Divergente - por Tobias Eaton escrita por Willie Mellark, Anníssima


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Um "Bem Vindo" a nossa nova e fofa leitora Marlucy
Um Agradecimento maior que eu, a todos que me deram apoio, e que deixou lindos comentários que no qual eu me derreti^^....
Clove di Angelo
Miss Death
Manu Maddox
Nicky Fletcher
Palavras Incertas
SrtaEaton
Rebeca Woset
Marlucy
LoveLittleThings
Gente minhas aulas começaram e aqui é tempo integral, entro segunda de manhã e saio sexta a tarde, ou seja postarei sempre que der, mas acredito que conseguirei continuar postando diariamente, pois estou recebendo ajuda da Anníssima^^


Boa Leitura espero que gostem!!!



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Depois da noite exaustiva de ontem, acordo e viro-me para vê-la. Não esqueci em nenhum momento que ela dormiu aqui essa noite, nem mesmo durante o sono. Ela ainda está dormindo. A leveza e a calma que vejo em seu rosto, faz-me sentir bem porque sei que ela confia em mim agora e que não me acha um sádico como havia falado antes.

Levanto com calma e caminho até o banheiro, olho-me no espelho e verifico que há um pequeno corte em meus lábios, mas como eu suspeitava nada com o que me preocupar realmente. Não me lembro como ele me atingiu ontem porque eu estava tão concentrado na minha raiva que não senti quando o fez. Tirando isso estou bem, tomo um banho e evito demorar. Tris vai acordar a qualquer momento, então me visto no banheiro.

Assim que saio do banho, Tris estava nas pontas dos pés, terminando de fazer um nó no cabelo e ainda observando o machucado no rosto. Enxugo meu cabelo e ela já está olhando para mim.

“Oi” - Ela diz.

Vou até ela e toco de leve o machucado de sua bochecha com as pontas dos dedos.

“Nada mal.” - Digo. - “Como está sua cabeça?”

“Bem.” - Ela afirma.

Sei que ela está mentindo. Tris não gosta de demonstrar fraquezas em momento algum. Desço minhas mãos até as suas costelas. Eu poderia ter somente perguntado, mas de qualquer forma é bom poder reduzir ainda mais o espaço entre nós dois.

“E suas costelas?” - Eu pergunto.

“Só dói quando eu respiro.” - Ela reclama.

Sorrio com o jeito como ela respondeu. Além de tudo, ela possui um incrível bom humor. - “Não tem muito que você possa fazer a respeito disso.”

“Peter provavelmente daria uma festa caso eu parasse de respirar.”

Sim, ela possui um humor um tanto quanto mórbido, mas não há como não rir.

“Bem.” - Falo. - “Eu só iria se tivesse bolo”

Ela ri e segura a minha mão para se apoiar, após isso eu retiro minha mão devagar deslizando meus dedos pela lateral do seu corpo, tentando evitar o momento em que deixarei de tocá-la. Acompanho-a até a porta do refeitório.

“Eu vou primeiro. Vejo você em breve, Tris.”

Ando até a mesa de sempre. Não entrei com ela porque Eric adoraria saber disso e eu preciso esconder Tris desse psicopata, pelo menos por enquanto. Ele não hesitaria em ferir uma pessoa pela qual eu demonstrasse sentimentos. Sorri um pouco com a ideia de que eu já estou pensando como se ela e eu já estivéssemos juntos, mas de qualquer jeito eu sinto que estamos.

Depois de algum momento ela entra do mesmo jeito como eu falara; de cabeça baixa e bem devagar, como se ainda tivesse medo. Viro-me para não olhá-la, afinal, Eric está na mesa do lado. Vejo as diferentes reações de Peter: primeiro olha para baixo e depois fala com Molly e pela visão periférica vejo que nos lábios de Eric se forma um pequeno sorriso. Shauna olha para o Zeke que está de boca aberta.

Acho que entendo essa reação. Tris é uma garota forte, nem quando ela apanhou de Peter, demonstrou fraqueza e agora está machucada e com os olhos concentrado no chão. Ela se senta à mesa dos iniciados, que estão espantados, Uriah se levanta rapidamente do seu lugar e senta-se ao seu lado. Então ela começa a atuação e se eu não soubesse, eu mesmo teria acreditado.

Fingir é um erro terrível para a Abnegação, é considerado mentira. Mas vejo que Tris está deixando um pouco isso de lado, porque é aqui que ela quer ficar. Assim como eu fiz, fingi ser um Destemor, mas sempre fui um Abnegado.

“Você sabe o que aconteceu com ela?” - Shauna me pergunta.

“Não, talvez tenha sido confusão no dormitório” - Tento parecer casual.

“Não. Você é um péssimo mentiroso, começa a contar aí.”- Zeke fala.

Olho para Eric, e olho para Zeke, ele parece entender a indireta.

“Não aqui.” - Digo.

Shauna e Zeke concordam com a cabeça. Então Drew entra na sala de refeições. Elly cumpriu o que prometeu, seu rosto está inchado e roxo, seu lábio partido, e com um corte em sua sobrancelha. Ele anda com dificuldade, certamente por causa das dores, o que significa que ela não lhe deu analgésicos. Ontem quando falei com ele, por causa do sangue em sua pele não havia percebido o aparente estrago que fiz. Agora o vendo assim, me sinto surpreendentemente feliz, permito-me um sorriso.

“Quatro? - Eu não acredito. - ”Shauna sussurra rindo.

“Você com o seu dom de deixar as pessoas mais interessantes.” - Zeke sussurra se contendo para não rir.

Levanto-me e fico parado entre as mesas.

“Transferidos. Nós vamos fazer uma coisa diferente hoje. Sigam-me.” - Digo.

Os levo para fora da sala de refeições e através dos caminhos ao redor da caverna. Hoje eles irão conhecer e começar a se preparar para a terceira fase. Iniciamos a escalada, cada vez mais alto e mais alto. Ainda tenho medo, mas me acostumei a vir aqui todas as noites para entrar na minha própria paisagem.

Começamos a andar por um caminho estreito, viro-me e ando de costas alguns passos, dirijo meus olhos para Drew, que está lento, é o último do grupo. Não vou me controlar agora, já fiz isso ontem.

“Pegue o ritmo, Drew!” - Falo.

E de imediato olho para Tris para ver se de alguma forma isso a fez se sentir bem. É então que a vejo com o braço entrelaçado ao de Will. Todo o meu senso de humor, minha felicidade de ter estado com ela some por completo, não sei ao certo o que está acontecendo comigo, mas a intimidade dos dois me deixa nervoso.

Viro-me e continuo os guiando. Mas estou incomodado ao saber que atrás de mim, Will está com Tris. Caminhando juntos. Eu me sinto frustrado porque eu é quem deveria estar em seu lugar.

Caminho por um lance de escadas guiando-os por uma entrada no teto. Abaixo de nós está o abismo e a caverna. Quando vim aqui pela primeira vez, senti o sangue sumir do meu corpo, por causa da altura, lembro-me de sempre esquecer de respirar quando ficava nervoso, isso foi uma das muitas coisas que Amar me ajudou a superar.

Esse lugar aqui é cheio de história e de Destemores realmente corajosos, ou estúpidos, ainda estou me decidindo. Levo-os até a sala da paisagem de medo e todos percorrem os olhos em volta do local.

“Isso. É um tipo diferente de simulação conhecida como paisagem do medo. Ele foi desativado, para os nossos propósitos, então não será assim que estará da próxima vez que vocês virem. Através da simulação de vocês, nós coletamos dados sobre seus maiores medos. A paisagem do medo acessa esses dados e os apresenta a uma série de obstáculos virtuais. Alguns desses obstáculos serão medos que vocês já experimentaram em suas simulações. Alguns podem ser novos. A diferença é que você estará ciente, na paisagem do medo, que isso é uma simulação, então vocês terão total juízo de vocês enquanto passam por ela.”

Repito as mesmas palavras que Amar disse em nossa primeira visita.

“O número de medos que vocês enfrentarão na paisagem varia de acordo com quantos vocês tem.” - Amar que me nomeou Quatro, o apelido pegou de maneira rápida, ninguém lembrava mais de mim como Tobias, ou como careta.

“Eu lhes disse antes, que o terceiro estágio da iniciação foca no preparo mental. Isso porque vocês precisam controlar tanto seus corpos quanto suas mentes, a fim de combinar as habilidades físicas que vocês aprenderam no estágio um com o domínio emocional visto no estágio dois. Essa capacidade vai ajudar vocês a manter a cabeça no lugar.”

Paro de olhar para os outros e me concentro em Tris. - “Na próxima semana vocês irão passar por suas paisagens do medo o mais rápido possível para serem avaliados por líderes do Destemor. Esse será seu teste final, e irá determinar sua colocação no terceiro estágio. Da mesma forma como o estágio dois tinha peso maior que o estágio um, o estágio três contará mais pontos entre todos. Entenderam?”

Todos concordam.

“Vocês conseguirão passar por cada um dos obstáculos de um dos dois jeitos. Achando uma forma de se acalmar bastante até que o simulador registre uma frequência cardíaca calma e normal, ou encontrando uma forma de enfrentar seus medos, que poderá forçar o simulador a seguir em frente. Uma das formas de enfrentar o medo de se afogar é mergulhando cada vez mais fundo, por exemplo.” Dou os ombros “Então eu sugiro que vocês aproveitem a próxima semana para pensar sobre seus medos e desenvolver estratégias para enfrentá-los.”

“Isso não parece justo.” - Peter diz. - “E se alguém tiver apenas sete medos enquanto o outro tem vinte? Não é culpa dele.”

Ele está falando do que é Justo. Ontem, quando ele foi tentar matar Tris acompanhado com Al e Drew, pareceu justo. Agora é injusto ele ser um medroso, covarde? Eu o encaro por alguns segundos e então começo a rir.

“Você quer realmente falar comigo sobre o que é justo?”

Caminho até ele de braços cruzados para suprimir a raiva, e a vontade de socá-lo. Os iniciantes abrem caminho até que eu paro na sua frente.

“Eu entendo por que você está preocupado, Peter.” - Falo mortalmente. - “Os acontecimentos da última noite certamente provaram que você é um covarde miserável.” - Ele me encara de volta, sem expressão, mas eu sinto cheiro de medo em cada músculo tenso do seu corpo. - “Então agora todos nós sabemos que você tem medo de uma garota pequena e magra da Abnegação.”

Escuto risos pequenos e suprimidos, eu mesmo sorrio só que para ele veja que posso matá-lo se fizer algo contra ela. Tenho certeza que Tris não precisará de mim, mas não confio em Peter, vejo Eric toda vez que o olho.

*...*...*...*...*...

Depois de tê-los mostrado e apresentado o terceiro estágio, caminho até meu quarto preciso descansar. Daqui a algumas horas caminharei pelo complexo novamente, não me conformo de ter perdido o suposto “encontro” de Eric ontem.

“Hey, Quatro? Que tal aquela conversa hein?” - Zeke fala atrás de mim.

“Eu estou meio que ocupado agora.” - Digo sem paciência, e eu nem sei o porquê.

“Você sabe que eu não vou te deixar em paz, sim?” - Diz ele já do meu lado.

“Sei. O que você precisa saber?”

“Tudo.” - Ele responde.

Conto a ele sobre Peter, Drew e Al, omito a parte porque ando sozinho a noite, o que estava fazendo próximo ali e o que aconteceu entre mim e Tris, mas falo sobre Eric talvez ter uma curiosidade sobre ela. Ele parece satisfeito com o pouco que contei. Mas ele continua me olhando.

“Sabe Quatro, Uriah me falou que durante um dos treinamentos, um dia depois daquela competição de caça-bandeira, Eric o perguntou como eles conseguiram ganhar. Uriah me disse que o contou que fora Tris quem inventou de subir na roda-gigante e bolou o plano.” - Ele diz pausadamente.

“E o que mais ele falou?”

“Bom, que depois disso Eric saiu da sala apressado, Uriah só me disse isso.”

É claro! No dia em que o vi pedir informações sobre o teste de aptidão de Tris, ele já estava de olho nela. Isso significa que de alguma forma ele sabe, ou pelo menos desconfia.

Despeço-me de Zeke e entro em meu quarto, tomo um banho tentando esfriar a cabeça e me jogo na cama. É surpreendente o que ela me faz sentir e de alguma forma me recordo porque estive tão chateado de umas horas para cá. Por causa do Will e do fato de quando ela está próxima dele, ele tem a sua atenção. Sinto-me ameaçado pelo fato de poder perdê-la para alguém e é mais fácil admitir isso agora que estou sozinho. Além de chateado me sinto frustrado também.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram???



Ps.: perdoem por não ter postado ontem, estava arrumando minhas coisas para voltar para a escola!