A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 56
Inicio da batalha


Notas iniciais do capítulo

E que a guerra comece!

obs: o final do capitulo está sem formatação porque meu word deu problema.



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Gabrielle estava deitada em sua cama. Minutos antes começou a se sentir mal, porém não disse isso a Aioria. Apenas que precisava ir ao banheiro. O leonino percebeu a demora indo atrás. Olhou em todos os banheiros do primeiro andar e nada de encontra-la. Foi para o segundo fazendo o mesmo processo. Olhou nos quartos encontrando-a.

– Gabe?

A garota levou um susto.

– Algum problema? – sentou na cama.

– Não... só estou com sono. – mentiu. Na verdade estava com dor no peito.

– Também já está quase amanhecendo... – olhou pela janela. – descansa um pouco.

– É o que eu vou fazer. – deitou, ficaria quieta até a dor passar. – fica aqui comigo?

– Sim. - Notou a expressão dela. – tem certeza que não está sentindo nada?

– Só é sono. – deu um meio sorriso. – alguns minutos e estarei bem.

O grego acariciou as bochechas rosadas. Como gostava daquela garota.

– Me promete uma coisa?

– Depende... - Aioria e suas promessas...

– Quando tudo isso acabar, faz mais desenhos meus? – sorriu maroto.

– Faço. Quantos quiser.

– Vou cobrar. Agora descanse, eu tomo conta de você.

O.o.O.o.O

Hilda olhava o selo pela janela do cômodo onde estava encarcerada. Havia se passado uma hora e sem nenhuma noticia de Atena.

– “Será que Freya conseguiu?” – pensou.

Kalisha estava sentado numa cadeira apenas observando a sacerdotisa.

– Não deveria resistir. Será inútil. - colocou os pés sobre a mesa.

– Não posso entregar o mundo a Hell.

– Ninguém poderá fazer nada. Nem cavaleiros de Atena ou a própria deusa.

– Não deveria subestima-los. – o fitou. – eles não vão desistir.

– Serão mortos. – disse seco.

A norueguesa não rendeu mais assunto. Sua preocupação maior era rezar para que a segunda linha não surgisse.

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Mu estava sentado num dos cômodos do palácio. Não se mexia, nem falava, apenas com olhar fixo a frente. Ares entrou no recinto percebendo-o.

– Queria ver a cara de Atena ao vê-lo assim. – parou diante dele. Mu sequer o olhou. – completamente dominado.

– Aryeh tem um grande poder.

Ares não se mexeu, ficando ressabiado. Não tinha notado a presença da ruiva.

– É o que parece Erda. – disse simplesmente.

A guerreira estava no fundo da sala e lentamente veio até Ares parando bem próxima a ele. Os olhares fixaram diretamente já que tinham o mesmo tamanho.

– Pode ter convencido Hell de que quer a morte de Atena, mas eu não confio em você.

– Eu não lhe devo subordinação.

– Língua afiada.

– O que te leva a pensar que não sou confiável?

– Ser cavaleiro responde sua pergunta? – sorriu e sem se afastar.

– É um bom argumento, mas não o suficiente. Se me conhecesse saberia que a morte de Atena é o meu maior desejo.

– Então se tiver que matar esse daí, - apontou para Mu. – não vai se importar?

– Não. Mas não sou burro. Ele pode ser útil. Senhorita Erda, não está lidando com um amador.

– Eu sei que não.

Os dois olharam para a porta. Era Einlin. O Finlandês caminhou até Erda, passando o braço pelo ombro dela.

– Olha... – Ares sorriu cinicamente. – um casal.

– Não há casais entre vocês? – indagou Einlin, por ele matava aquele homem na hora.

– É o que mais tem. Aquele bando de trouxas vai morrer rapidamente por causa daquelas idiotas. Está aí um bom trunfo na manga. Usa-las. – fitou Erda. – não sou espião. Eu não ganharia nada ajudando Atena.

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Hell trazia o olhar tenso no selo. Uma hora tinha passado e nada da segunda linha surgir.

– Algum problema Hell? – indagou Aryeh.

Ela não respondeu, observando atentamente se a estrela estava girando.

– Ela parou... – murmurou.

– O que parou?

– O selo parou. – disse ríspida. – ele está parado!

Aryeh voltou a atenção para o alto, realmente tinha reparado que havia algo estranho no selo.

– Chame os demais, peça a Kalisha que traga Hilda. – elevou seu cosmo.

– Aonde vai?

– Conferir.

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Freya andava lentamente em direção ao templo de Odin por causa da nevasca. Trazia nas mãos os artefatos que Hilda lhe dera. Rezava para que funcionasse e que Atena voltasse em segurança.

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Usando seu poder, Hell teleportou-se para cima do selo. Ficou alguns segundos observando e chegou a conclusão que realmente o processo tinha parado. Voltou a superfície, onde seus guerreiros aguardavam mais Mu, Ares e Hilda.

– Aconteceu alguma coisa Hell? – Hilda trazia um sorriso bobo no rosto.

– Vadia. – esbofeteou o rosto alvo. – o selo está parado.

– Pensei que tinha tudo sobre controle. – mesmo com o tapa não parou de sorrir.

– Cretina... – afastou-se, pois a vontade era de mata-la. – o que deu errado? Juntei as cinco armas e fiz todo o processo.

– Talvez as armas não tenham poder suficiente. – disse Seren, recebendo um olhar mortal de Hell. – desculpe.

A deusa olhou para o selo. As armas, o encantamento, o lugar místico, tudo estava correto!

– Por ser a terra de Odin, pode haver algum impedimento. – disse Ares. Se Hell não tivesse sucesso, seus planos também falhariam.

– Não. Justamente o contrario. Por ser uma terra sagrada que o selo pode ser aberto. – olhou para Hilda. – qual o ponto mais sagrado de Asgard?

– Sinto informar mas está sobre ele. Esse pátio é o local mais sagrado.

– Droga. – Hell mirou a mão em algum ponto destruindo-o.

– Senhorita e se esse lugar não for místico o suficiente? – disse Kalisha.

– Claro que é. – Andrasta rebateu. – não diga asneiras.

Hell sequer ouviu as palavras do irlandês. O que Kalisha havia dito fazia sentido.

– O culto a Odin tem diminuído e esse local ao longo dos milênios foi perdendo sua importância.... – murmurou.

Hilda acompanhava o raciocínio de Hell, no fundo ela tinha razão, tanto que uma barreira poderosa nem era preciso. Mas se ali não era mais um local místico, onde seria?

– “Por Odin!” – pensou ficando em pânico. O olhar foi de Mu para Ares, eles trajavam suas sagradas armaduras. Só poderia...

A deusa percebeu o olhar assustado de Hilda para os cavaleiros. Segundos depois um grande sorriso se formou.

– O único lugar da Terra em atividade... – disse.

Hilda a fitou assustada.

– O único deus que ainda tem seu culto, sua proteção e seu local sagrado...

– Que lugar? – indagou Alfarr.

– O santuário de Atena.

Todos arregalaram os olhos, Ares era o mais surpreso. O selo só poderia ser aberto lá? Isso não era bom.

– Minha vitória será em cima da cabeça de Atena. – Hell gargalhou. – que comece a destruição!

Bateu com o tridente duas vezes no chão. Todos sumiram com exceção de Hilda.

– O santuário está sem proteção.... Atena onde você está...

O.o.O.o.O

Já havia passado cerca de uma hora que Atena estava no jardim. Restava-lhe um ultimo pedaço.

– É uma deusa nobre. – disse Idun. – sua preocupação com seus cavaleiros é impar.

– É o mínimo que posso fazer por eles. – comeu o ultimo pedaço. – pronto.

Idun apenas sorriu. Segundos depois Atena começou a sentir seu cosmo, mais e mais forte.

– Meu cosmo...

– Está preparada para guerra Atena. – disse Odin surgindo diante delas. – obrigada Idun.

– As ordens.

– Atena, parece que Hell moveu o selo para outro território e desconfio que seja no seu santuário.

– Lá?

– É o ultimo lugar realmente místico da terra. Leve a lança. – entregou o objeto no seu tamanho portátil. – quando for o momento certo lance-o, mas lembre-se você só tem uma chance.

– Sim.

– Escolha uma área descampada e eleve seu cosmo. Envio-o para o selo enquanto recita essas palavras: Hidan a sherim. Enquanto direcionar seu cosmo para o selo ele vai se mover lentamente.

– Qualquer pessoa pode lançar sua lança?

– Sim. Mas o principio é o mesmo, uma única vez.

– Entendi. – sorriu confiante. – em breve trarei sua lança. Tem a minha palavra.

– Eu sei.

– Obrigada Idun. – Atena a abraçou. – se um dia quiser me visitar será muito bem vinda, - voltou a atenção para Odin. – o convite se estende a você e Frigga.

– Agradeço. Agora vá.

– Tchau Atena!

Ela olhou para Idun, a deusa voltou a ser menina.

– Tchau. Cuide-se. – deu um beijinho na bochecha.

– Boa sorte Atena. – disse Odin.

O.o.O.o.O

A barreira em torno do santuário emitia pequenos sinais amarelos ao longo da sua extensão. Os dotados de cosmo podiam enxergar essa anomalia, desde o local onde existia Star Hill até os limites do santuário perto do templo de Hefesto. De repente a barreira parou de brilhar, voltando a ficar translucida, contudo uma bola avermelhada transpassou a barreira pousando no pátio do templo.

– Santuário de Atena...

No abrigo, Marin terminava de passar as instruções para os moradores quando um arrepio percorreu sua espinha.

– Por Atena... – murmurou ao sentir grandes concentrações de cosmo maligno.

– O que foi Marin? – indagou Nando.

– Eles voltaram.

Fernando arregalou os olhos.

No templo...

Shion ao sentir os cosmos correu até a varanda do seu quarto. A expressão de Aiolos ficou tensa. Shura acordou de repente. Dohko paralisou. Kamus levantou as pressas. Afrodite ficou pálido, assim como Miro e Aioria. Kanon correu para a sala do trono, assim como Shaka. Mask abriu a porta do banheiro correndo.

Aldebaran notou as expressões dos amigos.

– O que foi?

– A Hell está aqui. – disse Aiolos acabando de chegar.

Do lado de fora, Hell olhava para o templo de Atena. Se soubesse que aquele local serviria para abrir o selo, já tinha feito há muito tempo. O olhar voltou para a porta de entrada. Os cavaleiros saiam já com suas armaduras.

– O que faz aqui? – Aioria cerrou o punho.

– Onde está Atena?

– Em local seguro. – disse Shion, preocupado, pois além de Hell todos os seus guerreiros estavam lá.. – e...Mu?

Olharam para o ariano que estava ao lado de Ares. Ester sorriu, mas logo sumiu ao notar os olhos vermelhos dele.

– O que fizeram com o Mu? – indagou Mask.

– Nada demais. – disse a deusa. – apenas estou usando suas habilidades de lemuriano. – mostrou seu tridente. – está novo.

– Não temos o poder de consertar armas divinas. – disse Shion.

– Com as ferramentas certas sim. Não menospreze os poderes de sua raça Grande mestre.

Miro fitava com ódio para Ares, ele era o responsável por tudo!

– É uma pena que Atena não está aqui, pois vai perder a abertura do selo de Kaya.

– Abertura? – indagou Shaka.

– Sim. Infelizmente descobri um pouco tarde, que o único lugar que o selo pode ser aberto é aqui. O local mais místico da Terra. Sendo assim...

Hell elevou seu cosmo. No alto do céu acima do templo surgiu o desenho do selo, assim que se formou, notaram que pequenas bolas de energia dourada saiam do solo do santuário indo em direção ao selo. Quando ele recebeu certa quantidade, as figuras transformaram ficando com o desenho mais sofisticado. A primeira linha surgiu. A estrela começou a se mover. Os cavaleiros olhavam assustados para o céu, a quantidade de energia que desprendia daquele objeto era absurda.

– Em quatro horas o selo será aberto. – disse Hell satisfeita.

– Não se pudermos evitar.

Dohko elevou seu cosmo, contudo parou. Um som ensurdecedor partiu do selo, chamando a atenção de todos, inclusive de Hell. O selo começou a deslocar em direção onde, dias antes, havia a montanha Star Hill. A estrela parou exatamente em cima da antiga montanha. Brilhou intensamente.

Shion olhava aterrorizado para o local. Se o selo só abria em local místico, Star Hill era o local com maior concentração de energia divina, já que fazia contato direto com o Olimpo.

Após o brilho ele mudou de forma novamente e uma segunda linha apareceu.

– Isso é fantástico! – exclamou Hell. – quem diria que esse local era tão carregado? Não vai levar nem três horas!

Ares não estava gostando daquilo. Nos seus planos seu reinado começaria no santuário.

O selo voltou a brilhar e seu giro aumentou a velocidade.

– Mestre o que vamos fazer? – indagou Deba.

Shion não respondeu e aquilo deixou as meninas assustadas. Não estavam vendo nem sentindo nada, mas a julgar pelas expressões dos cavaleiros boa coisa não era.

Submundo...

Perséfone estava deitada num divã ao lado do marido descansando. Levaria mais alguns dias pra recuperar seu cosmo. Despertou ao sentir um aperto no peito.

– Perséfone. – a voz de Hades saiu baixa. – sentiu isso?

– Sim. – levantou. – que sensação horrível é essa?

– Sinto como se forças ocultas estivessem sendo despertadas.

– Será que é a Hell?

– Acredito que sim.

A deusa ficou temerosa, se fosse isso mesmo, Atena estava em desvantagem.

Tóquio...

Shun desligou o telefone. Havia tentado por ele e também por satélite, mas nada de conseguir comunicação com o santuário.

– Conseguiu? – indagou Ikki.

– Não. Shion disse que entraria em contato... está acontecendo alguma coisa no santuário.

– Vamos esperar mais um pouco, se não conseguirmos vamos para lá.

– Está bem, mas por enquanto não diga aos outros.

Noruega...

Freya quando viu o selo desaparecer do céu de Asgard correu para o palácio. Encontrou a irmã parada diante da estatua de Odin.

– Hilda!

– Freya. – abraçou.

– O que houve? Cadê a Hell? – olhou para os lados.

– Ela foi para o santuário. E Atena?

– Nada ainda, mas por que ela foi para lá?

– O selo só pode ser aberto lá. – a voz saiu fria.

– Por Odin... – murmurou assustada.

Região costeira de Athenas...

Sorento cuidava dos seus ferimentos quando sentiu um grande cosmo pairar pela cidade. Rapidamente foi até ao seu deus que olhava fixamente para a direção do santuário.

– Senhor Poseidon...

– Hell trouxe o selo para o santuário. – disse grave.

– Ela abriu? – indagou alarmado.

– Ainda não, mas falta pouco. Espero que Atena consiga para-la, do contrario o mundo será destruído.

– Não podemos fazer nada?

– Estamos sem cosmo.

Sorento pensou em Sheila. Ela estava no meio daquilo.

Santuário...

O clima entre os cavaleiros era assustador. O selo abrindo e Atena desaparecida. Se Hell perguntou por ela, de certo não tinha nada a ver com o sumiço dela.

– Mestre... – murmurou Shura.

Shion continuava com os fixos no selo, como poderia para-lo? Como?

– Não há nada que possam fazer. – disse Hell. – só aceitem o fim.

Ela elevou seu cosmo, expandindo-o em todas as direções. Sentiram um forte tremor vindo de trás do templo. Correram para olhar ficando assustados a verem a montanha se reintegrando. No topo ao invés do templo, surgiu o palácio de Hell.

– Que poder... – murmurou Kamus.

– Que Hellheim surja!

Ao bater com o tridente no chão, a aparência do templo de Atena mudou. A construção aos moldes gregos, tornou-se semelhante ao castelo Valhala em Asgard.

– O que está acontecendo... – Marcela agarrou o braço de Miro.

A estatua de Atena começou a trincar emitindo um barulho terrível. Em fração de segundos a estrutura de mármore foi ao chão.

O santuário começou a tremer, no abrigo as pessoas gritavam assustadas por causa do tremor e o medo de tudo desabar sobre elas.

– Aioria... – Gabe estava abraçada a ele. – tudo vai ser destruído...

– Eu não vou matar vocês. – disse Hell fitando o grupo. – ao contrário quero que vejam o que vai acontecer. Inclusive vocês. – olhou para as meninas e estralou os dedos. – quero que vejam como tudo será destruído.

Uma luz vermelha cobriu o corpo de Hell. As meninas ficaram pálidas, pois sentiam energias vinda dos cavaleiros e dos guerreiros. Era a mesma sensação da ultima batalha, contudo sentiam mais forte. E a sensação provinda do grupo da deusa era horrível. Cristiane olhou para Ares. A “energia” vinda dele estava mais pesada.

Isabel olhou para o céu. Não acreditava no que via.

– Meninas olhem!

Se estavam com medo, ficaram ainda mais ao verem o selo, aquilo era loucura.

– Como não fazem mais parte desse local... – murmurou Hell.

O temor dos cavaleiros aumentou ao verem a deusa usando sua armadura que era semelhante a de Atena porem nas cores vermelha e negra.

– Não pense que vamos entregar o santuário de mão beijada. – Kanon tomou a frente.

– Não seja burro Kanon. – disse Ares. – só apressará sua morte.

O marina cerrou o punho, Ares era um grande cretino.

– Desapareçam!

Os cavaleiros mais as meninas sumiram.

– Para onde os levou? – indagou Seren.

– Para os limites do santuário. – respondeu. – Ares, como parte do acordo, leve Mu e promova uma batalha. Quero ver até que ponto dura sua lealdade.

– Como quiser.

– Mu obedeça a Ares. – disse Aryeh.

– Sim.

– Andrasta traga o exercito de Nordor para cá. Instale-os nos arredores.

– Sim senhora.

– E Atena Hell? – Erda lembrou-se desse fato.

– Ela não tem mais o que fazer. Os demais venham comigo.

Arena dos aspirantes...

Rodrigo sentiu uma claridade nos olhos, voltou a atenção para leste, vendo o sol despontar no horizonte. Mas estranhamente o céu sobre o templo e Star Hill estavam escuros como se fosse noite.

– Você está bem?

Virou o rosto vendo Dohko.

– Onde estamos?

– Na arena dos aspirantes. – disse Shaka.

– Por que ela nos trouxe para cá? – indagou Heluane.

– Para brincar conosco. – disse Mask irritado. – e ainda nos separou.

– Maldita Hell! Maldito Ares! – gritou Miro. – eu juro que eu mato esse cara!

– Não é hora para isso Miro. – disse Dohko. – precisamos achar os outros e principalmente Atena. Só temos três horas antes do selo abrir completamente. Shaka pode detectar onde estão os outros?

O indiano elevou seu cosmo.

– Foram mandados para o outro lado, perto do templo de Hefesto.

– Então vamos para lá.

– Não vão a lugar algum.

Ares e Mu estavam a certa distancia deles.

– “Mu". – Ester tentou se comunicar, mas parecia que sua voz não chegava a ele.

Shion também tentou entrar na mente do pupilo, mas ela estava bloqueada.

– Você lançou o satã imperial nele?

– Não. – Ares cruzou os braços sobre o peito. – foi o Aryeh. Acho que é um pouco diferente do meu. Mu pode matar quantos quiser que não vai sair do efeito. – riu.

– Desgraçado. – Deba cerrou o punho.

– Mu pode começar a carnificina. Eu vou resolver outros assuntos.

O ariano caminhou até o meio. Os cavaleiros olharam entre si, lutar contra Mu?

– Pode deixar. – Deba começou a caminhar. – vou trazer meu amigo de volta.

– Mas Deba. – Bel reteve seu braço. – está sem armadura e é o Mu...

– Não se preocupe. – sorriu.

O ariano tomou posição, assim como Deba.

Templo de Hefesto...

Kanon sentiu um peso sobre si, era Suellen.

– Su, sai de cima de mim.

– Desculpe. – levantou. – onde estamos?

Sheila olhou ao redor, reconhecendo o local.

– Templo de Hefesto, o que sobrou dele...

Antes aquele local era repleto de vegetação, agora não passava de uma região descampada.

– Temos que ir para o templo. – disse Shura.

– Não vão sair daqui. – Ares surgiu diante deles. – tenho ordens para mata-los.

O.o.O.o.O

Hell tomou acento em seu trono, seu salão era enorme, mas não tinha teto e sim a vista para o centro do selo.

– Ares e Mu vão obedece-la? – indagou Einlin.

– Talvez. De qualquer forma que se matem entre eles. Não poderão fazer nada para impedir o selo. Vamos apenas observar.

O.o.O.o.O

Arena....

Deba encarava o amigo, deveria existir uma forma de trazê-lo de volta.

– Mu acorde.

O cavaleiro partiu para cima do brasileiro, que sem cosmo recebia os socos e chutes sem chance de revide.

– Desse jeito Mu vai mata-lo. – disse Mask.

– Deba... – Bel estava com coração na mão.

Apesar dos golpes o taurino levantou. Levantaria quantas vezes fosse preciso até trazer o amigo de volta. Ester assistia chorosa, Mu não era assassino tinha que ter um jeito de impedir. Deba avançou, mas muito mais lento, acabou levando mais golpes do ariano. Foi ao chão.

Quando Mu deu um passo parou, pois Ester entrou na frente de Ricardo.

– “Mu. Mu.” – por causa do feitiço de Hell todos a “escutavam”. – “pare, por favor.”

– Afaste-se Ester. – disse Deba. – ele não pode escuta-la.

– “Não.”

– Saia da frente garota se não quiser morrer. – a voz saiu metálica.

Ester derramou uma lagrima ao escutar aquela voz sem emoção.

– Saia da frente.

Usando seus poderes telecineticos Mu a jogou de lado.

– Ester! – exclamou Paula.

– Seu idiota. – Ricardo cerrou o punho, uma leve luz dourada brilhava. – você não é assim.

– Aldebaran... – Shaka estava surpreso, sentia o cosmo do amigo.

– Vou te trazer de volta. – ele não notava, mas seu cosmo brilhava em torno dele.

O ariano apenas tomou posição também elevando seu cosmo.

– Revolução Estelar.

– Deba! – Miro temeu o pior.

O ataque de Mu partiu em direção ao brasileiro. O impacto seria iminente, contudo, surpreendentemente a armadura de touro cobriu o corpo de Ricardo.

– Grande chifre!

Houve o choque de energia. As meninas, que agora podiam ver, cobriram os olhos por causa da claridade. Os ataques seguiam em pé de igualdade, mas subitamente a do Aldebaran desapareceu, assim como sua armadura. Se não fosse por Shaka teria sido atingido.

– Você está bem?

– Sim Shaka. Obrigado. Meu cosmo e armadura...

– Eu sei. – sorriu. – isso é uma boa noticia.

Mu desfez o ataque do taurino. O olhar percorreu o ambiente, parando em Ester. A brasileira fitava-o.

– “Mu.”

O ariano piscou algumas vezes, aquela rosto...

O.o.O.o.O

Ares trazia a expressão fechada. Hell ordenara a morte deles, mas eram seis cavaleiros contra um, lutaria em desvantagem.

– Ares.

Ele baixou o olhar. Cris o encarou. Os olhos estavam mais frios.

– Não perca tempo procurando pelo Saga. Hell o lacrou.

– Como? – indagou Kanon.

– Saga não existe mais Kanon. Seu irmão se foi para sempre. – voltou a atenção para a mineira. – ele se foi.

Cris ergueu a mão para tocar o rosto dele, mas Ares segurou seu pulso.

– Hell me ordenou que matasse a todos, posso começar por você.

– Solte-a Ares! – exclamou Kamus.

– Não pode ter se vendido a Hell. – ela disse. – é tudo um plano não é? Apenas para conquistar a confiança dela. Descobrir seus passos ou uma forma de para-la.

Ares ficou surpreso com as palavras. Como ela...

– Como você pode ser tão ingênua? Acredita que tudo isso é um plano? – gargalhou. – só se for um plano para acabar com Atena. – aproximou do rosto dela. – não estou conspirando a favor de Atena e sim ao meu favor. – os rostos ficaram bem próximos. “Seu ponto dourado...” lembrou-se das palavras de Hell. – desapareça da minha frente.

Sem dó, Ares a lançou, mas Afrodite a amparou a tempo.

– Cris. – Suellen aproximou.

– Ares seu canalha. – Aioria cerrou o punho.

– Vai querer lutar comigo?

– Eu serei seu adversário. – disse Shura.

– Shura... – Julia o fitou ressabiada. – vai lutar com ele?

– Sim.

– Aceito o desafio. – Ares caminhou até o meio. – em nome dos velhos tempos.

O.o.O.o.O

Aquele rosto... Quando Mu ia aproximar, levou as mãos a cabeça. A crise veio de repente. As pedras desprenderam do solo, passando a levitar em alta velocidade. Ester sabia que era o inicio de uma crise.

– “Shion! Crie uma barreira.”

O mestre não entendeu no principio, mas criou envolvendo a todos. Devido o lugar onde estava Ester ficou de fora.

– Ester! – gritaram Marcela e Jules.

– “Está tudo bem.”

– Temos que ajuda-la mestre. – disse Mask.

Shaka ensaiou um passo, mas sentiu um aperto no peito.

Apesar da ventania, Ester caminhava até o ariano. Tinha que para-lo antes que a crise piorasse. Sentindo muita dor, o ariano foi ao chão.

– Ai...

– “Mu.”

Ele ergueu o olhar deparando com a brasileira. Ester ajoelhou na sua frente. As pedras que apenas voavam começaram a desintegrar. O chão da arena rachou.

– “Mu, acorde.”

A resposta dele, mesmo com a dor, foi segurar o pescoço dela, pois em sua mente apenas ecoava a palavra matar.

– Shion! – Dohko o fitou.

Mu continuava a aplicar força e os olhos ficaram ainda mais vermelhos.

– Shion, ele vai mata-la. – Miro estava desesperado.

A atenção de todos foi para a barreira, ela começou a trincar.

– “Mu.”

O cosmo dele queimava ao redor, Ester via e sentia aquela energia dourada.

O cavaleiro sentiu uma fincada no cérebro e por isso soltou a brasileira.

– Como dói...

– “Mu.”

Ele ergueu o olhar. O cosmo sumiu, as pedras que voavam caíram.

– Ester... – murmurou antes de desmaiar.

Em Star Hill...

Aryeh voltou a atenção para a arena.

– “A sequela de Hades o libertou... – sorriu. – teve sorte.”

O.o.O.o.O

Odin acompanhou Atena até aos portões de Asgard. A deusa seguiu pela ponte arco-íris, chegando a sala de Heimdall.

– Encontrou o que procurava? – indagou o deus.

– Sim. – sorriu. – agora poderei salvar o mundo. Pode me levar de volta?

– Não para Asgard.

– Por quê?

– Pude sentir que o local foi assolado por forças malignas, concentrando um pouco mais minha visão, Hell levou o selo para outro local.

– Meu santuário... – murmurou preocupada. – consegue me levar até la?

– Eu não tenho acesso aos domínios gregos, mas consigo te deixar nas proximidades.

– Obrigada Heimdall.

– Boa sorte. Siga pela porta vermelha.

– Sim.

Atena caminhou até a porta. Respirando fundo a abriu, tudo que viu foi um clarão.

O.o.O.o.O

Shura encarava Ares, Kanon que o desculpasse, Cristiane que o desculpasse, mas mandaria aquele cara para o inferno. Contudo, mesmo com essa resolução, era Saga que estava na sua frente.

– Eu começo ou você? – indagou o grego.

O capricorniano levantou o braço esquerdo.

– Excalibur!

O ataque partiu em direção a Ares que nem se mexeu. Usando apenas uma mão rebateu o ataque.

– Você já foi mais forte Esdras.

Ares apareceu diante dele, deu soco no estomago e uma coronhada na cabeça. Shura caiu de joelhos e o geminiano pegou no braço direito dele.

– É esse seu braço defeituoso não é?

Julia ficou pálida, Ares não...

– Pare Ares! – gritou Aiolos.

– Parar? – sorriu. – só estou começando.

Ares ergueu de uma vez o braço de Shura arrancando um grito de dor dele. Depois o jogou.

– Shura!! – Julia correu até ele. – Shura...

– Afaste-se...

– Eu acho que vou matar os dois. – elevou seu cosmo.

– Pare Ares! – gritou Afrodite.

Isa, Suellen, Sheila e Cris estavam aterrorizadas.

– Pó de diamante!

Ares revidou o ataque e aproveitou para atacar, Kamus, Aiolos e Dite. Kanon assistia a tudo com ódio.

– Kamus! – Isa foi até ele.

– Dite. – Kanon o amparou.

– Aiolos. – Sheila aproximou.

– Ares pare, por favor. – disse Cris. – você não pode fazer isso...

Ele apenas a fitou de forma fria.

– Julia... – Shura respirava fundo. – fique perto das meninas, por favor.

– Mas...

– Eu vou terminar essa luta. – empurrou a brasileira, levantando.

– Eu que terminarei. – disse Ares elevando seu cosmo.

Perto da Arena...

Os cavaleiros que estavam ali viram uma torre de luz surgir nos céus.

– O que será isso? – indagou Jules.

– Sinto um cosmo... – murmurou Shion, que trazia Mu no colo.

As atenções foram para a outra entrada, sorrisos brotaram nos rostos ao verem a figura feminina. Rodrigo não se conteve, indo correndo até Atena.

– Graças a Deus. – a tomou nos braços enchendo-a de beijos. – quase me matou de preocupação.

– Desculpe. – a voz saiu firme.

Rodrigo a fitou, notando a expressão mais sóbria. Não era Saori e sim Atena.

– Desculpe. – pediu por causa da expressão de carinho na frente dos cavaleiros.

Ela não disse nada, apenas ficou nas pontas do pé e o beijou apaixonadamente.

– Desculpe ter saído sem avisar.

– Tudo bem. – disse surpreso pela atitude. – onde foi?

Não respondeu, passando a caminhar em direção aos seus cavaleiros.

– Shion.

– Atena. – fez uma leve reverencia.

Ela fitou Mu no colo, aproximou tocando a testa dele.

– Acorde.

Mu despertou.

– Atena..? – Shion o colocou no chão.

– “Mu.” – Ester aproximou. – “está bem?”

– Sim.

– Desculpe preocupa-los. – disse a todos.

– Sinto seu cosmo fortalecido Atena. – disse Shaka.

– Explicarei depois. Cadê os outros?

– Hell nos separou.

– Vamos procura-los.

Star Hill...

A expressão de Hell não se alterou por causa da aparição de Atena. Sabia que ela tinha usado o portal de Heimdall, mas não era algo a se preocupar.

– Ela nunca chegará até aqui.

Hefesto...

O cosmo que emanava de Ares era enorme, se ele lançasse um ataque contra Shura ele morreria. Aiolos cerrou o punho. Como poderia para-lo? Estava sem armadura!

– “Mas se eu não fizer nada ele vai nos matar.”

Shura olhava seriamente para Ares, se ele atacasse não teria chance.

– Atena ficará sem um cavaleiro. – o geminiano fechou o punho.

Aiolos sentia o aumento no cosmo de Ares e naquela distancia...

– “Droga!!! Se ao menos tivesse minha armadura... a única forma de para-lo é mata-lo...”

O sagitariano sentiu um aumento de energia na mão esquerda, quando abaixou o olhar arregalou-os, pois estava segurando o arco de Sagitário. Não teve duvidas. Aquilo era o sinal que deveria fazer o que fosse o bem de todos, mesmo que tivesse que carregar a culpa por ter matado Saga. Aiolos ergueu o arco e puxou uma flecha das costas, mesmo sem está com a armadura. Incrivelmente não sentia o peso do metal dourado.

– Pare Ares! – gritou Kanon.

Aiolos apontou a flecha para Ares. Todos estavam tão envolvidos na cena, que não perceberam isso. O geminiano caminhava lentamente em direção a Shura, estava disposto a mata-lo.

Do outro lado, o sagitariano mirava. Era uma decisão difícil, mas o santuário deveria vir em primeiro lugar. Não bastasse os problemas causados por Hell ainda tinha Ares. Cris fitava tudo agoniada. Se Ares matasse Shura todas as suas chances de trazer Saga de volta estariam perdida.

– Pare Ares!

Ele ouviu, mas ignorou. Aquela mulher já tinha atrapalhado o suficiente. Cerrando o punho começou a acumular seu cosmo. Shura estava parado, não sabia como ainda estava de pé, pois a dor no ombro era penosa, logo seria presa fácil. Julia não parava de chorar, seu espanhol seria morto.

– Adeus Shura... – o cosmo de Ares elevou-se ainda mais.

– Me perdoe Saga...- murmurou Aiolos, fechando os olhos e disparando a flecha.

Tudo foi muito rápido. Shura apenas sentiu algo passar ao seu lado e a expressão estática de Ares. O geminiano sentiu uma dor aguda no peito. Quando olhou viu uma flecha dourada.

Cristiane arregalou os olhos, assim como Kanon que ficou pálido. No local, o sentimento era de perplexidade. Aiolos tinha atirado contra Ares. Shura ficou perturbado.

– Sa-ga... – murmurou.

– Shura...

O geminiano sentiu as forças esvaírem, Shura o segurou.

– Saga.

– Seu grande idiota. – Ares sentiu o gosto de sangue na boca. Estava com ódio, pois estava morrendo sem realizar sua ambição e estava tão perto!

Aiolos desfez a postura, a flecha e o arco desapareceram.

– Aiolos seu maldito... só estava esperando o momento para se vingar...

– Eu não fiz por você Ares e sim por Saga. - disse.

– Maldito... - Fechou os olhos. Shura estava pálido, Saga estava morrendo.

– Saga!

– Saga! – Kanon aproximou sentindo o coração falhar, ao perceber o cosmo do irmão diminuindo. – meu irmão.

– Eu não sou seu irmão... Jamais... vou te perdoar...

– Aiolos!

Kanon partiu em cima do grego, dando-lhe vários socos.

– Assassino! Você matou o meu irmão!

O sagitariano recebia os socos sem reclamar, pois mesmo achando que tinha feito o correto, Saga estava morto e tinha sido por suas mãos.

– Assassino!

– Kanon! - Afrodite o puxou.

– Me solta Peixe! Eu vou mata-lo! Eu vou mata-lo!

Aiolos limpava o rosto do sangue, mas os olhos estavam fixos em Ares nos braços de Shura. Tinha matado Saga.... os olhos marejaram... Saga estava morto.

– Aiolos. - Sheila aproximou abraçando-o. – Aiolos. - o fitou.

– Eu... sou um assassino... eu matei meu amigo.... - dizia com o olhar vidrado no geminiano. - eu matei...

– Matou! - berrou Kanon ainda sendo contido por Gustavv. - matou seu desgraçado!

Isa que estava perto de Kamus o fitou ficando assustada. O cavaleiro estava branco.

– Kamus... - pegou na mão dele. - Kamus.

– Está... morto.... - murmurou baixinho.

Atena e os demais sentiram o cosmo de Ares aumentar e diminuir drasticamente. Quando chegaram ao local, os cavaleiros ficaram assustados. Shura segurava Ares que tinha uma flecha dourada no peito e aquela fecha pertencia a uma única pessoa.

– Aiolos... – murmurou Mask.

Atena parou a certa distancia. Pelo que viu, percebeu que Aiolos disparou, pois alguém estava no limite de morrer pelas mãos de Ares. Pela aproximação poderia ter sido Shura.

– Saga... - Shura estava pálido e completamente sem ação. Tentou retirar a flecha, que atravessara o corpo do geminiano, mas parou no meio quando ele gemeu de dor.

Cristiane andava lentamente, aquela flecha dourada transpassada pelo corpo de Saga...

– Saga! – a mineira ajoelhou ao lado dele. – Saga!

– Saga. - Kanon aproximou depois de se soltar do brasileiro. - Saga...

Aiolos chorava baixinho nos braços de Sheila. Carregaria essa culpa para sempre.

Rodrigo e Dohko trocaram olhares, pois tinham conversado sobre isso horas antes. Aiolos era quem carregaria a culpa. O espanhol travou diante dos fatos. Já podia ver a poça de sangue... não era possível que Saga...

– Saga... - Cris chorava. - Ares. - não conseguia olhar para a flecha. - Ares acorda.

O geminiano abriu os olhos fitando-a.

– Eu não me importo que você me odeie.... e que queira me matar... só não me deixe... de novo... por favor...- acompanhou tantas tentativas de morte de Saga, mas aquela... ele iria morrer. Sentia a “energia” dele diminuir.

O cavaleiro a fitava intensamente, quantas vezes viu aqueles olhos derramarem lágrimas por ele? Reunindo um pouco de forças, Ares ergueu o braço tocando o rosto dela. Atena observava atentamente a cena.

– Me desculpe por tudo.... - pediu com sinceridade.

– Não fale... vai piorar...

Os demais cavaleiros aproximaram com exceção de Kamus que continuava com o rosto pálido e Aiolos que chorava nos braços de Sheila.

Ares fez um gesto para que ela abaixasse mais o rosto.

– Eu sempre... me importei com você... - disse baixinho.

– Eu também... - deu um beijo nos lábios frios.

Ele começou a rir, mas foi interrompido por uma tosse.

– Ares...

– Vou voltar para Hades sem ter conseguido nada... - tossiu mais. - nem você eu consegui... - Fechou os olhos. - Aiolos eu te odeio por ter me tirado ela, odeio! Mil vezes te odeio... Te amaldiçoo-o por isso.

O grego ouvia a soluços.

– Eu... - não conseguia mais falar. - eu... – a fitou.

– Não fale... não se esforce... – segurou o rosto dele.

– Eu... – Ares ergueu um pouco o rosto beijando-a ternamente. No fim, gostava dela, como Saga sempre dissera. E por causa disso, para redimir de tudo que fez, queria dar-lhe ao menos um ultimo momento com Saga, faria isso por ela. – pode se despedir do Saga...- calou-se. - te liberto Saga...

A voz saiu num fiapo.... os olhos fecharam....

– Ares. - arregalou os olhos. - Ares. Ares!

– Saga! - Kanon o sacudiu. - Saga! Saga!!

Shura paralisou. Saga estava morto? Aiolos ficou estático, não sentia mais o cosmo dele...

– Saga... - a mineira depositou o rosto no abdômen começando a chorar. - Saga...

Atena saiu de onde estava caminhando até eles. Aproximou de Kanon, pedindo licença. Ajoelhou ao lado.

– Cristiane. - tocou nos ombros.

– Atena... ele...

Ela apenas sorriu de forma gentil, voltando a atenção para o geminiano. Saga ainda não estava morto, pois a flecha passara de raspão pelo coração, mas não deixava de ser grave e se não fizesse nada sua alma voltaria para Hades. Ela tocou a fronte dele com a mão direita e com a esquerda segurou a flecha. Poderia ter o curado logo quando recebeu a flecha, mas queria ver o comportamento Ares, só assim decidiria se teria uma nova chance ou não. E ele teve. No fim ele gostava da mineira, mesmo de maneira equivocada. Mas o principal motivo por ele merecer uma nova chance era por ter libertado a consciência de Saga. Ares abriu mão do controle da consciência pela mineira.

Atena elevou seu cosmo. A flecha aos poucos foi sumindo e o buraco fechou completamente. As cores voltaram para a face do geminiano.

Os que assistiam estavam perplexos.

– Saga. - chamou gentilmente. - Saga.

Os olhos abriram, ainda um pouco confusos.

– Saga? - Kanon aproximou.

– Kanon? - ele o fitou. - o que está acontecendo? Por que....

– Saga! - a brasileira o abraçou. - Saga...

– O que foi... - correspondeu ao gesto. - o que... - fitava a todos sem entender.

– Paciência, cavaleiro de Gêmeos, - Atena levantou. - suas lembranças voltaram aos poucos.

A deusa foi até Shura, tocando em seu ombro direito. O cavaleiro sentiu um alivio imediato.

– Obrigado Atena.

Saga fitou o espanhol, realmente agora começava a se lembrar do que tinha feito a ele. Havia sido desumano.

– Shura... eu sinto muito. – a voz saiu baixa. – me perdoe.

– Tudo bem Saga. – Shura sorriu. – é bom tê-lo de volta.

– Saga. – Aiolos o chamou. – eu que peço desculpas.

– Você fez o certo Aiolos. – disse. – não te desculparia se não tivesse me parado. E parabéns, parece que aos poucos seu corpo está aceitando a armadura.

– Com o Deba também aconteceu. – disse Aioria. – em breve vocês dois poderão lutar em pé de igualdade.

O clima amenizou entre eles e Atena estava feliz por isso.

– Atena onde esteve? – indagou Isabel.

– Perdão por ter saído sem avisar. No meu desespero recebi a visita de Afrodite e... – calou-se, era melhor não mencionar a visita de Ananké. – e ela me deu a ideia de procurar Odin.

– O deus de Asgard?

– Sim. Com a ajuda de Hilda fui para Asgard mitológica. Lá encontrei com Odin e ele me deu a solução para acabar com a Hell. Através disso. – a deusa apertou o objeto que trazia nas mãos, ele se transformou na lança. – essa é a lança de Odin. Ela é capaz de mata-la, mas temos só uma chance de lançamento.

– E quanto ao selo? – indagou Shion. – Hell disse que em três horas ele será aberto.

– Odin também me ensinou um encantamento capaz de retardar o selo por oito ou nove horas.

– O cosmo da senhorita está normal. – disse Afrodite.

– Eu comi uma das maças da eternidade de Idun. Isso fortaleceu meu cosmo para que eu possa retardar o selo.

Tanto os cavaleiros quanto as meninas sorriram, finalmente uma esperança de vitória.

– Então tudo que temos que fazer é espetar isso no coração daquela vadia. – disse Mask. – eu vou fazer isso com muito gosto.

– Temos um problema. – Aioria tomou a palavra.

– Que problema? – Miro o fitou.

Aioria apontou com a cabeça para as meninas. Os outros cavaleiros se deram conta.

– Para aquele alojamento eu não volto mais! – exclamou Sheila.

– Nem eu. – disse Helu. – eu prefiro seguir com o Giovanni.

– Ficou louca? – o italiano a fitou.

Atena silenciou-se, como faria com as meninas.

Star Hill...

– Eu sabia que aquele homem não era confiável. – disse Alfarr.

– No fim ele foi fraco. – disse Aryeh. – e estupido.

Hell não ouvia a conversa, estava com os pensamentos voltados para o selo. Mesmo com poucas chances Atena ainda poderia atrapalha-la.

– Andrasta ainda não voltou?

– Não senhora. – disse Einlin. – deseja que eu faça alguma coisa?

A deusa levantou.

– Esses cavaleiros podem me atrapalhar um pouco.

– Posso elimina-los agora mesmo. – Seren deu um passo.

– Espere Andrasta voltar. Também quero ver qual será o passo de Atena.

Abrigo...

Marin andava de um lado para o outro. Não estava aguentando ficar ali. Os cavaleiros talvez precisassem da ajuda dela e ela ali, confinada.

– Calma Marin.

– Não dá Nando. Primeiro esse forte tremor e agora esse silencio. Está acontecendo alguma coisa.

– Mas é melhor você ficar aqui.

– Sinto muito para as ordens de Shion. – caminhou para a porta.

– Vai nos deixar senhorita Marin? – indagou um dos moradores.

– Eu preciso saber o que está acontecendo. Se dentro de duas horas eu não voltar, vocês já sabem o que fazer.

– Sabemos.

– Fernando ficará com vocês.

– De jeito nenhum. Eu vou com você.

Hefesto...

Atena fitou o templo pouco a frente. Era a única coisa que ainda estava de pé.

– Elas ficaram no templo.

Jules ia retrucar, quando o selo emitiu um som. Todos os olhares dirigiram-se para cima e com receio viram surgir à terceira linha.

– Não temos tempo. – Atena caminhou para o ponto mais alto do local. – creio que não temos mais as oito horas para conter o selo. Pegue Shion, - entregou a ele a lança em tamanho reduzido. – só tem uma chance.

– Entendido.

Atena elevou seu cosmo.

Hidan a sherim.. – murmurou.

Seu cosmo foi se transformando em pequenas bolinhas douradas que subiam em direção ao selo, quando o cosmo dela tocou-o, ele parou de brilhar e girar. Minutos depois voltou ao normal, mas girando lentamente.

Shion voltou a atenção para o Relógio de Fogo, acendendo-o através do seu poder. As meninas ficaram impressionadas.

– Caralho... – murmurou Marcela.

– Marquei sete horas, é o tempo que teremos para chegar até Star Hill. – o relógio estava aceso de Aries a Libra.

– Subiremos menos que isso. – disse Kanon.

– Como se Hell fosse permitir. – observou Kamus.

Star Hill...

Hell que fitava o selo levantou imediatamente.

– Maldito Odin!

– O que aconteceu Hell? – indagou Erda.

– Aquele idiota ensinou algum encantamento para Atena. Ela está retardando a abertura do selo.

– Vou mata-la imediatamente. – disse Aryeh.

No exato momento que Aryeh estava partindo, Andrasta apareceu.

– O exercito de Nordor está nas imediações do santuário.

A deusa sorriu.

– Ótimo! Vamos deixar Atena gastar seu cosmo, será em vão mesmo, enquanto isso seus cavaleiros vão morrendo pelo caminho. Levante-se meio reino!

Hell bateu seu tridente no solo. O santuário foi novamente sacudido. Em Hefesto, eles sentiram o tremor.

– O que está havendo? – indagou Mabel.

– Olhem! – Juliana apontou para as doze casas.

A transformação começou de cima para baixo. As casas de Peixes e Aquário sumiram dando lugar a um pequeno palácio branco, parecendo muito com o palácio Valhala. Em seguida, as casas de Capricórnio e Sagitário também desapareceram e no lugar surgiu um castelo em moldes semelhante aos castelos da terra medieval.

As alterações passaram para as casas de Escorpião e Libra que foram varridas, em seu lugar apareceu um palácio como o de Hell porem em tamanho menor. Virgem e Leão também não escaparam dando lugar a um palácio feito de gelo. Câncer e Gêmeos transformaram-se num grande castelo negro circundado por um rio de fogo. As casas de Touro e Aries desapareceram virando um palácio negro cercado por torres altas. Na entrada da antiga casa de Aries surgiu um grande portal, com dizeres em Runa antigo.

– Acho que vamos gastar as horas. – disse Deba fitando a estrutura.

– Atena!

– Marin. – Dite ficou feliz por vê-la bem.

– O que está acontecendo?

– Hell. – disse Shion, analisando a situação. Se Hell construiu aquilo não está nos planos dela descer e matar Atena. – “Ela deve está querendo que Atena gaste seu cosmo dela” Aldebaran, Marin e eu ficaremos para tomar conta de Atena e das meninas. Os demais sigam. – Shion entregou a lança para Shaka. – boa sorte.

– Obrigado.

– Conto com vocês para que possamos trazer a paz novamente. – disse a deusa envolta nas bolinhas douradas.

– Tem a nossa palavra Atena. – disse Dohko por todos.

As meninas estavam ressabiadas, seus dourados estavam indo para a guerra, guerra essa que poderia ser fatal.

– Sem despedidas, pois não vou morrer. – disse Miro tomando a frente.

– Pode deixar. - disse Aldebaran. - eu tomo conta delas.
– E o que estão fazendo aqui ainda? - indagou Aiolos. - já para dentro. - disse em tom divertido.
O clima ameno foi interrompido pelo som de trombetas. Voltaram a atenção para a Arena dourada, ficando temerosos. Um exército composto por criaturas estranhas marchavam na direção deles.
– Eu juro que mato essa vadia... - murmurou Kanon.
– Giovanni e Miro vocês conseguem? - indagou Shion.
– Não só conseguimos como ainda vamos alcançá-los. - disse Miro. - não se preocupem. Vão.
Ouviram uma explosão, Hefesto havia recebido um ataque indo pelos ares. Não havia mais lugar para as meninas se abrigarem.
Shaka fitou o exercito, era muito grande e por mais forte que os dois fossem eles lutariam apreensivos como medo de algo acontecer as meninas, já que Deba, Shion e Marin cuidariam de Atena.
– Ju. - chamou baixinho.
– Esta com medo?
– Um pouco... por que?
– Vem comigo.
– Co-mo???
– Eu vou te proteger e ficarei mais seguro tendo você na minha vista.
– Eu não vou atrapalhar?
– O melhor seria você fora do santuário como não e possível... confia em mim?
– Confio.
– Shion, a Juliana vai comigo.
O grande mestre o fitou frio.
– De jeito nenhum. Não será uma simples batalha Shaka.
– Com ela será do mesmo jeito. Miro e Mask não poderão lutar ao máximo.
Atena escutava em silencio. De certa forma o indiano tinha razão. De todo jeito permanecendo em Hefesto ou seguindo com ele Juliana corria risco.
As meninas concordavam com os argumentos de Shaka, em qualquer lugar estava perigoso, pelo menos poderiam seguir com seus dourados.
Os cavaleiros olharam entre si. A situação estava muito ruim.
– Cola em mim. - disse Dohko a Jules. - seja minha sombra.
– Esta bem.

Em Star Hill, Hell sorria. Se Atena queria uma guerra ela teria uma guerra.

– Meus guerreiros, - os sete ajoelharam diante dela. – Kalisha você ficara responsável pelo Nidavellir.

– Sim.

– Alfarr seu mundo será o Muspheiheim.

Ele acenou com a cabeça.

– Erda ficara com Niflheim.

– Sim senhora.

– Seren, ficara com Hellheim.

– Será uma honra.

– Andrasta, seu mundo será Midgard.

– Sim.

– Alfheim, será seu mundo Einlin.

Ele acenou.

– Aryeh, tomará conta de Vanaheim.

– Sim.

– Não se preocupe Hell, - disse Kalisha colocando o elmo de sua armadura. – eles nem chegarão a Muspheiheim.

– Não seja desmancha prazer. – disse Einlin. – eu também quero lutar. Vamos ver até onde eles chegam.

– Façam como quiserem. Vão.

Os guerreiros sumiram. Hell voltou a atenção para o selo.

– Seus esforços serão em vão Atena.


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