Danger escrita por Vespertilio
Notas iniciais do capítulo
Escrevi esse capítulo de madrugada, num rompante de "inspiração" e vontade. Boa leitura!
Sala de interrogatório/12h45min
– Vai ficar me encarando o dia todo? - A garota perguntou. Estava provocando-o, aquilo era bem claro, era o que gente do tipo dela fazia.
– Está com medo? - Perguntou num tom quase sussurrante.
– De um cara enfiado numa jaqueta de couro? Não, obrigada, já fui à rodeios.
Fechou os olhos e respirou fundo. Já havia feito milhares de interrogatórios antes, não deveria estar se descontrolando dessa forma. Ainda mais com a tal garota. Abriu os olhos e limitou-se a observa-la. Sorria com satisfação, sabia que o havia tirado do sério. Era um sorriso bonito, como tudo nela aliás. Olhos castanhos penetrantes, e longos cabelos da mesma cor. Usava uma blusa vermelha, com gola V, que realçava seu colo, e combinava com a cor da sua pele. Não era muito de reparar em combinações e tons, mas ela estava, definitivamente, combinando. Suas feições eram leves e ao mesmo tempo marcantes, não esqueceria aquele rosto com facilidade.
Estavam do avião, que agora era sua casa, infelizmente, fazia quase uma hora que ele a encarava, era o seu modo de interrogar, porém aquele modo deveria estar ultrapassado, a morena não pareceu se abalar com os seus métodos, ou, talvez, ela não fosse do tipo fácil.
– Escute, há duas maneiras de fazermos isso. - Disse por fim.
– Oh - O deboche era explícito em sua expressão - Uma delas é a fácil?
– Não. - A expressão dela mudou.
– Não. - Repetiu vacilante.
– Primeiro, seu nome?
– Como a S.H.I.E.L.D, tão poderosa, rica, complexa, misteriosa, e tudo mais, não saberia quem sou? Uma simples cidadã americ...
– Seu nome? - Interrompeu-a sem paciência.
– Calma, cowboy. - Gargalhou. Do quê, ele não sabia- Sou a Skye, o desprazer é todo meu.
– Seu verdadeiro nome?
– Isso não importa agora. - A porta da sala de interrogatórios foi aberta, pelo recém ressuscitado, agente Coulson, ou, simplesmente, seu "chefe". - Aqui. - Continuou, colocando um frasco em cima da mesa. - Soro da verdade.
– Verdade? - Skye olhava para o frasco, com uma expressão até então desconhecida por ele, parecia medo. Ótimo, ela não era tão forte e impenetrável.
– Não conhece essa palavra, Skye? - Indagou, era a sua vez de provoca-la.
– Agente Ward - Coulson pôs a mão em seu braço e sorriu, sentiu uma dor fina no lugar onde ele tinha posto a mão. Olhou para o braço e percebeu que Coulson segurava uma seringa, havia injetado algo nele.
– O que você...
– Soro da verdade. - Respondeu a pergunta não proferida e virou-se para Skye - Faça a pergunta que quiser a ele, você parece não confiar em nós, ele é seu passaporte. - Dizendo isso, saiu, deixando-o sozinho com a garota misteriosa.
– Então, agente Ward, há quanto tempo está nessa... Equipe?
Olhou-a exitante, seu braço ainda doía. Abriu a boca para responder a pergunta, automaticamente, como se fosse seu dever fazer tal coisa, mas não era, muito pelo contrário. Mordeu a própria a língua, com tanta força que pôde sentir o gosto do sangue em sua boca. Gemeu de dor.
– O agente durão sente dor? - Provocou-o, mais uma vez.
– Não... - Mentiu, mas sua boca abriu automaticamente, e desta vez não conseguiu fazer nada para deter a verdade - Sim, mas costumo esconder a dor, principalmente quando estou perto de garotas bonitas.
Ela sorriu. Era realmente muito bonita.
– Há quanto tempo está na equipe? - Tornou a perguntar
– Dois dias. - Não lutou contra a vontade de dizer a verdade. Apenas disse.
– E queria estar aqui?
– Não.
– O que vocês querem comigo?
– Não sei.
– Não recebeu a informação completa sobre a missão, no caso eu?
– Não.
– Não. Okay. Que tipo de informação quer de mim?
– O máximo que conseguir extrair. Tudo, absolutamente tudo.
– E o que você quer de mim, cowboy?
Ward engoliu em seco. Aquele não era o modo com o qual costumava trabalhar. Aquele não era o modo padrão, quem aplicaria soro da verdade em alguém da própria equipe? Ainda mais em circunstâncias como aquelas. Ele era o interrogador, não o interrogado.
Fechou os olhos e tentou pensar. Mas parecia que a capacidade de raciocinar havia lhe sido tirada. Tirada assim que fora posto em uma sala, sozinho, com a misteriosa e petulante Skye. Que o fitava esperando por uma resposta, resposta essa que ele tinha que dar, pois não tinha escolha alguma, nem controle sobre aquela situação.
– Um beijo.
Nunca fora do tipo que encantava pelo seu "trabalho", já interrogara mulheres bonitas antes, mas elas não eram, nem de longe, tão bonitas, nem tão perigosas, quanto a morena que lhe brindava com um sorriso sedutor. Sorriso que a tornava ainda mais atraente.
– Você quer a verdade de mim, Ward? - Sentou-se na mesa, bem à sua frente.
– Sim.
– Talvez, eu também queira um beijo.
– Acho que você quer um. - Normalmente, ele nunca teria dito aquilo, em toda a sua vida, nunca fora do tipo conquistador, ou galinha, era péssimo com qualquer tipo de interação social.
– Acho que quero. - Foi tudo o que ela respondeu.
Ward levantou-se de sua cadeira, e se pôs na frente de Skye, sabendo que se arrependeria do que viria a seguir, e ainda assim não conseguia parar. Queria fazer o que estava prestes a fazer, teve vontade fazê-lo desde que pôs os olhos nela. E, pela primeira vez, não conseguiu inibir um desejo seu, tinha que admitir que uma parte de si gostava daquilo.
Aproximou o rosto do dela lentamente. O coração batia freneticamente no peito, aquilo o fazia sentir-se idiota. Era só uma mulher bonita e atraente. E perigosa, uma voz acrescentou em sua mente. Olhou para Skye, sorria satisfeita. Então já não era só o seu coração que batia forte, em sua cabeça parecia ter uma escola de samba. Fechou os olhos para tentar controlar a dor, mas não conseguiu. Queria gritar, queria correr, a dor era insuportável.
– Ward, você está bem? - Ouviu uma voz distante perguntar.
Abriu a boca para responder. Mas não conseguiu. Os olhos de Skye se arregalaram, e a última coisa que viu foi sua expressão preocupada. Depois disso, mergulhou para escuridão sem fim.
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Curtiram? Leram até o fim? Como que foi? Please, opiniões.