Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 54
Debaixo do Oceano




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Merida mordeu os lábios para não gritar. Porem antes que atingissem a agua, a serpente emergiu á superfície aparando a queda dos dois.

– Uff. – A ruiva gemeu. o animal abaixo deles tinha a pele grossa e áspera, incrivelmente desconfortável. Quando ele se moveu, Merida buscou algo desesperadamente para se agarrar. Quando finalmente sentiu-se segura notou os braços ao redor da cintura de Soluço, e viu que o garoto estava com os olhos arregalados.

Ela fez menção de soltar, mas ele colocou sua mão sobre a dela.

– Eu acho melhor você continuar se segurando. Essa serpente alcança uma velocidade perigosa.

Obedecendo ao aviso do garoto, ela apertou os braços ao redor dele novamente. Ele tinha uma temperatura morna e confortável, mesmo na agua. Pouco a pouco ela deixou sua cabeça descansar no ombro magro do garoto. Na mesma hora percebeu a respiração dele ficar pesada e cautelosa.

A serpente cortava a agua com seu corpo. Ela não era muito grande, mas ainda assim sua cauda ia além do casco do navio. Ela movia-se junto com as ondas, selvagem e inconstante.

Mas Merida já não sentia medo. Ela esticou uma das mãos e tocou a agua abaixo de si, sentindo a pressão que fazia contra seus dedos.

Soluço pode ouvi-la rindo e deixou um sorriso curvar seus lábios. Sentiu algo quente dentro de si por ter parte em fazê-la alegrar-se.

– Obrigada Soluço. – Ela sussurrou próximo ao seu ouvido. Hesitou por um momento longo e enervante e então completou: - Eu acho que vou te ajudar a quebrar a tradição.

O garoto manteve as mãos no pescoço do animal e a postura ereta, mas por dentro seu esqueleto fazia um tipo de dança da felicidade incontrolável.

Ele suspirou e fechou os olhos, sentindo o balanço das ondas nas costas da serpente, as mãos da garota escocesa em volta de si.

A criatura lendária saltou, ficando suspensa por uns poucos segundo e bateu contra a agua novamente, molhando os dois adolescentes.

– Woa. Calma ai amigona. – Ele deu tapinhas amistosos no couro verde brilhante da serpente.

Como em resposta ao ato dele, ela submergiu completamente. Ao redor dos dois um mundo novo se mostrava azul e embaçado, contudo, belo em seu mistério. Os cabelos de Merida flutuavam ao redor de si como um conjunto de algas vermelhas. Com a boca fechada, suas bochechas inchadas eles olharam um para o outro e riram das expressões hilárias. Bolhas dançavam, subindo em frente a seus olhos a medida que o ar ia acabando em seus pulmões.

A garota se aproximou antes que perdesse a coragem e beirou a bochecha do viking magricelo.

Se não fosse pelo impulso forte dado pela serpente marinha, ele teria se afogado, pois naquele momento o ar que havia em seus pulmões desapareceu por completo.

Ao voltarem a superfície, Merida tinha as bochechas tingidas de rosa e Soluço estava petrificado.

A serpente olhou para trás com suas pupilas fendidas e por um momento algo que se assemelhava a um sorriso moveu sua boca.

Sssempre funciona.

Do convés, Coraline e seu gato observavam os dois. Bonito não é? A garotinha disse ao gato, que piscou seus grandes olhos azuis, concordando.

Moveu seus bigodes quase imperceptivelmente assim que o olhar da garota se desviou de novo ate o casal e a serpente.

Ah velha amiga, os mesmos truques de sempre, hã?

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