Pov. Edward
Bella passou o resto do dia agarrada a Ana, eu conseguia ver a dor em seus olhos e tenho certeza que estou com o mesmo olhar. Enquanto elas estavam juntas fui ler a intimação e botar em prática meus conhecimentos de advogado.
Depois de um bom tempo analisando toda a situação percebi que não será tão difícil manter a guarda da Ana, mas também não será tão fácil a ponto de não nos preocuparmos. Pelo pouco que sei do Jacob descobri que ele não aceita ficar por baixo, sempre que ser o machão da história, porém, mal ele sabe com quem se meteu.
Resolvi dar atenção as duas mulheres da minha vida, agora mais que tudo, elas precisam de mim.
–Ei, lindas! Venham aqui - chamei-as para ficarem comigo na cama.
–Amor, não deixa ele tirar ela de nós - Bella me pediu com cara de choro e meu coração se partiu.
–Não vou deixar, ela nunca sairá daqui - prometi a ela beijando sua cabeça. -Minha princesinha, vem aqui com o papai.
Bella me passou ela e eu a abracei. Meu mais novo mundo está aqui, comigo, e eu lutarei muito para que ele não vá embora.
Já estava perto do jantar e como Bella não estava bem resolvi pedir nosso jantar. Após meia hora de espera jantamos, nos organizamos e fomos dormir os três juntinhos.
Acordei e a cama estava vazia, levantei e me arrumei seguindo direto para sala, onde eu sabia que iria encontrar minhas garotas.
As duas estavam lindas, ambas de vestidos quase idênticos e sorriam uma para a outra.
–Bom dia! - falei atraindo a atenção das duas.
–Bom dia papai - Ana gritou e me estendeu os bracinhos.
–Bom dia, amor - dei um selinho em Bella.
–Que bebê mais cheirosa e linda é essa ? - beijei as bochechas de Ana que riu por conta da minha barba um pouco crescida.
–É pro sinhô - riu.
–Pra mim? Que ótimo! -falei brincando e ela se desmanchou em risos.
Bella nos observava com um sorriso mal disfarçado, lhe mandei um olhar dizendo que tudo ficaria bem.

– Vida, estava pensando se a gente podia sair hoje... – Bella falou quando estávamos tomando café da manhã. – O que você acha?
– Acho uma ótima ideia. Agora ou mais tarde?
– Pode ser agora? O sol não está tão quente ainda.
– Certo. Só vou trocar de roupa e nós podemos sair, está bem? – ela balançou a cabeça. Dei um selinho rápido nela e sussurrei um eu te amo. Ela sussurrou de volta.
Troquei de roupa rapidamente e sai do quarto na direção da sala. Chegando lá, as duas mulheres que faziam o meu mundo um lugar melhor, estavam sorrindo como se nada estivesse acontecendo. Era melhor assim. Sorrisos são sempre melhor que lágrimas.
– Vamos? – eu falei e Bella olhou para mim sorrindo.
– Claro, vamos sim.
Peguei Clarinha, coloquei-a em meu colo e segurei a mão de Bella, e isso era mais que um gesto simples de namorados. Era a minha forma de dizer: eu estou aqui para qualquer coisa e para sempre vou estar. Fique calma, nada a tirará de nós.
Saímos de casa e fomos para uma pracinha que não dava nem quinze minutos de onde morávamos. Deixamos Clarinha brincando com algumas crianças e ficamos a vigiando. Eu via preocupação em Bella apenas pelas suas atitudes.
– Amor, calma. Ela está segura conosco. – eu segurei sua mão com as minhas. Tentava passar segurança, não só pra ela, como para mim também. Eu queria acreditar que seria fácil e que podíamos ganhar rapidamente, porém, eu tinha medo do que Jacob pode fazer, afinal, como eu disse, ele não aceita ficar por baixo.
Só que dessa vez, ele teria que aceitar. Se nós perdêssemos (e que a sorte esteja ao nosso favor para que isso não seja necessário), eu caço esse filho de uma mãe até o inferno e pego Clarinha de volta. O lugar dela não é, nunca foi e nunca será ao lado dele. O lugar dela é comigo e com a mãe.
– E se ele conseguir ganhar, Edward? E se ele tirar ela de mim? Ele vai levar a minha vida junto com ela, Edward.
– Se ele ganhar, eu o caço nem que seja até o inferno. Eu prometo, Bella, Clarinha vai ficar onde ela deve estar que é conosco, não com aquele que nunca nem a amou.
Ela se aconchegou em mim e respirou fundo, talvez tentando se acalmar. Seus olhos passavam de Clarinha pra mim e voltavam para nossa menininha.
Nossa menininha que nem sabia o que estava acontecendo ao seu redor.

POV Bella
Edward estava tentando me manter calma e eu agradecia a ele por isso. A verdade é que eu nunca, jamais, viveria sem a minha filha.
Ela é a minha pedra mais preciosa, o meu maior tesouro. Por quem eu morreria.
Ficar observando Clarinha brincando com outras crianças e alheia a tensão a qual vivíamos era reconfortante. Eu só não queria parar de observa-la. Nunca.
Passamos uma grande parte da manhã na pracinha até que o sol começou a ficar quase que insuportável.
– Vida, vamos voltar? Está muito quente.
– Estava pensando nisso agora, amor. Pegue Clarinha que nós voltamos.
Eu fui até onde estava minha filha e seus recém adquiridos amiguinhos e a peguei no colo.
– Dá tchau pra eles, filha. Nós já vamos embora.
– Tau! –ela sacudia sua mãozinha gorduchinha para os amiguinhos e eu fui para onde Edward nos esperava.
Ele pegou Clarinha e ela encostou suas costinhas contra o peito dele. Eu já disse que eu achava linda a relação desses dois?
Saímos da pracinha e fomos andando pela rua. Conversávamos amenidades quando ouvi alguém chamar meu nome.
E eu conhecia bem demais aquela voz.