A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 6
O almoço


Notas iniciais do capítulo

Agradecendo a todos que estejam acompanhando a fic e mais ainda as quatorze pessoas que acreditaram na fic!
Ester-Dani / Fernando / Gabrielle / Heluane / Isabel / Jules / Julia / Juliana / Mabel / Marcela / Paula / Rodrigo / Sheila / Suellen
Boa leitura!



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Na manhã seguinte, a turma acordou cedo, indo tomar café na sala de jantar. Saboreavam a mesa farta, quando Saori entrou. Diferentemente da noite anterior, a grega trajava um terninho preto, com saia na altura dos joelhos, também preto, assim como o scarpan. Os cabelos estavam presos num rabo de cavalo. Rodrigo a olhou de cima a baixo.

– Bom dia. - disse indo em direção a sua cadeira.

Mais que depressa o baiano levantou, puxando a cadeira para ela.

– Obrigada. - sorriu.

– As ordens.

– Passaram bem a noite? - indagou, enquanto servia-se de uma xícara de chá.

– Muito bem Atena. - disse Juliana.

– É estranho vê-la vestida assim. - disse Mabel. - estou tão acostumada ao vestido branco.

– Normalmente uso esse tipo de roupa quando assumo o lado Saori Mitsui. Não ficaria bem eu indo a reuniões com aquele vestido. - riu.

– Não mesmo. - disse Paula.

– Eu pensei que em dias normais usava aquele vestido de barrado rosa. - lembrou Jules.

Saori soltou um suspiro desanimado.

– Aquele vestido é um horror! Até hoje não sei como tive coragem de usa-lo.

– Ficava tão bonita nele. - disse o baiano.

– Muita bondade da sua parte, mas aquele vestido é brega.

As meninas riram da observação.

– Ainda bem que meus gostos mudaram.

– Que tipo de roupas gosta? - indagou Julia.

– Amo Prada. Amo. Bolsas Louis Vuitton. Gosto também de Gucci, Chanel, Dior, Dolce&Cabana... comecei a gostar também de Alexander McQueen, depois que fui a um evento que a Kate Middleton estava usando um vestido dele.

As meninas ficaram caladas, sentido as mais miseráveis possíveis, pois Saori comprava nas melhores marcas e tinha dinheiro para isso, enquanto elas...

– Comprei uma blusa da Zara e tive que parcelar para pagar... - Cris cochichou a Helu.

– A pobreza dói... - deu uns tapinhas no ombro da mineira.

– Nossa eu preciso ir. - Saori olhou as horas no seu relógio e Fernando que estava perto viu que era um Rolex. - fiquem a vontade. - levantou.

– Atena.

– Sim Marcela.

– Nós podemos sair do templo?

– Podem. Não vejo problema algum.

– Obrigada.

– Eu realmente preciso ir. Tenham um bom dia.

– Igualmente.

Mal Saori virou as costas, Marcela deu um grande sorriso.

– Que tal irmos assistir ao treino dos dourados?

– Nós podemos? - indagou Suellen.

– Atena acabou de dizer que podemos sair do templo...

– Mas ela não falou sobre ver o treino. - disse Fernando.

– Mas também não falou que não. - rebateu.

– Vamos logo antes que ela mude de ideia. - Sheila levantou.

Seguindo as indicações passadas por Jules, seguiram em direção a Arena Dourada. Durante o trajeto discutiam sobre os gostos da deusa.

– Rodrigo se ferrou. Quero ver bancar os luxos dela. - disse Heluane.

– Vou ter que vender minha alma para comprar tudo que ela gosta. - riu.

– Como o mundo é injusto. - disse Isabel. - além de deusa, é bilionária e tem homens lindos para protege-la.

– Ela deve conhecer as pessoas mais ricas do mundo. - disse Gabe. - conhece até a realeza britânica!

O grupo Mitsui é muito poderoso. - disse Ester. - ela tem bilhões de dólares nas mãos.

– Fiquei imaginando o closet dela. - disse Sheila. - deve ser do tamanho da minha casa.

– Um só para as roupas e outro para os sapatos. - Paula completou.

– Estou ferrado. - Rodrigo balançou a cabeça negativamente.

– Hoje, quando fui a cozinha, - iniciou Paula. - escutei uma serva comentar, que o Julian Solo a enche de presentes caros.

– Poseidon??? - exclamou Gabe.

– Justamente. Ele também é podre de rico.

– É tudo panelinha. - disse Isa. - eles casam entre si, para que a fortuna não se espalhe. Aposto que ela e Poseidon têm alguma coisa.

– Será?

– Claro Suellen.

Rodrigo ficou em silêncio. Ester percebeu.

Talvez sejam só boatos.

– Não são. Ontem ele mandou flores para ela, eu vi.

– Mas...

A conversa foi interrompida por um tremor de terra. Foi muito rápido, mas o suficiente para sentirem medo.

– O que foi isso??? - Mabel abraçou uma igualmente assustada Marcela.

– Um tremor de terra. - disse Juliana, não muito assustada. - foi bem fraco.

– Fraco?? - berrou Marcela. - a terra treme é você fala que foi fraco??? P*$%$!

A terra tremeu de novo.

– Ai meu Deus. - Cris grudou na Ester. - aqui na Grécia tem terremoto?

– Tem sim. - Fernando sentia o chão sacudir.

– Eu não quero morrer antes de pegar o Shion... - disse Paula olhando para o chão.

– Talvez seja melhor chegarmos mais rápido a Arena. - Jules não tirava o olhar do chão. - pode ser mais seguro.

– E se piorar e abrir uma cratera aqui? - Julia estava muito assustada.

– Mais um motivo para sairmos daqui agora. - Sheila começou a andar, na verdade a correr.

Apertaram os passos e logo quando fizeram uma curva viram parte da Arena.

– É ali. - disse Jules.

Andaram ainda mais depressa com medo que os tremores voltassem e com mais força. Só pararam diante da construção que se erguia a metros.

– E agora?

– Esperem aqui.

Rodrigo correu até a entrada e estava prestes a entrar quando viu Shion. Rapidamente o baiano voltou para trás.

– O que foi?

– Eu vi o Shion.

– Só ele?

– Não me atrevi a dar um passo Gabrielle.

– Tem uma escada ali.– apontou Ester.

Entraram por um dos arcos da construção, vendo então que havia várias escadas. Preferiram a escada mais afastada da entrada, passando a subir os degraus. Cerca de quarto andares depois saíram no alto da arquibancada de onde tinha uma visão privilegiada.

– Olhem aquilo. - Heluane apontou para o centro da arena.

Viram dez homens sentados num canto, sendo metade sem camisa e dois no meio da arena.

– "Kamus" - Isa sorriu.

Assim como Marcela, ao ver o escorpião. Os dois estavam lutando, pelo menos era isso que achavam, pois não conseguiam ver nada, a não ser a figura de ambos aparecer em algum ponto da arena. Pelo fato de não verem os movimentos, não perceberam que os dois partiram de encontro um contra o outro e que o punho de ambos chocaram-se. O contato provocou uma onda de choque fortíssima, que levantou a areia da arena, além de atingir o grupo, levando-os a cair. Os únicos que ficaram de pé foram Jules, Heluane, Rodrigo e Fernando.

– Tom @$%&! - gritou Marcela. - fiquei toda ralada! - olhava as pernas.

– Essa doeu. - Julia olhava o cotovelo roxo.

– Ainda bem que foi só a mão. - Isa fitava o ralado dos dedos.

Sheila, Cris, Gabe, Paula, Ester, Suellen, Juliana e Mabel também ralaram, joelhos, braços ou as mãos.

Shaka olhou para o lado, vendo o grupo no alto da arquibancada, fechou a expressão.

– Mestre temos visitas. - disse.

Todos que estavam sentados olharam para onde o virginiano olhava. O rosto de Shion ficou grave. A passos firmes caminhou até o grupo que ainda olhava os machucados.

– O que fazem aqui?

Olharam para o dono da voz ficando temerosos.

– Primeira dama... - murmurou Fernando.

– Vocês fazem a burrada, por que tenho que consertar?

– Não reclama, vá logo salvar nossas peles. - disse Suellen.

Paula desceu pelas arquibancadas tendo todo o cuidado de não cair. A certa distância parou.

– Bom dia Shion. - deu um meio sorriso.

– Bom dia. - respondeu sério.

– Atena nos deixou sair do templo e sem querer viemos parar aqui. - deu um sorriso amarelo.

O grande mestre a fitou, reparando no machucado na perna esquerda. De onde os dois estavam era possível que tanto os dourados como o restante do grupo escutasse a conversa.

– Há quanto tempo estão aqui?

– Nós sentimos a terra tremer, então viemos para cá, mas uma rajada muito forte de vento nos derrubou...

– Foi o deslocamento do ar provocado pelos ataques de Miro e Kamus. Poderiam ter morrido sabiam? Sorte que os dois não usaram cosmos.

– Nos perdoe.

– Desçam. - a voz saiu imperativa. - todos.

Shion deu as costas, caminhando para perto dos dourados que continuavam sentados. Miro e Kamus tinham se juntado ao grupo.

– Dohko vá a enfermaria e busque o kit de primeiros socorros.

– Para que?

– Machucaram por causa do deslocamento do ar.

Ao escutar, Dohko saiu imediatamente.

– Sabia que a permanência deles seria problemática. - disse Shaka.

Eles desceram sentando no primeiro banco da arquibancada. Shion voltou para perto deles.

– Quem machucou? - indagou.

– Não foi nada Shion. - disse Mabel não querendo piorar mais a situação deles. - foram só arranhões.

– Quem machucou? - perguntou de novo ignorando Mabel.

Quem havia se ferido levantou as mãos, nem ousaram falar por causa do olhar frio que Shion dirigia a eles.

O ariano contou, voltando para perto dos dourados, que continuavam calados. Rapidamente Dohko chegou trazendo uma grande maleta branca. Shion a abriu.

– Miro, Kamus, Shura, Aiolos, Shaka, Saga, Kanon, Aioria, Aldebaran e Mu. - pegou onze kites. - me ajudem.

– Ajudar? - Shaka arqueou a sobrancelha.

– Agora. - a voz saiu mais fria que a de Kamus.

Quando Shion usava aquele tom de voz era melhor obedecer.Deba foi o primeiro a levantar pegando um kit e indo em direção a Mabel. Os outros seguiram o taurino. Shaka foi o último.

Sheila olhava o ralado no pulso, quando sentiu uma sombra sobre si.

– Bom dia Sheila. - disse Aiolos.

– Bom dia...- olhou-o ficando surpresa ao vê-lo sem camisa, mas estranhamente ele usava a faixa no braço direito.

– Deixe eu ver esse pulso.

Sheila estendeu a mão, completamente vermelha e ficou ainda mais quando sentiu o toque de Aiolos.

– Não foi grave. - a fitou. - felizmente. - sorriu.

– Estou até acostumada. Vivo caindo.

– Pude perceber ontem. - a fitou com um grande sorriso.

Shaka parou diante de Juliana. A brasileira não ousou olha-lo. O cavaleiro sem dizer nada, ajoelhou diante dela e bruscamente pegou a perna dela, pousando os pés no joelho dele. Juliana havia ralado na parte frontal da perna. Ainda em silêncio fazia os procedimentos.

– Me desculpe. - ela disse baixo.

Ele fingiu não escutar.

– Me desculpe por ontem... não quis ofende-lo ao pensar que era um empregado.

– Já passou. - disse seco.

– Mesmo assim me desculpe...

Shaka a fitou por alguns segundos, para depois voltar a atenção para o que estava fazendo.

Miro aproximou com um grande sorriso no rosto.

– Não pensei que fossemos nos encontrar tão cedo. - disse o escorpião. - ainda mais aqui.

– Coincidência. - disse Marcela.

– Não existe coincidência. - ele a fitou. - onde machucou?

– Nas pernas.

O sorriso aumentou ainda mais.

– Posso alisar? - deu um sorriso sacana.

– Atreva-se. - devolveu o sorriso.

– Se eu me atrever, vai me castigar?

– Nem queira saber.

– Vou correr o risco.

Miro pegou um pedaço de algodão para limpar o ferimento. Marcela sorriu.

Saga aproximou de Cristiane, ficando apoiado em um das pernas.

– Não precisa Saga, foi só um arranhão bobo.

– Mas que precisa ser tratado. - molhou o algodão num liquido transparente. - não vai arder.

– Posso imaginar... – disse não muito convicta.

Ele tocou o ferimento.

– Dói?

– Não...

– Isso ajudará a cicatrizar mais rápido.

– Obrigada.

Isa olhava fixamente para o ruivo.

– Machucou só a mão?

– Sim...

De forma delicada o francês pegou a mão dela, sentido todo calor que provinha dela, assim como Isa sentiu a mão fria dele. Suavemente ele limpava os arranhados.

– Separei três livros para você.

– Obrigada. Sei que serão bem uteis.

Kamus apenas a fitou com o rosto sem expressão.

– Espero que sim. – disse.

Shura aproximou de Julia com o rosto sério.

– Será rápido e sem dor. – disse.

– Obrigada. – deu um tímido sorriso, ela não pode deixar de notar os músculos deles, era um dos sem camisa, mas viu também que o cavaleiro tinha em diversas áreas do peito, cicatrizes pequenas como se fossem cortes ou de perfuração. - "será que são das batalhas?"

Shura a fitou para desviar a atenção para o cotovelo machucado.

– Correu risco. – a atenção continuava no que estava fazendo. – poderia ter machucado mais gravemente.

– Desculpe, não quis trazer problemas.

– Primeiro anda por Rodorio, depois aqui...você não é muito de respeitar regras.

– Um pouco... me desculpe.

– Tudo bem. Só seja mais prudente de agora em diante. E se estiver em dúvida em ir a algum lugar me pergunte antes.

– Está certo.

Shion parou diante de Paula, vendo a área vermelha no braço esquerdo.

– Não precisa se incomodar.

– Faço questão, mostre-me seu braço.

Paula inclinou o corpo para frente.

– Não foi muito grave. – Shion examinou. – vai cicatrizar rápido.

– Desculpe por ter interrompido o treino.

– Não tem problema Paula. – a fitou. – posso te chamar assim?

– Claro. “ Pode me chamar do jeito que quiser.” – pensou.

Shion a fitou diretamente e com isso Paula temeu que ele tivesse lido sua mente, contudo o ariano não fez isso. Apenas olhou por olhar.

Kanon caminhava a passos duros em direção a Suellen, parando na frente dela.

– Onde machucou? – indagou seco.

– No pulso.

Sem dizer nada o geminiano pegou o punho dela, começando a limpar.

– Me perdoe por ontem Kanon. Eu realmente sou péssima para guardar nomes. Sabia que era você, mas o nome...

– Já passou. – não acreditou na versão dela. – dói?

– Não.

O cavaleiro voltou a ficar em silêncio.

Ester checava se seu app estava funcionando e felizmente estava.

– Oi Ester.

– Oi.

– Se machucou muito?

– Só um pouco na mão. – mostrou.

– Coloque seu tablet no colo.

– Mas... – como iria digitar para conversar com ele? Pensou.

– “Consegue me ouvir?” – Mu falava diretamente na mente dela.

– “Sim, mas não na mesma intensidade que ontem.”

– "É por causa da distância. Vou limpar seu ferimento se doer me fala, por favor.”

Gabe olhava com expectativa para o leonino que aproximava.

– Oi Aioria.

– Oi Gabrielle.

– Não esqueceu meu nome...

– Claro que não. Um nome bonito como esse não dá para esquecer.

– Obrigada.

– Onde machucou? – ajoelhou diante dela.

– Na batata da perna. – mostrou o ferimento.

– Felizmente não foi nada sério. Fique bem quietinha.

Ela concordou. Enquanto ele fazia a limpeza pensava se perguntava ou não se ele e Marin tinham algo, mas preferiu ficar calada e curtir o momento.

Aldebaran parou diante de Mabel.

– Espero que não tenha se machucado muito.

– Foi apenas arranhões. Nem precisa se preocupar.

– Mas é melhor eu dar uma olhadinha para garantir. – Deba pegou o braço dela. – nada muito sério.

– Amanhã já estará bom. O almoço ainda está de pé?

– Claro. – a fitou sorrindo.

Jules e Helu acompanhavam os socorros.

– Queria ter machucado para o Dohko cuidar de mim. – disse Jules a Helu.

– Eu que não queria, aquele doido eram bem capaz de piorar o machucado.

Depois de terminado com os curativos os dourados guardaram o material na maleta branca.

– É melhor vocês irem. – disse Shion.

O grupo olhou entre si, não queriam ir embora.

– Deixe-os aqui mestre. – disse Miro querendo se exibir. – eles não vão atrapalhar.

– É perigoso Escorpião. – Shura pronunciou. – eles podem se machucar mais gravemente.

– Eu cuido disso. - Mu tomou a frente indo até eles. - Sentem mais no alto.

Trataram logo de obedecer. O ariano foi atrás. Depois de todos acomodados, Mu elevou seu cosmo, mas claro que eles não viram nada, apenas viram seus cabelos tremulando, como se uma brisa batessem neles.

– Muralha de Cristal.

O cavaleiro criou uma espécie de cubo que os envolveu. Eles não viram nada, mas Gabe esticou a mão sentido algo duro.

– É como se tivesse um vidro aqui.

– Vocês ficaram protegidos. – tocou a muralha, com o toque ela se tornou menos translucida. – estão vendo?

– Sim.

Era como se estivessem diante de uma parede feita de vidro amarelado.

– Isso é fantástico. – disse Paula.

– Não tentem sair, pois poderão se machucar. Quando acabar os treinos eu a retiro.

– Quem diria que eu seria “vítima” da muralha de cristal. – Isabel tocou na barreira. – Isso é muito foda.

Assim que Mu voltou para a arena, Shion distribuiu as duplas e frisou que não era para usar o cosmo.

Deba e o ariano posicionaram frente a frente. O taurino começou avançando, desferindo socos de esquerda em Mu, o ariano desviava com facilidade e num dado momento chutou o brasileiro. Ele segurou o ataque, dando um soco de esquerda.

Na arquibancada...

– Ele é muito bom com a esquerda. – disse Rodrigo.

– Para um canhoto é mesmo. - completou Fernando.

Mabel apenas escutava a conversa sem tirar os olhos do cavaleiro. Ester era outra que olhava admirada para o ariano.

Na arena...

Mu segurou o punho esquerdo do brasileiro, no impulso Deba tentou usar a mão direita, mas quando fez o movimento para fecha-la, sentiu dor. Mu o soltou na hora.

– Tudo bem Deba?

– Sim. É porque as vezes esqueço e uso a direita. – sorriu.

– Você se adaptou muito bem a esse problema. Sua esquerda ficou bem forte.

– Não tinha outro jeito. Vamos continuar?

O ariano consentiu. A próxima dupla que treinava era Aiolos e Aioria. O leonino atacava mais incisamente, fazendo Aiolos revidar na mesma intensidade. Era notável que Aiolos era mais ágil e resistente fisicamente, mas perdia em experiência de combate, o que Aioria tinha de sobra e que usava em seu favor.

– Não seja tão afoito Aiolos. – Aioria segurou o braço dele.

– Olha só quem está falando. Você que é estopim curto. – colocou mais força.

– Já fui assim quando era adolescente. – despejou mais força.

– Era tão aborrecente que pintava o cabelo. – usando a velocidade, Aiolos usou a perna.

– Não me lembre disso. – Aioria revidou.

Do alto Gabe olhava o leonino, achando um máximo os golpes dele. Já Sheila estava encantada com o charme do sagitariano. A bandana que ele usava, a cada nova investida balançava de forma sublime.

Kamus segurava os ataques de Miro com uma calma impressionante, o seu jeito analítico, avaliava os movimentos do Escorpião e num dado momento, deu um soco no rosto dele.

– No rosto não! – Miro recuou um passo.

– Sem frescuras Miro. Quantas vezes seu rosto já beijou o chão.

– Só em batalha. Se encostar no meu rosto de novo te quebro todo.

– Nunca conseguiu fazer isso. – deu um sorriso debochado, o que era raríssimo.

– Pois hoje vai voltar para casa com o rosto deformado.

Miro partiu para cima dele. Marcela, não parava de olhar o peitoral definido do Escorpião. Ele realmente tinha motivos para se gabar da sua beleza, ele era lindo!

Isa suspirava pelo jeito imponente do aquariano. Nem num simples treino ele perdia a classe. Seus movimentos eram graciosos.

A outra dupla também lutava de forma intensa. Mask e Shura eram muito bons em luta corpo a corpo. O italiano, muito rápido, aplicava socos e chutes e mesmo não usando muito o braço direito, Shura conseguia se defender.

– Tenho que parabeniza-lo Esdras. Mesmo sem o controle total do braço direito consegue usa-lo.

– Um guerreiro tem que aprender a superar suas adversidades. E você? Já conseguiu reverter aquele problema?

– Não quero falar sobre isso.

Na arquibancada, Helu olhava para o italiano. Mesmo ele sendo um grosso, tinha que reconhecer que ele era lindo. De certa forma gostou da forma como ele a tratou, pois viu que era uma pessoa franca e que se tivesse que falar na cara, não teria receio, assim como ela. O peitoral desnudo era uma tentação, mas o que chamou a atenção dela era o sinal de diversos cortes, tanto no peito quanto nas costas. Achou estranho, ainda mais por ver os mesmos sinais no espanhol. Julia acompanhava atentamente os movimentos de espanhol, ele era simplesmente perfeito, só queria saber o que eles conversavam. Dentro da muralha o som não chegava. Notou que o espanhol, tinha dificuldades em usar o braço direito, mas pensou que fosse uma técnica para evitar uma lesão e assim como Helu estranhou ele e Mask com os mesmos sinais.

Saga apenas desviava dos ataques de Kanon, que eram bem fortes. Mas o bem da verdade é que os dois começavam a sentir o peso da idade. Por mais que fossem cavaleiros dotados de poderosos cosmos e bem preparados fisicamente, os corpos eram de um homem de quarenta anos. O de Saga ainda era pior devido aos anos de medicação pesada.

– Vou sugerir ao mestre, para treinarmos um aspirante. – disse Kanon dando um chute. – já está passando da hora.

– Shion tem ciência disso. – Saga revidou. - Parece que já está olhando alguns garotos. Quando Aiolos assumir a posição de mestre passará a armadura para o Pegaso. Assim como Kamus, Mu e Dohko.

– Eu já tenho minha candidata.

– Candidata? - Saga estranhou o termo feminino.

– Por que não? Acho que a décima segunda casa ficaria muito bem protegida por ela.

– Ela quem?

– Marin. Nos últimos anos o cosmo dela tem amadurecido. Já a vi treinando com o Afrodite e posso dizer que sua energia está quase do nosso nível. Seria uma candidata perfeita.

– Pode ser...

Suellen ao mesmo tempo estava encantada e temerosa. Encantada por Kanon ser exatamente como imaginou e temerosa pela forma que ele a tratou. Era evidente que ele tinha ficado ressentido, por não ter se lembrado do nome. Isso era o que ela pensava, pois na verdade Kanon estava irritado pelo fato dela achar que ele era Saga. Saga sempre era a primeira opção, quando alguém o conhecia.

A mineira não cansava de olhar para o geminiano mais velho, ele era muito lindo, além do charme que ele exalava. Sempre o achou tão majestoso e Kurumada o tinha retrato fielmente.

A próxima dupla era Shaka e Dohko. Em combates corpo a corpo, Shaka nunca foi muito bom e Dohko tirava proveito disso. Conseguiu acertar o indiano duas vezes.

– Continua forte Dohko. – Shaka recuou dois passos.

– Obrigado.

– E a dor de ontem a noite? – o indiano avançou, dando um soco.

– Melhorou. – Dohko segurou, mas acabou levando outro soco. - Já estou até me acostumando a elas e ainda bem que ultimamente sinto apenas a noite.

– Foi um preço alto a se pagar. – disse pensando em si próprio e nos amigos.

– Mas valeu a pena.

– Nossa missão sempre em primeiro lugar.

Jules delirava sobre os músculos definidos do libriano, além da tatuagem de tigre que ele exibia. Era o mais baixo de todos, mas não menos lindo. E forte, pois lutava de igual para igual com Shaka.

Quando o indiano levou dois socos de Dohko, Juliana ficou preocupada temendo que ele tivesse se machucado, mas ao vê-lo bem, suspirou aliviada. Shaka movimentava-se de forma quase divina e o coque que prendia os cabelos loiros, estava desmanchando, deixando algumas mechas loiras escorrerem pelas costas.

Fernando e Rodrigo acompanhavam o treino. O mineiro via os socos e chutes de Aioria, ficou imaginando se recebesse um daqueles, seria morte na certa. E entre o cavaleiro e ele, era claro que Marin optaria pela primeira opção. O leonino teria muito mais condições de protege-la.

Rodrigo estava admirado pela força de Shaka. Realmente ele era um cavaleiro digno de admiração.

O grande mestre estava sentado no início da arquibancada, analisando o treino. Assim que voltaram a vida, um treino como aquele seria mais intenso, mas com o passar dos anos e os problemas adquiridos no inferno, fizeram a elite de Atena, perder um pouco a sua força. Ainda eram fortes, mas nada como na batalha de Hades.

Olhou para o sol forte, o calor intensificara. Com vinte anos, o sol não seria nada, mas agora com trinta, trinta e poucos e quarenta anos e aliado ao verão grego, o treino tinha que ser reduzido.

De longe Paula olhava para o mestre. Mesmo usando os trajes gregos de treinamento ele não perdia a áurea de autoridade. O viu levantar indo para o meio da arena.

– Podem parar. – disse.

– Por quê? – indagou Miro quando quase estava conseguido jogar o francês no chão.

– O sol está muito forte. Já são onze horas. Dispensados.

Muitos respiravam aliviados, o corpo pedia um descanso.

– Vou poder preparar o almoço com calma. – disse Deba.

– Nós podemos ir não é? – indagou Kanon.

– Se eu disser não, vai resolver?

– Claro que não. – disse Aiolos. – a sua comida é muito boa Deba.

– Estão todos convidados. O mestre também. – olhou para Shion.

Ele não disse nada.

– Vou tomar um banho e sigo para sua casa. – disse Miro.

– Tudo bem. – Deba caminhou em direção ao grupo. – Mu. – apontou para a barreira.

O cavaleiro estralou os dedos desfazendo a barreira.

– O treino acabou. Vocês vão voltar para o templo ou querem ir para a minha casa?

– Não vai te causar problemas?

– Não.

Enquanto o grupo conversava com o taurino, Marin entrou na arena a procura do grande mestre.

– Shion, chegou isso. – entregou-lhe uma correspondência.

O ariano abriu. Era um telegrama de Afrodite.

– O que é mestre? – indagou Aiolos.

– Afrodite vai demorar mais alguns dias.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não Kamus. Vou repassar a informação para Atena.

Aioria aproximou de Marin parando ao lado dela.

– Oi.

– Oi.

– Vamos almoçar na casa do Deba, não quer ir?

– É muito feio convidar os outros sem ser o dono da casa.

– Ele não se importa, sabe que não.

– Apareço lá mais tarde.

E ficou acordado que o grupo seguiria direto para a casa de Touro. Para não darem uma volta muito grande, seguiram pelo caminho que saia ao lado do templo, descendo pelas doze casas e claro que o grupo adorou.

Aldebaran, Miro e Dohko seguiam com grupo, pois eles contavam coisas sobre o Brasil. No meio os demais cavaleiros e mais atrás Aioria e Marin. Rapidamente chegaram ao templo de Atena, onde Shion ficou para transmitir a mensagem de Afrodite a deusa. Começaram a descer as escadarias que levaria a Peixes.

– Que emoção! - exclamou Suellen. - estou descendo pelas doze casas.

– Quero ver quando começar a descer e subir isso todo dia se vai achar emoção. - disse Kanon. - é um saco.

– Kanon... - Saga o olhou com reprovação.

Passaram pela casa de Peixes que estava vazia.

– Onde vocês dormem na casa? - indagou Sheila. - pois as batalhas também ocorrem aqui dentro.

– Toda casa tem uma área privativa Sheila. - disse Aiolos. - está vendo aquela porta de madeira?

– Sim.

– É a entrada da residência de Peixes. Esse local que passamos é onde ocorre as batalhas, o salão principal da casa.

Seguiram direto, chegando agora a Aquário. Assim que pisaram no templo, sentiram a temperatura cair.

– Como aqui é bom. - disse Marcela. - fresquinho.

– Fresquinho? - disseram Helu e Miro ao mesmo tempo. - é um gelo!

– Sinta-se a vontade de vir aqui Marcela. - Kamus queria provocar o amigo.

– Se pudesse mudaria para cá.

Marcela recebeu um olhar mortal de Isa.

– Vai almoçar conosco Kamus? - indagou Deba.

– Descerei daqui a pouco.

Antes de entrar na área privativa de Aquário, ele lançou um olhar para Isa.

A próxima casa que entraram foi de Capricórnio. Julia ficou bastante curiosa para saber se existia uma estátua de Atena entregando a Excalibur a um cavaleiro, mas pelo comportamento de Shura seria muito difícil ele deixa-la entrar. Deba fez a mesma pergunta para Shura que apenas meneou a cabeça afirmando. Julia sorriu, aproveitaria o almoço para puxar papo.

Seguiram em direção a Sagitário e Sheila mal se cabia de expectativa para conhecer aquela casa e precisava de uma desculpa para isso.

– Estou com sede. - disse. - preciso urgentemente de um copo de água.

– Eu também estou com sede. - disse Mabel.

– Podem beber na minha casa. - disse Aiolos.

E foi isso que aconteceu. Aiolos levou o grupo para o interior de Sagitário e ficaram admirados, era como qualquer habitação. Com cômodos e moveis. Aliás a nona era muito bem decorada.

– A sua casa é linda Aiolos. - disse Julia.

– Obrigado.

– Podemos seguir? - indagou Deba. - o caminho é longo.

Deixaram o sagitariano que garantiu que almoçaria com eles. Mal saíram da nona, Miro começou a falar sobre Escorpião e que fazia questão que eles conhecessem sua casa, principalmente Marcela, a quem tentava impressionar. A parada em Escorpião foi a mais longa até o momento pois o grego mostrara cômodo por cômodo. A hora estava adiantada quando entraram em Libra. Para não atrasa-los ainda mais Dohko, não mostrou a sua, dizendo que desceria depois.

Aproximaram de Virgem e o forte desejo de ver o jardim das árvores gêmeas era grande, mas pelo jeito do indiano perceberam que seria impossível terem essa curiosidade sanada. Shaka não era de muito papo e dificilmente os convidaria para entrar em sua casa.

– Shaka você vai não é? - o taurino insistiu mais uma vez. Com Shaka só conseguia ganhar a base da insistência.

– Se eu disser não você vai insistir até eu ir.

Deba riu.

– Considero isso como um sim.

Avançaram em direção a Leão. Deba não deixou que Aioria mostrasse sua casa alegando que atrasaria o almoço. Tiveram que contentar com uma visita futura. Na hora de sair perceberam que Marin havia ficado para trás.

– Eles são namorados. - murmurou Gabe.

– Eu não tenho dúvida disso. - disse Fernando que havia escutado.

– Nós precisamos fazer alguma coisa.

Fernando a fitou incrédulo.

– Não está mais aqui quem falou.

Quarta casa. Uma mistura de curiosidade e medo tomou conta dos brasileiros. Será que encontrariam cabeças nas paredes? Ou aquilo tinha sido apenas algo inventado pelo japonês? Quando entraram, não sentiram nenhum arrepio, nem a sensação de algo macabro, estranhando. Helu não se conteve.

– Você colecionava cabeças mesmo?

– Sim.

– E o que fez com elas?

– Não é dá sua conta.

Helu fechou a cara e se não fosse Gabe tê-la segurado tinha voado no pescoço dele. Mask pouco se importou indo para a porta que ligava aquela área aos outros cômodos.

– Daqui a pouco desço. - disse batendo a porta.

– Grosso! - disse Helu. - estúpido!

– Ele até que melhorou. - Mu voltou a andar. - ele era bem pior.

– Ele é um idiota isso sim! - gritou. - seu idiota!

– Calma Helu... - disse Fernando. - não fica irritando o homem.

– Eu quero mais que ele vá para pu%&*@!

Kanon abafou o sorriso.

– Qual a graça? - Helu o olhou torto.

– Nada... só vejo uma atração surgindo.

Saga o fitou repreendendo-o.

– Atração seu c#!

– Heluane! - exclamou Julia. - menos.

– Vamos sair daqui. - disse Mabel a Deba.

– Melhor mesmo... - o brasileiro estava surpreso pelo jeito dela.

A próxima casa era Gêmeos. Saga despediu de forma polida do grupo, entrando para a ala reservada.

– Não se atrase Kanon. - disse Deba.

– Estarei no horário. - deu um sorriso dúbio. - " vai ser interessante ver os dois brigando." - olhava para Heluane.

Cris e Suellen estavam curiosas para conhecer Gêmeos, mas nenhum dos dois disseram algo a respeito.

Chegaram em Touro. Mu despediu-se, dizendo que logo estaria de volta. Antes de partir deu uma olhada rápida em Ester.

– Sejam bem vindos. - taurino abriu a porta.

Todas as doze casas tinham dois quartos, sendo um deles uma suíte, com exceção de gêmeos em que os dois quartos eram suítes, sala de estar e jantar conjugados, um banheiro, cozinha e lavanderia/dispensa. A casa de Touro tinha a sala de estar bem ampla, a direita de quem entrava ficava um sofá de canto na cor marrom escuro. Havia muitas almofadas de estampas florais e de listras mesclando o marrom claro e escuro. Atrás muitos pufes da mesma cor do sofá. Pouco a frente uma mesinha retangular de centro com a tampa em madeira escura. Ao lado do sofá, encostado na parede, uma mesa de vidro baixa com vários porta-retratos e pequenos quadros com motivos brasileiros e gregos. Ao lado, uma estante de madeira com alguns livros, um aparelho de som e CD's. Separando a sala, da sala de jantar uma meia parede de vidro, lar de uma TV de plasma. No segundo cômodo uma mesa toda em madeira escura de seis lugares. Na parede dois quadros grandes um com a bandeira da Grécia e outro com a brasileira. O piso era de granito rajado bem claro e as paredes e o teto eram beges. O piso estava tão polido que refletia.

– Como faz para manter tudo isso limpo?

– Temos uma empregada que limpa aqui uma vez por semana. Outra que lava e passa também uma vez por semana. Comida e algumas limpezas nós é que fazemos.

– Incluindo o Shaka? - indagou Juliana.

– Inclusive.

– A sua casa é linda Deba. - disse Mabel.

– Obrigado. - sorriu. - bom fiquem a vontade. Se quiserem ligar a TV ou o som... a casa é de vocês. Vou tomar um banho.

Ele saiu deixando-os.

– Para casa de um homem é bem organizado. - disse Rodrigo.

– E bem bonita. - completou Isabel.

– Sua casa é bonita Mabel. - brincou Gabe.

– Pensou eu morando aqui?

– Vai morar muito bem. - disse Cris.

Sentaram nos sofás e nos pufes da sala, conversando coisas triviais para passar o tempo.

Faltava pouco para o meio dia, quando o taurino saiu do banho, indo para a cozinha, em seguida voltou para a sala.

– Sheila, pode fazer os brigadeiros?

– Claro. Mabel venha me ajudar. - disse dando uma piscadinha para a amiga.

– Só se for agora.

Enquanto Sheila fazia o doce, Mabel ajudava o taurino com a comida. A conversa foi em torno da culinária.

– Pronto. - Sheila colocou duas bandejas na geladeira e uma tigela. - nossa sobremesa.

– Nem sei como te agradecer, adoro brigadeiros.

– Sempre que você quiser eu faço.

– Eternamente agradecido.

Na sala...

Julia e Isabel, curiosas, foram olhar os cd's que o taurino tinha.

– Beatles... - Julia achou vários da banda. - Rolling Stones... U2...

– Gosto bem variado. Olha esse. - mostrou. - Skank.

– Clara Nunes? - Julia arqueou a sobrancelha.

– Gilberto Gil... oh.... - Isa arregalou os olhos. - olha esse aqui.

– Laços de Família? - Julia fitou. - Da novela??

– Novela? - Gabe aproximou. - ele tem esse cd?

– E não é só esse. - Isa tirava da estante. - vários.

– Aldebaran é noveleiro? - Juliana estava surpresa. - que coisa hein?

– Um cavaleiro de Atena noveleiro... - murmurou Fernando. - nada mais me surpreende.

Mabel, Sheila e Deba voltaram para a sala.

– Teremos brigadeiros para a sobremesa. - Sheila aproximou do grupo.

– Aldebaran você gosta de novelas? - indagou Marcela.

– Bom... gostava para ser mais exato. Na minha casa era só a minha mãe e eu. Meu pai morreu quando eu nasci. E ela precisava trabalhar para nos sustentar e por causa disso eu ficava só a noite com ela. Minha mãe sempre adorou novelas e então para ficar perto dela eu também assistia e acabei pegando gosto.

– Isso justifica isso. - Isa mostrou o cd "Laços de Família".

Aldebaran deu um sorriso triste.

– Minha mãe adorava essa novela e quando fui ao Brasil ela me deu de presente. Foi a última vez que vi minha mãe viva...

– Sinto muito Deba. - Mabel e os outros ficaram sentidos.

– A novela acabou em fevereiro, eu fui para o Brasil em marco de 2001. Ela morreu no mês seguinte. Foi tudo tão tumultuado. A morte dela, a invasão das doze casas pelos bronze.... Aí perdi a vontade de ver novela. Essa foi a última que assisti. Por isso gosto tanto desse CD.

Uma boa lembrança.– disse Ester.

– Ela adorava a faixa quatorze. "Mensagem de Amor" do Lucas Santtana. Passei a gostar também.

– Podemos ouvir?

– Claro.

Suellen colocou o cd... o som do violão começou preencher o ambiente... " Os Livros na estante já não têm mais tanta importância....Do muito que eu li,... Do pouco que eu sei, Nada me resta...A não ser a vontade de te encontrar....O motivo eu já nem sei... ...Nem que seja, só para estar ao seu lado,...Só pra ler, no seu rosto...Uma mensagem de Amor..."

Aldebaran cantava baixinho, mas o suficiente para Mabel, que estava do lado, escutar.

– "Que voz linda..."

O taurino tinha uma voz muito bonita e a medida que cantava a mente viajava... na sala todos estavam em silêncio.

A música acabou.

– Minha mãe cantava muito essa música.

– A letra é muito bonita. - disse Paula.

– É. - respirou fundo engolindo a emoção. - podem escutar a música que quiserem.

– Eu te ajudo. - Mabel tocou no braço dele.

– Obrigado.

Os dois sumiram no corredor.

– Ele ficou emocionado. - disse Cris.

– Tem como não gostar dele? - indagou Jules. - lindo, boa gente, educado, tem uma voz bonita e emotivo.

– A Mabel se deu muito bem. - disse Heluane.

Na cozinha...

Aldebaran estava de olho nas panelas sobre o fogão, enquanto Mabel lavava algumas vasilhas.

– Ainda tem parentes no Brasil?

– Só primos distantes. Meus pais eram filhos únicos, então...

– Sinto muito pela sua mãe. - o fitou.

– Tudo bem Bel, posso te chamar assim?

– Claro. " Bel, Mabel, El, Lebam... do que quiser." - sorriu.

– O que foi? - gostou do sorriso dela.

– Na-da, só estava pensando.

– E eu posso saber? - sorriu.

– Não é nada... só pensava em como sua mãe deve está orgulhosa de você. Se tornou um homem honrado.

– Ela vivia me falando isso. Desde pequeno ela me dizia que o meu destino seria grandioso.

– Ela acertou.

Os dois sorriram.

Na sala... colocaram para tocar Beatles. Ouviam o som, quando escutaram o som de vozes. De repente a porta abriu bruscamente.

– Oh de casa! - gritou Miro.

– Por que você não pode entrar de forma normal? - indagou Dohko tapando os ouvidos. - precisa gritar?

– Deba é surdo. - disse, correndo o olhar pela sala, onde as meninas estavam. Seu olhar parou na Marcela.

– Boa tarde a todos. - disse sorrindo e calmamente andava em direção a ela. - oi.

– Oi Miro. Senta aí. - ela praticamente empurrou Helu, para que Miro se sentasse.

– Caralho Mah.

– Ela não fez por mal. - Miro sorriu ironicamente.

Antes que Heluane dissesse algo, Sheila tampou a boca dela.

Mas não foi apenas Miro e Dohko que haviam chegado, todos os cavaleiros de ouro estavam ali, incluindo Marin e até mesmo Shaka. E por falar nele foi se sentar perto do Rodrigo e do Fernando. O baiano o fitava com admiração.

– Eu sou seu fã. - não conseguiu ficar calado. - pode tirar os meus sentidos, mas você é muito foda.

Shaka achou interessante.

– Acha mesmo?

– Muito. O que você fez na saga de Hades, não tem precedentes. Sou de Gêmeos, mas você ganhou o meu respeito. É verdade que o Asmita criou aquele rosário?

– Sim e também...

Os dois começaram a conversar, causando estranheza em Aioria e Kanon.

– Buda conversando com uma pessoa comum? - Aioria ficou surpreso. - ele não dá papo nem para nós.

– O garoto disse que é fã dele. Você sabe que o ego do Shaka é bem inflado. Então...

– Verdade.

Fernando escutava o papo de Rodrigo e Shaka em silêncio.

– Oi.

Ele virou-se assustando ao ver Marin.

– Oi Marin...

– Shaka deve está feliz. - disse baixinho. - arrumou alguém que se interessa pelas coisas dele.

– Pois é... - calou-se, tentando pensar em algo que pudesse conversar com ela. - seus pais ainda são vivos? - foi a única coisa que pensou.

– Não... só tenho o meu irmão.

– Ah... desculpe.

– Tudo bem. Como é o Brasil? Ricardo fala tanto...

– Pois então...

Fernando começou a falar do país para ela. Dohko foi logo alfinetar.

– Marin está numa conversa animada com ele.

– E? - indagou Aioria.

– Vai deixar?

– Não sou ciumento, além do mais não tenho motivos. Marin gosta de mim.

– Se acha...

Juliana estava sentada num canto, apenas observando o cavaleiro de Virgem conversando com o baiano. Dohko depois de tirar onda com Aioria aproximou.

– Oi.

– Oi. - respondeu em tom baixo.

– Você é oriental de qual país?

– Meus avós são do Japão.

– Sabe que o meu discípulo é japonês? Claro que sabe. - sorriu. - leu SS.

Juliana riu.

– É verdade que passou todos aquele anos, sentado perto da cachoeira?

– Aquele homem é doido! Eu protegia o lacre, mas não estava todo o tempo com a bunda pregada no chão.

Ela riu do modo como ele falou, mas alguém não achou muita graça. A atenção não estava apenas voltada para Rodrigo, Shaka mantinha parte dela em Juliana e não gostou de ver Dohko perto dela.

Aioria vendo a conversa de Marin, não quis interromper e teve a visão chamada por Gabe, que olhava os cd's do Touro.

– Não se esqueceu do meu desenho, não é? - aproximou.

– Oi Aioria. Esqueci não. Quando quiser só me falar.

O cavaleiro pegou uma almofada sentando ao lado dela.

– Sempre desenhou?

– Sim, mas ainda falta muito para me tornar uma boa desenhista.

– Que isso Gabe. Você desenha muito bem. Vou até por o meu desenho numa moldura.

– Não precisa exagerar. - disse abaixando o rosto.

– Não sou de desperdiçar elogios. - ergueu o rosto dela. - se digo que é boa, é porque é.

Gabe ficou vermelha pelo elogio e pelo toque.

– Não precisa ficar vermelha.

Ela corou ainda mais.

Ele começou a rir, mudando de assunto para não deixa-la mais sem graça.

Kanon aproximou de Heluane.

– Está mais calma agora? - deu um sorriso irônico.

– Nunca fui.

– Tenho que admitir que você é muito corajosa.

– Posso saber o por que?

– Ficar desafiando o Mask. Fica mexendo a onça com vara curta.

– Eu sou muito mais onça que ele.

– Não duvido...

O geminiano desviou o assunto, conversando outras coisas. Aiolos aproveitou que Kanon conversava com Helu, para aproximar-se de Sheila.

– Posso me sentar aqui?

– Claro. - ela que estava numa almofada, arredou um pouco.

– Deve achar loucura está no santuário.

– Muito. A ficha ainda não caiu. - fitou o rosto jovem. - quantos anos você tem?

– O certo era ter trinta e nove, mas por conta da minha morte e ter ido ao muro das lamentações os anos só passaram daquela época ate agora. Estou com vinte e seis.

– Que engraçado, você que era o irmão mais velho e agora...

– Estou adorando. - sorriu. - posso me vingar um pouco.

Ela sorriu.

– Como é sua vida no Brasil?

– Bom...

Começaram a conversar.

O canceriano com um sorriso nos lábios, aproximou de Julia, agachando diante dela.

– Ainda não sei porque tem um boneco meu.

– Não é por nada em especial. - mentiu.

– Vou fingir que acredito. - disse em italiano. (preguiça de usar o google tradutor)

– Mas é a verdade. - respondeu na mesma língua.

Mask arregalou os olhos.

– Sabe italiano?

– Sim.

– Isso torna as coisas bem mais interessantes. - sorriu.

Os dois continuaram a conversar na língua materna do canceriano.

Do outro lado da sala Kamus, Saga e Shura conversavam. O espanhol prestava atenção em Saga, quando percebeu que Mask conversava com Julia. Não que se importasse, mas os dois pareciam que tinham se dado bem, o que era raro, já que Mask tinha um temperamento difícil.

Kamus vez ou outra olhava para Isabel. Ela conversava com Paula, Cristiane, Suellen, Ester e Jules. Saga percebeu o olhar do aquariano.

– Vai ajuda-la com a pesquisa? - indagou.

– Sim. Tenho muitos livros sobre o assunto. E é prazeroso ajudar alguém que gosta de cultura.

– Entendi... - disse, pois a frase se aplicava a Miro.

Mabel apareceu na porta.

– Jules pode me ajudar a colocar a mesa?

– Claro. - ela levantou seguindo Mabel, mas antes sem deixar de olhar Dohko e Juliana conversando.

Kamus aproveitou a deixa indo até as meninas.

– Oi.

Oi. - disse Ester por todas.

– Isabel será que poderia me dar mais detalhes sobre sua pesquisa?

– Claro. - levantou. Os dois sentaram num canto da sala.

Ester, Paula, Su e Cris trocaram olhares.

– A conversa vai longe. - disse Paula.

A porta da sala abriu eram Mu e Shion. Mal entraram e Ester já sentira o aroma lavanda, sabendo perfeitamente de quem se tratava. Cumprimentaram todos, mas Mu foi direto para roda onde estava a carioca.

– Olá meninas. - sentou ao lado de Ester.

– Oi.

– Cadê o Aldebaran?

– Está terminando o almoço.

– Como funciona esse programa que usa? - queria mais detalhes.

É muito simples...

Ela começou a explicar. Paula, Su e Cris vendo que "sobravam" afastaram um pouco.

Shion que tinha se juntado a Saga e Shura, olhava para Paula.

– Shion não para de te olhar. - disse Cris falando bem baixo.

– Vamos lá conversar com eles. - disse a paraense.

– Nós? - indagou Su. - melhor não.

– Eles não mordem. - levantou. - vamos.

Não tendo alternativa as duas levantaram. Shion notou que Paula estava indo ao seu encontro.

– Olá rapazes. - disse.

Eles apenas acenaram. Cris e Su acenaram ficando quietas. Paula sentou-se ao lado de Shion, já que a maioria estava sentada em almofadas, enquanto Su perto de Shura e Cris perto do Saga.

– Deve ser uma rotina cansativa administrar o santuário. - comentou Paula querendo puxar assunto.

– Um pouco. São várias responsabilidades e ....

Começaram a conversar. Shura, Saga, Cris e Suellen estavam calados.

– É verdade que você tem uma estatua de Atena dentro de Capricórnio? - indagou Su, já que o silêncio entre os quatro era incomodo.

– Sim.

– E como ela é? A história dela. - perguntou de novo.

Saga deu um sorriso tímido olhando para Shura.

– Remonta de séculos atrás e...

Shura começou a explicar e Suellen ouvia atentamente. Cris também prestava atenção, mas queria mesmo era conversar com Saga, mas e a coragem? O geminiano a olhou e tocou no ombro dela, para ter atenção, sem atrapalhar a explanação do amigo.

– Foram em quais lugares, antes de entrarem no santuário.

– Tirando Athenas, o cabo Sounion e Delphos.

– E o que achou?

– Muito lindo, as...

Iniciaram uma conversa.

Miro que algum tempo conversava com Marcela, resolveu brincar um pouco.

– "Kanon." - chamou-o por cosmo, tendo o cuidado para que os outros cavaleiros não 'ouvissem'.

– "Diga".

– "Vamos brincar com as meninas?"

– "Como?"

–"Vê se elas sabem diferenciar você do Saga. Escolhemos algumas..."

– "De menos a Suellen."

– "Por que?" - não entendeu.

– "Por nada. Uma delas tem que ser a Cristiane."

– Por que?" - agora que não entendeu mesmo.

– "Quero ver a reação do meu irmão." - sorriu.

– "Ok. Mas faça cara séria."

Miro levantou.

– Um minuto da atenção dos senhores e das senhoritas.

– Lá vem... - murmurou Kamus.

– Só para testar os conhecimentos das meninas. Cris, Suellen e Paula poderiam ficar perto da Marcela?

As três se olharam sem entender, mas acataram.

– Agora quero que todas fechem os olhos.

– Miro... - disse Shaka.

– Não é nada de mais. Por favor.

As meninas ficaram sem entender, mas aceitaram. Todas fecharam os olhos. Kanon aproveitou e foi para perto do irmão. Para quem estava de frente para eles, Kanon era o da esquerda.

– O que vai fazer Kanon?

– Nada Saga, só fique quieto.

O outro gêmeo fechou a cara, não gostando nada. Kanon sempre fazia essa brincadeira quando eram crianças.

– Podem abrir. - pediu o escorpião depois de certificar que Saga e Kanon estavam lado a lado, parecendo que estavam de frente para um espelho.

Elas abriram, sem notar nada de diferente.

– Agora.... - olhou uma por uma. - Marcela, Juliana, Cris e Ester.

As quatro o fitaram.

– Digam quem é o Saga e quem é o Kanon.

Shion soltou um suspiro desanimado. Miro as vezes parecia ter dez anos! Já estava prestes a parar a brincadeira, quando Dohko o fitou ferino.

– "Não se mexa!" - disse por cosmo.

As quatro tornaram-se a se olhar.

– Eu não sei diferenciar. - disse Sheila a Julia que observava os gêmeos.

– Nem eu... - completou.

E era uma tarefa difícil mesmo. Os dois estavam vestidos iguaizinhos, praticamente na mesma posição, a claridade batia nos cabelos, deixando-os na mesma tonalidade e para dificultar ainda mais, Kanon imitava a expressão do irmão.

Saga estava disposto a parar a brincadeira, mas acabou cedendo para ver se Cristiane adivinhava. Empenhou-se tanto que parou na mesma posição de Kanon.

– Primeira a tentar Marcela.

A paulista olhou para os Gêmeos, tentando achar alguma diferença.

– Se não fosse pelo cosmo, eu não saberia. - disse Marin.

– Eu desisto. - disse Marcela. - Não sei quem é quem.

– Ester. - Miro a fitou.

A carioca voltou o olhar para os geminianos. Ficou por alguns segundos em silêncio.

Kanon está a esquerda.

Mu a fitou impressionado.

– Muito bem Ester. - disse Miro. - acertou.

– Como você sabe quem era o Kanon? - indagou Helu.

– Não fale agora Ester. - Miro interrompeu. - fechem os olhos, Juliana e Cris.

Fecharam. Rapidamente Kanon mudou de lado, ficando agora a direita.

– Podem abrir. Juliana por favor.

Ela olhou-os, não fazia ideia de quem era quem. Foi no chute.

– Saga é o da direita.

– Errou é o Kanon.

– É muito difícil, eles parecem espelho.

– Cris feche os olhos.

A mineira obedeceu. Eles contudo permaneceram nos mesmos lugares.

– Pode abrir.

– A Cris tem que acertar essa, afinal... - disse Gabe bem baixinho apenas para Marcela escutar.

A brasileira os encarou. Fisicamente era praticamente impossível dizer quem é quem.

Olhou nos olhos de cada um.

– Saga é o da esquerda.

Os geminianos ficaram surpresos.

– Acertou. - disse Miro.

– Agora conta, como sabia? - indagou Rodrigo.

– O olhar.

Ester concordava com a cabeça.

– Olhar? - Isa a fitou.

– Sim. Eles tem olhares diferentes. Kanon tem um olhar mais brincalhão, menos sério.

Mais do tipo sedutor. - completou Ester.

– Isso é mesmo. - concordou o próprio.

– E o Saga? - indagou Shaka curiosa para saber a resposta.

– O dele...

– O almoço está pronto. - gritou Deba da porta, interrompendo Cris.

– Já não era sem tempo. - Miro esqueceu da brincadeira indo para a mesa.

– Estou com fome também. - disse Sheila.

Foram para a mesa, deixando um geminiano curioso. Saga queria saber o que tinha o olhar dele.


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Notas finais do capítulo

Observações: Musica: "Mensagem de Amor" do Lucas Santtana
Problemas dos dourados será devidamente explicado daqui alguns capítulos.



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