Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 28
Bienvenido a México.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463384/chapter/28

Kimberly

Depois que eu me acalmei um pouco, descemos do telhado do estacionamento e caminhamos até o Dodge Nitro. Nós ficamos calados durante todo o percurso, não conseguia parar de pensar em Eleanor, estava me sentindo culpada por não ter conseguido pular com ela. Mas eu tinha medo de muitas coisas e uma delas era altura. Fiquei segurando a boneca de Eleanor e depois a coloquei no painel do carro. Iria fazer o possível para não desapontar aquela garota.

Algumas horas depois chegamos a fronteira Estados Unidos-México, e então Justin quebrou o silêncio.

–E nós nem precisamos de dinheiro ou passaporte! - ele disse.

Ri da piada de Justin, mas não pude deixar de reparar na ironia que era ver a fronteira entre os Estados Unidos e o México tão desprotegida. Tudo bem que não existe mais população o suficiente para que seja preciso cuidado com a barreira, este já é praticamente um mundo de ninguém, mas ainda é irônico. Passamos por Nuevo Laredo ao meio dia, e ao pôr-do-sol já estávamos em Monterrey. Preciso dizer que não acreditei em como chegamos tão rápido, nós não fomos interrompidos em momento nenhum na estrada depois que saímos da pousada. Foi tanta sorte que me deixou desconfiada de que alguma coisa no mundo estivesse errada, mais aí lembrei que este é o apocalipse zumbi, já está tudo errado.

Mantivemos o plano de ficar longe do centro, ainda mais em uma cidade tão populosa. Abrigamo-nos em uma pequena casa à beira da estrada, que no fim das contas foi tudo o que conseguimos arranjar em um tempo tão limitado. Após vasculhar os cômodos, com muito mais atenção desta vez, joguei-me no sofá. Erika e Drake subiram para o andar de cima, eles também estava com fisionomias exaustas e então foram descansar um pouco, pois mais tarde a comida ficaria por conta deles. Eu estava tão exausta! Não é como se eu tivesse corrido uma maratona ou algo do tipo, mas fazia tempo desde que eu havia tido alguma diversão. Observei com curiosidade Justin vasculhar os armários com uma expressão de quem tinha lido meus pensamentos.

–Pensei que nós já tivéssemos bastante suprimentos, não precisa estocar mais por enquanto - falei.

Ele não respondeu e continuou a revirar os armários, resmungando algo que eu não consegui entender bem, mas me pareceu "eles são mexicanos, tem que estar em algum lugar", quando finalmente ele deu um salto, virando-se para mim com um grande sorriso no rosto e as mãos atrás das costas.

–Achei.

–Achou o que, Justin?

–A solução para os problemas de stress - ele respondeu.

–E seria...?

Lentamente ( e com um floreio desnecessário), ele me apresentou uma garrafa quase cheia de Tequila José Cuervo. Eu só podia estar sonhando, era tudo o que eu precisava para relaxar um pouco. Fiz tudo o que pude para não pensar nas consequências disso no dia seguinte (afinal, não faz mal correr um pouco de risco quando a vida já está toda fodida), e tomei a garrafa da mão de Justin enquanto o mandava conferir se as portas e janelas estavam bem trancadas.

–x-

Um gole, dois goles... Meia garrafa. Se você nunca tomou tequila, aqui vai um aviso: sobe rápido, muito rápido. Eu sentia a minha cabeça com alguns muitos quilos a menos e, quando dei por mim, estava dançando e cantarolado Radioactive em cima do sofá. Álcool é a única coisa capaz de me fazer cantar e não me sentir como uma adolescente boba. Provavelmente, eu estava parecendo um pinguim desajeitado, mas quem se importa? Não é como se eu quisesse impressionar alguém ali. Mas, caso quisesse, não seria assim tão difícil.

–Mclean, se você está tentando me seduzir rebolando desse jeito, está funcionando - Justin disse.

Eu ri como uma idiota. Eu me sentia uma idiota. VIVA OS IDIOTAS!

–Como se eu precisasse fazer algo para te seduzir... Você está praticamente implorando meu corpo nu, Walker.

Antes que eu percebesse o que estava acontecendo, ele tomou a garrafa das minhas mãos e me deitou no sofá, logo se jogando por cima de mim. Quando foi que ele tirou a camisa? E, caramba, como eu não percebi essa delícia de tanquinho se revelando? Ai, meu Deus! Eu quero isso? Eu não sei se eu quero isso! O alto teor de álcool no meu sangue não está me deixando pensar o suficiente para decidir, e meus hormônios estão tentando fazer o trabalho dos meus neurônios. Ele passou o nariz lentamente pelo meu pescoço, fazendo-me arrepiar. Droga, droga, droga! E agora?

–Não me faça implorar por algo que você também quer, Kim. É só olhar para você assim, mordendo os lábios desse jeito, para saber que estou certo.

Precisava mesmo falar com esse sussurro sexy, senhor sexy, com uma boca sexy? Por que eu não consigo parar de pensar na palavra "sexy"? Eu estava mordendo os lábios? E, outch! O que as minhas mãos estão fazendo espalmadas no abdômen dele? Esse abdômen sarado, delicioso e sexy, será que tem gosto bom? Talvez seu eu mordesse só um pouquinho... NÃO! Pare já com isso, Kimberly Mclean, você nunca foi uma garota que se entrega fácil assim, não deixe o álcool fazer isso com você. Juntei toda minha força de vontade e o empurrei para longe de mim, tropeçando para fora do sofá com um olhar fulminante.

–Não ouse fazer isso de novo, Walker. Eu não sei com que tipo de garotas você está acostumado, mas eu não sou uma delas.

E entrei no banheiro com uma jogada lateral de cabelo, determinada a me enfiar no chuveiro frio e tentar clarear a minha mente.

Justin

É isso mesmo, produção? Ela me provoca daquele jeito e sai andando? Sou eu quem precisa daquele chuveiro agora, não ela. A vida não está fácil para ninguém, a oferta anda baixa e o mundo ainda me entrega uma espécie exemplar para testar a minha resistência? Isso vai dar merda, só vai. Tomei mais um longo gole, chacoalhando a cabeça logo em seguida, e me larguei no tapete. O pior de tudo é que toda essa resistência só me faz querê-la ainda mais. Como se a situação toda já não fosse suficiente, ela complicava ainda mais. Mas eu vou conseguir. Ah, se vou! Talvez eu devesse entrar naquele banheiro agora, aproveitar enquanto ela está lá, completamente pronta. Mas considerando que estou lidando com alguém que sabe lidar com armas muito bem, e sabe-se lá mais o que, deve ser mais prudente ficar quieto aqui, afinal, eu não bebi tanto quanto ela para perder a noção do perigo.

Kimberly

Tremi embaixo da água gelada. Se eu fizer algo com Justin, quero ter certeza que foi uma decisão consciente, e não um impulso. O mundo está acabando, mas e daí? Talvez eu devesse aproveitar essa fagulha de algo bom que possa acontecer no meio dessa merda toda. Será? Desliguei o chuveiro, já me sentindo um pouco melhor, e vesti a roupa por cima do corpo molhado. Na pressa de fugir de mim mesma, nem me lembrei de procurar uma toalha. Encontrei minha mala em um canto no corredor e consegui uma roupa limpa para me trocar. Justin estava apagado no tapete, nem sequer se deu ao trabalho de deitar no sofá. Como é que ele sempre conseguia dormir tão rápido? Encontrei um cobertor em um dos quartos e o cobri. Por quê? Eu sei lá por que, só me pareceu uma boa ideia. Deitei-me no sofá ao lado dele, enrolada em uma manta, sussurrando um "boa noite, Jus", que eu duvido que ele tenha ouvido.

Justin

Meus pais estavam se transformando em zumbis, e eu não fiz nada para dizer o quanto os amava. Eu estava abraçando meu irmãos, enquanto meus pais caiam mortos no chão. Foi tudo minha culpa, minha culpa, minha culpa...

–Justin, acorda!

Braços finos e firmes me sacudiam, e eu acordei desorientado, vendo um par de olhos azuis intensos encarando-me. Eu conhecia aqueles olhos... Kimberly! Eu a abracei, surpreendendo-a, e ela retribuiu sem jeito, dando tapinhas nas minhas costas.

–O que foi culpa sua? - ela perguntou.

–Hã?

–Você ficou repetindo "minha culpa". O que foi sua culpa?

Eu falei enquanto dormia? Nada bom. Só espero que isso não se repita com coisas mais, hum... Comprometedoras. Respirei fundo.

–Eu sonhei com meus pais. Em como eu era tão egoísta a ponto de não ter dito o quanto os amava. Eu os perdi, Kimberly. Por que fui muito egoísta, eu podia ter feito eles não terem ido tomar aquela vacina, mas eu estava ocupado demais ficando bêbado.

Kimberly me observava cheia de pena. Eu não queria a pena de ninguém, mas não recusaria nenhuma atenção dela. Aproveitei para me aconchegar em seus braços, e senti seus dedos se entrelaçarem em meus cabelos.

–Todos perdemos pessoas importantes, Justin, mas você não está sozinho, nós estamos juntos, vai ficar tudo bem... De algum jeito.

Pela sua voz, pude perceber que ela mesma tinha certa dificuldade de acreditar naquelas palavras, mas eu decidi me agarrar a elas. Eu não sabia se voltaria a ver meus irmãos e muito menos meu tio, e se tudo que eu tinha no mundo agora era Kimberly, eu faria com que ela fosse verdadeiramente minha, sem ataques de puro desejo causados pelo álcool. Dessa vez, eu senti que algo no mundo realmente nos queria juntos. Levantei minha cabeça, de forma que pude colocar seu rosto entre as minhas mãos.

Observei seus olhos se arregalarem ainda mais, enquanto ela tomava consciência dos meus planos, mas não vi rejeição neles. Aproximei-me lentamente, deixando que meus lábios tocassem os seus e que ela não tentasse se afastas de mim.

Kimberly

Eu já não queria tentar me afastar de Justin. Já tinha passado muito tempo me esquivando dele, mas agora que, talvez, não voltássemos vivos eu queria experimentar tudo com Justin, desde um beijo até uma coisa bem mais profunda.

Meus dedos apertaram mais seus cabelos e eu o puxei para mais perto. Nossos lábios finalmente se tocaram, depois de muito tempo separados. O beijo dele era uma coisa suave e doce, e eu queria mais. Justin me colocou em seu colo e nós aprofundamos mais o beijo, até que isso não era mais o suficiente para nós dois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PRIMEIRO BEIJO *O*. Sei que algumas pessoas estavam loucas por esse capítulo e bem, está aí :3 comentem, por favor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zumbilândia - Matar ou Morrer." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.