantado para Minna. Só que aí eu ficaria devendo novamente o aluguel. Olhei para as luzes das casas pela janela da sala e aspirei a brisa que passava.

— Que fome... — Coloquei a mão sobre a barriga quando ela roncou e abaixei a cabeça. Olhei as horas no relógio, 21:15 da noite. Tenho que comer alguma coisa, se não amanhã não consigo nem levantar para a escola. Será que Dana ou Logan estavam acordados? Peguei o meu celular do bolso e disquei o numero de Dana. Esperei um pouco e caiu na caixa postal. Liguei para Logan e esperei.

— Alô — Escutei a voz de Logan do outro lado.

— Logan! Aqui é a Sora — Falei animada. — Tudo bem?

— Hã... sim. Algum problema?

— Não, não — Cocei a cabeça. Como eu poderia chamar ele para sair para comer algo? — Você já jantou?

— Ainda não. Estou saindo do trabalho agora. Por que? — Perguntou, eu quase poderia ver o sorriso de canto dele.

— Quer sair para comer alguma coisa?

— Quero sim. Quer ir a onde?

— Você que sabe — Respondi dando de ombros.

— Humm. Então vamos comer um sanduiche — Disse dando um riso baixo. — Vai pagar o seu?

— Claro que não — Respondi rindo.

— Eu imaginei. Por isso que chamei para comer sanduiche — Disse rindo do outro lado. Sorri também. — Me encontra lá? Na lanchonete?

— Aham. Então até daqui a pouco — Falei e desliguei a ligação.

Tirei a roupa amassada de dormir que estava vestindo e peguei uma roupa limpa. Vesti uma calça jeans e uma camisa de manga cumprida vermelha, calcei o tênis preto e penteei o cabelo, escovei os dentes, peguei o meu celular e sai de casa. Caminhei pelas ruas da cidade rapidamente, a noite estava fria, senti meus dedos ficarem dormentes.

Demorei poucos minutos para chegar a lanchonete do qual sempre íamos. Entrei e olhei em volta, vi Logan acenando para mim e fui em sua direção. Estava usando uma camisa branca de lã e calças pretas.

— Boa noite — Disse me dando um sorriso.

— Boa — Respondi e me sentei a sua frente. — Noite fria, hein?

— Aham, acho que a época de chuva está chegando — Disse coçando a cabeça, olhou para mim e colocou a mão no queixo. — Sua comida acabou?

— Novidade, né? — Falei dando de ombros e suspirando. — Você sabe que o meu salário eu pago o aluguel. Aí fica difícil as vezes de comprar comida.

— Você vai acabar se matando desse jeito — Disse cruzando os braços. Se ele soubesse das coisas que eu fazia que quase me mataram.

— Achou que vou ter que arrumar outro emprego — Digo acenando para a garçonete.

— Faça hora extra no restaurante, tenho quase certeza que Minna aumentará o seu salário — Disse olhando para o Menu que a Garçonete lhe entregou. — Como eu que vou pagar, eu escolho.

— Tudo bem — Levantei as minhas mãos e sorri.

— 3 sanduiches de carne e um de frango para levar, dois refrigerantes de laranja — Disse ele.

— Ok, em alguns minutos ficará pronto — Disse a garçonete anotando o pedido e se afastando.

— Então.... O que você faz no sábado a tarde? — Perguntou Logan relaxando no banco a minha frente.

— Na maioria das vezes nada — Respondi. — Faço as atividades do colégio e dou uma estudada nos assuntos que mais tenho dificuldade.

— E como está se saindo?

— Bem, ainda não fiz nenhuma prova — Dei de ombros e cocei a cabeça. — Mas os professores lá são bem rígidos.

— Quer o quê? Melhor escola da cidade — Disse dando de ombros. — Como estão as suas amigas?

— Quem?

— Aquelas que vieram naquele dia almoçar no restaurante — falou acenando com a mão.

— Ah. Bea e Dana, estão bem — Cruzei os braços e fechei os olhos. — Elas estão participando daquele projeto de agentes, quase não as vi nos últimos dias.

— Espera — Ele se inclinou sobre a mesa e me encarou. — Aquelas duas são AGENTES? — AGENTES era o nome dos alunos que iriam participar da Organização Auxiliar da policia. Eles usavam uma braçadeira preta com sigla O.A.P.A de Organização Auxiliar de Policiais Alunos no braço. Resumindo, a população chamavam eles de Agentes.

— Aham — dei de ombros.

— O que elas fazem? — Perguntou curioso.

— Quer saber os poderes? Ou em que parte elas atuam na Organização? — Perguntei.

— Os dois — Disse me encarando com aqueles olhos castanhos.

— Bem, se eu não me engano as duas estão na área de combate — Falei coçando o queixo. — Não tenho certeza, pois não me falaram direito. E a respeito dos poderes, não sei exatamente se posso falar.

— Entendo — Disse relaxando no banco novamente. Vimos a garçonete vim em nossa direção com o pedido. Sentamos direito no banco e começamos a comer. Logan pediu só um sanduiche para mim, mas eu não iria reclamar afinal já estava ganhando um sanduiche de graça. Conversamos sobre outras coisas até terminamos de jantar. — Agora eu enchi.

— Aham — Concordei encostando minha cabeça no banco e repirando fundo. — Salvaste minha vida Logan.

— De nada — Disse dando um sorriso. — Mas você vai ter que me pagar um jantar um dia.

— Pode deixar — Falei dando um sorriso de canto.

— Bem, vamos indo? Estou realmente cansado hoje — Disse esticando os braços e ficando de pé.

— Vamos — Me estiquei também e levantei. Logan pegou o sanduiche embalado e saímos da lanchonete. — Então. Nós vemos amanhã?

— Sim — Disse sorrindo, se aproximou de mim e deu um beijo na minha testa. Colocou o sanduiche embalado nas minhas mãos e sorriu. Fiquei um pouco sem jeito e sorri de volta. — Aqui. Coma no café da manhã, pelo menos não vai para a escola com fome.

— Ah. Muito, muito obrigada — Falei dando um sorriso enorme de alegria. Logan era um anjo que me salva da fome.

— Tente não comer de madrugada — Logan disse dando as costas e começando a andar na calçada.

— Ok!! — Gritei. Olhei para a sacola nas minhas mãos e sorri. Até amanhã eu vou sobreviver. Comecei a caminhar pela calçada em direção a minha casa.

Quando cheguei, guardei o sanduiche na geladeira, escovei os dentes e fui para a cama. Estava muito frio para ficar acordada, sem dizer que não tinha nada para fazer. Todas as minhas atividades estavam feitas, depois de muita luta. Tinha até estudado capítulos a frente do que estávamos na escola. Era bom sempre adiantar o assunto já que eu quase não tinha tempo para estudar direito. Puxei o lençol até o pescoço e dormir.

Acordei com o despertador tocando, levantei da cama me arrastando e fui para o banheiro, tomei um banho quente e vesti o meu uniforme, coloquei o meu sanduiche no microondas e o depois o comi.

— Abençoado seja Logan — Sussurrei de barriga cheia. Escovei os meus dentes, peguei minha mochila, o celular e sai de casa. Desci as escadas devagar e entrei na rua.

Demorei alguns minutos para chegar na escola, larguei minha mochila na mesa e me sentei na cadeira. Dana apareceu logo em seguida. Colocou suas coisas na sua mesa e veio na minha direção.

— Bom dia — Disse dando um sorriso simpático.

— Bom dia. Como tem estado? — Perguntei colocando minha mão no queixo e me apoiando na mesa.

— Ocupada, tenho muita coisa para aprender ainda, mas tirando isso estou bem — Respondeu se sentando na cadeira a minha frente. — E você o que anda fazendo?

— Nada de mais — Só morrendo de fome e tédio. Olhei para a porta e vi Bea entrando, ela olhou para mim e sorriu.

— Sora. Dana. Bom dia — Disse Bea se aproximando de nós.

— Bom — Respondemos.

— Faz tempo que não falo com você — Disse Ela olhando para mim.

— Pois é, vocês andam muito ocupada com o novo trabalho — Falei dando de ombros. Olhei para elas e levantei as sobrancelhas. — Mas ai. Vocês já receberam alguma missão?

— Ainda não — Disse Dana baixinho. — Mas estamos trabalhando nisso.

— Hummm, é mesmo?

— É — Confirmou Bea, olhou para Dana e cruzou os braços — Fiquei sabendo que você cruzou com a Lightning Hunter alguns dias atrás.

— Foi, na verdade um esbarrão — Dana disse esfregando o braço e sorrindo.

— E o que achou dela? — Perguntei curiosa. Queria saber o que elas duas achavam do meu eu criminoso.

— Bem, se estiver perguntando o que eu achei no momento —Começou Dana a falar. — Não achei nada, afinal ela me derrubou no chão de repente, mas foi gentil em me ajudar a levantar enquanto tinha um policial atrás dela, o que me surpreendeu.

— Serio? — Disse Bea olhando para ela.

— Aham, ela está envolvida no sequestro do Cientista Gustav — Disse Dana cruzando os braços. — Provavelmente ela estava fugindo da policia por causa disso.

— Pode ser — Comentei. Opaaa, será que eu vi um ponto positivo no gentil de Dana? Engoli em seco e cocei a cabeça discretamente. — Bem, o que vocês acham dela?

— Dela quem? Lightning Hunter? — Dana olhou para mim e eu confirmei com a cabeça. — Bem, ela é uma fora da lei, procurada, criminosa. Tem aparência de ser bonita e é incrivelmente poderosa.

— Isso todo mundo sabe — Disse Bea. — Acho que o que Sora tá perguntando é se achamos o que ela faz errado.

— Claro que é errado — Dana disse com confiança, engoli em seco e esperei ela terminar. — Ela é uma criminosa e ponto.

— Mas diga lá, você não acha legal como ela consegue escapar da policia bem debaixo dos narizes deles? — Disse Bea sorrindo.

— Não que eu goste — Dana levantou as mãos e deu de ombros. — Mas tenho que admitir que ela é bem esperta.

— E você Sora o que acha dela? — Perguntou Bea olhando para mim.

— Hã, eu? Bem.... — Droga! Limpei a garganta e engoli em seco. — Acho ela legal.

— Legal? — Disse Dana, Bea apenas esperou eu terminar.

— É legal. A forma que ela luta sem machucar seriamente as pessoas — A maioria das pessoas pelo menos — O poder dela e tals. As tatuagens dela que são maneiras.

— Isso é verdade — Concordou Bea sorrindo.

— Mas acho que o que mais gosta dela é o jeito que ela lida com as situações difíceis. Tipo “ isso tem que ser concluído de qualquer jeito”. Entendem? — Falei, eu esperava que aquela conversa servisse para responder a pergunta. E bem, não era exatamente mentira o que eu estava falando. Eu Dava um jeito de cumprir as missões de qualquer jeito, por que se não estava lascada depois e não porque eu queria.

— Acho que entendi — Disse Bea coçando o pescoço.

— E você Bea? — Perguntei. Dana já tinha acabado comigo dizendo que eu era criminosa, só faltou dizer que me queria apodrecendo na cadeia.

— Eu sou neutra. Acho ela legal, mas a considero uma criminosa. Espero poder um dia me encontrar com ela e perguntar o porque de usar o seu poder para o crime, quando que podia usar o seu poder para combatê-lo — Respondeu.

— Simples, hã? — Falei dando um sorriso.

— Pois é. Mas acho que vai demorar muito para alguém finalmente captura-la — Disse dando de ombros, o professor entrou na sala e começamos a aula.

Na hora do intervalo, Dana e Bea dividiram o lanche comigo já que viram que eu não tinha trazido nada para comer. Tive que engolir o meu orgulho graças a minha fome eterna. Quando a escola acabou fui para o restaurante, troquei de roupa e comecei a cozinhar. Havia muito movimento no restaurante durante a hora do almoço, Logan e eu trabalhamos que nem loucos. Depois do horário de pico do almoço, as coisas ficaram mais calmas e eu finalmente pude conversar com Minna.

— Minna — Falei me aproximando do balcão onde ela sempre ficava.

— Sim? — Ela estava guardando o dinheiro no caixa, deu um olhar para mim de canto e levantou a cabeça. — Algum problema?

— Problema nenhum. Eu queria perguntar se eu posso fazer hora extra — Balancei os ombros. — Como ficar trabalhando de noite e aos fins de semana.

— Hummm. Pode sim — Disse dando de ombros e olhando para mim, levantou as sobrancelhas — Tá precisando de dinheiro ?

— É, o salário atual não tá servindo — Dei de ombros e mordi o canto da boca.

— Entendo, vou ver no que posso aumentar o seu salário — Minna voltou a prestar atenção no caixa. — Comece hoje então.

— Ok. Obrigada — Falei e voltei para a cozinha.

— Então? — Perguntou Logan quando entrei na cozinha.

— Ela deixou e disse que ia ver se aumentava o meu salário — Respondi pegando um pedido em cima do balcão.

— Isso é bom. Mas você tem que ver se aguenta trabalhar mais e não ter problema na escola — Disse lavando as mãos que estavam sujas de farinha.

— Acredito que não vai ser um problema — Falei. Cloe entrou na cozinha com uma bandeja cheia de pratos sujos e foi para a pia lavar a louça. Olhei para ela de lado e vi os seus olhos azuis me encarando. — Algum problema?

—Hã? Quê? Nada não — Disse virando o rosto rapidamente.

— Humm — Sussurrei e fui até a geladeira, tirei alguns ovos de lá.

— Sora, vou fazer uma pausa — Disse Logan se alongando e tirando o avental.

— Ok, eu cuido das coisas aqui — Falei e comecei a preparar o prato. Logan saiu da cozinha me deixando a sós com Cloe, quebrei os ovos em uma vasilha e comecei a bater a clara. — Então...

— Hmm? — Cloe olhou para mim com as sobrancelhas levantadas.

— Como tem ido com Dana?

— Mais ou menos — Disse ela ficando com o rosto corado — Na verdade, não falei muito com ela nesses últimos dias.

— Nem eu, ela está ocupada com o trabalho — Respondi dando de ombros. — Vai ficar um pouco difícil falar com ela daqui em diante, eu acredito.

— Hmm — Cloe abaixou a cabeça e lavou o ultimo prato sujo. — Mas bem, se não der certo, tudo bem.

— Você é daquelas que não se machuca facilmente, hã? — Falei dando um sorriso de canto, ela deu outro sorriso e saiu da cozinha.

Quando o turno da noite começou, percebi que eu era a única que não trabalhava a noite. A noite era até mais movimentado do que de dia, os alunos que saiam da escola de tarde passavam a noite comendo e jogando conversa fora. Finalmente quando deu 23 horas, começamos a fechar o restaurante. Fui para o vestiário e troquei de roupa rapidamente, tirei minha mochila do armário e peguei o meu celular.

Havia uma mensagem de um numero desconhecido. Era um encontro ás 2 horas da manhã em um beco do centro da cidade. Guardei o celular no bolso e cocei a cabeça, geralmente me ligavam ou eu reconhecia de quem era o numero. Será que era uma armadilha?

Respirei fundo e dei de ombros, só tinha uma maneira de descobrir, indo até lá. Despedi-me do pessoal e fui para casa. Larguei minhas coisas sobre o sofá e fui direto para o armário, procurei alguma coisa para comer e encontrei um pacote de salgadinho. Olhei para a ultima comida que tinha em casa e engoli em seco, precisava conseguir dinheiro ainda hoje.

Abri o pacote e comecei a comer calmamente. Liguei a Tv e assisti um desenho animado. Joguei o lixo fora e fui para o banheiro tomar um banho. E aproveitei as duas horas restantes para tirar um cochilo. Coloquei o meu celular para despertar e caí no sono imediatamente.

Acordei com o meu celular tocando, mas não era o despertador. Sentei na cama e atendi.

— Sora — Falei com sono.

— Pelo visto estava dormindo — Disse uma voz masculina do outro lado.

— Que foi Phanix? — Falei coçando os meus olhos.

— Tenho uma missão para você.

— Certo. Quanto vale? — Digo olhando para os meus pés.

— 4 milhões da sua divida — Respondeu. — Me encontre na boate próxima ao parque em 20 minutos.

— Ok — Desliguei a ligação e vi as horas 1:30 da manhã. Se não foi ele que me mandou a mensagem, seria então uma emboscada? Fiquei de pé e fui até o guarda roupa, peguei minha calça preta rasgada, meu top e meu sobretudo preto, calcei meus tênis e olhei para a mascara preta que eu tinha ganhado na ultima missão. Se for uma armadilha, seria melhor usa-la. Coloquei a mascara no rosto e suspendi o capuz pela cabeça. Peguei a Sabre na maleta e juntei suas partes. A lamina saiu e eu a coloquei na minha cintura. Guardei o celular no bolso da calça e saí.

Subi o muro de uma casa e depois no telhado. Sai correndo pelos telhados das casas até quando não pude mais, olhei para o parque a minha volta e localizei Phanix com o seu cachecol vermelho sentado em um banco na parte escura. Pulei do telhado e caí de joelhos no chão, fiquei em pé e corri em sua direção. Fiquei atrás dele e pude ver que tinha uma arma por dentro da camisa.

— Sua missão é roubar uma pedra para mim na joalheria — Disse ele me dando uma pasta, a abri rapidamente e vi a foto de uma pedra verde escura com pontos dourados. Olhei rapidamente o endereço da joalheria e levantei as sobrancelhas. Era a melhor joalheria da cidade, o sistema de segurança deles era bem rígido. Havia os locais das câmeras e os dados de qual era o sistema de segurança deles.

— Bem, acho que vale o risco dos 4 milhões — Falei guardando a pasta no meu sobretudo.

— Sem erros. Entregue a pedra apenas para mim — Disse Phanix mexendo no cachecol e tirando um pequeno saco do bolso da calça, peguei-o e guardei. — Agora vá.

Dei as costas para ele e me afastei dali, subi no telhado de um prédio e sentei na beira, tirei a pasta e li os dados novamente. Peguei o meu celular no bolso e olhei as horas, fiquei de pé e comecei a correr. Depois de alguns minutos cheguei ao beco do centro da cidade marcado. Olhei de cima do telhado para ver se não era uma armadilha e vi apenas um cara de jaqueta preta encostado na parede. Pulei do telhado e cai a sua frente, ele ficou rígido e eu olhei para ele.

— Foi você que me chamou? — Perguntei encarando ele com os olhos azuis.

— Sim — Disse ele engolindo em seco.

— Quem é você e como conseguiu o meu numero? — Fiquei de pé e me aproximei dele.

— Um amigo me deu o seu numero e me chamo Jeff — Disse dando um passo para trás.

— O que você quer? — Perguntei.

— Tenho um trabalho para você — Disse e se abaixou, pegando uma maleta do chão, saquei minha espada e apontei para o seu pescoço. Ele abriu a maleta devagar e eu vi que tinha dinheiro, muito dinheiro dentro.

— Quanto? — Falei ainda com a espada apontada para ele.

— 2 milhões de S’s — Respondeu fechando a maleta. Olhei para ele e tentei ler se o que estava falando era verdade, ele engoliu em seco e eu apertei a espada contra a sua garganta.

— Se você estiver me enganando, mato-o aqui mesmo.

— Não, não estou — Disse levantando as mãos e engolindo em seco, vi o suor escorrendo pela sua testa e esperei.

— Qual é o trabalho? — Perguntei encarando ele, pude ver o meu reflexo nos seus olhos e vi que os meus olhos estavam brilhando azul.

— Uma pedra, quero que roube uma pedra para mim — Levantei minha sobrancelha direita e apertei a espada contra o seu pescoço.

— Qual pedra?

— Uma Alexandrita. Uma Alexandrita — Disse nervosamente. Percebi que estava falando a verdade e afastei minha espada dele.

— Que tamanho, cor e lugar? — Perguntei olhando para o seu rosto que estava uma mistura de medo e nervosismo. Tirou uma pasta de dentro da jaqueta e me entregou, abri rapidamente e vi que era na mesma joalheria de Phanix. Tinha os dados do tamanho e da cor. Aquela pedra valia no mínimo uns 30 milhões. — Você não está me enganando, está?

— Não claro que não — Disse colocando a mão no peito. — Olha, eu sou um traficante de pedras preciosas. E essa pedra eu vou levar para outro país, eu mesmo a roubaria se eu conseguisse passar pelo sistema de segurança, mas não consigo. Então, vai aceitar?

— Eu vou, mas se for uma armadilha, eu vou te procurar até nos confins do inferno e vou te matar, entendido? — Falei colocando o meu rosto próximo ao dele, ele fez que sim com a cabeça e eu me afastei. Jogou um saco e duas luvas para mim, guardei-as no bolso. Subi no telhado de um prédio e corri em direção ao centro. Minutos depois parei na cobertura de um hotel e abri as duas pastas, li novamente os dados e os decorei.

Olhei para a joalheria a minha frente e cocei a nuca, seria complicado roubar duas pedras raras como aquelas. Guardei as coisas e desci do prédio, cai sobre a calçada e olhei em volta, a rua estava completamente vazia, fiquei de pé e corri em direção a joalheria, fui para a entrada dos fundos e vi que precisava de um cartão, combinação de senha e digital. Respirei fundo e tirei minha luva direita, eu tinha que destrancar e desativar os alarmes logo em seguida. Coloquei minha mão sobre o aparelho na parede e descarreguei um pouco de eletricidade, engoli em seco quando vi os números da senha aparecendo e a porta destrancou, abri a porta devagar e olhei para dentro, vi várias joias e pedras nas vitrines. Olhei para a parede e vi uma luz vermelha piscando.

Ok, estava na hora de desligar o alarme, a parte difícil começava agora. Eu conseguiria desligar os alarmes por apenas 3 minutos, depois disso eles religavam. De acordo com os dados que me deram, a joalheria tinha sistema de alarme de som, sensor de calor e movimento. O alarme era silencioso e quando ativado as portas e as vitrines eram imediatamente lacradas. Só percebesse que o alarme foi ativado quando uma luz verde aparecia nos lugares das vermelhas.

Lembrei exatamente onde as pedras estavam e engoli em seco. 3 minutos. Lancei o meu poder no aparelho e vi as luzes vermelhas desaparecerem, apertei o cronometro do meu relógio e entrei na loja. Olhei em volta e localizei a primeira porta a esquerda, abri-a e vi que era uma sala enorme com várias pedras, justamente como Phanix disse no relatório. Olhei em volta e vi uma pedra verde em uma vitrine. Corri na direção dela e parei na frente, era a pedra que ele queria, verde com dourada, nome Douratrix.

Dei uma volta ao redor da pedra e vi que tinha um sistema de alarme, coloquei minha mão no pequeno painel e escutei um barulho de algo destrancando, engoli em seco e tirei o vidro de cima devagar, coloquei-o no chão e peguei a pedra lentamente. Esperei algo acontecer, mas não houve nada, pus a pedra dentro de um dos sacos e guardei no meu sobretudo. Coloquei o vidro no lugar e sai dali, tinha 1:30 restantes.

Olhei em volta e abri a porta da esquerda, entrei em uma sala com várias outras pedras. Passei correndo pelo corredor de pedras e localizei a que eu queria. Destranquei o vidro e tirei a Alexandrita devagar, segurei-a nas mãos e olhei para aquela pedra que estava começando a passar de um vermelho para um azul. Guardei-a no saco e depois no bolso, e saí correndo dali, olhei para o relógio 35 segundos.

Fechei a porta da sala rapidamente e entrei na sala principal, quando cheguei no meio vi as luzes ficarem vermelhas. Lascou. Apertei o meu passo e segurei a maçaneta da porta, as luzes ficaram verdes, empurrei a porta e ela se abriu com dificuldade, escutei o barulho das coisas sendo lacradas e me joguei para fora da joalheria. Bati minha cabeça na calçada e vi minha vista ficar um pouco embaçada.

Coloquei os meus pés no chão e fiquei de pé, escutei o barulho de carros de aproximando e comecei a correr para longe dali, chequei se as pedras e o resto das coisas estavam comigo e escalei um prédio, bem na hora que um carro da policia entrou na rua. Sentei no chão da cobertura e respirei fundo. Tinha sido por pouco. Esvaziei os bolsos e coloquei tudo no chão, rasguei as duas fichas em pedacinhos minúsculos, coloquei cada pedra em um bolso diferente e me pus a andar.

Caminhei pelos prédios até chegar onde eu vi aquele homem. Ele estava sentado no chão falando ao celular, não consegui ouvir a conversa. Olhei em volta e não vi ninguém junto com ele, algo me dizia para não confiar nele. Estalei o meu dedo e desliguei tudo em um raio de 5 metros, escutei ele largando alguma coisa no chão e desci do prédio. Eu tinha queimado o celular dele. Fiquei de pé a sua frente e ele olhou para mim.

— Você conseguiu? Vi vários carros da policia passando — Disse ele. Enfiei a mão no bolso esquerdo e lhe mostrei a Alexandrita.

— Agora deixe-me ver o dinheiro — Falei, ele acenou com a cabeça e empurrou a maleta na minha direção. A abri e chequei o dinheiro, havia bolos de 100 e 50, todas verdadeiras. Contei alguns bolos e acho que tudo tinha 2 milhões. Fechei a maleta e me aproximei dele. Coloquei a pedra e o saco sobre a sua mão. — Foi bom fazer negócios com você.

— Eu quem o diga — Disse Jeff me dando um sorriso e colocando a pedra no bolso da jaqueta. — Cuidado com o dinheiro.

Ele deu as cotas e saiu do meu campo de vista. Escalei o prédio novamente e senti a brisa noturna me envolver, respirei fundo e fiz o meu caminho até a base de Phanix. Escondi a maleta em um lugar seguro na cobertura de um hotel, e desci para a rua. Não me preocupei de ser vista andando na rua aquela hora, afinal eu estava na perifeira, muitos ali me conheciam. Os capangas de Phanix abriram a porta e eu entrei, vi os caras da sua gangue assistindo um filme de luta na TV de plasma e outros jogando baralho. Entrei em um corredor e bati na terceira porta a direita.

— Entra — Escutei a voz de Phanix do outro lado. Abri a porta devagar e vi que ele estava sozinho mexendo no computador. Olhou para mim e cruzou os braços. — E então? Meus capangas disseram que viram viaturas da policia indo em direção a joalheira. Pensei que não tinha conseguido.

— Pelo jeito vocês me subestimam — Falei tirando o saco da pedra do bolso direito e colocando sobre a mesa. Phanix abriu o saco e tirou a pedra verde com dourada. Deu um sorriso e revirou a pedra nas mãos.

— Eu sabia que conseguiria — Disse ele sorrindo e guardando a pedra no saco. — Afinal você é a única que eu conheço que conseguiria passar por aquele alarme.

— É, não foi difícil, tive que só ser muito rápida — Dei de ombros.

— E rapidez e compromisso é com você mesmo — Phanix disse dando um tapa na mesa. — E eu também mantenho a minha palavra, a sua divida de 9 milhões agora foi reduzida para 5 milhões. Continue fazendo os trabalhos que eu peço e logo logo sua divida será paga.

— Espero — Falei e acenei para ele, ele deu um aceno e eu me retirei dali. Peguei a maleta do esconderijo e fui para casa.

Tirei o meu sobretudo e sentei no chão do quarto. Retirei o dinheiro da maleta e comecei a contar bolo por bolo. Quando terminei, confirmei que tinha 2 milhões de S’s certinho. Não teria problemas com dinheiro por um bom tempo. O único problema era que eu não poderia ficar com todo aquele dinheiro em casa, teria que depositar no banco. E para depositar tamanha quantidade, eles iriam perguntar onde que eu consegui aquele dinheiro.

—Amanhã eu penso em como depositar, vou tomar um banho e ir dormir — Falei em voz alta, guardei o dinheiro no meu cofre secreto no banheiro e tomei um banho. Deite na cama e finalmente pude tirar uma boa noite de sono.

Escutei o barulho de pássaros cantando perto da minha janela e olhei as horas no relógio, faltava 5 minutos para o meu despertador tocar, desliguei-o e sentei na cama, estiquei os meus braços e esfreguei os olhos. Fiquei de pé e fui fazer as primeiras necessidades do dia, depois fui até a cozinha e abri o armário. Não vi nada para comer e voltei para o banheiro, tomei um banho e me arrumei para ir para a escola.

Peguei 30 S’s no cofre para ir comer em algum lugar e saí do apartamento, entrei na rua e senti a luz do sol no rosto, caminhei pela calçada e parei em uma padaria, sentei em uma das mesas e pedi, pão com ovos, bacon e suco de laranja. Enquanto comia olhei para a Tv e percebi que estava passando o jornal da manhã. E a reportagem era sobre o roubo de duas pedras preciosas que tinha ocorrido ontem a noite.

— Pode aumentar o volume — Pedi para a atendente, ela aumentou o volume e eu pude entender o que o Detetive Bones estava falando.

— De acordo com os últimos segundos da gravação das câmeras de segurança do local — Começou ele a falar, ai a filmagem de 4 segundos pareceu. Eu estava segurando a maçaneta da porta para fugir, a imagem focou no meus braços e mostrou as minha tatuagens. — Percebe-se claramente as tatuagens tribais no braço direito do assaltante, o que bate com as tatuagens da criminosa Lightning Hunter.

— Detetive, nos últimos dias a Lightning Hunter tem cometido uma serie de crimes, o que a policia tem a dizer sobre isso? Estão perto de conseguir descobri a sua identidade ou como captura-la?

— Bem, nos policiais estamos fazendo o possível para descobrir a identidade e o paradeiro dela. Mas garanto que com as provas que temos, ela pegará vários anos de cadeia quando a prendermos — Disse o Detetive. Várias provas, hã?

Terminei o meu café da manhã e fui para a escola. Conversei com as meninas normalmente durante os tempos da manhã, e nos dois últimos que era educação física, inventei uma desculpa que estava com dor de barriga e fui liberada.

Fui para casa e troquei de roupa, vesti uma calça jeans e uma camisa de manga cumprida amarela, destranquei o meu cofre e tirei todo o dinheiro que tinha, exceto mil S’s para caso de emergência, e o resto coloquei na mochila. Saí de casa normalmente e fui até uma lan house. Sentei no computador mais afastado e entrei na internet. Lan house era ótimo para fazer coisas ilegais e não ser pego.

Coloquei minha mão na tela do computador e o site do banco apareceu, depois mudou para uma nova área que apenas funcionários do banco podiam acessar. Criei uma nova conta corrente, coloquei alguns dados falsos a respeito da origem do dinheiro e salvei os dados. Depois eu conferi e pedi que entregassem o novo cartão no meu endereço de casa imediatamente. Assim que o cartão chegasse eu poderia depositar o dinheiro no banco sem nenhum problema a cerca da origem do dinheiro, pois afinal, de acordo com os dados eu tinha ganhado aquele dinheiro de uma velha tia-avó que existia apenas em dados.

Fiz o caminho de volta para casa e encontrei o cara do carreio na recepção.

— Chegou bem nada hora Sora — Disse Sr. Filips. — Ele tem uma entrega para você.

— Para mim? — Fingi surpresa e me aproximei do carteiro. Assinei a ficha e recebi o documento, que supostamente era do banco, abri-o e vi um novo cartão prateado nele.

— Me impressiona o banco enviar um novo cartão para você — Disse Filips cruzando os braços.

— Concordo, parece que não se tocam que um cartão sem dinheiro não serve para nada — Falei guardando o cartão no bolso, dei as costas para Filips e saí do prédio. Andei em direção ao Banco Norte e passei pelos seguranças na entrada, esperei a minha vez para ser atendida no caixa e sentei na cadeira. O atendente olhou para mim desconfiado e se sentou na cadeira a minha frente.

—Em que posso ajuda-la? — Disse dando um sorriso falso para mim.

— Quero fazer um depósito na conta — Respondi seria.

— No valor de?

— Um milhão, oitocentos e noventa e oito mil, novecentos e setenta — Falei baixinho. O atendente olhou para mim em duvida e eu abri a minha mochila, os olhos dele se arregalaram e ele ficou de pé.

— Bem, essa quantia de dinheiro nós tratamos na sala dos fundos. Por favor me siga — Disse ele, fiquei de pé e o segui. Entramos em uma sala nos fundos, que havia vários compartimentos, ele fechou a porta e acenou para eu sentar em uma cadeira, ele sentou na outra cadeira a minha frente e sorriu. — Bem, vou precisar dos seus dados, do cartão e que você me diga a origem do dinheiro.

— Ok — Entreguei para ele a minha identidade e o cartão novo. Ele começou a digitar no computador os meus dados e deu um sorriso para mim.

— Está tudo ok, eu ativei o seu cartão, agora você pode depositar e sacar o dinheiro sempre que quiser. A origem do dinheiro é uma herança da sua Tia- avó?

— Sim, ela era meio paranoica a respeito de banco e essas coisas, tanto que resolveu me dar o dinheiro em papel — Falei dando um riso sem graça.

— Ah sim, claro. Pessoas idosas e suas manias — Disse ele dando um sorriso simpático. Eita que dinheiro muda as pessoas rapidinho! — Vamos começar a contar?

—Claro — Falei colocando um bolo sobre a mesa. Ele pegou a máquina que conta dinheiro e colocou o bolo lá. Ficamos nessa até que sobrou apenas 100 mil na minha mochila.

— Está tudo certo. 1.898.970 S’s foi depositado na sua conta — Disse ele para mim depois de quase meia hora. — A senhora deseja fazer mais alguma coisa?

— Na verdade sim — Tirei o cartão que eu usava no dia a dia e entreguei para ele. — Quero que você deposite nessa conta 100 mil.

— Sim senhora — Disse dando um riso, começou a digitar no computador e o sorriso dele mudou. — Bem, a conta desse cartão não pode receber tal quantia.

— Tem certeza? — Perguntei colocando a mão sobre a tela, lancei o meu poder nele e coloquei um bolo de dinheiro sobre a mesa, o atendente olhou para o dinheiro e eu consegui modificar os dados. — Pode tentar de novo? Acho que deve ter algum erro.

— Como quiser — Começou a mexer novamente e sorriu. — Bem, parecia que era um erro mesmo. Deseja depositar 100 mil na conta, certo?

— Sim — Confirmei e coloquei o resto do dinheiro sobre a mesa, ele fez a contagem novamente e fez o deposito na conta.

— Mais alguma coisa Senhorita?

— Queria saber se tá tudo em ordem, tipo, não tem nada que possa fazer perder o meu dinheiro tem? Porque se não eu mudo de banco — Falei seria.

— Não, não que é isso — Disse ele ficando nervoso, mexeu novamente no computador e imprimiu várias folhas. — Aqui, esses são os seus dados, está tudo de acordo com a lei, nada de errado. As regras do banco também estão tudo de acordo, nada com o que a Senhorita tem a se preocupar.

— Bem, então fico feliz em ter feito negocio com vocês — Estendi a mão para ele e ele a segurou, dando um sorriso.

— O prazer foi todo nosso. Por favor deixe-me guia-la a saída — Ele abriu a porta para mim e me guiou até a saída do banco.

— Obrigada — Agradeci dando um sorriso para ele e me afastei dali.

O primeiro lugar que fui foi ao supermercado, fiz uma baita de compras e depois fui para casa. Guardei o cartão prateado no cofre e coloquei as compras no lugar. 100 mil era o suficiente para ficar bem por muito tempo, só mexeria no resto do dinheiro se precisasse. Preparei um almoço decente e esperei dá a hora para ir para o trabalho.


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Notas finais do capítulo

Então, então? O que acharam? Sintam-se a vontade para comentar o que quiserem, se a historia estiver um pouco repetitiva ou algo assim, podem falar! Repetitiva eu digo, se vcs não estiverem gostando de todo capitulo ela realizar uma missão perigosa. Bem, na verdade o que eu falo n faz sentido, afinal no nome da fic tem hunter(caçadora) e bem ela caça as coisas que pedem. kkkkkkkkkkkkk Mas enfim, ignorem o meu discurso aki e comentem se gostaram ou não XP.

Como desculpas por ter demorado vamos ter capitulo duplo essa semana!