P.O.V Lisa

Estou espreguiçada em minha cama tentando ignorar as batidas que minha mãe da na porta, vou esperar que ela se acalme um pouco para que possamos conversar, se sair agora tem o risco dela me dar um castigo horrível, como não poder ler ou só estudar o dia inteiro, ou o pior de todos: Ela escolher o que eu iria vestir! Aaaaaah, help!

As batidas pararam e eu relaxei um pouco, até que a porta é destrancada. O my God! Ela tem a chave! Fudeu, fudeu, fudeu! / Baixa bola Lisa! / Vai tomar no cu Celeste! Eu vou morrer agora!

– Lisa? – Chamou Tia Belle entrando no quarto.

– Ufa, pensei que fosse minha mãe que veio me trucidar. – Soltei um suspiro de alívio. – Ei, como destrancou a porta?

– Tem uma chave reserva de todos os quartos em uma gaveta. E não, eu não vou te mostrar qual!

Blé, nem queria mesmo. / Queria sim. / Fica xiu!

– Veio brigar comigo? Ou me dar uma lição de moral?

– Muito pelo contrário. – Sentou-se na beirada de minha cama. – Vim rir da cara de cu que as amigas patricinhas de sua mãe fizeram! Você perdeu, eu quase tive um ataque por segurar a risada e fazer uma cara de séria.

Caímos na risada juntas de onde tirei que uma pessoa como ela iria brigar comigo?!

– Ok, ok. – Recuperávamos o fôlego. – O que aconteceu depois que saí? Barraco?

– Sua mãe ficou tentando acalmar as feras, dizendo que você estava em um dia ruim e que estava na fase rebelde da vida. Eu fiquei caladinha apenas vendo, mas assim que elas foram embora joguei a verdade na cara de Nicole. – Explicou sorrindo. – Que as putas, sim eu usei essa palavra, estavam falando mal de você e te tratando como inferior. Discutimos um pouco, mas a mandei pro cantão e...

– Como assim a “mandou pro cantão”?! – Questionei.

– Coisa de irmã maligna, você jamais irá entender! Voltando, ela se fechou no quarto e eu vim tentar falar com você, mas você não abria então peguei a chave reserva.

– Ah, pensei que era minha mãe batendo na porta para que me matasse com uma serra elétrica assim que eu abrisse.

– Tonta, acha mesmo que ela bateria na porta se tivesse uma serra elétrica?! Precisa ver mais filmes de terror docinho...

Rimos novamente, mas dessa vez de uma forma mais comum.

– Amanhã converse com ela, estará mais calma. – Aconselhou-me se levantando. – Agora tenho que ir, não sou uma desocupada como você!

– Eu não sou desocupada! Só para você saber: Amanhã irei fazer um trabalho de escola com o meu amigo...

– AMIGO?! GO?! MEU SANTO DAS TIAS PERFEITAS! – Parou onde estava e pulou em cima de mim. – Me conta T-U-D-O, sua sobrinha de merda!

Soltei um suspiro pesado, é chato contar as coisas pra Tia Belle, ela faz o maior escândalo e acha malícia em tudo, eu disse TUDO! Expliquei tintin por tintin para minha amada Tia, tudo bem que ela me interrompia as vezes para me zoar, e outras para pedir que explicasse novamente, mas no fim ela apenas...

– Quero conhecer o seu marido. – Disse simplesmente.

– WTF?! Isabelle Marie, ele não é o meu marido!Somos amigos, ouviu? AMIGOS!

– Hehe, sabe, eu já tive muitos amigos na faculdade. Tenten adivinhar o que houve com eles?

– Aposto meus livros que você dormiu com 90% e outros 10% eram gays. – Ri da minha própria piada.

– EXATAMENTE!

Ai meu Deus, minha tia era uma puta na faculdade.

– Tia Belle, eu estava brincando! Não acredito que você era praticamente uma puta na minha idade! Céus, eu sou uma puritana comparada a você. – Falei tentando assimilar as coisas.

– Que puta o que! Eu apenas aproveitei a vida, não é minha culpa se ainda não encontrei a minha cara metade.

– E para encontrar você vai dormir com todos os homens que quiser? – Arqueei uma sobrancelha.

Ela mostrou a língua, ui, como é adulta!

– Vou indo agora, aproveite o trabalho em dupla de amanhã. Bye! – E saiu correndo do meu quarto.

Aff, não acredito que tenho ISSO como parente...

...

Ótimo, dormi pensando no que minha tia disse, será que estava certa? / Nem a pau! Não tente seguir o exemplo de Tia Belle. / Desde quando me ajuda Celeste? / Só não quero ser tia tão cedo.../ Ai meu Deus, você não está cogitando que... Argh! Fica na tua Cel!

A aula foi relativamente legal, pelo visto Clare não teve coragem de me dedar, na verdade nem olhava nos meus olhos durante a aula inteira. Adoro botar medo nesse tipo de pessoa, talvez desse jeito ela baixe a bola dela. Estou me despedindo de Cat, como combinado Jake e eu iremos ficar na biblioteca da escola (Que não tem quase nenhum livro! Tenho vontade de chegar à diretora e trucidá-la!) e faremos o trabalho. Será fácil, desde que ele coopere conseguiremos fazer em uma hora, talvez até menos, pois, sem querer ser esnobe, eu sou foda pra caralho! Uhu, quem é foda? Eu sou foda! ~le dancinha desnecessária.

– Sobre o que será o texto. – Perguntou o moreno tirando-me de meus pensamentos inúteis.

– Ah, não sei. Alguma ideia?

– Amor impossível. – Disse rapidamente, ri disso e ele corou de leve. – Ér, quer dizer, sei lá! Acho que pode ser isso e... Ah, você escolhe.

Ownt! Jake fica tão perfeito quando envergonhado, fica parecendo um... Nem tem comparação! Aquele sorriso nervoso, bochechas coradas, os olhos azuis se destacam mais e... /Aff, pare de descrevê-lo como se fosse um personagem de livro feito para você / Mas ele é, imagina só nós dois juntos? / E a sua promessa? A NOSSA promessa? Caso não se lembre, eu “nasci” bem depois doincidente. / Unf, ok.

– Essa de amor impossível é boa, já que, infelizmente o Neji (N/A: SPOILER DE NARUTO!) morre e a Tenten fica sozinha. – Falei sorrindo, ele retribuiu.

Começamos a escrever, ele fez a primeira parte e eu a segunda. Tenho que admitir, ele escreve muito bem, mas pode melhorar, não que eu seja perfeita, muito longe disso, apenas crítica.

– Ficou legal, a parte em que ela se mata para ficar ao lado de Neji foi tocante, principalmente a frase final: “Não se preocupe Neji, logo, logo estaremos juntos novamente.” – Disse me entregando a folha depois de ler.

– Obrigada, tirei essa ideia de um sonho. – Falei distraída.

Ficamos em silêncio durante um tempo.

– Acho que podemos ir, já está tudo pronto, temos apenas que digitalizar e levar para a sala amanhã.

– Deixa que eu faço isso. – Jake concordou com a cabeça;

– Vamos de metrô juntos? – Falou se levantando, fiz o mesmo.

– É-é, minha mãe vai vir me buscar hoje.

– Tudo bem, até amanhã.

– Até!

Ele saiu e eu fiquei mais um tempo na escola, tinha que tomar fôlego para andar da escola até minha casa. Sim, eu menti, não iria andar de metrô hoje, estava com um mau pressentimento! / Mentira! Só não queria andar mesmo, frangote! / Blé, você tirou o dia para me atormentar em? UNF!

...

É um novo dia! Não vejo minha mãe desde o Jantar de Patricinhas, é o nome que Tia Belle e eu demos para aquela noite. Acho que ela está me evitando, talvez ainda esteja irritada pelo jeito que tratei suas amigas e ela, melhor deixá-la respirar.

Hoje é o dia do trabalho, teremos literatura no primeiro e no último horário, iremos entregar o trabalho e no último a professora irá escolher os três melhores e terão que responder algumas perguntas dela. Adivinhem quem ganhou? EU! EU! EU! Ok fomos Jake e eu, mas... EU FIZ 50%! Sou demais! Olha, acho que essa semana estou me achando muito, melhor baixar a bola.

Os dois primeiros a apresentar escreveram sobre romance também, mas segundo o resumo e as perguntas de Diana, o final foi o clássico “Feliz para sempre”. Argh, como odeio esse estereótipo de que no final tudo da certo, não passa de pura mentira!

– Lisa, Jake. Podem apresentar o trabalho de vocês. – Chamou animada.

Nos levantamos e fomos para a frente da sala.

– Nosso texto fala sobre o amor impossível, dois corações foram separados pela morte. – Explicou Jake. – Os dois eram como Yin e Yang, se completavam. Quando uma das partes partiu para a morte a outra metade não agüentou a solidão e resolveu seguir o mesmo caminho de seu amado. Demos o nome de: A morte e o amor andam juntos.

A sala aplaudiu, algumas meninas suspiraram, não sei se foi pela voz linda de Jake ou se foi pela história mesmo.

– Muito bem, agora vamos às perguntas. Já que o Senhor Olhos Azuis falou sobre a história as perguntas serão para você, Senhorita Surto Psicótico. – Ótimo, ganhamos apelidos carinhosos da professora.

– Estou pronta, pode mandar. – Falei sorrindo.

Diana me deixou no vácuo durante um tempo, até que abriu a boca.

– Você faria isso?

– Isso o que? – Dei uma voada agora, fazendo todos, inclusive Jake e Diana, rirem.

– Se matar para não se separar da pessoa que ama.

– Esse é um assunto meio delicado, nunca senti um amor tão forte a ponto de preferir morrer a viver uma vida sem a outra pessoa. Mas acho que um sentimento assim não é amor.

– Como assim?

– É algo mais forte, mais poderoso que ele. Meio complicado, para você querer se matar para ficar ao lado de alguém, essa pessoa foi realmente importante para você. Você pode até dizer que ama sua mãe mais que tudo no mundo, mas você iria se matar caso ela morresse? – Algumas pessoas negaram com a cabeça, mesmo sendo uma pergunta retórica. – Esse sentimento é inexplicável, pois está acima da capacidade humana, apenas uma pessoa pode descrever essa sensação, a própria que está tirando a vida.

Um silêncio ecoou pela sala, olhei para todos, nenhum ousava conversar ou desgrudar os olhos de mim. Até mesmo Clare estava espantada com o que falei. Depois olhei para Jake, ele sorria de canto para mim.

– Acho que depois dessa sua resposta não preciso mais de perguntas. – Disse a professora. – Os dois tiraram total.

Agradecemos e fomos aos nossos lugares esperar a aula terminar. O moreno fez sinal positivo para mim e eu falei um “Obrigada” com os lábios.

A aula teve fim e eu praticamente corri da sala, queria conversar com Cat logo e dessa vez fui para a porta de sua sala em vez de esperar do lado de fora. Quando saiu segurei seu braço.

– Olá Cat! Adivinha? Tirei total no trabalho que fiz com Jake! High Five! – Levantei a mão e ela bateu sorrindo.

– Parabéns, queria que Diana desse esse trabalho para a gente também, mas ela insiste em dar coisas diferenciadas para cada sala. – Fez cara de bunda, o que me fez rir.

Fomos andando para a saída, Jake deve estar nos esperando.

– Fiz um plano perfeito agora! – Falei de repente.

– To fora, você é meio maluca e não me quero envolver com seus planos malignos.

– Boba, não tem nada de maligno nisso, mas se quiser posso te mostrar os meus planos malignos e...

– Eu passo! Então, me conta esse seu “plano perfeito”.

– Amanhã iremos naquela biblioteca pública novamente! Tenho que devolver meus livros. – Ela negou com a cabeça, me fazendo fechar a cara. – Por quê?!

– Em primeiro: Você me disse que sua mãe brigou da última vez que saiu comigo.

– Dessa vez levo meu celular! Juro por Deus, por favor, Cat!

– Vou ignorar que me interrompeu bruscamente e vou continuar. – Bufei e ela riu. – O segundo é que estou trabalhando agora, arrumei um emprego temporário.

– Chata! Não é justo comigo.

– Mimada.

Rimos e fomos ao encontro de Jake, teríamos que andar NOVAMENTE de metrô. Eu realmente preciso arrumar outro meio de transporte...