O Renascer dos Saiyajins escrita por jdredalert


Capítulo 6
Capítulo 6: Sentimentos.


Notas iniciais do capítulo

O tempo está passando e Spark treina sem parar. Mas para superar o novo desafio do Mestre Khan, será necessário muito mais do que um corpo bem preparado. Na Fortaleza, Asus também treina com afinco, a fim de descontar a surra que levou de Lenia, que deseja apenas encontrar seu aluno desaparecido e irá à procura dele, juntamente com Gyules e Tank. E, no intervalo entre uma sessão de treino e outra, Spark vai curtindo um novo sentimento...



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Um intenso tremor encheu todo o templo naquela manhã, no primeiro dia da terceira semana de Spark em seu treinamento. Normalmente, os outros alunos do Mestre Khan não se envolviam no treino do jovem Saiyajin, nem sequer faziam perguntas ao Mestre. Eles tratavam o rapaz de forma extremamente gentil e educada, algo que Spark ainda não havia se acostumado ainda, mas pareciam se esquecer – ou fingir não saber – que ele estava lá para treinar também. Mas naquela manhã, tudo foi diferente.

Os alunos correram todos, como um estouro de boiada desordenado, para o fundo do templo, onde contemplaram a cena de Spark, sem camisa, arrancar do chão uma enorme rocha, que deveria pesar duas toneladas no mínimo usando apenas as próprias mãos. Insatisfeito com sua proeza, o jovem Saiyajin atirou o enorme bloco para o alto e deitou-se no cão, exatamente onde ele iria cair. No momento do impacto com o chão, porém, o rochedo pareceu flutuar, equilibrado nas costas do Saiyajin que tirava proveito do fato da base da enorme pedra ser plana. E a voz de Spark pôde ser ouvida, à medida que a rocha parecia descer e subir alguns centímetros de sua posição.

– 1... 2... 3... 4... 5...

– Mas... mas... é incrível!! – exclamou um dos alunos, bestificado – Que força absurda! Ele está fazendo flexões com aquela pedra enorme nas costas!.

Não demorou muito para o Mestre Khan e Simon chegassem ao local. O guerreiro Kelfo ficou tão estupefato quanto os demais, mas o velho Mestre no entanto, levou a mão direita à sua longa barba prateada.

– Hmm... podemos tirar um proveito dessa força toda... – disse o velho, avaliando o seu aprendiz, mas virando-se bruscamente para os demais alunos – Que vocês pensam que estão fazendo aqui? Querem ver mais o que? Malabaristas, cuspidores de fogo e bobos da corte? Isto é um treino, não um espetáculo circense! Agora voltem para seus exercícios!

A palavra do Mestre Khan era lei, e isto se evidenciava cada vez que o velho Kelfo dava alguma ordem. Era evidente que os demais aprendizes queriam continuar assistindo Spark descer e subir com o enorme peso em suas costas, mas o comando havia sido dado pelo mestre e os demais obedeciam. Pouco tempo depois, Khan e Simon estavam à sos novamente, observando os exercícios do Saiyajin.

– Aquele garoto... como pode ter tanta força assim? – perguntou Simon, ainda incrédulo.

– Os Saiyajins possuem força bruta de sobra. O que você vê, meu caro amigo, pode significar muita coisa para alguns, e absolutamente nada para outros. No entanto, é inegável que este jovem tem sim, muito potencial. É impossível comparar este garoto que está aqui diante de nós com aquele jovem que entrou aqui, tanto em mente, quanto em corpo e alma. Ele é outro.

Simon não respondeu nada. Não tinha palavras em mente naquele momento, apenas queria observar o quanto o Saiyajin iria suportar, quantas repetições ele seria capaz de fazer com aquele peso enorme nas costas. Esperaram por um tempo, até que a contagem do rapaz chegou ao número quinhentos. Neste momento, o Mestre Khan interveio, parando diante dele.

– Um momento, meu jovem. Acho que poderemos fazer um uso melhor deste peso, do que meras flexões de braço. Consegue se levantar?

– Hmm... sim senhor. – Spark respondeu com empolgação, embora estivesse com o rosto bastante suado. Num veloz movimento, o Saiyajin de um pequeno impulso com as costas que fez o rochedo elevar-se no ar, e no instante seguinte ele estava seguro, por um par de braços fortes.

– Ótimo. Seus braços tem mesmo que ficar nesta posição. – disse o Mestre, num sorriso que Spark interpretou como levemente malicioso – Mas suas pernas tem que ficar dobradas, num ângulo de noventa graus, como se estivesse sentado em uma cadeira imaginária...

Spark agachou-se um pouco, o que acabou se tornando uma posição extremamente desagradável, ainda mais com todo aquele peso acima de sua cabeça. O Mestre continuou a sorrir, sem tirar os olhos do Saiyajin.

– Esta posição treina a resistência do seu corpo, bem como a resistência de sua mente. Logo, suas pernas começarão a doer. Por quanto tempo você poderá suportar?

– Eu... não sei... – respondeu Spark, com seus dentes travados e o suor escorrendo pelo rosto.

– Então descobriremos. Agüente seu máximo nessa posição e não saia daí até eu mandar. Estamos entendidos?

– S-sim!

Se não fosse pelo fato daqueles estranhos treinamentos do Mestre Khan darem resultados reais, Spark já teria abandonado a montanha há semanas. Todo o tempo que permanecera ali em cima, ainda não havia lutado uma única vez com ninguém. Subia e descia as escadas, corria, socava e chutava o ar com pesos em seus membros, amarrava-se com uma corda por sua cauda e ficava pendurado de cabeça para baixo fazendo abdominais e concentrava-se bastante, mas nem mesmo uma mísera troca de socos. E agora ficar nesta posição totalmente desconfortável segurando toneladas com os dois braços. Sentia saudades dos treinos de combate e por vezes havia pensado em como Lenia e os outros estariam na Fortaleza.

Faltava pouco mais de uma semana para que fizesse um mês que desaparecera. Será que alguém teria se preocupado, ou ao menos notado sua ausência? Ou será que finalmente Spark havia sido dado como morto e teria deixado de ser um peso, um hóspede indesejado por sua falta de força entre os Saiyajins? Sentiu raiva por um breve instante, ao imaginar pela milionésima vez a figura de Asus sendo aclamado como um herói por todos os outros enquanto contava como havia derrotado o “verme inútil e desprezível” com pouquíssimos golpes. Seu sentimento de raiva fez com que perdesse um pouco da concentração e por pouco o imenso pedregulho não escapou de seus braços.

Tenha calma... mantenha a mente em branco, esqueça tudo que se passou ou pode ter se passado no mundo lá fora... concentre-se no agora, Spark..., era o que o jovem Saiyajin repetia para si mesmo, ao passo que mais e mais gotas de suor brotavam em seu rosto, escorrendo até a altura do queixo. Quanto tempo havia se passado desde que ficara naquela posição? Por alguns minutos, Spark havia fechado os olhos e tentado não pensar em nada. Porém, notou que ao abri-los de novo, Simon já não estava mais lá. Ele viu as sombras se moverem lentamente, acompanhando a posição do sol e ouviu os ruídos dos demais alunos treinando ir ficando cada vez mais fraco e distante. Por quanto tempo mais permaneceria ali, sozinho?

Suas pernas já estavam ardendo e seus braços pareciam ter perdido a sensibilidade. Spark estava faminto. Um rápido café da manhã enquanto o sol ainda nascia e pela posição das sombras, já havia passado do meio dia há muito. Só queria largar a pedra e descansar, mas se viu diante da aterradora situação que seus braços já não lhe obedeciam mais, nem suas pernas tinham forças suficientes para dar um impulso para fazer o pedregulho voar longe. Então deveria apenas resistir. Resistir mais?

Depois do que lhe pareceu ser uma eternidade, Spark ouviu passos vindo por detrás dele. Já estava na montanha a tempo suficiente para conhecer os passos do Mestre Khan e quando sua voz soou, para o Saiyajin foi um misto de alívio e agonia.

– Então você ainda está ai... – soou a voz do velho Mestre – Está cansado, presumo?

– S..s-sim... – respondeu Spark, quase em meio a um gemido

– Não se preocupe. Essa etapa de seu treinamento esta no fim. No entanto, este é o momento de seu teste.

– Teste...?

Mas e essa agora? Ele não falou nada sobre um teste? Quem ele pensa que eu sou, deus? Eu também preciso descansar!

– Esta será sua prova de fogo. Vejamos até onde seus esforços valeram à pena.

Sem nem ao menos ter tempo de digerir as palavras do velho Mestre, Spark sentiu uma mão apertar sua cauda com toda a força. Imediatamente, sentiu-se menos poderoso, menos capaz de suportar o peso da pedra e do próprio corpo estando naquela posição, sentado no “banquinho imaginário”.

– O que... que está fazendo?! – ele gritou, desesperado, seus braços e pernas tremendo como frágeis gravetos que seguram um tijolo.

– Tolo! Concentre-se! Quantas vezes terei de repetir que você está aqui não apenas para treinar seu corpo, mas também sua mente? Uma mente fraca torna o corpo fraco! Controle suas emoções!

– Mas... a cauda... é meu ponto fraco... – Spark se esforçava para falar qualquer coisa, tendo certeza de que a qualquer instante iria cair no chão.

– Você questiona demais! – rugiu o Mestre, numa entonação até então nunca vista – Durante todo esse tempo você exercitou a musculatura de sua cauda, mas esqueceu de exercitar essa sua cabeça oca! Esqueça conceitos de ponto fraco ou forte. Vença os limites de seu corpo! Ou se preferir, deixe a rocha cair e ela esmagará nós dois. A escolha é sua, mas ela que determinará se todo esse tempo que treinamos foi ou não em vão.

Não. Spark não suportaria ouvir novamente que todo o tempo de treino de sua vida teria sido jogado fora. Já bastava Lenia. Já bastavam os Saiyajins. Não poderia decepcionar o Mestre Khan e acima de tudo, não poderia decepcionar a si mesmo. O garoto sabia muito bem toda a evolução de seu corpo e de seu poder de luta. Não poderia falhar naquele momento, não sabendo de todo seu potencial.

Ele fechou os olhos, concentrando-se em todo o poder que havia descoberto dentro de si nas últimas semanas, e deixou aquela energia quente fluir por todo seu corpo. Em meio a um grito, liberou parte de seu ki, criando ao redor de si uma aura clara, que soprava ventos fortes em todas as direções. Seu corpo pareceu ganhar forças e a dor de sua cauda simplesmente desaparecer, até que o mal-estar causado pela pressão em seu ponto fraco deixou de existir por completo. Ele liberou ainda mais o ki, e arremessou a grande rocha para o alto, que subiu durante alguns segundos antes de cair em meio a um estrondo, exatamente no mesmo lugar onde estava pela manhã.

O Saiyajin exausto caiu no chão, sentado, com a respiração ofegante, mas orgulhoso do próprio feito. Ao virar-se em direção ao Mestre Khan, notou que o velho Kelfo sorria satisfeito.

– Meus parabéns. – ele disse, alisando sua enorme barba, como de costume – De hoje em diante, você não tem mais ponto fraco, Spark.

Atrás do mestre também sorriam uma Lily cheia de orgulho e – para o total espanto do Saiyajin – Simon, que parecia extremamente satisfeito. Sem nem ao menos pensar duas vezes, o garoto levantou-se e gritou a plenos pulmões que estava faminto e correu com os dois jovens Kelfos até onde ficava guardada a comida, dizendo que apenas um barril de cereais não seria suficiente para matar sua fome. O Mestre Khan permaneceu no mesmo lugar, observando os três até que sumissem de seu campo de visão, direcionando seu olhar para a enorme rocha em seguida.

Que garoto impressionante. Ele é diferente dos demais Saiyajins. Ele gosta de lutar como todos de sua espécie, mas ao contrário da maioria, ele possui algo raro nos dias de hoje: um coração puro e calmo. Talvez o futuro guarde coisas boas para ele. É, quem sabe?

* * *

– Aaaah!! Isso não vai ficar assim!! – irrompeu a voz de Asus, num berro gutural que foi abafado pelo som altíssimo de diversas explosões ao seu redor.

Mesmo estando treinando dentro de uma das câmaras de gravidade aumentada, o Saiyajin não hesitava em disparar diversas esferas contra si próprio, causando explosões cada vez mais poderosas que causavam danos não apenas ao seu corpo, como também às paredes e ao chão da sala. O motor responsável pelo aumento da gravidade marcava 120G, mas todo aquele peso parecia não ser nada para Asus, cuja expressão era da mais pura cólera. A surra de Lenia e a humilhação na frente de todos não tinha passado ainda, e orgulhoso como só, não haveria de engolir aquilo tão cedo. Do lado de fora, Tank supervisionava os treinamentos do pupilo, surpreendendo-se com o avanço diário do mesmo. Sabia o porque daquele empenho e sabia reconhecer também que se continuasse naquele ritmo, Asus o superaria em uma questão de alguns meses. Ele sempre soube do talento nato para as batalhas de seu pupilo, no entanto só agora que passava a crer que talvez ele pudesse mesmo se tornar o Super Saiyajin um dia.

Mais um disparo de energia, maior e mais forte cortou o ar, fez uma curva perfeita e atingiu Asus em cheio no peito. O estrondo foi tanto que as luzes da Fortaleza oscilaram por um instante e a máquina de controle gravitacional desligou-se. Asus caiu de joelhos, fraco e com a respiração pesada. O corpo estava coberto de feridas e queimaduras, além de sua armadura estar severamente avariada. O único som audível era o de inspiração e expiração de ar dos pulmões do Saiyajin, mas dentro de sua mente, uma voz falava alto, como num megafone. Gritava, deixando-o louco.

Espero que reconheça a sua mediocridade, moleque. Você é tão poderoso, tão cotado a ser o Super Saiyajin que nem sequer conseguiu reagir a meus ataques. Aumente seus poderes de verdade para depois sair contando vantagem para os outros. E acima de tudo... nunca insulte, nem provoque um inimigo que estiver tão acima de você a ponto de poder te matar sem que ao menos lute.

– Maldita... não vou permitir que me humilhe desta forma... NÃO IREI TOLERAR INSULTOS DE NINGUÉM!

E em meio a outro grito, Asus liberou todo seu poder, fazendo a Fortaleza tremer ainda mais. Tank então afastou-se, deixando-o a sós. Suspirou, ainda perdido com tudo que tinha acontecido no decorrer daquelas semanas. Fechou os olhos por um segundo, tempo suficiente para que pudesse visualizar Asus fraco e ferido, se arrastando pelos corredores da Fortaleza até a enfermaria, sendo esnobe e grosseiro com seus companheiros que tentavam ajudá-lo a caminhar, coisa que ele sequer estava conseguindo fazer direito.

– Asus!! – exclamou Tank ou vê-lo naquele estado, e já imaginando do que se tratasse tudo aquilo, embora preferisse pensar que estava enganado – Mas o que foi isso? Quem te feriu dessa forma?

– Foi a Senhora Lenia, senhor – respondeu Dirk, que não sabia se tentava ajudar Asus a andar ou simplesmente ficava parado, atendendo à ordem que fora dada pelo Saiyajin, visando o bem do próprio ego.

– Aquela vagabunda... vadia, desgraçada... vai pagar caro por isso! – urrou Asus, em meio à própria fúria e dor – Eu vou matá-la, MATÁ-LA por isso!

Os adjetivos empregados por Asus definitivamente não agradaram Tank. Lenia e ele já eram parceiros de longa data, desde antes de Asus ou qualquer outro Saiyajin ali presente terem nascido. Aquilo era de fato um insulto grave, um insulto não somente a Lenia como a ele próprio também. No entanto, preferiu naquele momento que sua severidade de instrutor cedesse espaço a política. Precisava que Asus contasse mais sobre o ocorrido. Sabia que mesmo que não o fizesse, seus lacaios iriam narrar tudo que se passou com riqueza de detalhes, mas Tank queria ouvir tudo da boca de seu pupilo.

– Asus, olhe para mim! Lenia te atacou? Ela te atacou até te deixar neste estado? Asus, eu conheço Lenia já a muitos anos e sei que ela não atacaria outro Saiyajin daqui à toa. Diga-me, que aconteceu?

– Ela é uma ordinária... cretina... eu vou treinar... um mês e vou superá-la... e então eu vou... eu vou...

– Acho que o único cretino que estamos vendo por aqui é você, seu fedelho metido. – soou uma voz feminina, reconhecida por todos como de Lenia.

Tank percebeu como Asus e os outros estremeceram ao vê-la, como se tivessem sido trazidos de volta bruscamente à um pesadelo.

– Lenia! Por favor, já chega! Olhe o que você já fez com Asus...

– Ele fez coisa muito pior com Spark, eu estava lá no bar e ouvi tudo. Mas não é por causa deste verme que eu estou aqui. Estou aqui por causa do outro.

– Oh sim... Gyules não vai a lugar algum. Está lá em cima como um bom garoto, esperando pacientemente para que possamos sair...

– Ótimo. Então vamos logo indo. O mais rápido que formos lá, o mais rápido encontraremos meu aluno. – disse Lenia, frígida, virando-se de costas para todos e iniciando seus passos. No entanto, parou subitamente como se tivesse esquecido uma coisa importantíssima. Ela virou apenas o seu rosto para o jovem e ferido Saiyajin e disse-lhe – Ah, Asus? Porque não lava seu rosto e cuida melhor de sua aparência? Minha nossa, você está horrível...

Tank deu um muxoxo de desaprovação, enquanto que Lenia continuou seu caminho, rindo e ignorando os gritos de “eu vou te matar, sua desgraçada” dados por Asus, que não tinha forças nem mesmo para andar, mas conseguia ainda elevar seu ego de forma exageradíssima.

Eles não disseram nada até chegarem ao terraço, nem durante o percurso da Fortaleza até a área desértica e rochosa onde Spark havia lutado. Foi fácil perceber que havia acontecido uma luta naquele lugar. Várias formações rochosas danificadas, com seus fragmentos espalhados aos quatro cantos; um ponto onde parecia ter sido atingido por um meteoro, mas uma olhada com mais atenção não deixava negar que aquilo era o efeito de um poderoso punho fechado; uma imensa cratera causada por um ataque de energia massivo.

– Parece ter sido uma boa briga aqui... – observou Tank, avaliando os estragos.

– É. Uma boa covardia, isso sim. Foram cinco pessoas contra uma só. – Disse Lenia, de braços cruzados, virando-se em seguida para Gyules, e perguntando com desprezo – E então, o que aconteceu depois? Aonde eles jogaram o Spark? Não estou vendo nenhum cadáver aqui.

– Asus não se conformou em apenas dar uma surra em Spark – disse Gyules, de cabeça baixa, já temendo alguma reação explosiva de Lenia - Não, ele queria mais... ele pegou Spark pela sua cauda e o arremessou para o alto... e mandou ele quilômetros para o norte, com um Big Bang Attack.

– E como você pode ter tanta certeza que foi para lá? – perguntou Lenia, contendo seus impulsos e toda a sua raiva crescente, que parecia aumentar ainda mais cada vez que descobria algo novo sobre o espetáculo de horror que fizeram com seu aluno.

– Ao contrário do que todo mundo pensa – respondeu Gyules, com uma pontada de orgulho e raiva em seu tom de voz - eu não sou um completo inútil. Eu tenho um excelente senso de direção. Me lembro da posição das estrelas no céu naquele momento, com certeza Spark foi parar muitos e muitos quilômetros ao norte daqui. Se ele tiver de ter morrido, então o corpo dele está pra lá.

A reação de Lenia foi instantânea. Elevou-se no ar e disparou rumo ao norte como Gyules havia dito, numa velocidade impressionante. Tank a seguiu, assim como o pequeno gorducho. Eles seguiram a instrutora o mais perto que poderiam e voaram sem descanso por cinco minutos, passando da área desértica e chegando num lugar com vegetação rasteira. De súbito, Lenia parou bruscamente no ar. Tank teve de frear alguns metros à frente de sua companheira, enquanto que Gyules, que vinha bem atrás, parou no local correto.

– Algo errado Lenia? – perguntou Tank.

– Tank... se continuássemos seguindo nessa direção, onde chegaríamos? – ela perguntou, com uma mão no queixo.

– Aonde nós chegaríamos? Vejamos, se continuássemos nós...

Tank pareceu pensar uns instantes e em seguida arregalou os olhos. Olhou desconfiado para Lenia, que deu um sorriso de leve para ele, sabendo que ele havia chegado na linha de raciocínio que ela queria.

– Nós... nós iríamos chegar...

– Exatamente. Nas fronteiras do Império Kelfo. Sabe que se continuarmos a ir nessa direção estaremos violando o tratado diplomático que os Saiyajins e os Kelfos assinaram, quando chegamos aqui tantos anos atrás. Isso nós não podemos fazer. Imagine a confusão que causaríamos no equilíbrio entre as duas raças? Vamos voltar para casa agora, acho que por hoje já chega. Gorducho! Me aponte a direção da Fortaleza! Vamos ver se você é tão bom assim mesmo!

– Ah, sim... é pra lá. Sudoeste. – respondeu Gyules, sem muito ânimo.

– Vamos lá Tank, temos que botar alguns assuntos em dia.

No caminho de casa, Gyules – esforçando-se o máximo para conseguir acompanhar os dois mais velhos – perguntou, discretamente.

– Quem são ele hein?

– Eles quem? – perguntou Tank.

– Os tais Kelfos. Quem são eles, e que raio de tratado é esse que vocês estão falando?

– São os seres que já moravam aqui quando nós Saiyajins chegamos em Omega-003. – respondeu o instrutor, sem olhar para o pequeno – Os Kelfos não ficaram exatamente felizes quando nós chegamos aqui, refugiados, mas conseguimos chegar a um acordo diplomático onde ocupamos uma área extensa para que possamos viver, mas não podemos transpassar os limites do reino deles.

– Mas eu não entendo... nós somos os Saiyajins! Somos os guerreiros mais fortes do Universo, porque nós simplesmente não conquistamos este planeta para a nossa raça?

– Porque, imbecil – dessa vez foi Lenia que entrou na conversa – quando um planeta explode e dentre os bilhões de habitantes sobram apenas uns cinqüenta vivos, nosso maior interesse é garantir a sobrevivência de nossa espécie e não procurar entrar em batalhas que possam causar nossa extinção.

– Sem falar que os Kelfos são uma raça que preza a paz em primeiro lugar, no entanto são muito poderosos. Não vou dizer que nós, Saiyajins, simplesmente ficamos com medo. Mas não poderíamos nos arriscar e resolvemos jogar de acordo com as regras deles. Hoje conseguimos coexistir pacificamente e alguns dos mais velhos, como eu e Lenia, apóiam esta aliança.

– Mas porque eu nunca ouvi falar desse povo? – perguntou Gyules, coçando a cabeça.

– Porque quanto menos pessoas souberem da existência dos Kelfos, melhor – respondeu Lenia – Você não, que é um inútil... mas pense no que seria se alguns jovens retardados que se acham poderosos, como o Asus por exemplo, soubessem da existência de um povo poderoso e que impôs regras aos Saiyajins? Seria como jogar combustível numa fogueira, ele iria querer arrumar confusão com os Kelfos e provavelmente desencadearia uma guerra. Por isso privamos os mais jovens de ter acesso a informações desnecessárias. Que isto lhe sirva de aviso, gorducho. Apenas um seleto número de pessoas na Fortaleza tem conhecimento sobre os Kelfos e você agora é uma delas, portanto se a palavra “Kelfo” cair na boca do povo, eu vou saber que foi você e eu vou estourar sua cabeça como um tomate podre, estamos entendidos?

Gyules guinchou de medo, reduzindo a velocidade de seu vôo e permanecendo mais ou menos vinte metros atrás de onde iam os outros dois. Tank balançou a cabeça, em sinal de desaprovação.

– Foi esse seu temperamento impulsivo que nos colocou em diversos apuros ao longo dos anos, Lenia.

– Foi esse meu temperamento impulsivo que salvou sua vida daquele povo nômade do planeta desértico, há alguns anos atrás. Então continue a voar e cale a boca. – Lenia respondeu – Existe uma grande chance de Spark não ter sobrevivido mas... agora estou bem mais tranquila. Com um pouco de sorte, aquele moleque foi encontrado por alguém e agora está comendo uma deliciosa refeição na casa de algum daqueles pacifistas idiotas. Então, vou reduzir minhas preocupações pela metade.

Tank deixou suas lembranças de lado quando a Fortaleza estremeceu mais uma vez. Sabia se tratar de Asus e sua revolta pessoal, então não deu a mínima atenção. Ao invés disso, atendeu aos roncos de sua barriga e foi ao refeitório, já pensando no que comer. Será que sobrou muito pernil?

* * *

Spark mal podia acreditar que estava saindo de dentro do Templo pela primeira vez em quase um mês. Lily havia conversado com o Mestre Khan alguma coisa que o jovem Saiyajin não conseguira ouvir, e em seguida veio sorridente até ele.

– Nós vamos poder dar um passeio lá fora! O Mestre deu permissão para que possamos sair hoje o resto da tarde, como uma bonificação por ter passado em seu teste! – ela disse, alegremente – Vem comigo, tem um lugar que eu conheço que não fica muito longe daqui, quero te mostrar, é muito bonito!

Lily pegou Spark por uma das mãos e juntos eles saíram pela grande porta do Templo, Spark sentindo um leve calafrio ao olhar novamente para o desenho da estranha serpente com garras e chifres ali desenhada. Em uma nota mental, Spark prometeu a si mesmo perguntar à Lily o significado daquilo numa outra ocasião. Eles ergueram-se nos céus, tendo Lily como guia. Lá de cima, a garota mostrou e deu nome a todos os vilarejos que passaram e Spark percebeu que alguns dos camponeses acenavam para ela alegremente, felizes em vê-la por ali.

– Essa gente gosta muito de mim e do meu pai, pois fomos nós dois que lutamos para que eles pudessem ter vidas dignas. Meu pai na política e eu no Santuário...

– No Santuário? – perguntou o jovem, sem entender.

– Sim. No nosso Império existe o Santuário, o qual veneramos as forças da natureza e nosso deus, o grande Dragão. Existem pessoas que fazem parte da hierarquia do Santuário, entre elas os Profetas, os Sábios, os Sacerdotes, e o Sumo-Sacerdote, e todos eles respondem ao Imperador. Nós pregamos o amor e a união entre todas as pessoas, entre todas as raças e povos, entre todos os seres vivos.

“Mas na prática não é bem assim, e prova disso é você. Fui duramente criticada pelos Sacerdotes e pelo Sumo-Sacerdote por ter te trazido para nosso reino... mas pense bem, se o amor é para todos... então porque optar por não te ajudar? E foi este argumento que eu utilizei, e eles acabaram aceitando, desde que você não causasse problemas. Eu estou estudando para me tornar uma Sacerdotisa para mudar isto, assim como meu pai, eu queria que um Império que fosse aberto às outras raças de seres inteligentes, um império menos...xenofóbico.”

– Mas, como é ser uma Sacerdotisa? Dá pra sentir que você possui uma grande energia, mas que não é voltada para lutas, como o Mestre Khan ou Simon...

– Ah, isso é fácil de explicar – Lily respondeu, em meio a um sorriso – Nós treinamos o nosso Ki para que possamos com ele realizar outros feitos, opostos aos de uma luta. Podemos curar feridas, enfermidades, deformidades... tudo com o nosso poder. A única coisa que não podemos evitar é a morte. Isso é simplesmente impossível, não dá para fazer isto... pelo menos, não mais.

– Está me dizendo que seu povo descobriu um meio de vencer a morte? – Spark parecia estupefato com aquela idéia, simplesmente impossível.

– Bem... não exatamente descobriu... há muitos e muitos anos atrás, quando nem mesmo meu pai ou o pai dele sonhava em nascer, existia neste planeta uma fonte de poder que concedia desejos àquele que a conseguisse. Eram sete esferas mágicas que não possuíam poder algum separadas, mas quando eram colocadas juntas e as palavras certas eram ditas, elas invocavam o grande deus Dragão, para que ele realizasse seus desejos. Por este motivo, nosso povo chamava estas esferas de “As Esferas do Dragão”.

“Pouquíssimo se sabe sobre as Esferas do Dragão. Se elas já existiam aqui ou se foram criadas por alguém é algo que nunca saberemos, mas o que nos foi contado de geração após geração é que, com o passar do tempo, começamos a ficar condicionados em concertar as coisas com a ajuda do deus Dragão. Não nos importávamos com guerras, pois sabíamos que as baixas poderiam ser repostas. Então, vieram os anos negros da nossa civilização. Um período regado à violência e sangue inocente, onde usávamos da magia para lutar e destruir as coisas. Omega-003 entrou em guerra, e Kelfos do mundo inteiro vinham ao combate. Logo, passaram a disputar quem deveria ter posse das Esferas do Dragão e mais e mais sangue foi derramado.”

“Diz a lenda que um grupo de Kelfos que desejava terminar com a guerra reuniu as Esferas e chamou pelo Dragão em pleno campo de batalha. Um dos membros do grupo teria dito a seguinte frase, como um lamento: Deus Dragão! Veja o que está acontecendo! Olhe toda essa guerra e veja no que nós nos tornamos! Todos queremos as Esferas e os poderes que só o senhor pode nos conceder e acabamos por nos destruir! Meu desejo é que o senhor olhe para nós, para o estrago que estamos fazendo e nos diga se ainda somos dignos de usufruir de teu poder e tua graça!”

– Incrível! E qual foi a resposta do deus Dragão a ele?

– O deus Dragão teria brilhado seus olhos vermelhos por alguns minutos, e neste meio tempo, amigos e inimigos soltaram suas armas e ajoelharam-se diante do grande deus. E quando finalmente ele respondeu, foi bem o que aquele homem que fez o desejo esperava: o Dragão disse que “Vocês se corromperam demais. Os desejos que eu realizei serviram apenas para tornar esta espécie preguiçosa e gananciosa. Eu nunca mais irei realizar nenhum desejo para vocês, para que aprendam a viver sem a minha ajuda” , e em seguida ele desapareceu e as Esferas do Dragão se tornaram pedra. Depois disso, a guerra terminou instantaneamente e os Kelfos começaram naquela época a sociedade que é hoje. Aboliram completamente as batalhas e a violência, e o Dragão nunca mais foi visto, embora há quem diga que o mesmo homem que invocou o Dragão no campo de batalha tenha construído o templo da montanha e que depois teria tido um contato com o deus Dragão, que ou teria levado-o embora consigo ou o tornado imortal...

– Só uma última dúvida, Lily... como era este tal deus Dragão? Com o que ele se parecia?

– Pelo que dizem... era algo que lembrava uma gigantesca serpente, mas que tinha garras, chifres e bigodes. Porque?

– Ah, bem... então eu sei o que é! Tem imagens dele no templo da montanha, principalmente na porta principal! Lily, já parou para pensar se a lenda fosse verdadeira? Se realmente ele tiver conseguido ganhar a imortalidade?

Lily sorriu novamente, tocando a mão de Spark enquanto voavam pelos céus.

– Spark... ninguém pode viver para sempre. Morrer é um ritual de passagem de todos nós. E além do mais, nossos corpos físicos podem perecer, mas nosso espírito viverá para sempre no Outro Mundo! Não há com o que se preocupar!

– Outro... Mundo? Como assim? Outro planeta, você diz?

– Com calma eu te explico com detalhes... venha, chegamos.

Aquele era o local mais bonito que Spark havia visto em toda a sua vida. As montanhas alcançavam os céus, enquanto que mais abaixo um rio corria, seguindo seu fluxo até uma cachoeira e um lago, tudo cercado por bosques. Eles desceram até a parte do lado, Spark naquele instante sentiu que havia se deixado contagiar pelo espírito Kelfo de respeitar a natureza. Realmente, aquilo era a visão mais bela de sua vida e o ambiente lhe transmitia a mesma paz do templo.

– Foi aqui, neste lugar que encontramos você – disse Lily, apontando para uma das margens do lago – Tão fraco, tão ferido... Nos apressamos até chegar em nossa casa e eu utilizei a minha magia de cura em você o máximo que eu pude, mas mesmo assim você não despertava. Você não tinha forças nem para se alimentar direito e tudo que eu pude fazer era te dar comida... ainda bem que você está vivo, Spark. Ainda bem.

De todas as reações vistas em um ser inteligente, aquilo era simplesmente inédito para o jovem Saiyajin: Lily o abraçou e pousou a cabeça em seu peito, e lá chorou. E, nesse momento Spark notou que tinha acabado de aprender mais uma coisa, a sentir o que era o afeto.

Mas afeto? Um Saiyajin não sente afeto, carinho ou amor... Aprendemos desde pequenos a ignorar certos sentimentos, que eles são fraquezas que um guerreiro frio não pode ter, ou aquilo nos conduzirá à derrota. Mas porque, porque eu me sinto tão mais forte na presença dela? Porque essas lágrimas quentes parecem me fazer sentir o homem mais poderoso que existe? Eu tenho a sensação de que, por ela, eu poderia vencer um exército sozinho! Minha nossa, o que é isso?

Ele fechou os olhos e seguiu o próprio coração, deixando que ele o guiasse pelo desconhecido caminho daquele sentimento. E seus braços se ergueram como que automaticamente, abraçando-a contra seu corpo, como se quisesse muito protegê-la do mundo. E quando abriu a boca para falar, deixou escapar palavras que nunca iria imaginar dizer na vida.

– Está tudo bem, querida Lily... eu sobrevivi e estou aqui com você...

A jovem Kelfo sorriu novamente. Mesmo com os olhos cheios de lágrimas, aquele sorriso era o mais belo que o Saiyajin já havia visto em toda a sua vida. Ela tocou seu rosto e o conduziu para perto do seu. O que ela vai fazer agora?, pensou ainda deixando o corpo agir sozinho. E, no instante seguinte, ela colou seus lábios nos dele. O primeiro beijo de sua vida, e também o inesquecível. Ele passou a mão pela cintura da garota e lá eles permaneceram até o momento em que o beijo terminou. Spark sentia-se estranho, perdido, como se tivesse perdido em parte seu senso de equilíbrio. Lily estava envergonhada.

– É assim que nós demonstramos carinho uns pelos outros, quando nós... amamos outra pessoa. – ela disse, sem conseguir olhar nos olhos do Saiyajin

– Eu gostei... podemos mais uma vez?

Spark não esperou uma resposta e a beijou de novo, e dessa vez ambos caíram no chão, onde permaneceram deitados por um tempo, assistindo o sol que já estava a se pôr tingir as águas do lago de dourado.



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Notas finais do capítulo

Olá! No final deste capítulo, gostaria de falar um pouco sobre o teste do Spark, as misteriosas Esferas do Dragão de Omega-003 e, claro, da cena romântica que fechou a narrativa por enquanto.Primeiro o teste. Hmm... é algo dolorosamente familiar para mim! rsrs Me lembro que o primeiro teste que eu fiz no Kung Fu foi parecido: ficar na posição de "Mapu" (essa mesma, do banquinho invisível) equilibrando um cabo de vassoura nas pernas, por entre um minuto e meio e dois minutos. Falhei miserávelmente na primeira, mas na segunda tentativa eu consegui passar... por pouco. Como aluno preguiçoso que eu era, não costumava dar o máximo de mim nos treinos e acabei não adquirindo a resistência necessária para encarar um minuto e meio de Mapu. Senti minhas pernas rasgarem... mas estou vivo! Foi daí que veio a idéia do teste dele ser assim, mas com o exagero de ter uma pedra pesando toneladas acima da cabeça e ter permanecido na posição por horas! Essas demonstrações exageradas de força física me fazem lembrar o Goku.Quanto às Esferas do Dragão, bom, na minha opinião elas tinham que aparecer. Ora, uma estória baseada em "Dragon Ball", onde as próprias Dragon Balls não aparecem não seria justo! Então decidi colocá-las no enredo, como uma lembrança do passado. Mas, você pergunta: "Como foram parar as Esferas do Dragão no planeta Omega-003?" Bom... isso eu não posso responder ainda... mas uma coisa é mais do que óbvia:existiu (ou será que ainda existe?) em Omega-003 um Namekuseijin e ele que foi o responsável pela criação das Esferas naquele planeta, tal qual o Kami Sama na Terra. E garanto que, no futuro, este mistério será solucionado.Agora, o momento novela das oito! Rsrs O beijo de Spark. Foi o primeiro beijo do Saiyajin e logicamente ele estava perdido. Me lembrei do meu primeiro beijo, mas isso não foi suficiente porque Spark não conhecia aquele tipo de sensação, nem fazia idéia do que era um beijo na boca. Então, tentei ao máximo me imaginar como me sentiria no lugar dele, perdi MUITO tempo para escrever este trecho pois sempre deletava achando que estava ruim e voltava do começo e acabou ficando assim. Poderia ter tido mais coisa, confesso... mas eu já estava esgotado mentalmente e resolvi fechar o capítulo.Espero que estejam acompanhando e gostando da minha fic! Estou fazendo o possível para manter ela sempre atualizada! Estou começando a escrever o capítulo 8 então muito em breve o sete já estará aqui disponível! Abraços!