POV Edward
– Calma, Bella! - chamei sua atenção já que ela estava andando de um lado para o outro.
– Eu não consigo, é mais forte que eu. - choramingou.
– Vem aqui, amor. - estendi minha mão e ela veio de bom grado. - Não tem pra quê ficar nervosa, eu sei que será um encontro intenso porém antes de tudo ele é seu pai, não tem porque ficar nervosa ou com medo, certo?
– Certo, mas vida... Eu não consigo. - fez manha.
– Consegue sim! Eu vou com vocês e vai dar tudo certo. Agora me dê um beijo. - fiz bico.
– Quantos você quiser...
Nos perdemos em nossa bolha particular onde nada mais importava.
– Mamãe!
Separamo-nos e fomos ver o que nossa estressadinha queria.
– Que foi, filha ? - Bella perguntou.
– Clalinha com fome. - disse toda fofa.
– Meu Deus! Não posso deixar a princesa com fome, vou preparar o lanchinho dela.
Bella pegou ela nos braços e a encheu de beijos, arrancando muitas gargalhadas.
Fiquei com a pequena enquanto a mãe preparava sua comida, logo ela já estava alimentada e todos prontos para sair.
Já no carro eu percebi que Bella tentava disfarçar, mas já estava ficando bastante perceptível.
– Isabella. - chamei-a por seu nome e ela rapidamente me olhou.
– Edward... - repreendeu-me.
– Já conversamos, calma mulher. - tentei brincar e parece que surtiu efeito.
– Já sim, homem. - sorriu.
Chegamos e de longe vimos Charlie andando de um lado para o outro.
– Vai dar tudo certo, agora vai lá e se resolva com seu pai. - lhe dei coragem.
– Certo, te amo.
– Também te amo.
Beijei as duas e as vi tomar distância, fiquei no carro esperando até ela me chamar ou voltar.

POV Bella

Andei até onde meu pai estava respirando fundo. A verdade é que eu não estava com medo por mim, mas sim por Clarisse.

– Olá, pai. – cheguei perto dele e falei.

– Bella! – ele me abraçou, tomando cuidado pois Clarinha estava em meu colo. – Estava tão tantas saudades, minha filha. – ele me soltou e vi as lágrimas descendo pelo seu rosto. – Clarinha, meu amor, como você está?

– Bem, vovô.

– Quer ir para o vovô, filha? – perguntei para ela que me olhou rapidamente.

– Não. – ela falou baixinho para que só eu ouvisse.

– Tudo bem.

– Vamos nos sentar, Bella. Sei como deve estar sendo para você segurar ela. Clarisse é pesada. – o pior é que era verdade.

Sentamo-nos em um banco que havia por ali por perto e meu pai segurou em uma das minhas mãos.

– Bella, eu acho que eu tenho que começar pedindo perdão, certo? – eu apenas olhei para baixo. Clarisse estava recostada em meu colo. – Eu sei que eu tenho, minha filha. Eu deveria ter impedido sua mãe de ter feito tudo aquilo, Bella, mas eu, juro para você, não sei por que não o fiz, Bella. Eu só fui um completo idiota, Bella, você sabe o quanto eu quero bem a você. Lembre-se de que quando você voltou para casa, sua mãe não queria nem ver você pintada de ouro, foi eu que fiz com que ela aceitasse você de volta, Bella. – havia sido verdade. Eu devia muito ao meu pai. – Todos precisam de uma segunda chance, Bella, e é só isso que eu te peço, minha filha. Se você nunca mais quiser olhar na minha cara, está tudo bem, irei respeitar a sua vontade, mas não me afaste de Clarisse. Eu amo essa pequenininha aqui. – ele tocou a ponta de seu nariz e ela sorriu. – E eu sempre vou amar, filha. Eu sei que eu já fiz muita, muita besteira na vida mesmo, mas eu prometo que se você me der essa chance, você não irá se arrepender.

Ele calou-se e eu olhei para ele. As lágrimas desciam por seu rosto e eu sabia que s minhas logo iriam cair. Eu amava meu pai muito e eu sabia que, mesmo que não quisesse dizer a verdade, eu sentia muito a sua falta. Eu sofria estando longe dele.

Meu pai havia sido aquele que uma vez havia me ajudado muito, havia me estendido à mão quando eu mais precisei e quando nem a minha própria mãe havia me ajudado.

Mas, acima de tudo, eu sabia como as pessoas precisavam de uma segunda chance.

Edward havia me ensinado isso. Que uma segunda chance quando bem aproveitada, podia ser tudo. Podia transformar seu mundo.

Meu pai, mais do que ninguém, merecia isso.

– Bella? – ele me chamou. Sua mão estava em meu rosto, limpando as minhas lágrimas.

– Certo, pai. – eu respirei fundo antes de começar. - Sabe, eu sei como é precisar de uma segunda chance. E eu também aprendi, com uma pessoa maravilhosa, que segundas chances podem mudar completamente o mundo de uma pessoa. Eu aprendi que quando você precisa de uma segunda chance, e você chega a pedir essa segunda chance, é porque você não aguenta mais. Pai, eu conheço teu coração. Eu conheço desde que eu era pequena o senhor. Eu sei cada coisa maravilhosa que o senhor fez para mim. E eu agradeço cada uma delas, sabe? Eu agradeço por ter o pai que eu tenho. – limpei as minhas lágrimas, as dele e apertei a sua mão. – Pai, eu sei o quão importante é para o senhor estar perto das pessoas que ama, e sabe, acho que aprendi isso com você... Eu não consigo ficar longe de todos que eu amo, pois é como se eles fizessem parte de mim, sabe? E, bem, eu amo muito o senhor. Sempre amei e para sempre amarei. O senhor foi aquele herói quando eu precisei e foi aquele que me deu a mão quando ninguém mais queria me ajudar. Eu te amo, pai e é muito claro que eu preciso do senhor em minha vida.

Eu coloquei Clarinha sentada no banco e me levantei para abraçar meu pai.

Nossas lágrimas caiam, mas acredito que agora eram aquelas lágrimas de perdão, sabe? Aquelas que quando somos crianças, dizem que se chorarmos pedindo por perdão, ele será concedido.

Quando nos separamos, eu sorri para meu pai que me sorriu de volta.

– Pai, eu só queria que você conhecesse uma pessoa, tudo bem? Ele é muito importante para mim e é o pai de Clarisse.

– Bella, como assim... – eu coloquei meu dedo em seus lábios.

– Calma, não é o Jacob. É o meu... – meu pai pegou a minha mão e sentiu o anel em meu dedo.

– Você está noiva, filha? – ele alargou o sorriso.

– Sim. – eu alarguei mais ainda o meu ao pensar em Edward. Ele sim, definitivamente, me fazia feliz. – Você pode ficar um pouquinho com Clarisse? Só enquanto eu trago ele.

– Sim, será um prazer. Não é pequena? – minha filha balançou a cabeça e eu beijei a sua cabeça.

– Certo, eu volto logo. – olhei para ela. – Vou buscar seu pai, meu amor.

– Papai! Eba! – vi o sorriso que ela deu quando falou do pai. Era mais ou menos assim que ficava quando era pequena e minha mãe falava do meu pai.

– Comporte-se, está bem? – ela balançou a cabeça.

Corri até onde Edward estava, meu coração pedia por ele.

– Bella? Onde está Clarisse?

– Com meu pai.

– Então... – ele abriu um belo sorriso para mim.

– Sim. Eu acho que meio que já havia perdoado ele, sabe? Dentro de mim, só nunca havia dito. Eu sei que não foi ele que fez tudo aquilo, Edward. E mesmo que tiver feito, bom, já o perdoei.

– Eu te amo tanto, Bella. – ele me beijou profundamente.

– Eu também te amo, vida. – eu sorri para ele e apertei suas mãos. – Então, eu prometi que vinha te buscar... Sabe, para ele conhecer meu noivo. – vi Edward ficar muito branco. – Vida, está tudo bem? – perguntei com muito medo.

– Amor, e se, eu não sei, ele não gostar de mim ou coisa do tipo?

– Primeiro, ele não poderá fazer nada. Estamos em um parque, Edward, pelo amor de Deus. E com Clarisse ainda por cima. – eu balancei a minha cabeça. – E segundo, bem, não me importa muito se ele irá gostar de você ou não, eu te amo e te amarei para o resto d minha vida, e se eu puder, até depois dela. Nós fomos feitos para ficarmos juntos, Edward, e não é porque meu pai num vai gostar de você que eu vou parar de te amar, pelo amor de Deus. Ele só quer te conhecer, Edward. – eu passei a minha mão por seu rosto fazendo um carinho. – Então, vamos?