POV.Bella

–Mas olha se não é a família feliz ?

Me virei lentamente em direção daquela voz e na mesma hora me arrependi.

–O que é que você quer ? - perguntei grossa.
–Acho que você já sabe, amor... - respondeu debochado.
–Não me chama de amor e realmente sei o que você quer, infernizar a minha vida - o ódio me dominava.
–Claro que não, só quero o que é meu por direito - olhou para minha filha.
–Aqui não tem nada seu, você não é nada, você não tem direito de nada - me controlei para não perder a cabeça.
–Ora ora! Você esqueceu, meu amorzinho, que contribui para esse serzinho vir ao mundo? - arqueou a sobrancelha.
–Não chame minha filha de ''serzinho'' - Edward se pronunciou.
–Ah! Ela é sua filha? Acho que não, deficiente - riu.
–Você se acha muito esperto não é ? - Edward contra atacou.
–Eu não me acho, eu sou.

Edward deu uma gargalhada deixando Jacob confuso.

–Realmente você é! Mas você é um idiota, criança que não sabe nada da vida.
–Você fala isso como se fosse grande coisa, você faz o que ? A Bella te sustenta ? - ironizou.
–Não que isso seja da sua conta, mas eu sou o advogado que irá botar você atrás das grades, então acho melhor você falar calminho comigo se quiser ter mais uns dias livres.

Jacob pareceu ficar incomodado com as palavras de Edward, mas sendo cínico como é disfarçou a expressão e voltou para sua mascara de deboche.

–Você que é o advogado de Bella ? - riu alto - Nossa! Nunca pensei que seria tão fácil ganhar essa causa.
–Se eu fosse você baixava essa crista, sabe como é, galo de briga sempre acaba morto - Edward sorriu torto.

Não querendo prolongar mais a situação decidi intervir.

–Jacob, vai embora! O que temos para resolver resolveremos no tribunal - mandei.
–Vou, mas não se esqueça que tudo isso não será de mão beijada - piscou - Xau linda.

Passou e apertou a bochecha de Clarisse que desviou o rosto escondendo no pescoço de Edward.

–Calma, estou aqui - Edward me puxou e me beijou lentamente - Eu te amo.
– Te amo - respondi e sorri de leve.

Voltamos para casa rapidamente, chegando dei banho na Ana e a deixei com Edward para fazer o almoço dela. Um tempinho depois estava tudo pronto, dei sua comida e logo ela estava pedindo colo para dormir.

Edward fez questão de botá-la para dormir me dando a oportunidade de tomar um banho relaxante. Quando sai do banho meu amor me esperava.

–Manhã agitada - comentou.
–Nem me fale - terminei de me vestir e fui sentar em seu colo.
–Vai tudo ficar tudo bem - alisou me cabelo - Agora poderei ajudar melhor que nunca, vocês duas.
–Como ?
–Na minha consulta o doutor disse que mais alguns meses poderei voltar a andar - ele falou sorrindo.
–Sério meu amor ? Meu Deus! Como isso é ótimo! - beijei-o com toda alegria.
–Sim, e sendo assim poderei fazer o quíntuplo por vocês.
–Você já faz amor, já faz.

Passamos um bom tempo só namorando e assim se passou o dia.

Acordei de madrugada no outro dia. Tive um pesadelo horrível, onde Jacob tirava minha filha de mim e ela ficava gritando por mim e Edward. Ela gritava “mamãe” e “papai” com toda a sua força e chorava junto. Jacob batia nela e eu nada podia fazer. Nem eu nem Edward. Eu acordei e não consegui tirar essas imagens de minha cabeça, fazendo assim com que eu não conseguisse dormir mais.
Fui até o quarto de Clarisse e fiquei sentada perto de onde ela dormia, apenas observando. Ela dormia tranquilamente. Ela estava segura, pelo menos por hora. E eu queria que ela ficasse segura para sempre.
Perdi a noção do tempo e apenas fiquei ali. Vi que o sol nascendo pela janela que havia no quarto dela, mas ainda era muito cedo. Edward não acordaria agora e eu não queria ficar em outro lugar a não ser perto da minha filha.
Eu velei por bastante tempo seu sono, até ela acordar assustada e chorando.
– Calma, meu amor. Mamãe está aqui. – eu a segurei em meus braços. – Foi apenas um pesadelo. Um sonho ruim. Nada irá te acontecer. – eu beijei sua cabecinha. – Nada irá te acontecer. – eu falei mais para mim do que para ela.
Ela foi se acalmando aos pouco e acabou por dormir em meus braços. Eu não a coloquei de volta na caminha. Fiquei a segurando em meus braços, assim como eu fazia quando ela era pequenina e tinha apenas alguns meses de vida. Eu a queria perto de mim a todos os momentos e tinha medo que qualquer coisa acontecesse com ela. Igual como eu tenho agora.
Eu respirei seu cheiro leve de bebê e aproveitei para acariciar sua cabeça. Dei um beijo em sua testa.
“Ela é sua e de Edward, Bella. Ninguém poderá tirará de vocês.” Pensei, tentando ficar mais calma.
Deve ter funcionado, pois meu coração se acalmou um pouco. Um pouco que não fora suficiente.
Fechei meus olhos por alguns minutos e algumas lágrimas desceram. Eu não poderia nunca viver sem ela, nunca, nunca, nunca. Ela é como o ar que eu respiro. Se eu não tiver o ar, eu morro, certo? Se eu não tiver Clarisse, será a mesma coisa.
Fiquei um bom tempo ali chorando. Em minha cabeça passava várias coisas, coisas sem nexo. Depois de um bom tempo, Clarisse acordou.
– Bom dia, mamãe. – eu a abracei.
– Bom dia, meu amor.
– Papai? – ela chamou por ele e depois ficou procurando para saber onde ele estava.
– Ainda não acordou, filha. Vamos tomar um banho, vamos? Você tem consulta hoje, meu amor. – ela fez uma careta. – Você sabe que tem que ir, mocinha. É para o seu bem. – eu me levantei com ela e fui para o banheiro dar um banho nela. Dei um banho rapidinho e a enxuguei com a toalha para logo depois enrola-la nela. Voltei com ela para seu quarto e a deixei em cima da sua caminha. Escolhi uma roupinha um pouco mais quentinha porque estava fazendo um friozinho. Vestia-a com suas roupinhas e fui com ela para a sala. Deixei-a no sofá e liguei a televisão. Tinha alguns ursinhos espalhados por ali, e em algum canal passava Frozen, da Disney (n/b: esse filme ♥). Ela amava esse filme.
Fui para o meu quarto e acordei Edward com beijos em seu corpo.
– Nossa, se for para acordar todo dia assim, vou deixar você sair da cama mais cedo mais vezes. – ele sorriu. – Bom dia, amor.
– Bom dia, vida. – puxei-o para um beijo. – Agora sim é um bom dia.
– Acordou mais cedo por quê?
– Tive um sonho ruim e não consegui voltar a dormir.
– Não me diga que você não dormiu quase nada hoje.
– Eu dormi bastante hoje.
– Não minta pra mim.
– Só falei o que você queria ouvir.
– Você deveria ter me acordado, eu faria você dormir de novo.
– Nem em sonho. Você estava lindo dormindo e eu não ia acorda-lo. Além do mais, fui velar o sono de Clarisse.
– E agora você está com sono.
– Estou bem.
– Ou não.
– É sério, Edward. Estou bem. – eu sorri para ele e ele passou suas mãos em minhas bochechas.
– Você tem que parar de se preocupar. Calma, amor. Vai dar tudo certo. Eu estou aqui, lembra? – eu balancei a cabeça. – Que bom. Estou aqui para tudo, viu? – ele me beijou. Um beijo calmo. – Agora vamos porque eu e Clarisse temos consulta hoje. E quanto mais rápido nós formos, mais rápido voltamos.
Ele foi tomar banho e eu fui preparar nosso café da manhã. Percebi que estávamos precisando fazer compras. Aproveitaria que já estaria na rua e passaria pelo mercado. Apenas comentaria com Edward.
Fiz o café da manhã de Clarisse e dei a ela. Assim que eu estava terminando, Edward apareceu. Ele estava lindo, como sempre. Seu cheiro maravilhoso inebriou meus sentidos e eu não sei como eu havia me levantado de onde estava e ido até o banheiro.
Tomei um banho rápido e me enrolei na toalha saindo do banheiro. Abri o meu lado do guarda-roupa e peguei uma calça jeans e a vesti. Abri o lado de Edward e peguei uma blusa e uma jaqueta dele. O cheiro dele estava ali, o que era maravilhoso. Penteei meu cabelo e passei um pouco de perfume. Coloquei meus tênis e sai do quarto.
Parei na sala vendo a cena de Edward brincando com Clarisse. Ela dava gargalhadas gostosas e ele sorria lindamente pra ela. A verdade é que você nunca diria que Edward não é o pai dela.
– Mamãe! – Clarisse me viu e Edward virou a cabeça para onde eu estava.
– Hey, eu conheço essa blusa e essa jaqueta.
– São suas. – eu sorri.
– Se quer saber, ficou extremamente linda com as minhas roupas. – cheguei perto dele.
– Babão.
– Estou falando a verdade.
– Uhum, sei. – pisquei pra Clarisse a tirando do colo dele. – Precisamos ir ao mercado hoje.
– Vamos quando voltarmos da clínica, certo?
– Ótimo. Tomou seu café da manhã?
– Estou sem fome.
– Eu também. – eu olhei para Clarisse que estava olhando pra mim. – Então vamos?
– Pegue pelo menos uma fruta para você, Bella.
– Estou sem fome, Edward, já disse.
– Mas eu quero que você coma.
– Só se eu pegar uma pra você também.
– Ótimo.
Peguei duas maçãs e as embalei. Peguei minha bolsa e as coloquei dentro.
– Agora podemos ir, teimoso?
– Claro que sim, amor. – ele pegou as chaves e fomos para a clínica.
Nós chamaram na mesma hora e quando saímos, saímos juntos. Eu sorri para ele. Fomos direto para o mercado.
– Vida, será que você pode pegar algumas frutas? – Edward estava com Clarisse no colo enquanto eu esperava pela carne que eu havia pedido para cortarem.
– Claro, amor. Você vai pra lá ou quer que eu volte?
– Eu vou pra lá, pode deixar.
– Está bem. – ele saiu empurrando sua cadeira de rodas e eu fiquei olhando ele ir até a sessão de frutas e desaparecer.
– Olá, Bella. – eu pulei de susto quando ouvi aquela voz que eu esperava não ter que ouvir tão cedo assim.
– Jacob. – eu respirei fundo tentando controlar minha respiração. – O que você quer aqui?
– Fazer-te uma proposta.
– O quê?
– Você larga aquele aleijadinho, volta pra mim e Clarisse fica com você. Nós nem ao menos precisaremos ir ao tribunal. Ele ficará com os pais dela que é com quem ela deve ficar. – ele olhou no fundo dos meus olhos. – E ai, aceita?