POV Edward
Saber de tudo que a Bella passou me deixou com mais raiva daquele Jacob do que nunca. Como uma pessoa tem coragem de fazer algo daquele tipo com outra, pior , com a própria esposa grávida? Surpreende-me Bella ter conseguido seguir com a vida sem muitos traumas. O que importa agora é que ela e Anna estão bem.
Hoje é mais um dia de luta, mais um dia que tenho que ir para a fisioterapia, nem sei se ainda tenho chances de voltar a andar, mas pensando bem, eu já encontrei minha felicidade e o resto é consequência.
Acordei e vi que Bella dormia calmamente. Deus, e eu pensei que nunca mais iria me envolver com mais ninguém e agora aqui estou, com essa mulher que apenas com um olá me ganhou por completo!
Alisei seu cabelo sedoso e sorri quando ela suspirou baixinho e se aconchegou mais a mim. De longe ouvi um chorinho e percebi que era a Anna.
Com cuidado afastei Bella do meu corpo e com habilidade me posicionei na cadeira de rodas. Fui ao banheiro rapidamente e depois segui para o quartinho da Anna.
Cheguei lá e a vi sentada no berço, toda vermelha, coçando os olhinhos.
– Ei princesa, para que esse choro todo?
Por sorte seu berço era baixo então pude pegá-la com facilidade.
Ela se aconchegou em meu ombro e foi parando de chorar aos poucos.
– Que foi, princesa? Teve um sonho ruim? - perguntei alisando suas costas.
Ela negou com a cabeça.
– Que manhosa linda - ri do seu jeitinho.
Voltei para o quarto de Bella, agora meu também.
– Edward, por que não me chamou ?
Bella estava sentada na cama com uma carinha de sono que a deixava mais linda.
– Não queria te acordar, amor, estava tão linda dormindo, e a propósito, eu já estava acordado, não custava nada ir buscar essa princesa.
Beijei o ombro de Anna que me abraçou mais.
– Obrigada - sorriu.
– Por nada - pisquei para ela. - Vamos logo que eu e a Anna temos consulta.
Ela assentiu e me deu um selinho indo para o banheiro.
Depois de todos prontos, fomos para o meu carro. Bella botou a Anna na cadeirinha que eu comprei para ela e assim fomos.
Chegamos a clinica rapidamente, falamos com a Katy e cada um foi para a sua consulta.
– Edward, bom te ver rapaz! - O doutor Smith me cumprimentou. Um homem com aparência de ter seus 35 anos, casado e três filhos.
– Bom rever você também, doutor.
– Bom, hoje não faremos a sessão, iremos conversar - assenti. – Edward, você sabe que pode se considerar sortudo por ter sobrevivido ao acidente, antes ficar em uma cadeira de rodas do que morto. Há um bom tempo estamos nesse tratamento e eu só vejo o quanto você tem vontade de voltar a andar, pois bem, analisando seus progressos te digo que você tem uma enorme chance de voltar a andar, mas ainda tem aqueles indesejados porcentos que podem botar tudo a perder. O que eu quero dizer é que se intensificarmos mais seu tratamento logo você poderá sair andando por ai, e isso é maravilhoso - ele falou tudo entusiasmado.
Eu não estava processando direito. Eu poderia voltar a andar, Deus, como isso era fantástico.
– Wow doutor, não sabe o quanto estou surpreso, confesso que não estava mais acreditando muito no tratamento, mas agora vejo que está valendo a pena, obrigado - falei em êxtase.
– Vontade Edward, é isso que você tem, vontade - ele sorriu.
– Muito obrigado, eu tenho que ir - falei apressado para sair da sala.
– Vai rapaz, sei que você quer contar para sua mulher.
O olhei surpreso, mas decidi deixar isso para depois . Sai rapidamente da sala encontrando Bella e agora eu só podia pensar em como nossa vida pode mudar.
– Amor, eu tenho uma coisa muito importante para te contar.
– Se é tão importante, por que está enrolando? Diz logo! – ela estava toda feliz.
– Quando chegarmos em casa eu te conto.
– Não, Edward, fala logo.
– Calma, eu vou contar em casa. – saímos da clínica e fomos para casa.
– Vou dar um banho em Anna, mas não pense o senhor que vai me escapar. Volto logo. – ela me puxou para um selinho demorado. – Eu te amo.
– Eu também te amo, amor.
Ela foi para o banheiro e eu pensei mais uma vez em como nossa vida poderia mudar de agora em diante.
Sorri pensando que eu poderia caminhar com Anna em meus braços, ajudar mais Bella com a criação dela. Eu seria um bom pai para ela.
“Pai” pensei nessa palavra tão cheia de significados. Proteger, ajudar, conviver, ensinar. Eu desempenharia esse papel para Anna.
Meu sorriso alargou-se.
Esperei por Bella na sala e ela logo venha com Anna nos braços.
– O que aconteceu com a sua blusa? – falei depois que percebi q ela vestia uma diferente agora.
– Eu me molhei inteira dando banho nela. – ela deu uma gargalhada gostosa e Anna riu junto.
Bella sentou perto de mim e Anna estava em seu colo.
– Fale logo. Eu estou curiosa.
– Hoje eu não tive sessão...
– Por quê? – ela me interrompeu.
– Calma, amor, deixa-me falar tudo, ai você fala, está bem? – ela sacudiu a cabeça. - Nós ficamos conversando e ele falou um pouco mais sobre o meu caso. Ele disse... Disse que eu poderia voltar a andar se o tratamento fosse intensificado. – eu olhei nos olhos dela. O sorriso que ela me deu, nada pagaria.
– Meu Deus, Edward. Que notícia maravilhosa! – ela veio para perto de mim e me deu um beijo maravilhoso. Anna, que estava em seus braços, nos olhava com olhinhos questionadores.
– Pul que o tio Eward e a senhola estão felizes, mamãe?
– Ele vai poder voltar a andar, meu amor. – Bella explicou toda feliz para ela. Anna deu um sorriso lindo, como se realmente entendesse o que estávamos falando.
POV Bella
Já era noite. A noite do jantar.
Eu realmente não sabia o que vestir, mas como era uma ocasião mais casual, optei por um vestido preto básico. Como eu não gostava muito de saltos, só tinha um, e foi ele mesmo que eu usei. Fiz uma maquiagem nem tão leve, nem tão pesada e destaquei meus olhos. Passei meu perfume favorito e sai do quarto.
Edward já estava arrumado. Sua camisa social havia caído perfeitamente nele. Se possível, ele estava mais lindo ainda.
Anna estava em seus braços, brincando. Seu vestidinho branco com rosa era a coisa mais fofa do mundo e suas botinhas estavam em seu pé. Ela estava linda.
Peguei-a do colo de Edward e cheirei sua cabecinha cheirosa.
– Bella, você está linda. – ouvi Edward falando e fiquei imediatamente corada.
– Não é para tanto, Edward.
– Você está perfeita e eu não minto. Terei que tomar cuidado para me controlar e não machucar alguém hoje. – eu corei mais ainda.
Saímos de casa e fomos direto para o restaurante.
– Ótimo, ela já chegou. – ele falou ao chegarmos no estacionamento do restaurante.
– Ela quem?
– Alice, minha irmã. – ele olhou para mim e sorriu. Entramos no restaurante e de longe ela acenou para nós.
“Ela é linda” pensei. “Deve ser a genética.”
Chegamos perto dela e Anna se aninhou mais em mim. Ela sempre fazia isso quando não conhecia uma pessoa.
– Boa noite, Alice. – Edward saudou-a. Sempre muito educado. – Alice, lembra que eu te falei de uma pessoa que me amava do jeito que eu era?
– Lembro.
– Então, essa pessoa é a Bella. – ele olhou para mim e sorriu. – Bella, esta é Alice, minha irmã.
– Prazer em conhecer você, Bella.
– O prazer é meu, Alice.
– É sua filha?
– Sim. – eu sorri para ela.

– Como ela se chama? - ela retribuiu o sorriso e começou a tentar fazer Anna se soltar um pouco. Estava funcionando.
– Anna Clarisse.
– O nome dela é tão bonito quanto ela. – falou olhando para minha filha.
– Obrigada.
– Vamos, sente-se.
Nós nos sentamos e começamos a conversar. Alice era engraçada e fala disparadamente, sem pensar mesmo. Ela estava solteira e trabalhava com moda. Ela se vestia super bem, também. Seu vestido de uma famosa grife era lindo.
– Preciso atender, é rápido, amor. Prometo voltar logo. – Edward falou depois de seu celular ter começado a tocar.
– Está tudo bem...
– Está tudo bem. – eu sorri.

Ele saiu de perto e Alice começou a me falar de como foi a infância deles. Ela era a mais nova dos três, então Edward sempre a protegia de tudo.
– Eu amava sentar no colo dele. É uma boa lembrança que eu tenho. – ela olhou para mim, seus olhos com um brilho diferente. – Você senta no colo dele, Bella? – eu fiquei vermelha, muito vermelha. Procurei por onde enfiar a minha cabeça.
Alice vendo o quão vermelha eu estava, começou a rir. Gargalhar, na verdade. Algumas pessoas começaram a olhar pra gente, e eu me perguntava que ligação tão grande era essa de Edward.
– Bella, por que Alice está gargalhando que nem uma louca?
– Não sei, juro que eu não sei. – eu respirei aliviada por ele estar ali.
O resto da noite foi ótima. Alice era, com certeza, uma boa companhia.
Fomos para casa mais felizes depois de termos rido muito.
Anna já estava dormindo no quarto dela e eu deitei-me na cama. Aninhei-me mais a Edward e sentindo o seu cheiro eu comecei a cair no sono.
– Eu te amo mais do que amo a minha vida, mais do que amo qualquer coisa. Você foi feita pra mim, Bella. Você é minha e nada nem ninguém tirarão você de mim. Farei qualquer coisa por você. Voltarei a andar e irei te ajudar a cuidar e criar nossa filha. Eu te amo, vida, anjo, amor.
Eu dormi mais feliz depois de ter ouvido essa bela declaração.