Second Chance escrita por Nycole Alves


Capítulo 3
0.2


Notas iniciais do capítulo

Heii pessoas queridas.

FELIZ PÁSCOA, espero que a páscoa de vocês sejam cheias de chocolates haha, e harmonia, paz, saúde e blablablablabla...


Mais um capitulo, e espero que gostem, e só para deixar avisado, o capitulo não foi betado, então me desculpem se tiver algum erro.

Dedico esse capitulo para todos os leitores, mas especialmente para Faby-Cintra, essa linda deixou uma recomendação MARAVILHOSA, obrigado amore. E curta esse capitulo pois é todo seu. :p

PS- Leiam as notas finais.



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Capitulo 2

O relógio marcava 23:00 horas da noite, quando os corpos caíram exausto na cama.

As respirações que estavam aceleradas foram aos poucos normalizando.

–Ninguém vai entrar?- perguntou olhando para aporta.

–Todas elas foram viajar- disse lhe dando um pequeno beijo.

Tocou seu rosto de leve, antes de beijar sua testa.

–Eu amo você- declarou puxando a loira para deitar em seu peito.

–Eu sei- disse antes de cair no sono.

Ele, ainda a olhando, não conseguia acreditar como pôde ficar tanto tempo longe, nunca haviam ficado um mês sem se falar, mas ele havia conseguido, era preciso, não queria colocar ela no meio de sua vida, não, ela merecia alguém melhor do que ele, mas ele era egoísta de mais para deixá-la seguir com sua vida, era egoísta de mais para deixar ela ser feliz longe dele.

Jacob, ainda abraçado com a namorada, pode suspirar firme.

Olhou para a loira dormindo e não pôde segurar o sorriso.

–Você não sabe como foi difícil ficar longe de você durante esses dias- ele declarou- pensei em você em cada momento dessa merda que eu chamo de vida.

A loira abriu um sorriso, mesmo que inconsciente das palavras do moreno.

Uma música irritante começou a tocar do seu lado, olhou para o pequeno relógio em cima do criado-mudo, se certificando da hora que era.

Pegou o pequeno aparelho.

–Alô- disse grosso ao se levantar com cuidado, para não acordar a loira.

–Você precisa voltar pra casa- disse seu pai do outro lado da linha.

O homem se irritou com o pedido, e mordeu a língua para não xingar o pai e quando ia desligar na cara do mais velho, ele declarou:

–Sam foi assassinado- disse em um fôlego só.

Ele gargalhou alto, atraindo a atenção da namorada, que até pouco tempo estava dormindo.

–Não caio mais nessas suas historinhas- respondeu lembrando da última vez que ele aprontou isso.

–É verdade dessa vez- disse com a voz irritada.

–Tente fazer melhor para eu acredi...- antes que ele pudesse terminar de falar, ele ouviu um grito, ele conhecia aquele grito, era o grito de Sarah. “Sam, olha pra mim, abre os olhos, Sam. Sam” gritava a mulher desesperada do outro lado da linha.

–Eu realmente preciso de você aqui- disse o homem, antes de desligar na cara do moreno.

Jacob sentiu o corpo tremendo, olhou para a namorada, que o olhava assustada.

–Oque aconteceu?- sussurrou se aproximando, mas ele logo se afastou.

–Não se aproxime- alertou, ele estava descontrolado, e não se perdoaria se algo acontecesse com ela.

–Jacob- sussurrou, mas continuou na cama.

A raiva que ele estava sentindo era evidente, seu rosto começou a pegar uma coloração avermelhada, enquanto ele passava a mão direita pelo cabelo, a esquerda estava fechada em punho. Ele nunca soube lidar com a perda.

Olhou ao redor, procurando algo que podia quebrar ou socar, mas logo viu o rosto da loira assustado.

Ele sorriu em sua direção como se falasse “Está tudo bem”, mas não obteve resultados, pois o rosto da garota continuava com a mesma expressão.

Sentiu seu olhos molhados, mas não podia chorar na frente dela, não dela.

Com passos duros saiu do pequeno quarto e andou em direção ao banheiro, que ficava no final do corredor, batendo a porta com força quando entrou.

Olhou ao redor, tinha que descontar sua dor em alguma coisa, mas tudo que conseguiu fazer foi chorar, era seu garoto que agora estava morto, e mesmo que Sam fosse egoísta, eles ainda compartilhavam o mesmo sangue.

Arrancou a cortina que separava o box, e logo jogou o pau no espelho, que se espatifou na hora.

Do pequeno banheiro, ele conseguiu ouvir os passos ao lado de fora, e logo foi de encontro com a porta a trancando logo em seguida.

–Jacob- ouviu a namorada ao lado de fora, mas ainda era perigoso para ela ficar do lado dele quando sua raiva ainda estava presente.

Nunca pensou que a dor de uma perda fosse tão grande.

Olhou para o que restou do espelho, afim de ver sua condição, e quase gargalhou.

Se seu pai o visse desse jeito, estaria gritando algo como “Homens morrem Jacob, e perdas são essenciais para o nosso serviço”.

Imaginou como poderia estar Isabella, provavelmente séria ou gargalhando da cara de Sarah. Ela nunca conseguiu perdoar Billy, e nunca gostou de Sam, afinal, ele foi um dos motivos que levaram Sue a depressão e a morte.

Um barulho de chave se fez presente no banheiro, e ele logo se recriminou, era claro que ela teria uma cópia- pensou devastado.

–Mô- sussurrou enquanto colocava a cabeça dentro do banheiro, e logo tomou um susto, ao ver o namorado -que passava uma imagem tão fria- chorando copiosamente.

–Amor o que aconteceu?- voltou a falar se aproximando dele, e não se importando com o banheiro todo destruído.

–Não quero que me veja assim- disse grosso se levantando do chão, mas antes que ele pensasse em sair do banheiro, a porta já estava trancada.

–Se acalma- sussurrou.

–EU NÃO QUERO ME ACALMAR- gritou batendo a mão com força na pia, e logo um pedaço da mesma foi ao chão.

A namorada que se encontrava próxima, logo recuou, batendo as costas na parede do chuveiro.

O olhos arregalados da loira denunciavam o comportamento agressivo dele. Passou as mãos pelo cabelo, e logo um punhado de fios vieram junto, quando recolheu a mão.

Estou tão irritado que não estou conseguindo sentir dor- pensou.

–Me perdoe mi amor- disse quando viu que a garota ficou assustada.

Ele respirou fundo, mas continuava do mesmo jeito, e como última opção -para se acalmar- abraçou ela, que logo tentou recuar, mas os braços fortes continuavam presos em sua cintura.

–Você precisa querer a minha ajuda para eu te ajudar- disse a garota envolvendo-o em seus braços.

–Eu quero, eu quero você mais que tudo nessa vida- falou angustiado-Todo homem tem seu ponto fraco, e espero sinceramente que ninguém conheça o meu.

–Mas por que iriam querer saber qual é o seu ponto fraco?- perguntou curiosa.

–Há muitas coisas que você desconhece nessa vida, e não quero que você conheça.

Os olhos claros foram de encontro com os do moreno, e logo balançou a cabeça.

–Você parece o meu pai- sussurrou triste- Você não pode me proteger de tudo nessa vida.

Ele pegou em seu rosto, olhando dentro dos seus olhos disse:

–Vou continuar fazendo o possível- respondeu grosso.

Ela revirou os olhos o empurrando.

–Talvez devêssemos voltar a dormir- disse por fim, antes de destrancar a porta do banheiro.

Os olhos angustiados do moreno foi de encontro com o celular, que parecia gritar em sua mente “Sam foi assassinado”.

–Talvez, se você não fosse tão ruim, muitos sentiriam a sua falta Sam- disse olhando para a pequena foto que carregava dentro da carteira.

02:30 da madruga

–Pra onde você está indo Jacob?- perguntou a loira desesperada quando viu o namorado saindo de fininho pela porta.

Ele logo pulou, se assustando, e voltou em sua direção com um pequeno sorriso sem graça, ela se lembrava daquele sorriso, foi o mesmo de quando ele foi se despedir dela mês passado.

–Esperou eu dormir para ir embora- acusou com raiva, enquanto se levantava da cama.

–Eu preciso ir- disse colocando a mochila no chão.

–Você mal ficou comigo- disse triste.

–Eu sei mi amor, mas eu realmente preciso ir- disse angustiado com a imagem da loira chorando.

–Agora você vai ficar o que? Dois meses sem aparecer?- questionou irritada.

–Você não entende- disse enquanto pegava a mochila do chão.

–Como você quer que eu entenda se eu não sei nada da sua vida- disse magoada, mas ele continuou a andar em direção a porta- Se você passar por essa porta, não se de o trabalho de voltar.

Ele rapidamente soltou a mochila no chão e voltou para a namorada irritado.

–Eu te amo porra, será que você não percebe isso?- gritou.

–O que você quer que eu faça quando acordo e vejo meu namorado indo embora.

–Surgiu uns problemas.

–Quais problemas? Hã? Me conte- gritou.

Ele apenas balançou a cabeça pegando novamente a mochila do chão e saindo do quarto.

A loira seguiu ele, enquanto o mesmo descia a escada da república.

–Você poderia ser um pouco mais compreensiva.

–Compreensiva com que? Sendo que você não me fala merda nenhuma da sua vida.

Ele olhou para ela e sorriu, era por isso que ele amava ela, ela era cabeça dura, e tinha sua opinião própria, não era como se ele pudesse manipular ela a qualquer hora, ela era sua exceção.

–Eu volto não se preocupa- disse carinhoso, enquanto abraçava ela.

Ela pensou em gritar e lhe empurrar, mas ela sabia que alguma coisa não estava certo, algo não se encaixava. E por ele, ela engoliu o orgulho e implorou:

–Não me deixe.

Ele balançou a cabeça em sinal negativo.

–Sou egoísta demais para cogitar essa opção.

Ela sorriu em meio as lágrimas.

–Eu volto- prometeu.

–Eu não quero que você saia.

–Sempre vou estar do seu lado, isso é uma promessa- disse.

Mal sabia ele, que suas palavras tinham um peso enorme, e o destino já estava pregando uma peças.

S.C

Isabella se perguntava como conseguiram o corpo de Sam de volta, mas logo viu seu pai, sentado na grande cadeira negra, com a mesma expressão cruel de sempre, claro, havia se esquecido quem era seu pai.

–Billy, o nosso Sam, Billy, faz alguma coisa- implorava a mulher desesperada, enquanto o marido tentava assimilar que o filho mais novo estava morto.

Direcionou o olhar cruel em direção a esposa, e o olhar mudou imediatamente, o sofrimento dela, começou a se estampar no dele.

–Sarah eu não posso fazer nada- falou indeciso, o olhar da mulher que estampava tristeza, mudou quando o marido proferiu tais palavras.

–EU QUERO QUE PAGUEM POR ISSO- gritou enquanto balançava o corpo do marido.

–Querida, você está exaltada, vá se deitar que eu cuido do enterro...

–NÃO- gritou desesperada, e logo foi de encontro ao filho morto- Abre os olhos para a mamãe meu amor, abre- pedia enquanto chorava e chorava enquanto pedia.

–Willson- chamou o mais velho, enquanto o empregado vinha correndo em sua direção- Leve o corpo de Sam antes que manche todo o carpete.

–Não, Billy, o Cullen tem que pagar, ele não pode sair ileso, meu amor- disse a mulher enquanto chorava.

–Tudo para você ficar feliz querida- prometeu.

–NÃO- se pronunciou Isabella pela primeira vez naquele dia- Você não pode matá-lo papai, não faça isso- pediu a filha desesperada.

–Como você tem coragem de pedir isso para o seu pai- perguntou a madrasta nervosa.

–Eu amo ele, vocês não podem fazer isso- disse convicta.

A madrasta urrou de raiva e com três passos se encontrava na frente da enteada.

–Sua cretina- disse enquanto batia em seu rosto- Ele matou seu irmão- gritou.

–Sam era um drogado, teve apenas o que merec...

E outro tapa foi desferido em sua face.

–Bastarda- disse enquanto cuspia em seu rosto- lave a sua boca antes de falar do meu filho.

A morena chorou, enquanto olhava para o pai, esperando ele tomar alguma atitude, mas o mais velho continuava com a mesma expressão séria.

A jovem sentiu o rosto arder mais uma vez ao perceber que a madrasta havia lhe desferido um terceiro tapa.

Pensou em gritar e lhe xingar, mas logo a imagem da surra que havia ganhado da madrasta, semana passada, passou em sua cabeça e logo desistiu.

–Você é uma vadia igual a sua mãe- garantiu com um grande sorriso maldoso, nem parecia que a poucos minutos esteve lamentando a morte do único filho.

–Não comece Sarah- repreendeu o enteado, enquanto adentrava o grande escritório.

–Jacob- disse a irmã enquanto corria em sua direção chorando.

Ele a abraçou forte, mostrando que sempre estaria ao seu lado.

Se o moreno não tivesse se segurado, havia chorado na frente do pai, e isso era morte na hora.

–O que é isso vermelho em seu rosto?- perguntou olhando a grande coloração que se encontrava em só um lado do rosto.

E logo Sarah se repreendeu, havia esquecido que tinha que bater nos dois lados, não podia levantar bandeira, não para o Jacob, que além de ser o primogênito, era o único que ela não conseguia controlar.

–Eu cai- sussurrou diante o olhar maldoso da madrasta.

–Isabella vá para o seu quarto- disse Billy enquanto a filha saía do escritório de cabeça baixa.

Os olhos atentos do primogênito procuravam qualquer requisito de brincadeira, mas o choro de Sarah -que voltara com força total, assim que olhou para o filho no chão- era agoniante, enquanto Sam se encontrava no chão todo ensanguentado.

–Por que não tiraram ele do chão?- perguntou Jacob olhando para Willson.

–Claro sr. Black- respondeu rapidamente enquanto saía do escritório, voltando logo em seguida com a equipe de limpeza.

Quando a última faxineira passou pela porta, o moreno pode suspirar firme, não conseguiria conversar com seu pai, sabendo que Sam estava a poucos metros morto.

–Já pagou a fiança de Quil?

–Sim- garantiu olhando para Embry que entrava no escritório.

–Aqui está tudo o que você precisa saber- disse Embry entregando o envelope preto para o moreno.

Abriu o envelope, onde continha fotos de um homem loiro e sua ficha.

–Ele tem filhos?- perguntou a madrasta- quando o choro finalmente cessou- sentando-se ao lado do marido.

–Não- garantiu Embry- Só se esse filho estiver muito escondido, pois não achamos nenhum contato dele com ninguém, só com o pessoal do serviço.

–Que porra- disse chateada, pois ela queria fazer com o homem a mesma coisa que ele havia lhe feito.- Não quero que mande nenhum recado, acabe com aquele filho de uma puta de uma vez por todas.

O moreno ergueu os olhos, e balançou a cabeça.

–Não sei o porquê de vocês ficarem teimando de me mandar ordem, qual parte do “ninguém manda em mim” que vocês não entenderam.

–Viado- sussurrou a madrasta revirando os olhos.

–O que você falou?- perguntou irritado.

–Nada Jacob- disse Billy- Agora vá e faça o que a sua mãe lhe mandou.

–Ela não é a minha mãe- disse, enquanto a mesma estava com um sorriso de vencedora.

–Que seja- disse o pai revirando os olhos, como se a mãe biológica dele nunca houvesse prestado para alguma coisa- Agora faça o que eu estou mandando.

O moreno gargalhou, sua famosa risada debochada, que Sarah particularmente odiava.

–Está mandando em mim?- perguntou, ele adorava ver o pai irritado.

–Jacob, Jacob, não teste minha paciência- alertou.

O moreno olhou para o primo, que o olhava repreendendo, como se falasse “Não vale apena”. Claro, naquela casa, a única pessoa que realmente valia apena era Isabella -sua irmã- o resto, era apenas isso. Resto.

–Uma pessoa a menos ou outra a mais, isso não me importa- disse o primogênito entediado.

–É assim que se fala- disse o pai orgulhoso, Sarah apenas revirou os olhos, sempre quis que Billy lançasse esse sorriso ao Sam, mas a única coisa que ele fazia por Sam, era lançar o olhar de desprezo e desgosto.

–Arrumem os homens Embry, quero tudo pronto para amanhã- disse o moreno enquanto saía do escritório em direção ao seu quarto.

O final de semana com certeza seria longo, especialmente para ele.

S.C

A loira revirava os olhos com as lembranças das recomendações que o pai havia lhe dado.

Como se precisasse de tudo isso- pensava entediada.

Ela só queria ir pra casa, havia tempo que não ia, era só isso que queria, era pedir de mais?

Depois de dirigir durante quatro horas, entrou dentro do supermercado, como o pai havia recomendado.

Se alguém estiver te seguindo, pelos menos ele não iria te reconhecer diante da multidão- falou o pai naquela manhã pelo telefone.

Depois de ficar lendo a revista que tinha na bolsa, saiu quando se certificou que já havia passado mais de meia hora.

Entrou no carro e voltou a pegar a estrada, só faltava 30km para chegar em casa. Ligou o rádio, o qual tocava sua música preferida, com o som as alturas chegou em frente a sua antiga casa.

Estava quebrando a 2° regra de seu pai “seja discreta” e com certeza o som chamou a atenção de muitas pessoas.

Revirou os olhos e ergueu o óculos de sol, e viu seu pai lhe esperando, com um olhar reprovador.

Pediu aos céus para ser surda, afinal, já sabia o que seu pai falaria, algo como “Se fosse Marie, com certeza teria me escutado” ou semelhante.

Ele continuava com a mesma carranca de sempre, que quase a fez desistir de passar o final de semana com ele.

–Você está cinco minutos atrasada, se fosse Marie, teria chegado na hora certa- e ele mais uma vez conseguiu fazer com ela, o que mais ninguém conseguia, repreender e ao mesmo tempo jogar na sua cara que preferia a filha morta do que a viva.

–Claro pai, eu e você sabemos o quanto Marie era perfeita- disse com um sorriso debochado.

–Não fale de sua irmã- disse raivoso, enquanto entrava dentro de casa sem nem ao menos perguntar como havia sido a viagem.

–Eu estou bem pai- sussurrou enquanto batia a porta do carro.

Entrou dentro da casa, que há muito tempo não era a mesma, passou pelo hall de entrada se deparando com uma pequena cristaleira que estava cheia de fotos da Marie, olhou, caçou, procurou, mas não achou nenhuma foto sua, não encontrou nada.

Sentiu o peito doer com a indiferença que o pai fazia questão de esfregar na sua cara. Talvez ele estivesse certo em lhe culpar pela morte da irmã mais velha, a morte de Marie, afinal, ela morreu tentando chegar ao hospital que a loira havia dado entrada, depois de quase ser estuprada por seu professor de inglês.

Talvez, se não tivesse se enrolado tanto para fazer o trabalho, não teria precisado ficar até mais tarde na escola, e não teria feito parte do episódio fádico que marcou sua vida, e consequentemente, Marie não teria saído bêbada e drogada da boate para ir ao seu encontro.

Se sentiu suja após a lembrança, se não fosse por seu amigo Eric, o professor de inglês teria conseguido o que tanto queria. Mas fazia tanto tempo, e do mesmo jeito doía tanto lembrar daquela noite, a dor era comparada a dor de perder a sua mãe para a doença fulminante.

Subiu a escada e logo andou para seu quarto.

Tentou abrir a porta, mas o mesmo se encontrava trancado.

–O que você está fazendo aí?- perguntou o pai, a assustando.

–A porta está emperrada- disse forçando-a mais uma vez, mas nada aconteceu.

–Ela está trancada- disse cruzando os braços.

–Dá pra abrir por favor?

–Esse é o quarto de Marie.

–Não... Esse é o meu quarto, o da Marie é no final do corredor- disse apontando para a porta azul bebê.

–Eu troquei, afinal, ele estava mofando, e as coisas dela estava estragando- disse calmo.

A garota suspirou firme, claro, mesmo morta sua irmã acabava com sua vida.

–E as minhas coisas podem estragar?- perguntou irritada.

–Fazia muito tempo que você não vinha aqui- explicou.

–É mais eu voltei, e a porra da Marie não vai voltar- se estourou, e logo um tapa foi desferido em sua cara.

O tapa foi tão rápido quanto o arrependimento estampado na cara do mais velho.

–Nessie- sussurrou com os olhos arregalados.

–Não se preocupe- disse segurando as lágrimas- É bem comum eu apanhar na cara desde que a Marie se foi.

Antes que ele pudesse falar alguma coisa, ela foi em direção a porta do final do corredor, e quando abriu se deparou com outra escada, que dava para o sótão.

Já havia me esquecido que o quarto de Marie era o maior de todos- pensou quando avistou o sótão.

O papel de parede bege era novo, mas o cheiro de mofo ainda era forte.

Olhou para todas as suas coisas dentro das caixas empilhadas na parede, pela janela passava os raios de sol lhe lembrando o quão bom era morar em Philadelphia. A Philadelphia em que havia sido obrigada a deixar devido o serviço de seu pai.

Nunca havia suportado a ideia de deixar as únicas lembranças que tinha de sua mãe, seus amigos, todos que conhecia para ir para uma cidade completamente diferente. Ainda se lembrava do aniversário de 15 anos, quando ganhou uma passagem só de ida para Nova York.

S.C

A loira olhava para o pai, o mesmo comia as panquecas sem pronunciar nenhuma palavra.

O olhar entediado dela era evidente, mas ele parecia não se importar.

–Pensei que houvesse dito que iríamos fazer algo juntos- disse a filha enquanto tirava os pratos da mesa.

–Eu disse que tentaria- corrigiu.

–Pai, hoje é domingo e eu vou embora a noite- disse ela.

–Você chegou ontem, eu falei que ficaríamos juntos ontem, não hoje- disse Edward enquanto mexia em seu celular.

–Claro claro, ontem você jogou na minha cara que preferia a filha morta, eu estava chateada.

–Você já tem 19 anos, então cresça, não pode ficar chorando só porque alguém te magoou- disse grosso.

–Que por acaso foi você- acusou.

–Renesmee, eu amo você, mas você não pode ser sempre tão ingênua- disse se levantando da mesa.

–Acho melhor eu ir embora- disse deixando as louças em cima da pia- Pois você afasta todos que te amam de verdade, seu destino é ficar sozinho pelo resto de sua vida, nem Isabella, mesmo não gostando dela pelo que ela fez comigo, mas até ela você conseguiu afastar.

–Você não precisa ir- tentou o pai, mas suas palavras cruéis já haviam feito um estrago e tanto na garota.

Ela apenas balançou a cabeça e disse por fim:

–Tudo que eu sempre fiz foi para chamar sua atenção, cansei disso, não preciso ficar mendigando sua atenção- disse revoltada saindo da cozinha e indo em direção ao seu novo quarto.

–Renesmee- chamou arrependido, mas já era tarde de mais, ela havia cansado de tudo isso.

Bateu a porta quando passou pela escada que ligava o sótão.

A campainha começou a tocar estridentemente, enquanto o pai resmungava algo indo até a porta.

Quando abriu a porta tomou um suto e tentou fechá-la imediatamente, mas os homens mascarados foram mais rápidos apontando as armas para o delegado. Pensou em levar a mão até a arma no bolso de trás, mas ele não teria chances do mesmo jeito.

–Eu falei para você se esconder- disse um dos homens, mas o delegado logo reconheceu, era a voz do preso que ele havia prendido noite passada.

Como ele saiu da cadeia- pesou revoltado.

–Mascarados, sério? Tem medo de mostrar o rosto- disse o delegado debochado para o homem que parecia ser o chefe.

O homem riu e logo tirou a máscara.

–Não tem o porquê ter medo, já que você não vai se lembrar de nossos rostos- disse o chefe cruel.

Antes que pudessem acertar no delegado o mesmo gritou:

–ALUGI- e logo um tiro foi acertado bem em sua testa, fazendo-o cair para trás, desfalecido no chão.

A filha ouviu, ela puxou na memória o que significava as palavras que o pai gritou, e logo se lembrou.

Marie e Nessie, lembre-se ALUGI é nossa palavra de segurança, quando ouvir eu gritando essa palavra, corram e se escondam, e não saiam de seus esconderijos por nada- dizia o pai, naquela época ela não havia entendido nada, tinha apenas dez anos, mas agora ela entendia, algo estava errado, ela corria perigo.

E o tiro que ela ouviu foi o bastante para confirmar o que já sabia, sentiu o corpo tremendo e logo andou em direção a sua bolça pegando a arma para emergência e o spray de pimenta desceu as escadas do sótão se deparando com a porta que dava para o corredor fechada.

–O que foi que ele disse?- perguntou Embry entrando dentro da casa.

–Não faço a mínima- disse Collyn.

–Veem se tem mais alguém aí dentro- disse o chefe enquanto ia em direção ao carro.

Antes que a loira abrisse a porta que dava para o corredor, ouviu passos, isso a fez recuar e voltar a subir as escadas em silêncio.

Ela não conseguiria atravessar o corredor sem que ninguém a visse, olhou ao redor no sótão, não havia nenhum lugar para se esconder, e logo viu a velha cama de casal.

A colcha brega que se encontrava em cima dela ajudaria ela a se esconder de baixo da cama.

–Essa porta está trancada- ouviu a voz de um homem no andar de baixo. Com certeza estava tentando abrir a porta do novo quarto de Marie, por um momento agradeceu ao seu pai por ter deixado-a no sótão.

Ouviu quando arrombaram a porta, e percebeu que não tinha muito tempo.

Colocou a colcha de um modo estratégico, um modo que os homens não conseguiriam vê-la caso fossem para o sótão.

Rapidamente se enfiou de baixo da cama, quando os passos começaram a ficar mais pesados.

–Vê essa última porta, que eu vou ver se tem algum porão lá em baixo- disse Embry apontando para Collyn, que confirmou a cabeça e logo se direcionou para a porta azul.

Collyn abriu a porta se deparando com a escada que ligava o sótão, subiu em silêncio olhando ao redor, e logo abriu um sorriso debochado.

–Não tem ninguém aqui- a loira ouviu o homem dizer, mas antes que ela pudesse suspirar aliviada, a colcha de cama que era para protegê-la foi erguida rapidamente, fazendo-a ficar cara a cara com o homem- Não achou que seria tão fácil né gracinha?

A loira tentou rastejar para longe do homem, mas ele foi mais rápido puxando seu pé. Fazendo-a sair arrastada e deixar a arma escapar de sua mão.

–Me larga- ela disse balançando as pernas e chutando sua canela.

–Desgraçada- ele gritou de dor, e esse foi o passe livre dela para poder correr, conseguiu descer as escadas rapidamente, mas o seu erro foi olhar para trás, isso a fez se desesperar quando viu o homem estava quase a alcançando.

Quando chegou no corredor travou, não tinha mais como correr, havia outro homem no final do correndo, barrando sua passagem.

Sentiu o cabelo sendo puxado para trás, enquanto Collyn dava um sorriso assassino.

–Achou que seria tão fácil sua vadia- dizia enquanto dava um tapa em seu rosto- Mas como eu gostei de você, você tem duas opções, ou você abre as pernas para mim agora e eu te deixo viver por mais alguns dias, ou eu te pego a força, e não serei nenhum pouco cavalheiro- disse enquanto lambia seu pescoço.

A garota sentiu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

–Nunca- disse se debatendo.

–Resposta errada gracinha- disse Collyn enquanto avançava nela.

Jacob olhava para a casa branca, e por um momento sua atenção foi para o carro estacionado na garagem, que até então ele não tinha reparado, mas era igual ao de sua namorada.

Uma música agitada tocou, denunciando quem estava ligando.

–Isabella não posso falar agora- disse revirando os olhos.

–Jacob- dizia a garota chorando do outro lado da linha- Não mate ele, por favor- implorou.

O irmão abriu um sorriso perverso, olhando para o homem que se encontrava morto no chão.

–Me de um motivo- disse debochado.

–Eu amo ele- suplicou.

–Ainda não estou convencido.

–Jacob, por favor, se não for por mim faça por ela.

–Ela? Quem? Ficou louca agora?

–Renesmee Jacob, faça isso por ela- disse aos prantos.

–Ela não tem nada haver com essa história, a deixe longe disso Iasabella- disse irritado.

–Ela é filha dele Jacob, Renesmee é a filha do delegado.

Antes que ele pudesse pensar em algo, ele ouviu um grito, um grito que ele reconheceria a quilômetros de distância, era o grito dela, ela estava na casa. E o pior de tudo... Ele havia matado seu pai.


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Notas finais do capítulo

Como está o andamento da fic?? Sei que muitas já esperavam que isso fosse acontecer, mas não se preocupem porque tem mais vindo por aí.


Mas pra quem não fazia ideia do que aconteceria, o que acharam? Muitos chocados com a relação conturbada que Renesmee tinha com o pai? Ou com o fato de Jacob ter matado o pai dela, o que será que ela irá fazer???


Não esqueçam dos reviews, pois é meu combustível.


PS- Apareçam fantasminhas camaradas, preciso de vocês. :p



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