Amor impossível escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 10
O acidente


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho pra vocês...


Boa Leitura.



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POV Chaves

Acordei naquele dia sentindo uma grande disposição e felicidade, pois o grande dia finalmente havia chegado, o dia da luta do nosso robô contra outro robô. Me levantei, fiz minha higiene pessoal e encontrei Sérgio e Horácio tomando café juntos no refeitório.

– E aí galera? Preparados para a luta?- eu perguntei animado.

–Sim. Com certeza- disse Sérgio.

–Claro, vamos ganhar fácil.- disse Horácio.

Depois, nós fomos para os nossos lugares de trabalho, não sem antes o Esteban contar pra gente qual seria a estratégia para ganhar, a gente teria que bater no outro robô, deixar ele de cabeça pra baixo e usar o lança-chamas para derrotar ele, eu sabia que tinha rodas e tudo mais, mas ninguém havia me contado sobre o lança-chamas. Vários outros robôs lutaram na nossa frente, nosso robô foi o sétimo a entrar no ringue, que era surpreendentemente fechado por uma parede de vidro, acho que era pra proteger a gente, como para o caso de um robô lançar chamas no outro, ou então de um robô ser arremessado no ar, nosso robô foi vencendo sempre passando de fase, a gente tinha tudo pra ganhar do último robô e ganhávamos elogios:

–Que robô é esse minha gente? Ele derrota qualquer robô que lhe aparece na frente, que que é isso?- dizia uma voz em um megafone.

–Esse robozinho parece que não está aqui para brincadeira.- disse uma voz feminina.

–Parece que será uma disputa difícil com esse robô, já que ele está ganhando tudo de todos!- dizia outra voz, dessa vez de um homem.

Por fim, nós fomos avançando até que chegou a hora do último round..

Ultimate Robot Combat, esse round terá como lutadores o XRL-8, comandado por Sérgio Pérez, Horácio Gomez, Esteban Gutiérrez e Fernando Chávez, do México, contra o ALPHA 2, com Bruno Lima, Marcos Souza, Pedro Lemos e Jonathan Rodrigues, de São Paulo. Round 1, começar!- disse uma voz em um mega-fone.

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Nós colocamos o nome do nosso robô de XRL-8 por causa do desenho do Ben 10, era o favorito da maioria de nós, o único que não achava que o XRL-8 era o melhor era o Horácio, que preferia o Ultra T, mas ele aceitou colocar esse nome no nosso robô numa boa, tranquilamente.

–E começa o round final.- disse o juiz, e pelo que eu vi dos donos daquele robô, era tudo gente punk e rebelde, pois antes mesmo da disputa começar, eles estavam com cara de poucos amigos, fiquei até com medo de ganhar, já que pensava que eles poderiam fazer alguma coisa com a gente.

A luta começou e eu fiz exatamente como Esteban disse, fiz meu robô derrubar o nosso adversário e ativei o lança chamas, mas não saiu nenhum fogo, apertei o botão mais uma vez, também não saiu.

–Taca fogo nele Chaves!!!- gritou Esteban.

–Eu tô tentando, mas não quer sair!- eu disse.

–Eu acho que tem algo errado!- disse o Sérgio.

–Peraí, deixa eu te ajudar.- disse Horácio colocando a mão no controle. E o fogo finalmente saiu. Quando o robô adversário ficou envolvido pela bola de fogo, todos gritaram e pularam de alegria com as mãos pro alto, parecia que queriam que a gente ganhasse, nem eu mesmo acreditei quando eu vi o fogo subindo no robô.

Logo depois, nós quatro recebemos o prêmio de campeão.

–Nossa gente, isso aqui tá parecendo um sonho.- disse Sérgio, acenando para Isabela.

–Sem dúvida.- eu disse sem muito entusiasmo.

–Graças ao Horácio, que se não tivesse ajudado o Chaves, a gente teria ganhado de forma bem insossa.- disse Esteban, se referindo ao fato de eu não ter conseguido atirar o fogo, e se nosso robô não tivesse queimado o outro, realmente a gente venceria sim, mas de uma forma sem graça, meio que só por contagem regressiva, sem nenhuma graça.

Depois de recebermos o troféu, fomos guardá-lo na barraca do Esteban, afinal, ele criou o nosso robô vencedor.

Na hora de dormir, um desastre aconteceu: como o banheiro tinha quatro cabines com vaso no lado direito e quatro boxes com chuveiro no esquerdo, só podia ir quatro por vez, eu ainda tinha que terminar um outro trabalho que meu assistente mandou, mas era o último que eu faria por lá, depois, partiria pra outra coisa, no entanto, eu fui o último a tomar banho, então, enquanto tomava, o Bruno, dono do nosso robô adversário, chegou lá dizendo:

–Quero revanche.- ele disse com uma voz dura, mandona, mas eu não dei o braço a torcer e fingi que não ouvi.- Não se faça de surdo moleque! Escutem, vão vigiar a porta.- ele disse para os outros guarda-costas dele, aproveitei para esquentar a água no máximo, para tentar me defender dele jogando água na cara dele.

–Eu não quero confusão cara, por favor, me deixa.- falei calmo.

–Agora é tarde. Eu permaneci com o troféu nos últimos quatro anos, simplesmente ninguém me vencia, eu não posso permitir que um merdinha magro e sardento como você tire esse troféu de mim. Agora lute!- ele ordenou.

–Só que você não pode ter aquele troféu...- antes que eu pudesse dizer o porquê, ele me interrompeu.

–E por quê não?- ele perguntou, sarcástico.

–Porque agora eu e meus amigos somos os campeões.- eu disse batendo no peito.

–Você pode ser bom em briga de robô, vamos ver se é bom de briga corpo a corpo.- ele disse avançando em mim, agora não dava mais pra escapar, então, segurando o pescoço do chuveiro, joguei a água quente na cara dele. Ele levou as mãos ao rosto e eu tentei fugir, mas ele me agarrou pela cintura e me jogou na parede, então veio pra cima de mim de novo, então pra me defender, me apoiei com as mãos nas bordas do boxe e com os pés, chutei o peito dele, mas acho que exagerei na força porque por um segundo ele foi ao ar, quando os pés dele voltaram ao chão, ele escorregou pra dentro da cabine do lado que estava aberta e bateu a cabeça na borda do vaso. O impacto fez um PAM bem alto, que eu acho que todo mundo que estava perto do banheiro escutou.

–Bruno?- eu chamei.- Bruno.- mais alto.- BRUNO!!- gritei, mas ele não respondeu, entrei em pânico.- SOCORRO, alguém me ajuda aqui!!!!- gritei o mais alto que pude, Bruno só estava com os olhos abertos, boca entreaberta e respiração lenta, fiquei desesperado.

–O que aconteceu aqui?- perguntou um monitor.

–Me desculpa, ele tava tentando me bater por causa da derrota na luta, mas eu fui me defender e ele escorregou e caiu com a cabeça no vaso!!!- expliquei quase fôlego.

Por dentro, eu estava totalmente desesperado, minha barriga estava mais fria que uma geladeira, pois a marca do sangue dele ficou na ponta do vaso onde ele bateu e ainda tinha um buraco grande na cabeça dele. Enquanto ele era levado para o hospital, me vesti e desliguei o chuveiro, que ficou aberto até a hora que ele foi socorrido, pois meu desespero era tão grande que eu esqueci de desligar, então, passei pelo corredor e escutei dois monitores conversando em uma sala:

–Olha, eu entendo que o Fernando possa ter mesmo se defendido, mas o fato do Bruno ter perdido pra ele na luta, não é motivo pra ele querer brigar.- disse um homem.

–E o que você queria? Acha que ele, rebelde do jeito que é, não iria provocar o Fernando à toa? Ou você acha que foi o Fernando quem começou a luta?- perguntou uma mulher.

–Não. Eu não disse isso, eu só tô falando que eles não podem continuar aqui se for pra brigar.- quando ele disse isso, confesso que senti um nó na garganta.

–Isso eu concordo. Se eles continuarem aqui pode ser até pior, pode acabar em morte.- disse a mulher.

–Ei, vira essa boca pra lá. Só podemos torcer pela recuperação do Bruno.- não ouvi o resto. Simplesmente fui até minha barraca, mandei uma mensagem para minha mãe pelo celular e deixei uma carta na barraca do Sérgio sem fazer barulho, de lá, fui pegar um táxi com uma decisão: voltar para casa e esperar o recomeço das aulas lá, apenas torcendo pela recuperação do Bruno, apesar de não ser amigo do Bruno, eu queria que ele ficasse bem. Enquanto o taxista me levava para o aeroporto, me lembrei das vezes em que fui embora da vila, mas acabei voltando, sendo que de lá, eu iria embora pra nunca mais voltar, ora essa, era quarta, voltaria pra casa ou na quinta ou sexta e na segunda recomeçariam as aulas, não ia ser uma coisa tão ruim assim, talvez fosse até melhor pra todos. Chegando no aeroporto, usei a passagem de volta que eu tinha ganhado do colégio e descobri que teria que esperar duas horas para o avião sair, e decidi fazer um lanche e dar uma volta antes de embarcar pra hora passar mais rápido.

POV Alejandra

Estava quase dormindo, já havia deitado na cama quando recebi uma mensagem de texto, com preguiça, estendi minha mão e peguei o celular pra ler a mensagem. A mensagem dizia:

Mamãe, estou lhe enviando esta mensagem para informar que estou voltando para casa hoje, aconteceu um acidente quase fatal lá no Campus Party e eu acho que ir embora e ficar longe de todos é melhor pra mim e para eles. Devo chegar no aeroporto amanhã às 07:00 então, queria que a senhora fosse me buscar lá, assim poderei contar melhor o que aconteceu, mas não se preocupe comigo, eu estou bem, só faça o que eu estou pedindo, beijos até amanhã.

Como assim está voltando amanhã? E que acidente quase fatal foi esse? Que história é essa? Não dá pra acreditar, acabei passando quase duas horas na cama pensando no que o Fernando poderia ter feito de tão ruim pra acontecer uma coisa dessas, amanhã mesmo vou fazer o que ele me pediu pra descobrir direito essa história, o Fernando nunca foi agressivo e eu tenho certeza que ele só se defendeu, mas prefiro ouvir dele para ter certeza, até que, adormeço rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Coitado do Chaves né? O que será que vai acontecer com ele depois disso? Só lendo para descobrir.



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