Fiquei um longo tempo paralizada, até o som de batidas fortes da porta me tirarem do transe.

— Mel, você está aí? — era Ted. Como ele havia conseguido subir até aqui? E a proteção contra os meninos entrarem no quarto das meninas?

— Já vai — respondi, encostando minha testa na parede, com medo de abri-la — Como subiu até aqui? Não é proibido? — franzi o cenho intrigada.

— Não importa como cheguei aqui, eu queria te ver — ele era tão carinhoso e romântico. — Agora você pode abrir a porta, por favor? — completou alguns segundos depois.

— Espera só mais um minuto — corri até o meu guarda roupa, tirando o pijama de flanela que trajava. Mordi os lábios, decidindo por fim colocar um short confortável e incrivelmente curto com um top. Em casa eu costumava dormir com eles, mas aqui tinha vergonha de usar na frente das meninas por ser meio oferecido demais. — Se todos irão descobrir a verdade uma hora, é melhor que eu aproveite o que tenho no momento — sussurrei, parando em frente à porta.

— O que você disse? — perguntou ele.

— Entre — falei, abrindo a porta e mordendo o lábio ainda mais forte.

— B-Boa noite... — ele disse me olhando dos pés a cabeça. É, deu certo.

— Desculpe por te fazer esperar — disse beijando-lhe os lábios de leve, logo após saltitei até a porta e a tranquei, decidi fingir que tudo estava bem. Ele havia se sentado na minha cama.

— Tudo bem, eu só tinha ficado preocupado com você ter sumido — disse enquanto eu me sentava ao seu lado e roçava minha perna na dele.

— Nossa, agora que sabe que eu estou bem... Que tal isso? — pisquei para ele e me aproximei, segurando-o pelo pescoço e beijando-lhe agresivamente. As mãos dele subiam e desciam entre meus cabelos e meu pescoço, deixando-me arrepiada. Eu pressionava meu corpo contra o dele, na tentativa de fazê-lo se deitar, mas ele resistia firmemente. Eu já havia me sentado no colo dele passando minhas pernas em volta de sua cintura, e ele mordia meu lábio e sugava-o de leve. Beija-lo era incrível, nesse momento eu sentia que era somente dele e que ele não iria me abandonar por um segredinho bobo — Ted — tentei falar, mas meus lábios estavam grudados nos dele. Fui separando-os lentamente e tirei a camisa que ele vestia.

— Mel isso não é... — ele tentou falar, mas nesse momento o empurrei definitivamente e deitei em cima dele, beijando-lhe o tórax definido. Ele emanava um perfume delicioso que não pude distinguir. Retirei o short, exibindo uma lingerie preta com rendas e subi lentamente, mordendo de leve sua orelha. — Para — disse, sério.

— Que? — falei, arfando, ainda sem sair de cima dele.

— Acho que esse não é o momento certo — e dizendo isso, me tirou de cima dele delicadamente entregando-me meu short. — Minerva me autorizou vir olhar como você está e não ficar fazendo isso — falou como se o que estivessemos fazendo fosse errado.

— Tudo bem — vesti o short e caminhei até a porta, abrindo-a para ele.

— Você está me expulsando? — franziu o cenho sem se mover.

— Não, estou pedindo delicadamente para se retirar — sorri, cínica. Ah como eu estava bufando de raiva dele.

— Eu não vou sair — cruzou os braços e retirou os sapatos. Ele gostava me irritar.

— Ótimo, então eu saio — sai para o salão comunal mesmo estando com aquelas mini peças, mas ele me impediu antes que eu pudesse chegar aos últimos degraus.

— Não é porque eu não quero fazer isso que eu não gosto de você, ou que eu nunca vá fazer. Eu só acho que não é o certo nesse momento — disse, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me pressionou de leve contra a parede. Eu ainda estava me sentindo rejeitada, mas aquilo fez com que uma onda de desejo retornasse. Afinal, eu o havia atacado pelas razões erradas. Sua mão esquerda foi em direção a minha barriga, acariciando-a suavemente, enquanto seu braço direito prendia minhas mãos. Ele distribuiu beijos fervorosos em meu pescoço, e eu logo amoleci um pouco. Afinal, uma hora ele negava e outra hora simplesmente me provocava? Isso não era justo. Reuni um pouco de forças e resisti.

— Eu tenho que subir e dormir. Boa noite — beijei-lhe a bochecha. Ele me olhou, divertido, obviamente vendo minha luta interna.

— As meninas disseram para eu dormir com você, no bom sentido e a Minerva concordou porque confia na gente. — ele riu baixo e segurou minhas mãos, afrouxando o aperto, entrelaçando meus dedos nos dele.

— Vamos — subimos a escada e quando chegamos ao quarto, ele foi até o banheiro, para trocar-se. Eu fiz o mesmo procurando por alguma coisa não tão provocante. Só que Teddy saiu rapidamente do banheiro, o que eu não presumi e eu estava de lingerie. Corei fortemente, e segurei o pijama de flanela que eu estava antes.

— Você não devia continuar fazendo isso — ele sorriu marotamente, e agora parecia travar uma batalha. Sorri com isso, ciente de que eu não o ajudava muito nas pequenas peças.

Meus seios fartos suspendiam o sutiã, e minha pele clara contrastava em harmonia com o preto. Minhas coxas eram bem torneadas, apesar de eu ter um corpo reto. Mas ele não deixava nada disso para trás, e era injusto que só vestisse um short preto, deixando à mostra o abdômen extremamente malhado.

— E-Eu... Só ia me trocar. Não vou te atacar novamente, eu prometo.

— Não ouse prometer isso — ele riu. Ok, esse garoto me confunde. — Coloque isso antes que eu faça algo — disse firme, mas um sorriso malicioso ainda pousava em seus lábios.

Vesti-me rapidamente, rindo das suas palavras anteriores e deitei-me, ele veio ficar ao meu lado, ficamos de conchinha e seu abraço transmitia segurança e calor como eu nunca havia sentido antes. Naquela noite eu tive o meu primeiro sonho bom. Realmente bom.

Era impossível controlar o desejo que emanava do meu corpo. O suor da minha mão se misturava com o suor da mão dele. Estávamos nervosos. Era palpável a tensão, ele me abraçou e tomou meus lábios em um beijo calmo, suas mãos não saíram da minha cintura delineada em momento algum. Naquele momento desejei que a sala se projetasse como nunca havia desejado nada. Tampei os olhos dele com as minhas mãos, mas antes olhei para aquelas duas safiras que me fitavam, depois a sala tornou-se difusa - como eu imaginara- estava tudo perfeito, a aura de romance nos circundava.

Ele virou e me beijou mais uma vez, sua mão subiu pelas minhas costas e seus dedos se enroscaram nos meus cabelos. Apertei as mãos no pescoço dele, arranhando-o de leve na nuca, seus braços me puxaram pela cintura e me ergueram. O beijo só cessou quando a cama se tornou um obstáculo, e ele me puxou para perto de si, virando-me de costas, afastou meus cachos castanhos para o lado, seus lábios tocando minha nuca devagar. Um arrepio percorreu o meu corpo e sabia que um sorriso postara-se em seus lábios nesse momento. Seus dedos começaram a desabotoar meu vestido amarelo, afastou o tecido que cobria meus ombros, fazendo-o cair. Virei-me devagar para poder admirar o rosto dele, enquanto as costas dos seus dedos percorriam meu rosto, acariciando-o, e eu sorri, corando.

— Obrigada — sussurrei no ouvido dele.

— Não me agradeça, eu queria poder ser melhor para você — disse sorrindo.

— Você é o melhor para mim — deitei-me, encostando minhas costas na cabeceira. Chamei-o com o dedo, maliciosa. Ele riu e engatinhou pela cama em minha direção, o clima descontraído e cheio de caricias começou.

Trocamos alguns beijos e mordidas até que eu me sentisse preparada. Deitei-me sobre ele. Minhas mãos acariciavam seu peitoral, já desnudo. Pouco tempo depois abri o zíper da calça dele, puxando-a com certa dificuldade, aproveitando para acariciar suas pernas definidas. Olhei tímida para ele ao reparar que estava sentada em cima de um garoto seminu, enquanto eu também estava seminua.

Ele segurou minha mão, puxando-me para deitar sobre seu tórax. Seus lábios roçaram nos meus um pouco antes de começar um beijo calmo e profundo, quente e longo, passando para cima de mim delicadamente, seus dedos percorreram a lateral do meu rosto, descendo para entre os meus seios, onde estava o fecho do sutiã, e soltando-os facilmente.

Fechei meus olhos, com medo de fazer algo errado. Ele acariciou de leve um dos meus seios pela lateral e pude sentir a temperatura da sala aumentar levemente. Abri os olhos e o vi ajoelhado para beijar minha barriga, distribuindo algumas mordidas por lá e puxando de leve a lateral da calcinha que eu usava. Olhou-me sorrindo e eu fiz um sinal para que continuasse. Meu corpo se retraía de desejo e suspirei baixo quando ele retirou a última peça, acariciando minhas pernas como eu havia feito com ele, e voltando a ficar sobre mim, apoiando o peso sobre os seus próprios braços; seus lábios percorreram do meu pescoço até o vale entre meus seios, apertei o ombro dele e tentei sem sucesso tirar sua boxer preta com os pés, mas ele mesmo fez isso por fim. As mãos dele apertaram a minha cintura, e segurando meu corpo gentilmente, o senti dentro de mim.

— Teddy — gemi de leve.

— O que foi? — ele disse, sentando-se assustado e me sacudindo.

— Por que me acordou? — ainda estava sonolenta e provavelmente meu cabelo deveria estar horrível.

— Você que me chamou... — ele começou a me imitar, chamando um Teddy com uma voz trémula.

— Ah — corei fortemente, mordendo o lábio inferior e rindo.

— O que foi então? — perguntou, curioso.

— Meus sonhos costumam ser muito reais... — expliquei da melhor forma que podia. Caminhei até o banheiro pegando uma escova e voltei rapidamente, penteando meus cabelos — Agora, por favor, saia. Você já cumpriu a sua promessa — abri a porta, fitando-o.

— Se você realmente quer assim, Mel... — ele levantou, pegou suas coisas e veio até mim. — Desculpa — beijou minha testa demoradamente. Logo depois que saiu, fechei a porta, suspirando. Nesse momento eu sentia as lágrimas percorrerem o meu rosto, eu não estava com vontade de sair daquele quarto. Porém, no fim da semana eu já perderia um jogo importante. E aquilo só era o começo.

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