POV Edward

Mais um dia de luta se inicia e cada vez mais me convenço de que tudo sairá bem. Por que tanta segurança? Simples. Jacob não tem a mínima ideia do que está fazendo, prova disso é ele ter feito aquela proposta sem pé nem cabeça para Bella. Qualquer pessoa saberia que, tudo que se fala e se faz, conta na hora da decisão final e essas atitudes infantis dele contarão muito para nossa vitória.

Com toda essa confusão acabamos por relaxar no nosso tratamento. Uma semana já havia se passado e Anna e eu ainda não fomos para as sessões de fisioterapia e isso mão era bom. Com as chances de voltar a andar eu não posso me dar o luxo de maneirar no tratamento, mas a pausa foi por uma boa causa. Estudar o caso da minha princesa era o melhor a se fazer no momento.

As mulheres da minha vida já estavam prontas para ir a clinica. Com muita sorte, Anna poderia se livrar das botinhas logo.

– Que lindas minhas princesas - falei para ambas que estavam vestidas iguais.

– Obrigada amor, resolvemos sair combinando hoje - riu olhando para nossa pequena.

– Ela está a sua cara, um verdadeira mini-Bella - comentei rindo.

– Isso prova que é minha filha mesmo - respondeu divertida. É tão bom vê-la assim descontraída.

– Então vamos embora que já já nossa consulta começa - passei dando um beijo em ambas e seguimos para o meu carro.

Hoje eu já não sinto vergonha em andar com Bella e ter que fazê-la esperar para que eu faça todo o processo, cansativo, de ter que pegar a cadeira, sentar, me ajeitar e só depois seguirmos em frente. Aprendi que ela me ama da forma que sou, se não amasse não teria me aceitado em sua vida.

Pouco mais de quinze minutos depois já estávamos entrando na clínica e cumprimentando a Kate e seguindo para a sala de espera. Sentamos nas costumeiras poltronas, ou melhor, Bella sentou com Anna, eu posicionei minha cadeira ao lado delas e ficamos conversando.

Esse lugar me trazia tantas lembranças. A primeira vez que nos falamos, o inicio da nossa amizade, o nosso namoro.

Dez minutos depois cada um foi chamado pelos seus respectivos fisioterapeutas. Nos ''despedimos'' com beijo e fomos para nossas salas.

– Edward, meu rapaz, quanto tempo! Não deveria ter sumido - o doutor Smith falou repreendendo.

– Desculpe doutor, estou tendo vários contratempos que estão exigindo de mim e de Bella - expliquei.

– Oh, entendo. Sendo assim, eu perdoo esse tempo perdido e vamos voltar com tudo - ele falou entusiasmado. Assenti com o mesmo entusiasmo.

Não vejo a hora de poder sair correndo por aí.

Uma hora depois estávamos saindo da clinica e indo para casa, preciso organizar tudo para a audiência que seria amanhã.

Depois de almoçarmos Bella botou Anna para dormir e veio sentar ao meu lado. - Como vão as coisas aí? - perguntou sobre o caso.

– Bem, temos argumentos ótimo para ganhar essa, e ainda temos as atitudes de Jacob a nosso favor - respondi alisando seu rosto.

– Isso é ótimo. Espero que tudo acabe logo - encostou a cabeça em meu ombro e suspirou.

– Irá acabar... E tudo voltará a ser como era.

Passamos um bom tempo nos curtindo até a hora de Anna acordar toda manhosa. Como sou apaixonado por essa menina!

– A princesa acordou ? - peguei ela.

– Codou, papai - meu peito se enche de orgulho quando ela me chama de papai.

– Que bom, pois o papai vai encher você de beijos - falei e comecei a dar beijos nela que ria.

– Ta bom papai - gargalhava.

– Eu te amo, neném - falei para ela que deitou a cabeça de lado com o dedinho no canto da boca. Uma fofa.

– Clarinha também - falou toda meiga. Olhei para Bella e lhe lancei um olhar que dizia que, agora, mais que tudo, ganharíamos essa causa.

POV Bella

Eu acordei no outro dia com muito medo. Edward ainda dormia ao meu lado e eu tentei sair da cama sem acorda-lo, mas não consegui. Foi eu me mexer um pouquinho que ele acordou.

– Ia me deixar na cama sozinho, amor?

– Eu perdi o sono.

– Tivesse me acordado que eu teria feito companhia. – ele ficou olhando pra mim quem estava sentada na cama.

– Eu estou com tanto medo.

– Não confia em mim, amor? – ele falou com um cara triste. Aproximei-me dele.

– Claro que confio em você. É só que... Que eu tenho tanto medo de perdê-la, Edward. Você sabe que vocês dois são a minha vida. Sem vocês eu não sou nada.

– Nós iremos ganhar, amor, confie em mim. Escute o que eu digo, Bella. Nós não iremos perder Clarinha para aquele idiota. – eu apenas assenti.

– De que horas devemos estar lá? – perguntei.

– Bom, a audiência começa às 10. Acho que umas 9:30 está bom, não?

– Tudo bem. – eu me aconcheguei mais a ele e respirei fundo para que seu cheiro maravilhoso me acalmasse.

Eu não sei quando dormi, só sei que acordei depois de um tempinho com Edward beijando o meu pescoço.

– Acorda, baby. Está na hora. – ele me deu mais um beijo no meu pescoço.

Abri os olhos e me virei para encontrar aqueles lindos olhos que eu tinha prazer em me perder.

– Bom dia, amor.

– Bom dia, vida. – eu lhe sorri. – Vou acordar nossa pequena.

– Tudo bem. Você pode trazer ela pra cá?

– Claro. – sai do nosso quarto e entrei no de Clarinha. – Acorda, meu amor. – passei a mão em sua face observando como calma ela estava. Observando o quão linda ela era.

Seus olhinhos abriram-se devagar e assim que ela me viu, deu um sorriso lindo.

– Bom dia, meu amor. – peguei-a.

– Dia, mamãe. – eu a beijei na bochecha gorducha dela e ela me deu um beijo na minha.

– Seu pai quer ver você, vamos lá?

– Papai! – ela deu um sorriso lindo ao falar isso.

Voltei para o nosso quarto e Edward abriu um sorriso maravilhoso ao vê-la.

Deixei-a com ele e fui para ao lado de Edward.

Ela encheu Edward de beijos e ele deu um beijo na testa dela.

– Assim mamãe fica com ciúmes, meu amor. Você também dá beijos na mamãe dá? – eu perguntei e ela balançou a cabeça, vindo para o meu colo. Deu beijos em todo o meu rosto. – Mamãe ama você, viu? Nunca se esqueça disso.

– E o papai também. – Edward falou e ela olhou de mim para ele, talvez decidindo com quem ficar.

– Vida, eu vou tomar banho, está bem?

– Tudo bem, amor. Vá lá. – eu passei Clarinha para seu colo e sai da cama.

Tomei um banho rápido e me vesti logo em seguida. Eu ria junto com Edward de Clarinha.

– Pronto, vida. Eu vou dar o banho dela e fazer nosso café-da-manhã, certo?

– Tudo bem, amor. Eu vou tomar o meu. – eu dei um selinho em Edward e corri para dar banho em Clarisse.

Escolhi um vestidinho bem lindinho para ela. Ele era lilás e tinha alguns babados, a coisa mais fofa do mundo. Penteei seus cabelos e passei um perfume que tinha o melhor cheiro de bebê do mundo.

Eu fui com ela para a sala e a deixei vendo televisão quietinha e fui fazer nosso café-da-manhã.

Fiz torradas e fiz suco de laranja também. Coloquei a mesa.

Eu estava de cabeça baixa quando senti o cheiro do perfume dele. Aquele cheiro eu reconheceria em qualquer lugar.

Eu levantei a minha cabeça e tive que me segurar na cadeira mais próxima o mais rápido possível antes que caísse no chão.

Ele estava de terno.

Eu já havia imaginado Edward de terno, mas a minha imaginação não havia chegado nem perto do que era na realidade.

Ele estava perfeito.

O terno o deixava sério e eu estava amando isso. Acho que pediria para ele usar mais essa peça.

– Amor? Está tudo bem?

– Sim, é só que...

– Que...?

– Edward, pelo amor de Deus. – eu puxei a cadeira e me sentei. Ele veio para o meu lado e segurou minha mão.

– Amor, tudo vai dar...

– Cala a boca e me beija. Agora. – ele veio me beijar e eu o puxei para mim. Minhas mãos foram para o seu tórax e eu podia sentir todos os músculos dele.

Quando tudo estava maravilhoso, ele se soltou de mim.

Droga.

– Amor, você lembra que nós temos a audiência hoje, não é? – eu apenas assenti. – Então é melhor pararmos por aqui.

– É só que... que você fica tão sexy de terno. – eu falei e me arrependi no mesmo segundo. Onde eu estava com a cabeça?

– Fico é?

– Fica. – ele sorriu pra mim e aquilo foi a minha deixa para ir buscar Clarinha.

Quando voltei, ele já estava fazendo seu prato. Dei o café-da-manhã dela e depois fui comer o meu.

Terminamos rapidamente e eu lavei a louça mais rápido ainda.

– Vamos? – chamei Edward que estava com Clarinha no colo na sala.

– Vamos sim. – eu peguei a minha bolsa preta que combinava com o meu vestido que também era preto. Essa história de que toda mulher deveria ter um vestido preto para uma ocasião especial é verdade.

Fomos no carro dele até o tribunal. Chegamos lá quase na hora que havíamos dito que chegaríamos.

Peguei Clarinha e esperei Edward para entramos juntos.

Eu dei a minha mão a ele e ele a apertou forte.

Fomos até a sala e ao entrarmos, Jacob já se encontrava lá. Ele sorriu para mim, mas fechou o sorriso ao ver a cara que Edward fazia para ele.

Sentamo-nos onde nos fora indicado e logo o juiz começava a audiência.

– Então, estamos aqui hoje para começarmos a julgar com quem deve ficar a guarda da criança Anna Clarisse Cullen. – o juiz olhou de mim para Jacob. Ele dava um sorriso para o juiz. – Pois bem, senhor Black, por que, agora, o senhor gostaria de estar com a sua filha?

– Eles não cuidam dela direito. Ela tem machucados pelo corpo, que se você puder averiguar, são marcas horríveis. Roxas até. – eu ia me levantar, mas Edward segurou minha mão.

– Você não vai fazer isso. Sabe que ele está errado e se o fizer, só vai dar desculpas para o juiz fazer o que ele quer que ele o faça. Deixe isso comigo.

– Meritíssimo, peço a palavra. – Edward falou.

– Concedo-a, senhor Cullen.