Deixe-me Entrar escrita por Fran Barros, Esthefanny Bezerra


Capítulo 2
Capítulo 2 - Let Me Play With Little Girl ?


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii, voltamos o/
Cybella amore, obrigada por comentar linda.
Por mais que tenha só uma comentário, acho que deve ter agradado a história da fic, espero que mais apareçam. Vamos para o segundo e conhecer mais do nosso cadeirante lindo e perfeito e gostoso e sexy e tudo mais.
Beijinhos



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POV Edward

Eu cheguei cedo no outro dia na clinica. Posicionei a minha cadeira de rodas no local de sempre e peguei uma revista para ler. Eu deveria ter trazido o meu computador, pelo menos passaria o tempo.

Levantei meu rosto e vi Kate, ela trabalhava demais. Toda hora ela mexia em papéis e ficava escrevendo relatórios no computador. Além disso, hora ou outra ela entrava na sala da doutora Melissa e saia para buscar um café ou alguma coisa para que ela se alimentasse.

– Nossa, Kate, você deveria parar um pouco – falei para ela.

– Eu não posso, Edward. É meu trabalho!

– Mas você fica andando de um lado pro outro o tempo todo. Está me dando dor de cabeça ficar olhando pra você!

– Não olhe pra mim, já disse!

Eu sempre conversava com ela, apenas para não criar um clima ruim. Já bastava a minha família não ir muito com a minha cara desde o pequeno incidente que tirou a minha capacidade de andar. Preferi não ir para esse lado nada bom da minha vida. Voltei para o presente e continuei lendo a minha revista.

Naquele dia, a clinica estava um pouco movimentada demais para o meu gosto. Eu gostava muito mais quando estava tudo calmo, era melhor assim. Crianças corriam de um lado para o outro e seus pais corriam atrás delas, para que elas não fizessem nada demais. Havia uma menininha com a mãozinha torta, talvez devesse ter quebrado e agora fazia fisioterapia. Outro menininho, que também corria, estava com o bracinho com um gesso, devia ter levado uma queda.

– David, pare por ai! – o pai do menininho gritou.

Eu nunca poderia correr atrás dos meus filhos. Nunca mais. Eu agora estava preso nessa bosta de cadeira de rodas. Meus filhos iriam correr e eu teria que contar com a ajuda da mãe deles para que fosse os buscar. Meus filhos, eu falava como se em algum momento eu fosse ter um. Nenhuma mulher me agradava. Não mais. Antes, quando eu ainda tinha o total movimento das minhas pernas, eu era um pegador nato. Ia para festas da empresa, baladas e tudo mais que eu pudesse. Tinha qualquer farra, eu estava lá. Qualquer coisa. Podia ser até mesmo um aniversário infantil, eu saia de lá, sempre, com alguém.

Hoje, não mais.

Eu não saia mais de casa, minha auto-estima estava sempre lá em baixo. Tudo bem, eu podia ate ser bonito, isso eu não nego. Mas tinha o grande problema: eu era um cadeirante e que nunca me livraria dessa porcaria de cadeira de rodas. Respirei fundo para não me alterar. Eu não podia ficar alterado, tinha que tratar todos muito bem. Era assim que eu pensava. Que eu tentava agir. Mas nem sempre dava certo. Eu já havia brigado muito com meus irmãos e com a minha família depois do incidente. Sempre porque eles jogavam a culpa em mim. Porcaria! Eu não tive culpa de nada, eu poderia ter saído ileso, mas não! Foi o destino que me quis botar nessa porcaria de cadeira.

– Mamãe! – olhei para o lado e vi a mesma menininha que eu havia visto ontem com a sua mãe. Aquela que eu havia ajudado com o bichinho de pelúcia que havia caído.

– Que foi, Clarinha? – a mãe deu um beijinho na sua testa. O momento era tão feliz. E pensar que eu achava que a Anna era sua irmã, elas se pareciam tanto.

– Minha pelninha tá dodói, mamãe. Tá dodendo muito.

– Logo vai passar, está bem? Você quer brincar com o Plof? – quem era Plof? Devia ser aquele mesmo bichinho de estimação de ontem.

– Quelo! – a Anna deu um gritinho de entusiasmo. Talvez brincar esquecesse um pouco a sua dor. Se esquecia a sua, por que não poderia esquecer a minha? Eu coloquei a revista na cadeira do hospital e fui com a minha cadeira até onde estava Anna brincando no colo da mãe.

– Oi – eu falei para a Bella.

– Olá! – ela falou e me deu um sorriso. Ela tinha um dos sorrisos mais bonitos que eu já tinha visto.

– Será que eu posso brincar um pouco com ela? – falei, apontando para Anna.

– Dexa, mamãe – Bella olhou para a filha e sorriu.

– Eu não sei... - Prometo que não farei nada mais que brincar com ela. – eu sorri. Anna era muito fofa.

– Dexa, mamãe, pu favô!

– Tudo bem. – ela suspirou, derrotada.

– O senhô sabe blincar de buneca?

– Não sei, mas será que você pode me explicar? – ela sacodiu a cabeça. Bella segurava Anna em seu colo e sorriamos hora ou outra para o outro, vendo a alegria de Anna.

– Eu tô blicando com o senhô e num sei seu nome...

– É Edward.

– Ward.

– Edward, filha.

– Eward.

– Edward. – eu sorri.

Ela provavelmente não falaria meu nome certo. Ela devia estar naquela fase de trocar as letrinhas.

– Você é muito linda Anna, sabia ? – falei pra ela que ficou com as bochechinhas vermelhas e escondeu o rosto.

–Obigada – falou baixinho me fazendo sorrir.

–Quantos aninhos você tem ? – perguntei. Não sei o porque, mas eu tinha uma necessidade enorme de saber tudo sobre aquela pequena e sua mãe.

–Dois – mostrou dois dedinhos .

–Mas já é uma mocinha – brinquei com ela que riu. Sua mãe nos olhava sorrindo.

–Não, sô a bebê da mamãe, num sô mamãe ? – olhou pra mãe com seus grandes olhos castanhos mel.

–É sim, minha bebê, minha pequena, minha princesa – falou toda boba beijando a ponte do narizinho de Anna.

–Ta venu? Eward, o senhô tem filho tabem ? - perguntou deixando o ursinho de lado.

–Não, infelizmente – falei triste.

–Eu possu ser sua filha, dexa mamãe ? – ela perguntou a mãe que tava com a expressão surpresa.

–Clarinha, acho que o Edward quer filhos dele mesmo – falou sem jeito.

– O senhô me qué como filha ? – perguntou.

–Acho que sua mãe não gostaria Anna, você é só dela – respondi, mas com uma enorme vontade de dizer sim.

–Tá bom, mas o senhô sempre pode blincar cum eu, celto ? – perguntou e se esticou para botar as mãozinhas em meu rosto.

–Certo linda – sorri pra ela e beijei sua mão, como uma cavalheiro faz com uma dama.

Continuamos a brincar e conversar até meu médico me chamar e eu me despedir das duas com um beijo na bochecha. Depois de uma hora fazendo exercícios dei tchau a todos da clinica e fui para casa em meu carro adaptado.

Cheguei, entrei em casa e fui direto para meu quarto tomar uma banho e descansar, já que os exercícios são um pouco puxados. Dormi e nem vi as horas passar. Acordei e já era noite, nem almocei, estava realmente cansado. Arrumei-me e fui para a cozinha encontrando minha mãe terminando o jantar.

–Oi mãe – falei baixo.

–Oi Edward, chegou cansado hoje – falou, mas vi que ela fazia aquilo a força.

–Foi – só respondi isso.

Ela me serviu, comi e lavei a louça para não dar motivos de falarem. Acenei e voltei para meu quarto esperar o sono chegar enquanto lia um livro.

No dia seguinte acordei cedo, me arrumei e fui para a cozinha tomar café antes de todo mundo e sai. Nunca ir para a clinica foi tão empolgante como está sendo agora.

Cheguei ,sai do carro e entrei cumprimentando todos até chegar ao meu setor. Dei bom dia para Kate que já estava trabalhando feito louca e posicionei minha cadeira no lugar de sempre. Não demorou muito e ouvi passos, levantei a cabeça e vi Bella e Anna vindo em minha direção.

–Bom dia Edward – Bella disse e sentou na cadeira ao lado.

–Bom dia Bella. O que tem a Anna ? – perguntei por ver a menininha encolhida nos braços da mãe.

–Ela está com dores nas pernas , o tratamento dela intensificou – respondeu triste.

–Sei como é – realmente sei como é – Ei linda, não vai falar comigo não? -Oi Eward – me olhou com os olhinhos tristes.

–Ei princesa, não fique triste, logo você vai estar bem e essas dores nunca mais vão aparecer – tentei animar ela.

– Tá celto – voltou a deitar a cabeça no ombro da mãe. Fiquei com o coração partido em vê-la nesse estado.

–Não se preocupe, ela vai ficar bem – Bella disse. Assenti e ficamos em silêncio. A médica de Anna chamou e ela se foram, logo depois foi minha vez .

Mais um dia se passava e agora eu tenho um propósito pra viver. Anna e Bella com certeza não vão sair da minha vida tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Oi!
Hum, nem preciso dizer que chorei na parte dela falando que podia ser a filha dele né? Essa parte foi a Fran que escreveu e Deus, morri ali.
Quero agradecer a todo mundo que leu, sério, brigadão (heart) Os fantasmas, como sempre, apareçam. Façam essas autoras felizes (heart)
Amo vocês fortemente!
Adios