Uma mudança nunca é fácil, especialmente de colégio, sabe quando você estuda lá...sei lá tipo...desde quando você não se conhecia por gente? Pois é, desde aquela época. E aí você tem que se mudar!

Mas quando isso é acompanhado pelo mudar de cidade? Como é?depende, se você se acostumou com o fato, como eu, ainda vai doer bastante, mas se não se acostumou? Desista, vai ser um pesadelo nos primeiros dias.

Talvez seja por isso, pelo fato de eu ter me preparado e me acostumado com o fato, que entrei até meio que calma( sem roer as unhas pelo menos) dentro daquele avião e viajei por algum tempo até a minha nova cidade: Albuquerque, Novo México.

Era tudo diferente, em Nova York as coisas eram sujas, todos brigando, aqui era mais calmo e pelo visto...um pouco entediante.

Minha nova casa era o tipo de casa que diz que somos a família perfeita ( yuupi, quem dera fosse verdade!), eu fiz uma careta quando a vi mas fingi que amei( afinal, eu realmente havia gostado mesmo que seja um pouco).

Eu caminhei por dentro, tudo já estava arrumado já que eles estavam aqui já há alguns dias antes de mim, corri para decidir qual seria o meu quarto ( o que não seria difícil de decidir vendo que só tinham três quartos a casa, um da minha mãe e do meu padrasto, outro para mim e outro para o meu irmão que ainda é um bebê então...ELE NÃO VOTA!) até o minuto em que descobri que eles já tinham escolhido e até mandado pintar de lilás, a minha cama cor-de-rosa( sim, o colchão é MESMO cor-de-rosa), meu guarda roupa branco, meu computador e minha escrivaninha, meu quadro de fotos, tudo arrumado, mas eu ainda ia precisar fazer as coisas virarem minhas.

“não bagunce as coisas, Taylor.” Eu ouvi a voz da minha mãe, revirei os olhos e disse.

“ certo, mãe.” Acredite, uma briga com a minha mãe não é algo que as pessoas querem comprar.

Então eu vi algumas coisas que não era minhas( ao menos, antes não eram): um pufe lilás e um espelho daqueles que dá para ver o corpo inteiro, fiz uma careta.

É...eu não era a rainha da festa.

Meus cabelos eram louros, meus olhos lembravam de japoneses e eram cobertos pelos meus óculos de aro preto, eu usava uma blusa baby look preta com detalhes vermelhos e uma calça jeans folgadona e um all star preto.

Não...não sou gótica.

E com certeza....não tenho estilo quando não quero ter.

Suspirei.

Me virei e me joguei na cama, estava cansada e entediada, fechei os olhos lentamente até que ouvi um barulho estranho( um grito é estranho o suficiente?) me sentei na hora e me virei para a janela ( é de lá que vem o grito) e só aí descubro.

QUE PORRA É ESSA?

Dei um grito ao ver a cena e o garoto tentava se esconder.

Pois é...sabe quando tem aquelas casas lado a lado e por algum motivo algumas janelas se encontram, pois é, a minha dava com a de um GAROTO!

“ O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ?” o acefalo que estava apenas de toalha branca me perguntou se escondendo atrás da cortina.

Eu ri.

Que pergunta idiota.

“EU MORO AQUI!” eu gritei de volta.

Ele resmugou algo e disse.

“ ADEUS!” e fechou a cortina andando de forma engraçada.

Eu ri, mas depois de um minuto percebi algo.

MEU DEUS! A MINHA JANELA DA COM A DE UM GAROTO.

Só podia ser comigo mesmo.