A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 62
O tempo acabou


Notas iniciais do capítulo

Esse é um dos últimos capítulos da fic. Provavelmente ainda terá mais três capítulos. Ficou o maior de todos, não queria corta-lo, pois é o ápice da história, a batalha entre Hell e os dourados.
No final do capitulo tem um marcador que é a minha sugestão de trilha sonora. SS Ômega não é uma das minhas sagas favoritas, mas as OST's são muito boas. ( Eu sempre escrevo escutando as OST de Saint Seiya - clássica, Ômega e TLC). Quando estava pensando nas cenas finais dos dourados, essa musica começou a tocar e para mim encaixou como luva, já que no anime, ela foi tocada quando Kiki, Shiryu e Fudou lançaram a Atena Exclamation. A música é Stardust Chant Katachi Naki Seiza - Remi Tanaka.

obs: O capitulo já era para ter sido postado desde domingo passado, mas por algum motivo o site estava em manutenção e posteriormente eu estava tendo problemas para postar.
Boa leitura!



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A torre de luz provocada pela Exclamação de Atena atravessou o céu. Atena e os demais viam a luz dissipar...

Marcela olhava incrédula para o ponto onde era o castelo. Miro...

Suellen estava sem reação, não era possível que o marina... Atena também não acreditava.

– Não... – a deusa foi de joelhos. – Kanon... Afrodite... Miro... – os olhos encheram de agua. – Shion, Mu, por favor, vão até eles... vão até Ares, o cosmo dele também sumiu... eu não posso ter perdido meus cavaleiros...

Os dois saíram para acatar as ordens.

Aioria estava com o olhar voltado para a montanha quando sentiu Gabrielle se mexer. A brasileira abriu os olhos.

– Aioria...

– Gabe. Você está bem? – sorriu.

– Sim... o que aconteceu?

– Gabe. – Sheila aproximou. – está tudo bem?

– Está. Pode me colocar no chão?

Aioria a soltou. Como estava aliviado.

– Fiquei com tanto medo de te perder. – a abraçou.

– Estou bem.

Outro que sentiu alivio foi Shaka. Seu coração e o rim voltaram ao normal.

– O ataque de Aryeh foi anulado. – disse.

– Que bom. – Juliana o abraçou.

Heluane voltou a atenção para Giovanni, se os outros estavam bem, era sinal que ele também estava curado. A expressão dele não se alterou, mas seu coração voltou a bater normalmente.

Enquanto isso...

Shion e Mu andavam pelo que tinha sobrado do castelo de Vanaheim. Não havia sinal de Aryeh.

– O corpo dele deve ter sido varrido pela força da Exclamação. – disse o ariano mais novo.

O grande mestre não respondeu, olhava atentamente os escombros em busca dos três. Não demorou encontra-los. Os três estavam próximos um do outro e com os corpos cheios de ferimentos.

– Kanon. – Shion agachou diante dele. – Kanon.

O geminiano mexeu as pálpebras, lentamente abriu os olhos.

– Mestre.

Ele respirou aliviado. Mu foi atrás de Miro. O escorpião também despertou. Em seguida foi atrás de Afrodite.

– Gustavv.

– Mu... – o pisciano levou a mão ao rosto.

– Você está bem?

– Sim.

– Eu te ajudo. – o ariano ajudou-o a levantar e no processo entrou em contato com o sangue do pisciano.

Miro e Kanon também levantaram.

– Ele morreu?

– Sim Miro. – respondeu Shion. – Mu, leve-os eu vou atrás de Ares.

– O que houve com o meu irmão??

– O cosmo desapareceu. – disse sério.

– Eu vou com você.

Shion não foi contra. Usando seu poder telecinetico levou os dois para o castelo de Alfheim.

Cristiane estava sentada ao lado de Ares. O cavaleiro não respondia aos chamados dela.

– Cris!

– Kanon... – murmurou. – o Ares...

O ariano tocou no pescoço dele. Apesar dos ferimentos ele estava vivo.

– Ares. Ares.

– O que houve? – Kanon agachou ao lado dela.

– Einlin o acertou nas costas, antes de morrer.

– Ares. – Shion chamou mais uma vez.

O cavaleiro abriu os olhos. Por segundos os orbes verdes não focaram ponto algum.

– O que houve... – sentou, levando a mão a cabeça. Estava zonzo.

– Ares. – a mineira o abraçou. – graças a Deus.

Saga ficou em silencio. A mineira pensava que se tratava de Ares. Ela realmente se preocupava com ele... E por falar nele, por que não estava no comando do corpo?

– Não sou o Ares.

Ela o fitou.

– Saga? – sorriu. – que bom.

– Precisamos voltar Saga. – disse o grande mestre. – temos um grande problema para resolver.

O grupo reuniu-se novamente. Saga, Miro, Kanon e Gustavv olharam receosos para a abertura dimensional que estava entre eles e o castelo de Hell, mais surpresos ainda ao verem quem comandava.

– Gio... – murmurou o pisciano.

– Dite! – Mabel o abraçou. – está tudo bem?

– Sim... – sorriu. – obrigado pela preocupação... meu sangue! – afastou-se imediatamente. – precisa se limpar.

– Não se preocupe Afrodite. – disse Mu. – creio que foi curado da maldição.

Todos olharam para o ariano.

– Como assim? – indagou o sueco.

Mu mostrou as mãos que estavam sujas pelo sangue do pisciano.

– Eu toquei em você e não aconteceu nada. Seu sangue voltou ao normal.

– Assim como eu recuperei meu cosmo. – disse Kanon. – parece que voltamos ao normal.

Atena sorriu. Em meio a tantos problemas, pelo menos seus cavaleiros tinham curado da maldição.

Em Star Hill...

Hell estava paralisada. O cosmo de todos os seus guerreiros tinham desaparecido. O cosmo de Aryeh tinha desaparecido.

– Não...- cerrou o punho.- não ele... Atena sua maldita!

O cosmo dela expandiu de forma assustadora, os que estavam no antigo templo sentiram a energia dela.

– Que cosmo poderoso... – murmurou Aldebaran.

Atena sua maldita. – a voz de Hell ecoou. – vai pagar caro pela morte dos meus guerreiros.

Tudo foi de repente, apenas o tempo de Saga entrar na frente de Atena e receber a rajada de cosmo da nórdica.

– Saga!

– Cavaleiros! – ordenou Shion.

Parte deles cercaram as meninas e outra Atena.

Garm, mate todos!

O cosmo de Giovanni aumentou de intensidade, fazendo com que a passagem entre o santuário e Hellheim aumentasse ainda mais. A energia negra que saia da abertura espalhava-se pelo local.

– Precisamos fazer alguma coisa.

– A abertura só vai fechar se o Giovanni cancelar seu ataque. – disse Shaka. – e a única forma de fazer isso é derrotando-o.

– Vamos ajuda-lo. – Miro tomou a frente.

– Não. – Shaka o fitou. – não sabemos se Hell atacará novamente. Eu cuidarei dele.

Shion fitou o relógio de fogo. Só restava a ultima chama e a quarta linha já tinha aparecido. O tempo estava contra eles.

Heluane não tirava os olhos do canceriano. O rosto dele estava como um demônio sedento de sangue. Aquele não era seu cavaleiro.

Shaka deu alguns passos a frente. Com o cosmo fortalecido, Mask era um adversário tão ou mais forte que Aryeh. Teria que ter cuidado.

– Você será meu adversário, cavaleiro de Virgem? – a voz saiu metálica.

– Sim.

Mask riu de canto de boca.

– Vou esquartejar você.

Sem perder um segundo Mask partiu para cima de Shaka. O punho do canceriano chocou-se contra a barreira criada pelo indiano. O impacto causou uma grande expansão de ar.

– O cosmo do Gio está muito mais forte. – disse Aioria.

– Temos que fechar aquela abertura. – Kamus fitava a passagem. – ou pelo menos retarda-la.

– Vamos tentar tira-la daqui. – Kanon e Saga disseram ao mesmo tempo.

Os dois pararam lado a lado elevando seus cosmos.

– Outra dimensão! – disseram.

Uma fenda dimensional foi aberta, o ataque dos geminianos puxava a abertura feita por Giovanni, contudo de forma muito lenta.

Ao lado...

Giovanni não recuou com ataque, despejando uma grande quantidade de poder.

– Invocação dos espíritos malignos!

O ataque de Shaka fez o canceriano recuar, mas ele não foi acertado.

– Mostrar espíritos malignos não surta efeito em mim, Virgem. – disse sorrindo. – já que sou um ser acostumado ao inferno.

– Eu sei que sim. – Shaka o analisou. Quando uma pessoa está controlada dificilmente tem a mente liberada, mas no caso de Mask... fitou o desenho na testa dele. Certamente era aquilo que o influenciava.

– Não me obrigue a usar a força contra você Giovanni, acabe logo com essa abertura.

– Eu só obedeço as ordens de Hell. – elevou seu cosmo. – e não medirei esforços para trazer Hellheim a esse mundo.

– Não é um guerreiro de Hell, você é um cavaleiro de Atena.

– Atena? – a voz saiu com deboche. – desconheço qualquer autoridade vindo dessa deusa.

– Giovanni. – Helu adiantou-se. – por favor.

O cavaleiro a fitou de forma fria.

– Atena é uma deusa insana por deixar humanos no campo de batalha. Saia daqui garota.

A brasileira arregalou os olhos.

– Não se lembra de mim?

– Deveria?

Shaka entendeu na hora, Hell havia apagado ou selado a memoria de Giovanni.

– Chega de conversas, não importa quem esteja aqui, vou matar todos. – começou a queimar seu cosmo. - levantem-se almas aprisionadas em Hellheim.

Do solo começaram a erguer vultos humanos.

– Que porra é essa? – indagou Miro.

– Shura e Kamus, protejam Saga e Kanon até que eles terminem de sugar a passagem. – ordenou Shion. – os demais dividem-se entre Atena e as meninas. Marin ajude-os.

Apesar dos acontecimentos Shaka não desviou a atenção do canceriano. Pensava numa estratégia de ajuda-lo sem feri-lo muito.

– “Preciso derruba-lo primeiro.” Rendição Divina!

O ataque partiu em direção ao italiano, acertando-o em cheio. O brilho do impacto chamou a atenção de todos.

– Giovanni! – gritou Atena.

Quando a luz dissipou o canceriano continuava de pé, sem ferimentos. Shaka não se assustou.

– Isso é tudo? – desfez dos últimos resquícios do cosmo dourado. – eu esperava mais de você, já que parece ser o mais forte de todos. Teve sua oportunidade Virgem.

Um tornado de luz negra começou a girar em torno dele. A terra tremeu.

– Destruição das trevas.

O ataque partiu em direção a Shaka, rapidamente o indiano criou uma barreira em torno de si. Contudo devido a batalha contra Aryeh ele foi atingido.

– “O poder dele está muito superior. Se eu levar mais um ele me mata...”

Levantou, mas mal teve tempo de formular o próximo pensamento, Mask estava sobre ele e sem pensar desferiu um golpe a queima a roupa. Antes de Shaka chocar-se contra uma parede, Giovanni apareceu na frente dele, dando vários socos, depois pegou o indiano pelo braço jogando-o para o alto, a certa altura Mask arrematou dando-lhe um soco. Shaka bateu violentamente no chão.

– Shaka! – gritou Juliana.

– Da onde vem essa força do Gio? – Deba desviava de um soco de um oponente. – ele não é mais forte que o Shaka.

– Hell deve ter feito algo. – respondeu Dohko na mesma situação.

Shaka sentia o corpo todo doer.

– Vai desistir Virgem? – Gio agachou ao lado dele. – heim? – o pegou pelos cabelos. –responda.

Afundou a cabeça dele na terra.

– Gio... – Helu estava as lagrimas. – para, por favor... você não é assim.

– A mulher está pedindo por você. – disse zombeteiro. – ela tem medo que eu faça algo pior, algo como isso.

Ele levantou, passando a dar chutes nas costas de Shaka. Os demais cavaleiros olharam assustados.

– Pare Giovanni! – gritou Afrodite.

– Parar? – o fitou cinicamente. – nem comecei.- deu outro chute, fazendo o indiano virar. – está sem forças para reagir?

– Não é isso... – o virginiano murmurou. – eu não quero usar a força contra você.

– Que força? Você está acabado Virgem. Se não vai fazer nada... – mirou a mão no indiano, uma bola de energia negra surgiu. – adeus Virgem.

Acertou-o.

– Shaka! – Atena gritou.

Shaka fechou os olhos.

– Shaka... – Juliana foi de joelhos.

– Um a menos. – o italiano voltou a atenção para Kamus, os gêmeos e Shura. – não vão atrapalhar os planos de Hell. – elevou seu cosmo. – destruição das Trevas.

– Execução Aurora!

– Excalibur!

Os dois ataques combinaram, o impacto foi forte, mas a energia de Giovanni empurrou a dos cavaleiros e como consequência os quatro foram atingidos. O golpe dos gêmeos se desfez na hora.

– Pare Giovanni!!! – gritou Atena. – é uma ordem.

Ele não é mais seu cavaleiro Atena. – disse Hell. – e foi relativamente fácil controla-lo. Um coração cheio de maldade, ódio, rancor e magoa. Tudo que fiz foi trazer isso a tona. Ele literalmente é um ser que pertence ao meu mundo.

Heluane ouvia tudo em silencio, Giovanni não era mal.

Gio surgiu na frente de Aiolos e Mu dando um soco em cada, depois foi para perto de Miro e Deba que protegiam as meninas. Os dois também foram ao chão. O cavaleiro não se intimidou pelas meninas e já ia acerta-las.

– Mulheres...

– Você é um grande idiota. – Helu deu um tapa nele, talvez ele voltasse ao normal.

O rosto do canceriano endureceu.

– Como se atreve mulher...

– Já levou duas vezes e darei quantas vezes forem preciso. – não desviou o olhar. – até que volte ao normal.

Ele a fitou demoradamente. Aioria aproveitou a deixa para acerta-lo, mas foi em vão.

– Não me atrapalhe verme.

Lançou um golpe nele. Após isso, o canceriano avançou contra a brasileira, mas quando a pegaria pelo pescoço travou. Não sabia o porquê, mas não conseguia continuar com a ação. As mãos simplesmente não se mexiam como se de alguma forma não quisesse toca-la.

– Gio...

Os olhos azuis a fitavam frios.

– Não pode ter se esquecido de nós... não pode ter se esquecido de mim...

Ela tocou o no rosto, acariciando-o. Seu olhar continuou duro e os cavaleiros estavam apostos prontos para atacar caso ele fizesse algo a brasileira.

– Não pode ter se esquecido de mim... – repetiu.

Surpreendendo a todos, Heluane beijou-o. Não deixaria Hell domina-lo. Giovanni não se mexeu hora alguma. Desconhecia aquele rosto e as razões que a levavam a fazer aquilo, mas sentiu seu corpo corresponder ao toque.

– Não me atrapalhe. – usando seu cosmo a jogou longe.

– Heluane! – gritou Paula. As meninas entraram em pânico, se Mask foi capaz de fazer aquilo com a fluminense o que diria com elas. Atena olhava estática para o cavaleiro.

– Mask seu idiota como pôde! – berrou Afrodite.

Mal Dite acabou de falar, Mask estava diante dele e sem se importar lançou um golpe a queima roupa nele.

– Giovanni... – murmurou a deusa.

– Preocupada com seus defensores Atena? – Mask apareceu diante dela, assustando a todos.

– Fique longe dela! – Rodrigo avançou.

– Desapareça!

O baiano foi lançado e só não foi ao chão, pois Shion o segurou.

– Não se atreva a toca-la Giovanni. – a voz do grande mestre saiu fria.

– E vai fazer o que?

A resposta não veio dele e sim de Aiolos que lançou uma flecha contra ele.

– Dá próxima vez eu acerto no peito. – disse frio. Mask era seu companheiro, mas antes de tudo ele era um cavaleiro e a vida de Atena era sua prioridade.

– Vocês são impertinentes. – recuou. – vou dar um jeito nisso.

Seu cosmo aumentou e assim a passagem teve seu tamanho estendido.

Shaka sentia o corpo mexer. Pela intensidade da energia desprendida imaginou que Giovanni lançara sua maior técnica.

Os olhos continuaram fechados. O que poderia fazer, sem machucar o companheiro? Mask só pararia se morresse.

– “Não posso permitir que ele mate todos, mas também não posso mata-lo...”

Shaka levantou, ficando preocupado ao ver a situação. A passagem já estava com um tamanho considerável.

– “Espero que me perdoe, pelo que vou fazer.”

O virginiano tomou a posição de meditação, precisaria acumular seu cosmo, já que a maldição de Hades ainda tolhia o uso máximo de sua cosmo energia.

– Você é forte Virgem. Ainda está vivo.

– Não posso morrer enquanto não derrota-lo.

– Então darei um jeito de te matar antes. Destrui...

A fala foi interrompida pela mudança do cenário...

– Tesouro do céu.

Heluane ficou preocupada, se Shaka usasse sua maior técnica, o cavaleiro...

– Truque interessante, Virgem.

– Privação do primeiro sentido.

Mask foi atingido em cheio, indo ao chão.

– Shaka... – murmurou a fluminense.

O indiano não esperou qualquer reação por parte do canceriano já privando-o do segundo sentido.

Acha que só com isso pode para-lo? – a voz de Hell ecoou novamente. – levante-se Garm.

Mesmo sem dois dos seus sentidos, Mask levantou. Ele ainda tinha a visão, audição e fala.

– Abra completamente o portal do meu reino.

Mask foi tomado pela energia negra de Hell, ele ergueu o indicador direito. Com essa ação, a passagem triplicou de tamanho. A força de atração também aumentou começando a arrastar a todos.

– Mesmo com o tesouro do céu do Shaka, ele continua forte. – disse Shura.

– É tudo culpa da Hell. – Shion tentava se manter de pé. – temos que neutralizar a influencia dela.

Os brasileiros tentavam se manter de pé, mas por serem mais fracos, o golpe agia com mais força.

– Aiolos.... – Sheila estava sendo arrastada.

– Sheila.

– Eu... socorro! – gritou, sendo levada.

– Sheila!

Aiolos saltou na tentativa de segura-la, mas acabou sendo levado pelo turbilhão. Os dois foram tragados.

– Aiolos! – gritou Aioria.

Marin e Fernando foram os próximos a serem levados. Outros que também não aguentaram a força de atração foram Shion, Paula e Rodrigo.

– Rodrigo!! – gritou Atena.

O cenário ao redor deles começou a mudar. O chão foi tomado por neve e o céu ficou ainda mais vermelho.

– Que porra é essa? – Marcela segurava-se nos braços de Miro.

– Hellheim. – disse Shura. – o santuário está se transformando no inferno nórdico. Era desse jeito quando invadimos o castelo de Hell.

Shaka não tirou o olhar do canceriano, havia usado sua maior técnica e o cavaleiro ainda continuava de pé. Para piorar a situação, as dores voltaram por causa da elevação do seu cosmo.

A energia negra que saia da passagem ao tocar na vegetação, fazia com que as plantas morressem. Mabel e Aldebaran foram os próximos a serem sugados.

Hahaha. – Hell gargalhava. – está vendo Atena? Seu precioso santuário se transformará no meu reino.

– Giovanni pare. – a deusa pediu novamente.

Pode pedir quantas vezes quiser. Ele só vai parar se morrer. Seu cavaleiro está totalmente controlado por mim. E quando o portal estiver completamente aberto ele será meu fiel servo.

Heluane agarrava-se a Gustavv. Não sabia como ainda não tinha sido arrastada para a entrada de Hellheim. Voltou sua atenção para o namorado. Se com a morte dele era o único jeito de parar o processo, certamente os demais cavaleiros o matariam.

– Dite.

– Sim?

– Pode me levar ate o Giovanni?

– Ficou louca? – a fitou incrédulo. - Ele é capaz de mata-la.

– Me leve até ele. – disse séria.

Dite abriu a boca para fechar. Usando seu cosmo, começou a andar em direção ao italiano. O pisciano fazia um grande esforço para que os dois não fossem sugados pela abertura. Ele parou a poucos metros do cavaleiro, Heluane soltou do braço dele e por pouco não foi levada. Enquanto isso Ester e Mu foram sugados.

A fluminense a passos lentos caminhou até Mask. O cavaleiro sequer a olhou.

– Gio... – murmurou tentando ficar de pé. – Giovanni.

Ele a fitou.

– Dohko, - chamou Kamus. – nós temos que para-lo.

– Eu sei... – murmurou o libriano. Era uma decisão difícil, mas para para-lo só lhe restava... – Afrodite, pegue a Heluane.

– O que vai fazer Dohko? – indagou Atena.

– Atena nos perdoe. – o cavaleiro deu um passo a frente, elevando seu cosmo.

A fluminense com receio do que poderia acontecer segurou fortemente nos braços de Giovanni.

– Você não é assim. Por favor, volte ao normal.

– Não me atrapalhe garota, ou a matarei.

Humana insolente.

Helu recebeu uma descarga de energia negra, soltando um grito de dor, mesmo assim não soltou do cavaleiro.

– Gio...

Os dois fitaram-se.

– Você é uma estupida.

– Devo ser mesmo.

Não atrapalhe. – Hell jogou novamente a descarga. A aproximação dela poderia fazer algo ao seu “servo.”

Por conta da descarga, a brasileira começou a ser arrastada pela força de atração.

– Giovanni.

Já estava praticamente suspensa no ar, mas antes de ser arrastada por completo, a brasileira segurou o rosto do canceriano, beijando-o novamente. Giovanni sentiu o coração bater mais forte. Segundos depois Helu foi tragada pela passagem.

– Heluane!!! – gritou Atena.

O cavaleiro olhava assustado para a abertura. Que sentimento era aquele?

Surpreendendo a todos o selo emitiu um forte estrondo.

– É o sinal da quinta linha... – murmurou Saga.

– Não temos tempo. – Dohko tomou posição.

Shaka levantou. Precisava evitar a morte do companheiro. Nem que fosse a ultima coisa que faria em vida.

– Eu cuido dele. – disse erguendo seu cosmo. – já disse.

Dohko e Saga trocaram olhares.

Garm, mate esse insolente.

Giovanni ainda demorou alguns segundos para acatar a ordem. O rosto daquela mulher martelava sua mente. Piscou algumas vezes para desvencilhar de tal imagem avançando contra Shaka. Com o punho cerrado, acertou um de direita na barreira improvisada pelo indiano. Enquanto o canceriano não mostrava sinais de cansaço, Shaka tinha dificuldades em manter a barreira.

– Shaka! – Kanon temeu pelo cavaleiro, pois a aquela distancia ele seria ferido gravemente.

A tensão era grande, Juliana estava com a respiração suspensa.

O indiano começou a dar sinais que não aguentaria muito tempo.

– Giovanni... – murmurou. – vai deixar a Heluane morrer?

Mask que trazia um sorriso nos lábios, foi perdendo-o. Piscou várias vezes antes de olhar para os lados a procura da brasileira. Seu olhar passou pelos companheiros que estavam quase sendo arrastados pela entrada.

– Shaka... – olhou o virginiano.

Não seja um inútil.

Giovanni recebeu uma carga de energia negra, o que fez com que sua expressão tornasse fria novamente. Ele aumentou a intensidade do ataque a Shaka. O indiano sentia fortes dores pelo corpo e estava quase perdendo os sentidos.

– Buda...

Ele ergueu o rosto, ao escutar a voz do canceriano.

– Mate-me... é... o único...jeito... – a voz saia com grande dificuldade.

– Giovanni... – ficou surpreso.

– Salve todos... salva ela...

– Não tente quebrar a dominação.

Novamente ele recebeu uma grande carga de energia, contudo seu corpo parecia não está aguentando. O nariz e a boca sangravam.

– Shaka... por favor... – percebendo que o indiano não faria aquilo, Mask reuniu forças tentando direcionar seu punho contra si.

– O que vai fazer? – indagou temeroso, no que ele estava pensando? – o que vai fazer?

– A coisa certa... – a respiração já estava pesada. - foi bom ter virado seu amigo. – sorriu.

– O que pensa que vai fazer seu idiota? – ficou alarmado ao perceber que... – não faça isso Mask.

– Seikishiki... Mekai ha...

Toda a força do golpe de Giovanni foi direcionado para ele, seu corpo foi tomado por uma aura escura e em seguida desapareceu.

– Giovanni! – gritou.

– Giovanni?? – Atena estava perplexa.

Pensaram que com o desaparecimento dele, a abertura para Hellheim seria fechada, mas isso não aconteceu.

– A abertura não fechou?

Seu ato heroico não serviria para nada. – Hell riu. – a abertura já está quase concluida e é impossível de ser fechada. O sacrifício dele foi em vão.

Shaka olhava para o local onde antes o amigo estava.

– Seu inconsequente... – murmurou. – por que fez isso... “Fica na sua Virgem, disse Mask caminhando até o carcereiro, trato é trato.” Lembrou-se do Tártaro.

Por que choram por um traste como ele? Vocês humanos são patéticos.

O cosmo de Shaka começou a queimar ao redor dele.

– Ele tinha seus defeitos, mas sempre estava pronto para me ajudar. – o punho cerrou. – sua vadia vai pagar muito caro por isso! - O aumento do cosmo de Shaka foi exponencial e de repente. – Ohm!

A energia dourada espalhou-se pelo local. A principio Shaka sentia os efeitos da maldição de Hades, contudo foram sumindo.

Seu surto de ódio não adiantará nada.

– Não sabe com quem essa lidando... Circulo das Seis Existências...

O ataque do indiano partiu em direção a fenda aberta por Giovanni. Chocaram-se provocando um forte desprendimento de energia.

– Voltem para o mundo dos humanos.

O cosmo dourado envolveu completamente a passagem, segundos depois os que tinham sido sugados para Hellheim voltaram, com exceção de Giovanni.

Ao certificar que todos estavam lá, Shaka apontou o dedo para si. Ele desapareceu.

– Shaka?! – Atena temeu pelo cavaleiro.

Hellheim...

Shaka apareceu em meio a um deserto de gelo. Fecharia a passagem pelo lado de dentro, mas sem antes de buscar o canceriano. O cavaleiro não teve que andar muito, vendo-o caído no chão.

– Giovanni. Giovanni.

Apenas segundos depois que o italiano abriu os olhos.

– Shaka... o que faz aqui...? – assustou por vê-lo.

– Vim te buscar. Você está bem? – ajudou-o a levantar.

– Sim.

– Agiu de forma imprudente.

– Sabe que sou assim. – sorriu. – e agora? Estamos presos aqui.

– Consegue lançar seu ataque aqui?

– Acho que sim. Por quê?

– Vamos fechar essa entrada.

– Mas eu não sei como será o efeito, estando nesse lugar.

– Com medinho?

Giovanni o fitou perplexo. Shaka fazendo chacota dele?

– Não faça essa cara, não temos tempo. – Shaka o empurrou.

– É um poço de gentileza.

Os dois sorriram. Elevaram seus cosmos, seria uma tarefa difícil, mas fechariam aquela entrada.

– Seikishki Mekai ha.

Giovanni apontou para a fenda, ao impacto da energia do cavaleiro a fenda emitiu um estrondo. Shaka elevou seu cosmo.

– Rendição Divina!

Houve um novo impacto. A ideia de Shaka era anular a abertura utilizando técnicas semelhantes. Poderia ter tentado usar enquanto estava no santuário, mas corria o perigo do ataque sair fora do controle e a abertura expandir por todo o santuário.

E o plano estava funcionando, era como se a fenda de Hellheim estivesse entrando em curto-circuito, porém o cosmo de Giovanni estava diminuindo, devido as batalhas. Acabou perdendo a consciência. Shaka o segurou, enquanto aumentou o seu. Superado por completo a maldição de Hades, seu cosmo chegou ao Arayashiki...

Santuário....

– Shaka! – gritou Atena.

Muitas palavras para pouca ação. – Hell gargalhou. – é o fim de todos.

– Não tenha tanta certeza...

Olharam para a direção da fenda, ela emitia um brilho dourado e com o decorrer do tempo, começou a consumir a si própria. O cenário voltava o que era antes e segundos depois a abertura foi fechada.

Como??

Antes de ser fechada completamente, Shaka surgiu trazendo Giovanni nos braços.

– Verme...

– Terá que achar outro portal. – disse Shaka ironicamente. - foi um erro mexer com dois cavaleiros que tem o poder de ir até o inferno e voltar.

Malditos!

A voz sumiu. Shaka deitou o canceriano no chão.

– Gio. Gio. – Heluane o chamava. – Gio.

Aos poucos o cavaleiro foi abrindo os olhos.

– Helu...

– Graças a Deus está bem. – o abraçou.

– Giovanni.

Ao ouvir a voz de Shaka ele ergueu o rosto.

– Obrigado. – sorriu. – quem diria que ia até o inferno me buscar.

– Não era a minha intenção, mas já que você estava lá... – o indiano estendeu-lhe a mão.

– Entendi. – aceitou.

Todos sorriram, contudo o estrondo vindo do selo acabou com os segundos de tranquilidade.

Shion olhou para o relógio de fogo. Assim que a chama de Libra se extinguisse a quinta linha apareceria. Teriam que derrotar Hell nesse meio tempo.

Os quatorze cavaleiros olharam entre si. Sabiam que destruir a deusa e o selo custaria lhes a vida, mas era o único modo.

– Marin. – Shion a chamou. – tome conta de tudo. Sei que a essas horas Seiya e os demais devem está tentando vir para cá.

– Sim senhor.

– O que pensa em fazer Shion? – indagou Atena.

– Nós vamos para-la Atena. – disse Dohko. – a senhorita aguarda aqui.

– Deixe conosco. – disse Mask. – vamos cravar essa lança no coração dela.

Atena não disse nada, não estava com um bom pressentimento. Shion tomou um passo a frente.

– Kanon e eu vamos a frente. – fitou a deusa. – vou abrir uma conexão entre Star Hill e aqui, assim Mu conseguirá teleportar a todos.

– Tudo bem mestre. – disse o marina.

Shion desviou o olhar para Paula. Ela era tão linda e agora estava com as roupas rasgadas, os braços com cortes e o rosto coberto de poeira. Lentamente foi até ela.

– Lembra-se daqueles papeis?

– Da moto?

– Sim. – a abraçou. – use-os. – queria muito andar de moto com ela pelas ruas de Athenas, mas isso não seria possível.

– Vamos andar muito de moto, senhor Shion. – tocou o rosto dele.

– Vamos. – respondeu para não deixa-la preocupada. – eu te amo.

– Também.

O ariano a beijou longamente. Dohko olhou de forma triste para eles. Era uma pena que Shion não viveria aquele romance. Ele merecia depois de tantos anos no isolamento.

Kanon aproximou de Suellen.

– Comporte-se.

– Não banque o herói.

– Pode deixar. – tocou a face dela. Sentiria muita falta daquela expressão. – obrigado por tudo. Nunca vou esquecer o que fez por mim.

– Quando voltar farei um banquete para você. – sorriu.

– Minha boca já encheu de agua. – sorriu de volta. O cavaleiro a beijou.

Saga fitou o irmão, ele merecia ter uma vida tranquila com a Suellen.

– Deixaremos o resto com vocês. – disse soltando a brasileira.

Os dois partiram em direção a fonte de Atena. Usando seus conhecimentos de grande mestre, Shion abriu um portal em direção ao castelo de Hell.

Os dourados trocaram olhares, pois a hora chegara. Aioria afastou-se da fila, indo até Gabe. De forma carinhosa brincou com os cabelos dela.

– Seja uma boa menina. - disse gentilmente. - e torne-se a melhor bióloga do mundo.

– Eu serei. - sorriu.

Aioria olhou bem para aquele sorriso e ternamente deu lhe um beijo na testa.

– Eu sei que vai ser. – a abraçou fortemente.

– Eu queria agradecer. - disse Shura sem virar para as meninas. - por nos ajudar a ver que somos mais que personagens e por acreditar em nós. - ele foi até Julia.

– Eu sempre acreditei em você. – tocou no rosto dele.

O cavaleiro a tomou nos braços, acariciando as madeixas vermelhas. Como sentiria falta deles...

Miro não se importou com a presença de todos, beijou Marcela intensamente, pois queria guardar o gosto daquele beijo.

– Nunca se esqueça: Fiel para sempre. Sempre.

A paulista sorriu.

Mu colou sua testa na de Ester.

– Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Obrigado por estar sempre comigo.

– “Eu sempre estarei com você, sempre.”

Ela o beijou.

Aldebaran olhava para sua aliança. Como queria ter uma família com Mabel, contudo...

– Nosso casamento ainda está de pé? – indagou a brasileira, vendo o olhar dele.

– Você me faria o homem mais feliz.

– Não vai demorar muito. – sorriu, beijando-o.

– Eu sei... – tentou sorrir, pois não queria preocupa-la, mas no fundo...

– Faço questão de ser o padrinho. – disse Dite com uma rosa branca nas mãos.

Aldebaran o fitou, dando um pequeno sorriso. Meneou a cabeça, indicando para ele se aproximar de Bel.

– Rosas brancas combinam com você. – colocou-a nos cabelos de Bel. – cuide-se está bem?

– Você também Dite.

O cavaleiro tentou segurar, mas a vontade foi mais forte. Primeiro a abraçou fortemente e depois depositou um beijo na testa dela. Deba não se importou, ele sabia o quanto Dite realmente gostava dela.

Aiolos abraçou Sheila por trás, envolvendo-a em suas asas.

– Cuide-se. – beijou-lhe o ombro. – e cuidado com os degraus.

– Pode deixar. Quer sua faixa de volta? – virou-se para ele. – para dar sorte.

– Ela é sua. – acariciou o rosto.

– Acabe com aquela vaca e depois cumpra a promessa. – disse séria. – eu quero voar.

– Pode deixar. – Aiolos a beijou vagarosamente. – pode deixar.

Jotunheim

Shion e Kanon apareceram de repente. O local onde estavam parecia a entrada do inferno.

– Ela transformou Star Hill em um mundo a parte. – disse Kanon.

– Siga em frente Kanon. – disse olhando o castelo de Hell que erguia-se no horizonte. - Eu ficarei aqui para abrir caminho para eles.

– Sim.

O geminiano partiu em direção ao palácio. Shion fitou o local onde estava. Precisaria usar todos os seus poderes para abrir uma passagem.

Kanon corria em meio a vegetação desolada. Estava atento, pois Hell não deixá-los-ia aproximar tão facilmente, ainda mais que uma densa nevoa envolvia o local. De repente parou, era como se algo o observava.

– Apareça.

Do meio das arvores mortas, surgiu um homem, que o deixou pálido.

– Soren-to...?

Shion posicionou-se elevando seu cosmo, passados alguns segundos... tudo que conseguiu foi criar a “muralha de cristal” para se proteger do ataque.

– Quem é você?

O homem surgiu em meio as arvores secas, os cabelos brancos desciam até a cintura. Shion arregalou os olhos.

– Mestre??

Kanon piscou várias vezes não acreditando na visão. Era realmente Sorento?

– Surpreso dragão marinho?

– O que faz aqui?

– Mata-lo. – o marina deu um passo a frente. – você é uma ameaça aos planos de Hell.

Kanon sorriu.

– Está tão desesperada que está criando ilusões Hell? Ainda mais com o Sorento? Vou dar uma surra nele, como eu sempre quis. – estralou os dedos.

– Não sou uma simples ilusão. E não estou sozinho.

– O que quer dizer?

O grego olhou na direção que Sorento olhava. Outra figura surgiu trajando uma armadura dourada.

– Ares?

– Olá irmãozinho.

Kanon ficou em silencio. Era evidente que era uma ilusão, mas não era isso que o preocupava e sim lutar contra os dois, já estando ferido. Pelo menos Shion teria mais sorte.

– Está enganado. – disse Ares, como se tivesse lido os pensamentos dele. – Shion também recebeu uma visita.

– Como?

– Uma visita que o deixará imobilizado. – gargalhou.

Shion olhava estático, para a figura a frente.

– Mestre Hakurei?

– Há quanto tempo Shion.

– Mas... mas...o que faz aqui?

– Estamos no domínio da morte. E eu vim pessoalmente escolta-lo.

– Como?

– Nesse seu estado não conseguirá abrir um portal para os demais cavaleiros. Você não tem poder para isso. Aceite isso e venha comigo.

– Não pode está falando sério.

– Obedeça ao seu mestre, Shion. – a voz saiu firme. – venha e evite mais sofrimentos. Infelizmente Atena perdeu essa guerra.

O ariano cerrou o punho ao ouvir isso.

– Meu mestre jamais falaria isso. – elevou o cosmo. – vai pagar por usar a imagem dele. Revolução Estelar!

O ataque partiu em direção a Hakurei que não esboçou reação alguma, ele simplesmente cortou o ataque ao meio.

– Não se esqueça que fui seu mestre. – apenas com uma rajada de cosmo, derrubou Shion. – não tente lutar contra o inevitável Shion. Aceite que as condições não lhe favorecem. Desista.

– Desistir?

– Logo a quinta linha vai aparecer. Atena está sem cosmo, vocês estão sem cosmo, não há nada que possam fazer. Desista logo Shion.

– Nunca. – levantou. – como um cavaleiro de Atena deveria saber que não desistimos enquanto há esperança.

– Que esperança? Os cavaleiros de ouros estão feridos por causa das batalhas, nunca conseguirão fazer algo a Hell.

– Está se saindo uma copia barata. – deu um passo. – volte para o inferno. Extinção Estelar!

O golpe de Shion varreu Hakurei. Com a respiração ofegante, tomou posição novamente. Seu cosmo o envolveu e uma espécie de passagem surgiu diante dele. Se continuasse naquele ritmo em poucos minutos conseguiram abrir uma “ponte” entre aquele local e o santuário.

– Discípulo tolo.

Tudo que Shion sentiu foi a lamina de uma espada corta-lhe nas costas...

Kanon temeu pelo grande mestre e infelizmente não poderia ir ajuda-lo. Analisou os dois inimigos. Sorento não seria um problema, mas Ares sim.

– Primeiro, eliminando o problema menor. – elevou seu cosmo. – Triangulo dourado!

O cosmo de Kanon partiu em direção a Sorento.

– Sinfonia final da morte!

Os dois golpes chocaram-se, entretanto Kanon surgiu em meio a energia dourada surpreendendo o austríaco.

– Explosão galáctica!

Pego de surpresa Sorento foi destruído pelo ataque.

– Como sempre um fraco.

– Concordo. – disse Ares, cruzando os braços sobre o peito. – a ilusão é forte, quanto maior for os laços que a une a pessoa. Laços de amor ou de ódio. Pelo que sinto a ilusão que apareceu para Shion lhe é muito cara. Acho que ele se chama Hakurei.

– Como?

– Pelo que me lembro esse era o nome do mestre dele. Duvido que Shion levantará a mão contra ele. Quanto a nós... você só queria ter a chance de bater em Sorento, ao contrario de mim. Você me odeia, Kanon.

– Por sua culpa Saga cometeu aquelas atrocidades.

– Minha culpa? – sorriu. – Saga já nasceu com uma mente perturbada e você ajudou a ficar pior. Você que o instigou a matar Atena.

– Para uma ilusão esta falando demais.

– A verdade dói não é? Saga fez o que fez por sua culpa.

– Já falamos demais. – o marina ergueu seu cosmo. – preciso abrir caminho para os outros.

– Tente.

Os dois disparam gerando uma grande onda de impacto, contudo a de Ares foi mais forte. Kanon foi acertado em cheio.

– Eu sempre fui mais forte que você Kanon, não pense que vai me vencer.

O marina levantou. Estava muito machucado devido as lutas anteriores e lutar contra Ares não ajudava muito.

Santuário...

Kamus olhava seriamente para Isabel, queria guardar muito bem aquele rosto.

– Quando tudo isso acabar não gostaria de ir até Marselha? – ela sorriu.

– Gostaria muito. – ele tocou lhe o rosto. – muito.

Não agiu como Kamus de Aquário e sim como Miro. O beijo que ele deu a ela foi tão ou mais lascivo do que do escorpião.

Dohko abraçou Jules.

– Valeu a pena passar aqueles anos todos em Rozan. Eu pude conhecer você.

– Nós sempre nos teremos Hian. Não demora muito.

– Está bem... – acariciou o rosto dela e depois a beijou.

Mask segurava fortemente a mão de Heluane. Sentiria falta dela, muita falta.

– Gio. – estranhou a força que ele usava.

– Desculpe. –a fitou. – tome cuidado.

– Você também. Não me mate mais de susto. Volta.

– Eu voltarei.

Non lasciarmi perché sono innamorato di te. Lembra-se disso, não é?

– Sim. – ele a beijou. – eu vou voltar.

Shaka olhava os companheiros se despedirem. Mesmo num momento como aquele, que seria a despedida final, não conseguia expressar seus reais sentimentos pela paulista. Sabia que a vida de cavaleiro era incerta e que a morte era uma constante, mas pela primeira vez não queria morrer. Queria voltar para viver com ela...

– Juliana... – a fitou com os olhos abertos. Queria guardar bem aquele rosto.

– Nós vamos encontrar a Kajra. – sorriu. – e fazer nosso tour pela Índia.

– Vamos... – disse evasivamente. Odiava mentir, pois sabia que aquilo não aconteceria. – eu... eu... – respirou fundo. – eu amo você.

A frase a pegou de surpresa. Shaka nunca tinha dito aquilo.

– Eu também. – ficou na ponta dos pés. – muito.

O beijou. A principio o virginiano ficou assustado com a espontaneidade, mas depois deixou se levar. Seria a recordação que carregaria para sempre.

Saga olhou para trás e a passos lentos aproximou da mineira. Ele a abraçou.

– Obrigado por salvar de mim mesmo...

A resposta dela foi abraça-lo forte. Quando ele a soltou, sua expressão não era mais a de Saga e sim a de Ares. Ele a beijou.

– Voltem para mim. – disse no plural, pois a frase era para os dois.

– Cavaleiros. – Dohko chamou a todos.

Eles separaram de suas meninas formando uma fila.

– Cavaleiros. – Atena os chamou. Não tinha gostado do tom das despedidas e um pressentimento ruim a assolava. – voltem seguros.

– Faremos de tudo para cumprir nossa missão Atena. – disse Aiolos.

A deusa deu alguns passos a frente.

– Voltem por elas. – disse baixo e tristemente. – por favor.

– Elas estarão seguras em suas mãos Atena. – disse Deba. – temos a plena confiança nisso.

– Obrigado por nos trazer de volta, tivemos a oportunidade de ter uma vida normal e conhece-las. – Shaka tomou a palavra.

– Não falem assim. – disse séria. – quero todos aqui quando a guerra acabar. É uma ordem.

– Faremos o possível. – disse Mu.

As meninas não escutavam a conversa, mas imaginavam que eram instruções de Atena. Os cavaleiros ainda lançaram um ultimo olhar para elas antes de seguirem para Jotunheim. O ariano elevou seu cosmo para entrar em contato com o de Shion.

As meninas virão seus cavaleiros serem envolvidos pela luz dourada antes de desaparecerem.

– Voltem logo... – murmurou Julia.

Jotunheim

Shion sentia o corpo paralisado. Tentou abrir os olhos, mas estes não lhe obedeciam.

– “Estou morto?” – via-se em meio as trevas.

Levanta. – uma voz masculina soou.

– “Essa voz...”

Vou ter que ajuda-lo? Deixa de ser um fracote Shion. – uma segunda voz.

Não é uma atitude que esperava de você Shion. – disse uma terceira voz.

O cavaleiro abriu os olhos, conhecia aquelas vozes.

– “Vo-cês? Mas como?”

O ariano não acreditava na visão que se formou diante dele. Sisifo, Manigold e Albafica.

– “Estou morto?” – só poderia estar para vê-los diante de si.

Ainda não. – disse o sagitariano. – mas estando num reino como esse, é propicio que nos veja.

Shion. – Manigold segurou o colarinho dele. – não está pensando em entregar o jogo está?

– “Eu não tenho mais forças.” – virou o rosto. – “eu não consigo mais lutar.”

É um estupido mesmo. - Manigold o soltou de forma violenta.

Você foi o único que sobreviveu na nossa época. – disse Albafica. – e obteve êxito contra Hades novamente. Por que não conseguiria agora?

– “Ainda estou com a maldição de Hades.”

Shion,– Sisifo tocou no ombro dele. – você não é mais aquele garoto e sim o mestre do santuário. Abra o caminho para a nova geração e assim salve a Terra. Pense como naquela vez. Que todos estávamos ao seu lado para separar a alma de Hades de Alone.

O ariano ficou surpreso com as palavras de Sísifo. Fitou Albafica e Manigold que lhe sorriam.

Vamos senhor certinho, levante-se.

– “Manigold...”

Hakurei olhava o sangue do cavaleiro esvair. Seria questão de tempo a morte dele, contudo sentiu um cosmo queimar.

– Ainda quer lutar?

– Eu não posso morrer aqui, não enquanto não cumprir minha missão. – levantou cambaleante.

– Aceite sua derrota de uma vez Shion. – ergueu seu cosmo. – não poderá fazer nada com esse corpo ferido.

Shion fez o mesmo. Só teria uma chance, pois o restante do cosmo usaria para abrir a passagem.

– Marcha dos Espíritos!

– Extinção Estelar!

Houve uma grande explosão, sentida até por Kanon. Dessa vez Shion tinha eliminado Hakurei, porém seu estado era critico. Sangrava muito e sua vida dissipava.

– Ainda não...

Expandiu seu cosmo ao máximo, mas começava a perder os sentidos...

– Só mais um pouco...

Seu cosmo alcançou grandes proporções, conseguindo abrir com êxito uma passagem entre Jotunheim e o santuário. Foi de joelhos... a visão estava turva, mas pode distinguir em meio a energia dourada, dez figuras conhecidas...

– Depois de dois séculos...está na hora de me juntar a vocês....

O corpo tombou.

Kanon parou um ataque, ao sentir o sumiço do cosmo de Shion.

– Não é possível...

– Grande Mestre Shion morreu. – Ares brincou. – já não era sem tempo.

O geminiano cerrou o punho.

– O sacrifício dele não será em vão. – tomou posição. – vou elimina-lo.

– Se conseguir.

Kanon partiu para cima de Ares, que defendia sem problema dos golpes. Num dado momento Ares deu um de esquerda nele, fazendo-o recuar vários metros.

– Nunca foi mais forte que Saga, não seria mais forte do que eu.

– Você disse que é uma ilusão criada pelo meu ódio a você.

– Exatamente. – sorriu. - Você me odeia tanto...

– Então poderei usar meu poder ao máximo.

– Como se pudesse nesse estado. Está de pé por milagre.

– Vou te mandar para o inferno Ares.

– Veremos.

Os dois passaram a elevar seus cosmos.

Enquanto isso...

O cosmo de Mu diminuía de intensidade até desaparecer. Se não fosse pela oportunidade dada por Shion não conseguiria transportar tantas pessoas estando tão debilitado para um local como aquele..

– Bom trabalho Mu. – Dohko tocou no ombro dele.

– Obrigado...

– Então aqui é Jotunheim? – Miro olhava a paisagem.

– Acho que é uma mistura de Jotunheim com Hellheim. – disse Dite. – tomem cuidado.

– Eu vou fazer aquela vadia pagar por tudo. – Mask cerrou o punho.

– Vamos. – Aiolos puxou a fila.

Andaram poucos metros, Dohko foi o primeiro a ver, sentido um nó na garganta. O libriano andou lentamente, ajoelhando ao lado de Shion.

– Mestre! – Mu surgiu logo atrás.

Olharam o estado dele, Shion estava caído numa poça de sangue e não sentiam mais o cosmo dele. Um claro sinal de...

– Mestre Shion... – murmurou Deba. – ele não...

– Shion. – a voz de Dohko saiu seca.

O ariano abriu os olhos.

– Hian...

– Estou aqui velho amigo. – tentou sorrir, mas sabia que a vida dele se extinguiria em breve.

Shion parecia fitar algo além dele.

– Quem está vendo Shion?

– Nossos velhos amigos... Mani, Sísifo... – sorriu, fitando-o. – não vai ser ruim vê-los novamente, não é?

– Não... – Dohko segurava as lágrimas.

– Mestre! – Mu agachou do lado. – mestre...

– Sobreviva e cuide da Paula, por favor...

– Cuidaremos. – Hian respondeu. – não se preocupe. Pode seguir em paz com eles.

Shion deu um fraco sorriso antes de fechar os olhos.

– Mestre! – gritou Mu.

Os demais ficaram em silencio, atordoados. Dohko respirou fundo, limpando o rosto.

– Devemos seguir em frente. – levantou, sem olhar para os companheiros. – devemos fazer valer o sacrifício dele.

Olharam entre si concordando.

Ares e Kanon liberavam cada vez mais seus cosmos.

– Sabe Kanon, você sempre foi o irmão fraco.

– Pois vai morrer nas mãos dele.

– Tem noção do que está dizendo? Se usar o resto de cosmo que tem vai morrer.

– Minha missão é abrir caminho e é o que vou fazer.

– Tolo. Mesmo que me destrua, quando eles chegarem aqui, serão envolvidos por esse lugar. Ilusões vão aparecer para eles.

– Não tenha tanta certeza... – sorriu. – desapareça Ares. Explosão Galáctica!

– Morra Kanon. Explosão Galáctica!

Os dois ataques chocaram-se, porém o de Ares empurrava o de Kanon.

– Não vou perder para você. – disse o grego, aumentando ainda mais sua cosmo energia.

Kanon elevou seu cosmo ao máximo. A energia dourada varreu Ares, entretanto o cavaleiro também foi atingido, indo ao chão.

Os ferimentos anteriores, mais os de agora causaram um grande desgaste no corpo do marina. Ele sabia que não demoraria morrer. Olhou na direção do castelo de Hell. Abriria uma passagem segura até lá.

– Outra dimensão....

Os cavaleiros seguiam apressados rumo ao castelo de Hell, estavam abatidos pela morte de Shion, mas sabiam que ele morreu cumprindo seu dever. Saga que corria mais a frente parou.

– O que foi Saga? – indagou Shura.

Ele não respondeu, voltando a andar. Poucos metros a frente viram em meio as arvores uma passagem dimensional.

– Quem faria isso?

– Kanon... – murmurou o outro geminiano a procura dele.

– Vejam! – Aioria apontou.

Kanon vagava em meio ao campo dimensional. Usando seu poder metal, Mu o pegou.

– Kanon! – gritou Saga. – Kanon!

Ele abriu os olhos.

– Sa-ga...

– Aguente firme. – olhava desesperado para os ferimentos dele.

– Escute... a floresta está tomada por ilusões, por isso... lancei nosso golpe.... ele... levará vocês para o castelo de Hell... – a voz sumiu.

– Kanon! Kanon por favor.

O marina levou a mão até os cabelos de Saga bagunçando-os de forma carinhosa.

– Sempre via... Aiolos fazendo isso no Aioria....realmente é bom.

– Kanon... – Saga derramou as primeiras lágrimas.

– Me perdoe por tudo que te fiz passar...

– Kanon, por favor...

– Se cuida...

Os olhos fecharam.

– Kanon? Kanon?? – ficou desesperado. – Kanon acorda. Kanon!!

Mask e Shura abaixaram o rosto, assim como os demais. Primeiro Shion, agora o geminiano.

– Kanon acorda. – Saga tomou-o nos braços. – Kanon, por favor... acorda... – começou a chorar copiosamente.

Dohko aproximou, tocando-o nos ombros.

– Vamos Saga. A fenda não ficará muito tempo aberta.

– Eu não vou deixa-lo... não vou deixar meu irmão sozinho...

Aiolos foi até ele, agachando ao seu lado. Saga poderia ter superado seu lado “Ares”, mas os transtornos psicológicos ainda estavam lá e a morte de Kanon...

– Kanon continuará cuidando de você e nós também. – disse calmamente.

Saga o fitou.

– Vamos, temos uma missão a cumprir.

O geminiano concordou, deitando o irmão, mas, mas...o Kanon... ele respirou fundo. Os olhos abriram e fecharam rapidamente. A expressão mudou.

– Vamos Saga. – insistiu Aiolos.

– É Ares. – levantou. – Saga está sem condições de lutar. Seria um desastre na batalha.

Os demais cavaleiros olharam entre si, Ares novamente?

– Vai lutar ao nosso lado? – indagou Miro.

– Não estou lutando por vocês, pela Terra ou por Atena. Que isso fique bem claro. – a voz saiu seca. - Eu só tenho uma motivação.

– É o suficiente. – disse Shaka entendo qual a motivação dele. – vamos.

Não disseram mais nada entrando pela fenda dimensional.

No palácio...

Hell trazia o olhar para o selo. Seria questão de segundos ele abrir.

A fenda deixou-os no portão principal do palácio da deusa. O cenário era completamente diferente da floresta. O céu era negro cortado a todo momento por raios. O vento era congelante e o cheiro da morte exalava por toda a parte.

– Tome cuidado. – disse Dohko. – Hell fará de tudo para nos deter.

Concordaram. Os doze cavaleiros de Atena adentraram ao palácio. Não sentiam qualquer cosmo energia, exceto de um lugar. Pararam diante de uma grande porta de ferro.

– Fiquem apostos. – disse Aiolos.

– Eu faço as honras. – Mask elevou seu cosmo disparando contra a porta que abriu violentamente.

O local era um grande salão, não havia decoração, apenas um trono erguido a metros de altura e ao fundo. Escutaram um barulho. Afrodite olhou para cima, ficando apreensivo.

– Vejam.

O teto do salão era o selo e visto daquele ângulo continha muito mais desenhos. O som provinha dele.

– É a nossa chance. – Aioria elevou seu cosmo. – Relâmpago de plasma!

O grego disparou contra o selo, mas a energia do cavaleiro foi absorvida.

– O selo é alimentado por energia. – uma voz fria ecoou.

Voltaram a atenção para o lugar.

– Hell...

A deusa estava sentada em seu trono.

– Não pensei que chegariam tão longe, poderiam ter escolhido morrer na floresta.

– Seus planos terminam agora. – disse Miro.

Hell apenas sorriu.

– Esquecem que estão diante de uma deusa.

O cosmo dela aumentou de repente, uma bola de energia de vermelha partiu em direção a eles.

– Muralha de Cristal!

– Kahn!

Virgem e Aries criaram proteções para os demais. A energia rubra de Hell chocou-se violentamente contra as barreiras e segundos depois elas se desfizeram. Shaka e Mu foram lançados longe.

– Shaka! Mu!

– Não passam de míseros humanos. – a deusa levantou.

Ele trajava sua armadura divina, semelhante a de Atena. Contudo onde era dourado na da deusa grega, nela era negra e as partes rosadas eram vermelhas. Em sua mão direita seu tridente.

– Desapareçam insetos.

O nível de energia foi bem maior do que da primeira vez. A deusa fez quatro bolas de energia lançando contra eles. Até tentaram defender, mas foram acertados.

– Puta que pariu. – soltou Mask. – se levarmos outro desse ela nos mata.

– Não podemos ser impulsivos. – disse Shaka. – só temos uma chance para lançar a lança de Odin.

– Exclamação de Atena.

Todos olharam para Aiolos.

– Só assim poderemos enfraquecê-la o bastante.

– Está...

A voz de Kamus foi cortada por um forte estrondo. Todos olharam para cima.

– Não pode ser...

O selo emitiu um forte brilho, passando a girar em grande velocidade.

– Finalmente a quinta linha! – a deusa sorriu.

A quinta linha cruzou os céus de Athenas.

– Nós vamos distrai-la. – Kamus deu um passo a frente.

– Saga, Shaka e Aiolos, fiquem a direita. – disse Dohko. – Aldebaran, Mask e Afrodite a esquerda.

– Duas? – Shaka foi até ele entregando a lança.

– Não podemos perder tempo. Os demais vamos!

Dohko partiu para cima dela. Rapidamente, os encarregados de lançar a técnica proibida tomaram posição.

– Ainda querem brincar? – Hell ergueu seu tridente.

– Cólera do dragão!

– Excalibur!

– Relâmpago de plasma!

Os três golpes foram em direção a ela.

– Idiotas! – Hell cortou os três golpes usando seu tridente.

– Não se esqueça de nós. – Kamus surgiu de trás. – Pó de Diamante!

– Agulha Escarlate!

– Extinção Estelar!

– Seus inúteis! – a deusa expandiu seu cosmo, absorvendo as energias douradas. – sumam insetos!

A energia vermelha formou seis bolas de energia que atingiram em cheio os seis cavaleiros. Enquanto isso os outros seis acumulavam cosmo. Saga, Shaka e Aiolos. Afrodite, Mask e Aldebaran.

– Duas exclamações de Atena vai fazer esse lugar evaporar. – disse Mask.

– Essa é a ideia. – respondeu Aiolos.

– Para quem não desobedecia ordens está bem decidido. – brincou Ares. – está deixando de ser almofadinha.

– Estou fazendo o certo. – respondeu pacientemente. – vai realmente participar?

– Gosto de quebrar regras.

Hell que estava distraída com os outros mirou o local onde sentia uma grande quantidade de energia.

– Seus vermes... vou liquidar com vocês.

– A morte será a sua vadia. – disse Dite.

Os seis cosmos chegaram a grandes proporções.

– Exclamação de Atena! – gritaram os dois grupos.

O golpe partiu em direção a deusa. Hell ergueu seu tridente formando uma gigantesca bola de energia.

As duas energias chocaram-se no centro e tudo ficou iluminado...

Santuário...

Todos os olhares estavam para Star Hill e ficaram assustados quando uma torre de luz bateu contra o centro do selo, provocando um forte estrondo.

– Esses cosmos... – murmurou Marin.

Atena estava aflita. Aquele poder destrutivo era da técnica proibida.

– O que estão fazendo...?

As meninas estavam em silêncio, jamais testemunharam evento como aquele.

Star Hill...

Aos poucos a luz foi dissipando. Os seis cavaleiros que não estavam envolvidos na Exclamação de Atena estavam caídos. Os outros estavam perdidos em meio aos escombros, assim como Hell.

O primeiro a acordar foi Aioria.

– O que... – mirou o rastro de destruição. A única coisa que parecia intacta era o selo. – o que aconteceu?

– Hell foi derrotada... – murmurou Dohko levantando.

– E os demais?

– Devem ter sido consumidos pela energia.

– Não nos mate antes da hora Dohko... – a voz saiu baixa, mas o suficiente para os dois escutarem.

– Afrodite?!- Aioria e Dohko correram até ele. Acabaram por achar os demais dourados, bastante feridos, mas vivos.

– Pessoal...

Aos poucos os demais foram acordando inclusive o grupo que não participou do ataque.

– Todos estão bem? – indagou o ariano.

– Sim... - murmurou Kamus.

– E a vadia? – indagou Mask.

– Está viva. – a voz de Shaka saiu fria.

Todos os olhares foram para onde ele olhava. A cortina de fumaça que encobria o trono dissipou. Hell estava de pé, mas sem o elmo de sua armadura divina. A magia que ela usava para deixar as duas partes de seu rosto iguais havia se desfeito, logo uma parte estava como uma mulher jovem, a outra como um cadáver.

– Não é possível! – exclamou Aldebaran. – não está ferida.

– Apenas um arranhão. – disse o geminiano com outro tom de voz. Quando acordou, Ares tinha saído do controle.

Na face bela dela desceu um filete de sangue. Hell levou a mão tocando-o.

– Seus malditos... – olhava a mão alva manchada com o liquido rubro. - como ousam macular meu rosto!

O cosmo explodiu de forma violenta, ela começou a disparar inúmeras bolas de energia, como uma metralhadora, na direção dos dourados. Como estavam machucados, acabaram levando alguns ataques.

– Humanos insignificantes! – berrou. – eu vou destruir vocês! Eu vou destruir o santuário inteiro!

O selo emitiu um novo estrondo, fazendo todos olharem para ele. Da expressão irada Hell sorriu. Os desenhos do centro do selo começaram a se mover.

– Finalmente! O selo de Kaya está completo!

Do centro surgiu um ponto vermelho que transformou-se em linha cortando os céus paralelamente.

– A barreira... – murmurou Aiolos.

– Nós temos que para-la agora. – disse Shura.

– Temos que usar a lança. – disse Afrodite.

Shaka pegou o objeto. Teria que ser um único lançamento e certeiro. Se falhasse a Terra seria destruída.

– Se de alguma forma Hell revidar, não teremos outra chance. – lembrou o aquariano.

– Há um jeito. – disse Dohko.

– Qual?

– Lembra o que fizemos no muro? Concentramos nossos cosmos na flecha de Aiolos?

Balançaram a cabeça concordando.

– Uniremos nossos cosmos novamente e enquanto Hell se distrai nós lançaremos a lança.

– De toda forma se erramos estamos fudidos. – disse Mask. – eu vou até ela e cravo isso no peito. – pegou a lança das mãos de Shaka.

– Mas vai receber todo o impacto. – disse Deba. – e...

– Já sabemos dos nossos destinos Ricardo. É voltar para o inferno, pelo menos saberemos que elas estão bem.

Olharam entre si, desde que foram para Star Hill sabiam que não voltariam vivos.

– Boa sorte Mask. – Aiolos tomou posição.

– A gente se vê. – acenou sorrindo.

– Cavalheiros, foi um prazer lutar ao lado de vocês novamente. – disse o espanhol.

– Sentirei falta de todos. – disse Afrodite.

– Sem sentimentalismo Peixe. – brincou Aioria. – estaremos juntos novamente.

– Não tem ninguém para ouvir o meu discurso. – Dohko lembrou-se das palavras ditas no Muro das Lamentações.

– Seu brilhantismo acabou ancião. – disse Miro fazendo os outros rirem.

– Será apenas um ate logo amigos. – Shaka tomou a palavra. – e obrigado por dividirem comigo suas experiências. Foram bons doze anos.

– Amigos são para isso Shaka. – disse Kamus.

Aldebaran esticou a mão, um a um foi colocando sobre a outra.

– Companheiros.

– Prontos?

– Sim. – responderam em conjunto, reunindo-se ao redor de Aiolos.

**Os onze começaram a queimar seus cosmos e aos poucos Aiolos foi tirando sua flecha, apontando para Hell.

A deusa voltou o olhar para eles.

– São ingênuos em acreditar que podem me deter. Não passam de meros mortais.

Seu cosmo espalhou por todo o recinto, tomando conta da energia dourada.

Mask avançava. A cada passo, parte de sua armadura era quebrada, a área que estava descoberta padecia com os vários ferimentos, ferimentos esses graves.

– Vai morrer antes de chegar a mim, cavaleiro. - a deusa deu um sorriso sarcástico ao vê-lo.

Enquanto isso os demais erguiam seus cosmos.

– Quer apostar?

Surpreendendo-a Giovanni deu um salto em direção a ela.

– Seu estúpido vai morrer por causa de Atena?

Ele apenas sorriu, apertando o “botão” que fazia a lança ficar do tamanho natural.

– A lança??! – arregalou os olhos.

– Essa é por Atena. - gravou a lança nela. - essa é pelos meus amigos. - apertou mais forte. - e essa é pela Helu! Vá para inferno bruxa!

Aiolos disparou a flecha, com o cosmo concentrado de todos.

– Nãoooo!!!

A explosão foi violenta, imediatamente Hell e Mask foram absorvidos pela luz, foi fração de segundos a luz encobrir todos os cavaleiros...

No santuário sentiram um forte tremor de terra, em seguida viram uma torre de luz subir até os céus, atravessando o centro do selo. Ao chegar ao ápice a luz se desfez como estrelas cadentes.

– Que lindo... - murmurou Mabel.

A linha vermelha desapareceu e o selo começou a desintegrar. Sete pontos dourados se espalharam pelo céu de Athenas, mas dois deles adentraram no que tinha restado do templo de Atena.

A deusa nos braços de Rodrigo, não acreditava.

– Não... não... - ela se soltou dos braços dele. - não!!!! – o rosto foi tomado por lágrimas prateadas.

As meninas voltaram a atenção para o céu vendo os últimos resquícios do selo. Estavam felizes, pois os cavaleiros tinham conseguido, mas devido a morte de Hell perderam a capacidade de ver e sentir a energia, não vendo Jotunheim se desintegrar. O céu voltou a ficar azul e o sol a brilhar. Partes das doze casas reapareceram.

– Por que fizeram isso!!!! – o grito de Atena assustou a todos. Marin chorando olhava a luz dissipar. – de novo não... - ficou de quatro com grossas lágrimas escorrendo pelo rosto, molhando o solo sagrado. - de novo não... - chorou copiosamente.

As meninas ficaram sem saber, Isabel foi a primeira a perceber. Os olhos arregalaram completamente incrédula, não era possível...

– Kamus! - gritou.

Elas olharam para Isa e depois para o local onde deveria está o castelo, não havia nada.

Julia levou as mãos ao rosto, não segurando as lágrimas, aquilo só poderia significar...

– O que foi meninas? - Helu olhou para elas até que algo brilhante chamou sua atenção.

A armadura de Câncer parou diante dela.

– Cadê o Giovanni...?

Jules começou a chorar ao entender o que tinha acontecido. Helu compreendeu na hora. Os olhos marejaram.

– Não.... não pode ser... - as pernas bambearam. - não... - foi de joelhos. - Giovanni seu grande idiota! - gritou, começando a chorar.

Outra que deixou o corpo cair foi Ester. Os olhos estavam marejados, derramou lágrimas ao ver a armadura de Áries parar na sua frente.

– "Não... Mu não.... não!" - começou a chorar.

Mabel viu a armadura de Touro parar na sua frente. Os olhos estavam marejados, mas segurava-se para não chorar, não choraria, seria forte.

– "Eu não vou chorar... não vou..." - a imagem de Deba sorrindo veio-lhe na mente. - não vou... - as lágrima vieram sem permissão.

Cristiane via a armadura de Gêmeos pousar diante dela. Os olhos encheram de água. Caminhou até o objeto dourado ajoelhando na frente dele.

– Saga... - abraçou a armadura começando a chorar.

Helu dava pequenos socos no chão.

– Idiota. Idiota. Idiota... - não conseguia olhar para a armadura. - seu grande idiota.... - recomeçou a chorar.

Gabe não conseguia conter as lágrimas.

– Aioria... Aioria.... volta... por favor...

Juliana chorava baixinho, não podia acreditar que ele tinha ido para sempre. Não ele...

– Shaka...

Jules foi de joelhos, a dor que sentia era muito forte. Abaixou o rosto até cola-lo ao chão.

– Dohko... Dohko...

Marcela soluçava. Não era possível que aquele metido tinha feito aquilo.

– Você prometeu que ficaríamos juntos! - berrou. - seu grande mentiroso! Mentiroso... - mais lágrimas vieram...

Julia tocou a armadura de Capricórnio acariciando-a, como se nesse gesto tivesse tocando o rosto de Shura. Não suportaria mais essa perda.

– Shura... - ajoelhou diante da armadura. - Shura... - deu vazão as lágrimas.

Marin aproximou da armadura de Peixes, não tinha como não chorar.

Isa via a armadura de Aquário, resplandecente na sua frente. Ela ali representava a despedida de Kamus?

Suellen olhava assustada para as amigas, aquilo era sinal que... um brilho dourado surgiu diante dela, reconhecendo na hora: a armadura de dragão marinho.

– Kanon... – deixou-se ir de joelhos.

Paula tampou o rosto com as mãos, começando a chorar. Se as armaduras estavam ali, eles estavam mortos e isso não excluía Shion. Fernando e Rodrigo estavam atônicos. A elite de Atena havia morrido?

– Meus cavaleiros... – Atena estava transtornada.

Escadarias de Peixes...

O teletransporte de Kiki tinha sido um sucesso, levando-os até as escadarias de Peixes, contudo havia sido tarde demais. De onde estavam viram um símbolo no céu desaparecer e com ele os cosmos dos quatorze cavaleiros de Atena....

A luz de Libra se extinguiu em meio aos raios de sol que caminhava rumo ao oeste, indicando que o decimo quinto dia estava chegando ao fim....


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