A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 52
Embates


Notas iniciais do capítulo

Todos os cavaleiros de ouro tem um grande poder, porém alguns destacam dos outros em questão de força e poder. Fiz algumas pesquisas de opiniões sobre a força dos golds e pedi para meus amigos fazerem uma classificação de força ( isso ficará claro nas lutas entre eles e os guerreiros de Hell) A lista foi pragmática ( por isso pedi a meninos (irmãos e primos que acompanham a série desde sempre), pois não vão olhar a beleza dos golds rsrs. Eis a classificação de poder, sendo o número um o mais forte. 1- Shaka / 2- Saga/Kanon ( Kanon ligeiramente inferior ao irmão) / 3-Dohko / 4- Aiolos / 5 - Kamus e Shion / 6 - Mu, Aldebaran e Afrodite / 7 - Shura e Mask / 8 - Miro, Aioria
Os guerreiros de Hell também tem uma classificação que será dita no decorrer dos capítulos.



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Poseidon e Sorento estavam a portas fechadas no escritório de Shion. Os dois conversavam sobre quais seriam as ações que Atena tomaria.

– Acha que a senhorita Hilda vai encontrar algo? - indagou Sorento.

– Ela é a única que pode nos ajudar.

– E o que Atena fará?

Poseidon ficou em silêncio pensando por alguns segundos.

– Logo teremos a localização da arma e do palácio de Hell. Provavelmente Atena, mandará alguns cavaleiros atrás da arma e outros ao palácio. Pelo menos era o que eu faria quando tivesse a informação.

– Então temos uma chance de reverter o quadro?

– Talvez Sorento. Tivemos sorte por algo passar despercebido...

– O que? - o marina franziu a sobrancelha. O que seria?

– Megas Depranon... - murmurou.

Sorento arregalou os olhos. Sabia que a arma de Chronos estava escondida no santuário.

– Isso é grave...

– Muito.

Disse o deus, que tomou uma postura defensiva de repente. Levantou indo até a janela.

– O que foi, senhor?

– Uma sensação de ser observado... deve ter sido apenas impressão.

O.o.O.o.O

Andrasta entrou de maneira soberba no castelo de Hell. Um grande sorriso estava estampado no rosto e já imaginava as inúmeras glorias que receberia. Ele seria elevado de nível e chefiaria os outros seis guerreiros. Aqueles "lixos" como ele mesmo dizia, ficariam por toda eternidade sobre as ordens dele e faria de Erda sua concubina.

Os demais guerreiros estavam espalhados pelo castelo e não quiseram sair de onde estavam para "recepcionar" o guerreiro da Inanição. Era notório que nenhum deles tinha simpatia por Andrasta. Apenas o toleravam por conta de Hell.

A deusa estava no salão principal com os olhos fixos no pentagrama. Seria questão de tempo a energia do selo ser rompida e transportada para Asgard. As energias de Atena, Poseidon, Hades e Perséfone tinham sido de suma importância e anotou mentalmente para agradecê-los por isso.

– Senhora. - Andrasta abriu a porta de repente tamanha afobação para contar as boas novas.

– Por que essa pressa Andrasta? - indagou sem olha-lo.

– Trago boas novas senhora. - sorriu. - onde estão os outros? - queria contar na frente deles, para mostrar o quanto ele era superior.

Hell apenas sorriu. Andrasta era orgulho puro. Ela elevou seu cosmo convocando a todos. Em segundos estavam a sua presença.

– Nos chamou senhora? - Erda ajoelhou.

– Parece que Andrasta tem algo a nos dizer. Fale.

Os outros guerreiros o fitaram com desdém.

– Descobri algo que poderá acelerar o processo da liberação da energia.

– E o que seria? - Kalisha ironizou.

– No santuário, embaixo da estátua de Atena se encontra escondida a Megas Depranon. A arma divina de Chronos. - queria gargalhar.

Hell o fitou imediatamente.

– Espero que saiba da gravidade do que me conta. Não gostaria de saber que estou sendo lograda.

– Não está senhora. Sei que desobedeci a suas ordens de sair daqui, mas quis investigar por conta própria. Escutei da boca do próprio Poseidon que está refugiado no santuário.

– Isso é ótimo... - murmurou, os lábios vermelhos curvaram num grande sorriso.

– Somado a isso senhora... - ele seria premiado. - creio que descobri quais serão os próximos passos de Atena.

– Quais?

– Ela solicitou a Hilda de Polaris informações sobre a senhora. Atena pensa em mandar um grupo atrás de sua arma e outro grupo será enviado para cá, assim que tiverem as informações.

– Aqui? - indagou Einlin.

– Sim. - sorriu cinicamente. - não creio que seja um ataque surpresa, eles não tem poder para isso, mas talvez pensam que possam impedi-la de alguma forma.

– Eles são burros. - disse Kalisha.

– Tudo que me disse é muito importante Andrasta. - olhou para o pentagrama. - Atena quer nos fazer uma visita, pois então seremos os melhores anfitriões.

– O que pensa em fazer Hell? - indagou Seren.

– Nada. - respondeu Erda. - eles não vão descobrir sobre isso.

– Vão Erda. - disse Hell. - Hilda é a representante de Odin, poderá achar algo nos escritos antigos. Será apenas questão de tempo. Andrasta quero que lidere um grupo para ir ao santuário. Eu quero essa arma imediatamente.

O guerreiro sorriu.

– Kalisha e Aryeh seguirão com você. - olhou para os dois. - Estão sobre as ordens dele e não quero falhas. Outra coisa, quero Atena viva.

– Sim senhora. - Kalisha respondeu com os dentes cerrados, já Aryeh não parecia se importar.

– Seren vá com eles, mas seu objetivo é o grupo que irá atrás da minha arma, os demais aqui para recepciona-los.

– Algo mais senhora?

– Não Alfarr, isso é tudo. - olhou para Andrasta. - parabéns. Como sempre se mostrando um excelente guerreiro.

– Faço tudo pela senhora. - fez uma leve mesura.

Kalisha revirou os olhos.

O.o.O.o.O

Hilda soltou um suspiro desanimado. O livro trazia apenas informações gerais sobre a vida dos Asgardianos. Nada que pudesse indicar algo mais concreto sobre Hell.

Freya que tinha deixado a irmã, olhava as prateleiras.

– Não tem nada nesse livro Freya. - disse alto para ela escutar.

– Deve existir algum, Hilda. - respondeu. - tem que existir um.

– Sem essas informações Atena fica em desvantagem. - murmurou.

Freya continuava a procura. Aquela biblioteca era muito antiga e ela própria não tinha conhecimento de todos os livros que ali existiam. Foram separados adequadamente, mas sempre existia a possibilidade de algum passar despercebido. E foi o que achou quando viu um livro pequeno em meio aos outros de tamanho superior. Pegou a escada, já que ele estava na ultima prateleira. Ainda no alto, abriu na primeira pagina. Não conseguiu ler, apenas distinguir algumas letras e...

Hilda estava sem esperanças de conseguir algo quando...

– Hilda! Hilda! - Freya surgiu correndo. - achei!

– O que?

– Veja. - entregou-lhe um livro.

Hilda abriu a primeira página arregalando os olhos.

– Traga um mapa da Europa.

Freya atendeu rapidamente abrindo o objeto sobre a mesa.

– Eu não consegui traduzir, mas li a palavra Hellheim.

– Ele conta como Nilfheim se transformou nos domínios de Hell.

A representante de Odin começou a ler avidamente, contando com a ajuda do dicionário.

– Quando Odin sentenciou Hell, a entrada principal de seu reino ficava ao sul daqui.

– Tão perto? - indagou surpresa.

– Esse lugar era a morada de Odin na Terra, Freya. Talvez ele quisesse ficar de olho nela.

– Mas pelo que sei essa passagem foi fechada.

– Hell deve ter criado outra. Veja. - Hilda apontou para as letras. - aqui diz que Odin espalhou o tridente dela nas terras ao sul do mar Báltico.

Freya consultou o mapa.

– Temos a Alemanha e Polônia.

– Anote isso.

A leitura continuou, descobrindo mais lugares onde as partes do tridente poderiam ter sido jogados.

– É uma área muito grande Hilda. Atena não tem tempo de vasculhar tudo.

– Nem precisa. - sorriu. - consegue comparar essa imagem do livro com o mapa? Vê esse rio?

– Sim...

– Partes do tridente foram jogadas perto do rio Stupia* na Polônia.

Freya abriu um grande sorriso. Finalmente uma luz.

– Atena pode concentrar sua atenção nesse local.

– Sim. Agora precisamos descobrir a outra entrada para Hellheim. - Hilda passou para as páginas seguintes. Nelas contavam sobre a luta de Hell contra Odin. - não diz muita coisa...

– Posso tentar?

– Claro. - a irmã mais velha entregou-lhe o livro e o dicionário.

A loira começou a ler, analisando atentamente cada palavra.

– O que é Loren e Ruten?

– Foram os lugares onde Hell e Odin ergueram suas fortalezas. Por quê?

– Diz aqui, ... o pai de todos baniu a descendente dos gigantes na terra de Loren...

– Foi onde aconteceu a ultima luta. Odin deve ter derrotado-a na sua própria fortaleza...

As duas olharam entre si. Freya passou as paginas depressa, aquele lugar deveria ter um mapa e tinha.

– As terras de Loren. - disse Hilda. - Hell dava suas ordens de uma ilha? - estranhou.

– Pelo desenho parece um lago.... - Freya analisou. - esse lago deve ser muito grande a ponto de ter porções de terra.

– Hell deve ter usado isso como proteção. Mas onde ficaria esse lago?

– E se traçarmos uma linha aqui. - Freya isolou todo o norte europeu. - naquela época já existia o acordo não existia?

– Sim...partindo da ideia que Odin não se afastaria de Asgard... - Hilda debruçou sobre o mapa. - sobrou Noruega, Suécia e Finlândia. Pesquisa na internet mapas hídricos.

A loira não perdeu tempo e enquanto fazia isso, Hilda voltou a atenção para o livro para ver se descobria mais algum detalhe.

– Hilda todos esses países tem esse tipo de ilha.

Ela não respondeu, a atenção estava completamente voltada para um trecho que tentava traduzir.

... rodeado de água, ao centro do mundo... isso não bate... - murmurou. - centro do mundo?

– Me deixe ver.

Hilda mostrou a irmã.

– Acho que não é o mundo Hilda, rodeado de água, ao centro da ilha.

– Não faz sentindo... ilha dentro de uma ilha?

– Quer ver os mapas?

Freya lhe passou. Hilda olhava atentamente os mapas. Fixou o olhar em seu país. Se Odin tinha ali como morada, era bem provável que Hell também teria.

A loira pegou novamente o livro, notando que uma página estava grudada. Com muito cuidado puxou. Os olhos azuis arregalaram.

– Hilda...

A mais velha a fitou. Freya mostrou a página do livro. Havia outro mapa com uma porção de terra desenhada. A esquerda de quem lia via-se sobre uma poção de terra o símbolo de Hell, a direita a de Odin. As terras do deus eram banhadas por água. Hilda colocou o livro ao lado do mapa. Naquela posição...

– Suécia... - as duas disseram ao mesmo. - rodeado de água, ao centro da ilha.

– A ilha fala sobre a península.

– O lago mais central da Suécia vai ser o Storsfon**. Ele tem ilhas. E representa melhor a geografia do livro.

As duas trocaram um sorriso. Era em Storsfon a outra entrada de Hellheim.

O.o.O.o.O

Cerca de duas horas depois da comunicação com Hilda, os cavaleiros resolveram voltar para o templo para aguardar um novo pronunciamento. Reuniram-se novamente na sala do trono, inclusive os brasileiros, Poseidon e Sorento. O olhar frio de Aiolos para o marina não mudou, nem a expressão carrancuda de Kanon, que se manteve longe da pernambucana.

O telefonema não tardou e com as informações trazidas por Hilda, ficaram um pouco mais esperançosos.

– Estamos as suas ordens Atena. - disse Shaka ajoelhando. Os demais cavaleiros acompanharam o movimento do indiano.

– Obrigada. - disse emocionada. A lealdade e confiança de seus santos não tinham limites.

Para a surpresa de todos Ares surgiu no salão. Ele caminhou até o grupo, mas não ajoelhou permanecendo de pé. Atena o fitou. Não estava entendo a atitude do cavaleiro. Saga estava como Ares e como tal não receberia ordens. O que ele estava fazendo ali?

– "Será que Saga recuperou um pouco o controle?" - pensou. - " mas não sinto o cosmo gentil dele... de certo Ares está tramando algo, mas o que?" - aquilo não encaixava. - " será por causa da Cristiane?" - era uma hipótese. - "não... acho que não."

Poseidon também estava intrigado.

– O que vai decidir Atena?

A voz dele a tirou de seus pensamentos. Os cavaleiros estavam em silêncio e no intimo com inveja de Ares. O cosmo de Saga/Ares continuava intacto e bastante poderoso o que era imprescindível para a batalha. O único que poderia fazer frente era Shaka.

– Três equipes. - disse sem pensar muito no interesse de Ares. - Shion, Dohko, Aiolos, Aldebaran e Kanon ficarão encarregados de encontrar qualquer parte da arma de Hell e...

– Eu irei atrás de Hell. - disse Ares.

– Atena que dará a ordem. - Aioria o fitou ferino.

– Fica na sua leãozinho. - sorriu com desdém. - quer um novelo para brincar?

– Ora seu... - cerrou o punho.

– Aioria. - Aiolos segurou o braço dele. - contenha-se.

– Não sou obrigado a ouvir! O que está fazendo aqui?! - levantou. - Não é um cavaleiro de Atena!

– Vai me tirar daqui? - indagou sem desfazer a postura cínica.

– Nem que seja arrastado!

– Aioria! - a voz de Atena o silenciou. - não é hora para isso.

– Mas Atena...

– Por favor...

Ele obedeceu, voltando a apoiar em um dos joelhos. Atena suspirou aliviada, não tinha hora pior para uma briga entre eles. Ponderou sobre o pedido de Ares. Era um risco manda-lo diretamente ao inimigo, mas precisava confiar na sua intuição.

– Está bem Ares.

A resposta dela pegou todos de surpresa.

– Irá com Mu, Afrodite, Shura e Miro. Não quero lutas, apenas que descubram o ponto fraco de Hell, deve existir um. Kamus e Marin levem as meninas para o abrigo, os demais ficam aqui no templo. Hilda estará esperando em Asgard. Dispensados e boa sorte.

– Faremos de tudo para dete-la Atena. - disse Dohko, tentando esquecer a dor de cabeça que sentia.

– Não se esforcem, por favor.

– Isso é uma piada. - comentou Ares. - quem diria que os cavaleiros de ouro estariam numa situação como essa. Vão precisar de sorte mesmo.

– Ares... - murmurou Miro.

– Estou dizendo alguma mentira?

Ficaram em silêncio, pois no fundo Ares tinha razão.

– Está. - disse Juliana surpreendendo a todos. - apesar de todos os problemas ainda continuam sendo os cavaleiros de ouro. Parem de achar que não tem capacidade, pois vocês têm.

– Concordo com a Ju. - disse Paula.

Todos os brasileiros concordaram.

– Eu tenho certeza que vão conseguir. - disse Gabe sorrindo para Aioria.

Sorriram, precisavam ouvir aquilo para ganhar animo diante de um problema tão grande. Lutariam ao máximo para corresponder as expectativas de Atena e delas. Ares ficou em silêncio. Saga internamente sorria.

Atena permitiu despedidas rápidas, elas seriam menos dolorosas. A situação tinha piorado e agora talvez estaria empurrando-os para a morte.

Kanon aproximou de Suellen.

– Mantenha-se longe de Poseidon.

– Por quê? Alias por que ficou bravo?

– Nada. - virou o rosto. - só fique longe dele.

– Está bem Kanon. - desistiu de entender. Kanon as vezes pegava as loucuras de Saga.

Fora dos limites do santuário quatro pessoas observavam a barreira.

– Então é esse o santuário de Atena... - murmurou Kalisha.

– A estátua fica atrás do templo principal.

– Eu sei disso Seren. - disse Andrasta. - vamos espera-los partir. Estão ao meu comando.

– Como quiser. - responde Aryeh.

Andrasta o fitou frio, odiava aquela postura dele.

Na porta do templo, Shion e Mu tomaram posições já que os levariam até Asgard.

– Boa sorte. - disse Atena. - tenham cuidado. - estava angustiada.

– Voltaremos o mais rápido possível Atena. - disse Shion. - tome conta de tudo Shaka.

– Pode deixar.

Segundos depois os dez desapareceram.

– Peguem alguns pertences, - Atena olhou para o grupo. - Kamus os levará agora.

O.o.O.o.O

Sentiram o vento frio de Asgard. Aldebaran e Aiolos com roupas casuais quase não sentiram a temperatura. Os lemurianos os havia teleportados para o pátio do castelo de Hilda.

– Boa noite cavaleiros. - Hilda os recepcionou, o olhar perspicaz parou em Shura.

– Me lembre de contar isso para a Julia. - Miro disse baixinho ao sagitariano.

– Está com as localizações? - Shion adiantou-se.

– Sim. - mostrou a eles um mapa. - Hell usa um tridente e o que consta nos registros é que partes dele foram jogadas, as margens do rio Stupia na Polônia.

– Não é um lugar de mitos nórdicos. - observou Dite.

– Acredito que Odin fez de propósito, para dificultar a busca. - respondeu. - a outra entrada de Hellheim fica ilha de Verkon no lago de Storsfon na Suécia.

– Na minha terra? - Dite ficou surpreso. - eu conheço esse lago, na verdade a cidade que é banhada por ele. Ostersund. Já realizei uma missão nesse local.

– A de acabar com alguns opositores do santuário. - disse Ares, até então em silêncio. - cumpriu muito bem seu dever. - sorriu.

– Não estamos mais na frente de Atena... - o cosmo de Miro elevou-se. - vai engolir cada insulto.

– Vai deixa-lo ferir o corpo de seu irmão Kanon? - o fitou "pasmo".

– Cala a boca Ares. - disse frio.

– Eu pensei que a Cristiane fosse sua amiga. - olhou para Miro. - como vai explicar que matou o Saga.

– Eu vou matar você!

– Miro. - Dohko o segurou. - é isso que ele quer.

– Fique em silêncio Ares. - disse Shion.

– E quem vai me fazer calar? - gargalhou. - você?

Alguns cosmos começaram a elevar. Não tolerariam os insultos de Ares. Aiolos aproximou parando na frente do geminiano. O olhou fixamente.

– O que foi? - Ares não gostou da forma como o grego o encarava.

– Não se esqueça que está no meio de nove cavaleiros. Kanon não se importaria se o detivéssemos e a Cris acharia até bom. Com você nocauteado seria fácil trazer Saga de volta.

Ares engoliu a seco, não retrucou. Os demais ficaram surpresos com a postura austera de Aiolos.

– Ainda vai fazer algum comentário?

– Não.

– Muito bem. - virando-se para a jovem. - senhorita Hilda os mapas.

O.o.O.o.O

Arredores do santuário...

– Vá Seren. - disse Andrasta.

O guerreiro da Vagareza sumiu.

– Quem pegará a Megas será eu. Vocês podem brincar com os outros.

Os três sumiram.

No templo, Poseidon despediu-se de Atena, achava melhor voltar para sua casa. Kamus e Marin conduziram os brasileiros para o abrigo. Atena, Mask, Shaka e Aioria permaneceram no salão do trono.

– Estou pensando em fortalecer a barreira. - Atena olhou para o céu.

– Pode contar comigo Atena. - disse Shaka.

– Obrigada.

– Eu vou fazer uma ronda. - Mask colocou o elmo da sua armadura. - ficarei mais tranquilo.

– Faça perto dos alojamentos e arena eu farei no lago e na vila. - disse Aioria.

– Tudo bem. É uma boa...

A frase perdeu-se. Quando sentiram as duas presenças já estavam no salão. Shaka e Aioria cercaram a deusa.

– Como são atrevidos. - Mask tomou a dianteira.

– Boa noite Atena. - Andrasta se fez presente. - nossa visita será rápida.

A deusa tentou sentir a energia de Hell, mas parecia que ela não estava com eles.

– Se não se importar vim buscar as Megas Depranon.

– COMO?! - exclamaram todos.

– Será de grande ajuda a minha senhora. - sorriu. - Aryeh faça seu serviço. - disse com desdém.

Andrasta sumiu.

– Eu juro que acabo com você.

Mask saiu correndo em direção a estátua de Atena.

– Droga. - Aioria cerrou o punho. - tem mais de vocês?

– Creio que Kalisha foi atrás de um de seus cavaleiros Atena.

Ficaram sem entender, até que...

– O abrigo! - a deusa e Aioria exclamaram assustados.

Shaka trazia o olhar em Aryeh. Não sentia muito bem o cosmo dele, mas sabia que ele era bem forte, muito forte.

– Quem é você? - indagou.

– Sou Aryeh, o guerreiro do Atraso. – Aryeh tinha por volta de um metro e noventa. Seus cabelos desciam longos e brancos. Os olhos eram amarelados. Tinha porte, imponência e expressão calma. Sua armadura toda negra lembrava a de Kagaho de Benu. - Não tenho a pretensão de matar Atena, a não ser que ela atrapalhe os planos de Hell. Então Atena não faça nada. - disse calmo, olhando a sua tatuagem no pulso direito.

– Eu serei seu adversário. - Aioria elevou seu cosmo. - Relâmpago de Plasma!

– Não Aioria! - Shaka tentou detê-lo, mas em vão.

O ataque de Aioria partiu em direção a Aryeh, mas antes de acerta-lo bateu em algo.

– Como? - não acreditava. Sua energia tinha parado por algo.

– Seu nível de poder não chega nem perto do de Kalisha... - murmurou incrédulo. - desapareça.

Tudo foi muito rápido, quando Aioria percebeu a energia negra estava rente a ele. Foi acertado com uma força destruidora gigantesca. Tamanho poder que o solo tremeu. O leonino foi lançado contra uma parede, batendo em seguida no chão. Estava com inúmeros ferimentos sérios e inconsciente. Não demorou muito para uma poça de sangue surgir.

– Aioria! - Atena correu até ele. - Aioria... - os olhos marejaram ao vê-lo ensanguentado.

Shaka voltou a atenção para Aryeh. A batalha seria dura.

Milênios atrás

Território da atual Islândia

Olhava as terras gélidas sem sentimentalismo. Apesar de ter crescido naquela ilha e ter passado momentos felizes, a vida não passava de um ciclo. E agora era conduzido as terras de Loren, palco da grande batalha entre Hell e Odin.

A viagem foi longa e difícil. E não bastasse os vários dias em alto mar, ainda enfrentaria mais uma semana até chegar a Loren.

Aryeh fazia parte no novo contingente de soldados para alimentar o exercito de Hell. Na qualidade de guerreiro do nível mais baixo, sua tenda ficava fora grupo principal, juntamente com outros homens pertencentes a sua "classe", marcados por uma tatuagem tribal no pulso direito.

Meses antes...

Aryeh era o caçula e o único homem de sete irmãos. Vindo de uma família muito pobre, desde cedo aprendera a trabalhar para sustentar as irmãs e a mãe viúva. Nunca reclamou, pois sentia-se responsável por elas, pedido feito a ele pelo pai no seu leito de morte. A medida que o tempo passava o fardo se tornava mais leve, pois suas irmãs contraiam casamento. No fim era apenas ele e a mãe. Vez ou outra Aryeh era convocado a participar do grupo militar da sua vila. Não gostava muito, apesar de ser extramente habilidoso com qualquer arma. Sua vida seguia tranquila, até a guerra chegar a aquela ilha longínqua. Sua vila foi dizimada e com isso sua família acabou. Por ter sobrevivido foi feito escravo e enviado para o fronte de batalha em Loren.

Dias atuais...

Desde que chegara a Loren participara de inúmeras batalhas, sempre vencia os inimigos por conta da sua habilidade, mas evitava mostrar aos outros. Resignava-se a fazer apenas o seu serviço. E depois de um dia de batalhas resolveu se banhar num rio próximo. Achava que estava sozinho, mas havia mais alguém. Uma mulher. Pelas roupas distintas julgou ser alguma nobre. Do local de observação, viu dois homens aproximarem de forma sorrateira. Não pensou duas vezes...

Hell havia notado os dois homens, mas ficou surpresa ao ver um terceiro, parado a sua frente empunhando uma espada.

– Afastem-se. - disse Aryeh aos dois homens.

– Vai enfrentar nós dois, garoto? - indagou um deles.

– Senhorita, é melhor correr. - Aryeh olhou para a "jovem."

– Eu não preciso de proteção. - seu cosmo já elevava. - Eu sou...

Ela não terminou a frase, pois Aryeh partira para cima dos homens e com uma destreza incrível derrubara um deles.

– Patife! - gritou o outro. - vai se arrepender.

Hell que observava tudo impressionada lançou algo ao homem, queria testar. De forma instantânea, ele adquirira uma grande força. Mesmo assim Aryeh não teve dificuldades.

– A senhorita está bem? Onde está a sua escolta?

– Qual o seu nome? - jamais tinha visto um humano assim. Ele daria um excelente subordinado.

– Aryeh. - ele a fitou diretamente. Era tão pálida que parecia não ter sangue. Os cabelos prateados desciam soltos e os olhos azuis claros emitiam uma luz hipnotizante. - Aryeh. - repetiu desconcertado.

– Vá ao castelo hoje a noite. Hell irá recompensa-lo.

– Não há necessidade...

– Não desdenhe de uma recompensa de Hell. Diga apenas seu nome e as portas serão abertas.

Hell afastou-se sem da-lo chance de resposta. Durante o restante da tarde e principio da noite, o jovem ficou pensando se deveria ou não. Poderia ser uma armadilha e acabar morto, por outro lado, queria conhecer a deusa gigante...

Decidiu ir e como a moça havia lhe falado não teve dificuldades em entrar no castelo e ser conduzido a sala do trono.

– Então é você. - Andrasta estava ao lado do trono, olhando de forma desdenhosa. - não passa de um escravo. - fitou a tatuagem.

Aryeh não disse nada.

– Não sei o que ela viu em você. - retirou a espada. - lute comigo.

Ele só teve tempo de pegar uma espada na parede para aparar o ataque de Andrasta. O irlandês viera com tudo e tinha a intenção de mata-lo, mas Aryeh era excelente em combate e conseguiu desarmar Andrasta. Ele bufou de ódio e estava disposto a mata-lo pela afronta se Hell não tivesse chegado.

– Não é assim que se recebe um convidado.

– Perdoe-me senhora.

Aryeh guardou a espada antes de voltar a atenção para a voz. Ficou surpreso ao ver a mesma mulher do rio. Ela sentou-se no trono.

– Seja bem vindo Aryeh.

A resposta dele foi ajoelhar em sinal de respeito. Era um escravo.

– Não há necessidade e a partir de hoje é um homem livre. - usando seu poder sumiu com a tatuagem.

– Obri-gado.

– Não esperava aquela atitude no rio.

– Era o certo a se fazer. - sabia que podia ser punido, mas não conseguia retirar o olhar dela. - espero que esteja bem.

– Estou. Eu daria conta daqueles dois.

– A senhora aprendeu o uso das armas?

Andrasta soltou uma gargalhada.

– Ela não precisa de armas, seu estúpido! Está diante da...

– Andrasta. - disse interrompendo-o.

Ele calou-se.

– A guerra está se agravando. Wotan está mais organizado. - Hell levantou, descendo as escadas. - e preciso dos humanos unidos sob um líder forte e honrado.

– O que pensa em fazer senhora? - indagou Andrasta, querendo entender o que ela queria dizer. Aryeh escutara os "humanos" achando curioso a fala dela.

– Preciso de humanos leais, que comandem o meu exercito.

– Vai criar uma classe especial? - o irlandês tentava conter o sorriso. Será que Hell...

– Sim. Meus generais que serão subordinados apenas a mim. - voltou a atenção para Aryeh. - vi suas habilidades e nada mais justo que compensar seu ato com um cargo. Será um general de Hell.

Aryeh arregalou os olhos, assim como Andrasta. E ele? Meses de servidão, para outro idiota ganhar um cargo de destaque?!

– De onde é?

– Islândia senhora.

– Pois então será o general da Islândia. Todos os homens naquele território ou no mar estarão sobre suas ordens.

– E eu?? - Andrasta não aguentou.

– Será igualmente um general da suas terras. Terá a mesma influencia que Aryeh.

Andrasta sorriu. Finalmente conquistara um cargo de poder, contudo sua felicidade não estava completa. Teria que dividir o poder com um escravo!

– Senhora. - aproximou de Hell. - acha prudente dar tanto poder a um escravo? - disse baixinho.

– Acho. Aryeh provou seu valor ao me encontrar no rio. Ele tem todas as qualificações para ser meu general, assim como você. Espero que ensine-o tudo sobre o meu exercito mortal.

– Sim senhora. - respondeu tentando esconder a insatisfação.

– Senhora... - Aryeh deu dois passos. - eu não posso oferecer muita coisa a deusa Hell. Sou um simples...

– Diga, ela pode contar com sua lealdade?

– Devo a você a minha liberdade, por isso tem minha eterna gratidão e ela pode contar com a minha lealdade se assim desejar. Aceito ter novamente a minha marca de escravo por Hell.

– Eu desejo. Aproxime-se.

Aryeh não entendeu, mas aproximou.

– Aceito sua lealdade. - tocou no pulso fazendo parecer uma tatuagem, mas não era aos moldes das tatuagens dos escravos e a letra "H". Seja bem vindo ao meu castelo Aryeh. Eu sou a Hell.

Ficou surpreso com a revelação e se sem saber que ela era a Hell já lhe dedicava gratidão. Com o passar do tempo esse sentimento só aumentou. A lealdade de Aryeh era inquestionável. Assim como o sentimento que nutria por ela. E por causa disso foi o primeiro a morrer na batalha final, ao proteger sua deusa da lamina afiada de Odin.

O.o.O.o.O

Mask correu a tempo de pegar Andrasta próximo a estátua.

– Nem um passo! - gritou.

– Acha mesmo que pode me deter? O grande guerreiro da Inanição.

– Como se eu me importasse com isso. - sorriu. - para mim não passa de um bosta. - Não entendia porque Shion havia perdido para ele, nem sentia sem cosmo. - Muito atrevimento invadir o santuário.

– Atrevimento ou força? - deu um sorriso sarcástico. - estive aqui por duas vezes e nem notaram.

– Do que está falando?

– Como acha que eu descobri a falha na barreira? E sobre a Megas? São muito ingênuos por acharem que estão protegidos. Essa barreira pode funcionar para vocês defensores dos deuses gregos, mas é completamente inútil para nós nórdicos.

– Então você é o responsável por tudo?

– Sim. Só cometi o erro de incendiar aquele local.

Mask ficou pálido. Ele se referia ao alojamento? Nas investigações que Atena solicitou nada havia apontado uma causa para o incêndio.

– Então foi você...

– Um descuido.

– Seu canalha! - o sangue ferveu. - ela quase morreu!

Mask partiu para cima de Andrasta. O guerreiro simplesmente desviada sem esforço algum.

– É esse o nível da elite de Atena? Patético.

Andrasta agachou dando um soco de esquerda na boca do estomago de Mask, em seguida deu outro soco no queixo e para completar girou o corpo dando lhe um chute. O cavaleiro voou longe, batendo com força no chão.

– Inseto.

O.o.O.o.O

Shaka não aproximou do leonino, mas ao julgar pela preocupação de Atena, seu estado era grave.

– Atena tome conte de Aioria. - disse caminhando para o meio do salão. - não posso permitir que atinja seu objetivo.

– Não esperava outra posição de um cavaleiro de Atena.

Shaka elevou seu cosmo, imediatamente o cenário mudou, estavam no salão de Virgem. Aryeh pouco se importou. Nem com a posição de meditação que o indiano adotou.

– Vocês guerreiros de Hell são divididos em níveis?

– Temos uma escala. Kalisha é o último da lista. Assim como os cavaleiros de bronze são os últimos da sua escala.

– Então Kalisha é como um cavaleiro de bronze? - precisava de todas as informações possíveis.

– Não. Seu poder é equiparado a um cavaleiro de ouro de nível mais baixo. Eu sei que entre os doze a níveis diferentes de poder.

– Está certo. - analisava o cosmo dele. Não parecia ser tão grande, mas as aparências enganam. Pelo que soube dos companheiros, os guerreiros de Hell tinham a capacidade de camuflar o cosmo, escondendo o real poder. - espero que com você possa usar meu poder ao máximo.

– Certamente Shaka. Não vamos perder mais tempo.

Aryeh elevou seu cosmo, no seu punho direito formou-se uma considerável bola de energia negra. O cosmo do guerreiro preencheu todo o ambiente. Num movimento simples o ataque partiu em direção a Shaka.

– Kahn!

A barreira protetora circundou o corpo do indiano parando o ataque de Aryeh, contudo a energia negra não esmoreceu. Ao contrário ele despejou ainda mais poder. O impacto das energias fez a ilusão de Shaka balançar. Atena que tomava conta de Aioria ficou impressionada.

O choque das duas energias fazia o décimo terceiro templo tremer. Aryeh despejou mais cosmo.

– "Ele tem muito poder..." - pensou Shaka. - Ohm!

O cosmo de Shaka expandiu rapidamente, acertando Aryeh.

– Muito bom. - elevou seu cosmo criando uma barreira, semelhante a de Shaka.

Novamente houve o choque de energias sacudindo a morada de Atena. Shaka não perdeu tempo.

– Rendição Divina!

– O que....? - murmurou ao ver abrir debaixo do cavaleiro uma flor de lótus.

O ataque de Shaka partiu em direção a ele. O local brilhou intensamente.

O.o.O.o.O

Os brasileiros ficaram surpresos com o abrigo. Encravado na montanha parecia bem protegidos.

– É aqui que vamos ficar? – indagou Isa, já imaginando o que poderia esperar daquele local fechado...

– Sim Isabel. – a voz saiu mais fria que o normal. – e sem questionamentos.

A paulista arqueou a sobrancelha.

– Eu tomo conta dela. – disse Helu querendo amenizar a situação. – não se preocupe.

– Obrigado. – agradeceu.

– Vamos meninas. – Marin abriu a porta.

Tudo seguiria na mais absoluta ordem, até a amazona e Kamus começarem a sentir um poderoso cosmo.

– Marin! – gritou o francês.

– Entrem rápido!

As meninas, sem entender, entraram correndo.

– O que foi Marin? – indagou o mineiro.

– Um inimigo.

– Como? – Rodrigo olhou para os lados.

– Entrem!

A amazona os empurrou, fechando a porta.

– Marin o que está acontecendo? – Isa ficou preocupada. – por que o Kamus ficou lá fora?

– O inimigo está aqui.

Todos olharam entre si. Alguns moradores que estavam por ali ficaram com medo.

Do lado de fora Kamus trazia o olhar fixo numa área da floresta. O cosmo provinha daquele local.

– Apareça.

Kalisha surgiu diante do francês.

– Quem é você? - indagou.

– Sou Kalisha, guerreiro da Fome. E você?

– Kamus de Aquário.

– Parece que tem pessoas refugiadas ali. – apontou.

– Não se atreva.

– Isso significa que terei que te derrotar.

– Justamente.

– Então...

Kalisha partiu para cima de Kamus, desferindo socos e chutes. O cavaleiro defendia.

– Você é forte. – disse o garoto. – vamos ver se é rápido.

Quando Kamus percebeu, sentiu o soco de Kalisha na sua face. Virou-se rapidamente para revidar, mas socou o ar.

– Atrás.

O aquariano levou um soco nas costas, Kamus tentou revidar, mas levou outro no estomago.

– “Droga.” – limpou a boca. – “eu não consigo vê-lo.”

– Eu vou parar de brincar com o tempo e lutar a sério.

Kamus virou-se, Kalisha estava do outro lado.

– Me mostre o seu poder.

O guerreiro da fome elevou seu cosmo, assim como Kamus, o ar frio começou a se espalhar pelo local. Ele aproveitou para congelar a porta, impedindo que Kalisha entrasse, ou Marin resolvesse sair. Dentro do alojamento, Isa olhava para a porta com apreensão. Estava tão preocupada com o namorado que nem se lembrou de que estava confinada. Ficou ainda mais ressabiada quando viu a porta congelar.

– Marin... – fitou a amazona.

Ela não respondeu, o rosto estava tenso. Podia sentir as duas cosmos energias explodirem a qualquer momento.

– Fala Marin! – insistiu a paulista.

– Nós temos que fazer alguma coisa. – Sheila estava aflita.

– Mas o que podemos fazer? – indagou Gabe.

– Chamar alguém. – disse Paula.

– Não podemos ficar aqui. – disse Julia.

– Eu que não vou ficar aqui. – Isa ensaiou um passo...

– Não se mexam! – gritou Marin.

Ficaram assustados com o tom de voz.

– Não vão sair daqui e eu não estou de brincadeira. – os fitou. – será que ainda não perceberam a gravidade da situação? Estão no santuário de Atena, não num parque.

– Só estamos tentando ajudar Marin. – disse Fernando.

– Então faça tudo que nós mandamos, se é para ficarem aqui, fiquem. Estão numa guerra. Eu posso mata-los em segundos, o guerreiro que está lá fora, instantaneamente.

Desculpe Marin, nós só apenas...

– Só lembrem que estão numa guerra, podem morrer e nem perceber isso. – voltou a atenção para a porta.

Os brasileiros ficarem em silêncio e ficaram com medo ao escutarem um forte estrondo vindo da porta.

Minutos antes...

Kalisha e Kamus estavam medindo poderes. O guerreiro da Fome percebeu que o poder do cavaleiro de Atena era superior ao seu, mas não se intimidou ao contrário aquilo foi um estimulo. O francês sabia que era mais forte que Kalisha, mas como um velho de guerra, não poderia subestimar o inimigo. Prova disso que foi acertado inúmeras vezes por ele sem perceber de onde vinha o ataque. Somado a isso seu problema de visão. Se perdesse sua lente era um ponto a favor do inimigo.

– Um ataque único? – sugeriu o garoto.

Kamus concordou. Os dois ataques partiram de encontro um com outro, batendo de frente. Kamus levava vantagem.

– Stillestand.... – murmurou o guerreiro.

Os cristais de gelo começaram a parar, como se estivessem sendo transformados em estátua. Toda a extensão do ataque de Kamus paralisou.

– Como...?

Nem teve tempo de questionar, foi em segundos. Quando percebeu o ataque de Kalisha estava sobre si. Ele foi lançado contra a porta que emitiu um estrondo.

– O que foi isso...? – Juliana ficou com medo.

A porta fez outro barulho, entretanto, barulho de que estava sendo aberta. Os moradores e os brasileiros recuaram. Marin passou a frente de todos.

– Olá. - disse Kalisha.

Milênios atrás

Território ao norte da atual Suécia

A noite tinha caído nas terras gélidas de Loren. Os poucos que se arriscavam em meio ao frio eram porque tinham a obrigação de viajar a cidade. Um jovem de vinte anos espreitava pela sombra. Por dias observava a movimentação da guarda da filha de Loki e finalmente conseguiria seu objetivo.

– "Minha recompensa está próxima." - Kalisha pensou sorrindo.

Meses antes...

Kalisha não tinha residência. Órfão de pai e mãe cresceu nas vielas de uma pequena vila ao norte da Suécia. Sem parente algum ou alguém que cuidasse dele, aprendeu a sobreviver através de pequenos roubos e golpes. Muito inteligente e perspicaz, conseguia sair bem de qualquer situação, mas para não ganhar fama em sua vila natal, viajava pelas vilas ao redor. Vivia tranquilo e livre até a guerra entre os asgardianos e os gigantes estouraram provocando uma onda de destruição por todo norte. Sem recursos, mudou-se para o centro do território, entre as terras de Hell e Odin.

Não era partidário de nenhum deus, apenas queria sobreviver. Ficou por muito tempo vivendo entre Loren e Roten, decidindo ir para Loren. Talvez ali teria uma grande oportunidade...

Dias atuais...

Visando uma recompensa passou dias observando o castelo da deusa Hell. Se conseguisse alguma informação poderia vender a Odin. Esperou o momento da troca de guardas, conseguindo penetrar no castelo, havia traçado uma estratégia para chegar ao quarto da deusa que ficava no quinto nível. Era ágil e parecia amigo das sombras, pois conseguia passar despercebido. Chegou ao segundo nível do castelo sem maiores problemas. Avançou muito chegando ao quarto.

– "Falta muito pouco." - pensou.

– Mais um passo e morre.

Kalisha sentiu a lamina na garganta. Ele moveu os olhos para a esquerda deparando com um homem. Lentamente ergueu as mãos a cabeça.

– Que ousadia... um espião.

O jovem virou o rosto para onde ouvira uma voz feminina.

– Espião muito bom, pois chegou até aqui.

Ouviu uma terceira voz.

– Leve este bastardo, Alfarr! - berrou outra voz, se fazendo presente. - a senhora quer vê-lo. E vocês venham conosco.

– Sim Andrasta.... - ironizou Seren.

Kalisha deixou-se levar por eles. Não era burro para não obedecer, só precisava pensar em como sair da situação.

Andrasta praticamente o empurrou para dentro do amplo quarto. Kalisha caiu e quando ergueu os olhos, arregalou-os. Era a mulher mais linda que tinha visto. De certo subordinada a deusa.

– Não ouse olha-la. - Andrasta pisou na cabeça dele. - não passa de um verme espião!

– Eu não sou espião. - disse. - eu juro.

– Como se pudéssemos acreditar. - disse Einlin que estava ao lado de Hell.

– Falo a verdade. - ergueu um pouco o rosto, notando que quatro homens e uma mulher circundavam a mulher bonita. - realmente entrei aqui em busca de informações, mas não estou a mando de ninguém. Apenas em beneficio próprio.

– Odin não te mandou? - ironizou Erda.

– Não.

Hell o fitou fixamente.

– Não minta! - Andrasta foi para pisar na cabeça dele...

– Chega. - disse Hell. - ele não está mentindo. É apenas um oportunista.

– Jogue-o nas masmorras. - disse Aryeh.

– Ele invadiu o quarto nível, não é confiável. - Seren segurava a sua espada, só a espera de um sinal.

– Seren mate-o. - disse a deusa de forma fria.

O general aproximou-se de Kalisha, que não esboçou reação alguma. Ele sabia dos perigos que corria, mas nunca foi de se acovardar perante uma situação. Poderia até morrer ali, já que não conseguiria lutar contra seis pessoas, mas morreria feliz pois conseguira invadir o castelo de Hell.

Seren empunhou sua espada. Daria um golpe certeiro no coração. Hell continuava com os fixos no rapaz.

– Não há necessidade Seren. - disse, provocando estranheza em todos. - não vejo medo em seus olhos. - o fitou.

– Nunca fraquejei diante de qualquer coisa.

– Não está diante de qualquer coisa. - Andrasta ironizou. - está diante de Hell, contenha as palavras.

Kalisha arregalou os olhos. Realmente tinha entrado numa péssima situação. Estava diante de Hell, não acreditava como ainda estava vivo.

– Você é muito bom, meu jovem. - a deusa sentou num sofá. - consegue andar pelas sombras sem ser notado. Se te soltar irá até Odin?

– Não por enquanto. É preciso tempo. - respondeu sem se intimidar. - primeiro porque não consegui informação alguma e segundo se realmente me soltar, é claro que colocará alguém para me vigiar e no primeiro vacilo...

– Bom raciocínio. - Hell gostou do que ouviu. - Qual o seu nome?

– Kalisha.

– É de onde?

– Do norte. - estava diante de Hell, mas não sentia medo algum, ao contrário, teve interesse. Como seria o poder de um deus?

E a deusa notara isso, simpatizando com o rapaz. Ele era jovem, inteligente, poderia ser um bom general.

– Sabe manejar armas? - a pergunta pegou novamente todos de surpresa. Era visível o interesse dela.

– Podendo contar apenas com você mesmo, temos que aprender de tudo. Força em situações que ela seja necessária, inteligência em outras.

– Não esperaria melhor resposta. - sorriu. - a partir de hoje será o meu sétimo general.

– O que?? - exclamaram todos.

– Mas Hell... - Andrasta não acreditava. - ele é um garoto! Como pode confiar nele?!

– Da mesma forma que confio em você. - A resposta dela provocou alguns sorrisos. - Alfarr e Seren cuidem dele, ensine tudo sobre armas.

– Como quiser. - Alfarr fez uma leve reverencia.

– Obrigado senhorita Hell. Não se arrependerá pela escolha.

– Eu tenho certeza. - sorriu.

A lealdade de Kalisha surpreendeu a todos e mesmo na batalha final, diante da morte, jurou continuar protegendo sua deusa.

O.o.O.o.O

A sorte do grupo é que era noite de lua cheia e o local estava bem iluminado pelos raios prateados. Dohko e Shion seguiam na frente. Aiolos, Aldebaran e Kanon mais atrás. O vento estava bem frio, pois andavam nas mediações do rio Stupia, ao norte da Polônia. Esse rio corria em direção ao Mar Báltico. O rio era cercado por uma mata bem densa, mas em determinados locais havia trilhas. Shion achou mais apropriado andarem mais perto da margem, locais mais prováveis para se achar o tridente.

– Tem certeza que é aqui? - indagou o geminiano.

– Sim. - respondeu Aiolos abrindo o mapa e acedendo uma lanterna. - pelo que Hilda mostrou, os restos do tridente de Hell foram lançados nessa área.

– Tem a área?

– Cerca de dois quilômetros quadrados.

– A questão é como vamos encontrar esses fragmentos? Estamos numa mata fechada.

– Com isso. - Dohko mostrou um pingente em formato de espada. - Hilda disse que isso é uma relíquia de Odin impregnado com seu cosmo. Ele vai reagir ao sinal de algo que seja de Hell.

– Vamos nos separar, trouxemos também o pingente de Freya. - disse Shion. - Dohko e eu vamos continuar nessa margem. Vocês na outra.

– Está certo. - Aiolos pegou o artefato. - nos encontramos na foz do rio.

Como estavam numa das partes mais profundas do rio, caminharam juntos até encontrar um local para fácil nado.

Dohko seguia em silêncio, tentava não transparecer mais sua cabeça doía muito. Trajando armadura, apenas ele e Kanon.

Aiolos e Deba fitavam o geminiano. Mesmo com o cosmo reduzido Kanon conseguia usar a armadura e aquele fato numa batalha já era ponto a favor.

Shion que seguia na frente parou ao encontrar algo.

– Um bolsão de areia. A travesseia aqui será fácil.

– Certo. - disse Deba.

Tudo foi muito rápido. Sentiram a aproximação de um poderoso cosmo e um clarão. Kanon protegeu Aldebaran, assim como Aiolos a Shion...

– Se tiverem morrido com um simples ataque.... - murmurou Seren do alto.

Kanon sentiu o corpo todo doer. Deveria está acostumado a quedas, mas a sensação de desconforto só atestava que não. O corpo estava todo molhado, devido a "onda" que se formou.

– Mas que droga. - levantou, tirando o cabelo do rosto. Notou Aldebaran ao seu lado. Já se perguntava se tinha sido uma boa ideia trazer o brasileiro. Ele corria muito perigo e a Mabel... - Deba. Deba.

Ele acordou. Felizmente sem grandes ferimentos.

– O que nos acertou...? - indagou.

– Mais fácil perguntar quem. - olhou ao redor, não via, nem sentia presença inimiga. - cadê os outros?

Viu do outro lado da margem Aiolos e Shion. Os dois estavam feridos, mas não tanto pelo fato do ariano ter criado a Muralha de Cristal. O grego foi o primeiro a acordar.

– Mestre.

– Estou bem.

Os dois também estavam com as vestes molhadas.

– Vocês estão bem?- Kanon havia atravessado para outra margem.

– Sim. Cadê o Dohko?

– Eu não sei mestre.

– Fico feliz que estejam vivos.

Os olhares voltaram-se para cima. Era um dos guerreiros de Hell.

– Acham que vão encontrar alguma parte do tridente de Hell? São muito lentos para agir.

– Idiota. - Kanon cerrou o punho.

– Vai querer me enfrentar? Três sem armadura e um com o cosmo inferior?

– Não nos subestime. - Shion elevou seu cosmo. - Revolução Estelar!

O ataque partiu em direção a Seren e o atingiu-o em cheio, formando um grande clarão.

– Isso. - comemorou Aldebaran.

– Ainda não Touro. - disse o ariano.

A luz dissipou completamente, Seren estava intacto.

– Como Andrasta havia dito. - abriu a palma da mão apontando para eles. - a elite de Atena é um lixo.

Seren disparou uma bola de energia, Shion criou novamente a Muralha, mas não surtiu efeito. O local foi devastado. Kanon foi o que mais se feriu por proteger o taurino. Shion também não estava bem, pois recebera primeiro o impacto da energia.

– Mestre! - Aiolos o amparou. - mestre!

– Aiolos, o Kanon! - gritou Deba.

O grego levou o mestre até Kanon. Deitando-os lado a lado.

– Eles precisam de cuidado. - disse o taurino.

– Eu sei... - murmurou. - "cadê o Dohko?"

– Alguns ratos sobreviveram. - Seren aterrissou.

– Seu idiota. - Deba cerrou o punho, estava com ódio do inimigo e dele. Kanon estava ferido daquele modo por sua culpa. - vai pagar muito caro!

– E vai fazer o quê? Não tem cosmo.

O ódio de Aldebaran aumentou, Aiolos o fitou, sabia como ele se sentia. Era o mesmo sentimento dele. Alias era pior. Aldebaran era apenas um homem comum. Ele ainda tinha seu cosmo para lutar. O grego estava prestes a levantar, quando começou a sentir um cosmo. Arregalou os olhos ao ver uma fraca luz dourada envolver o punho do brasileiro.

– "Será que..."

– Posso não ser o mesmo touro. - levantou, sem perceber a luz dourada. - mas lutarei até o fim por Atena.

– Muito comovente. - Seren sorriu de forma sarcástica. - farei como quer. - tomou posição de ataque. - primeiro vou mata-lo e farei questão de mostrar seu corpo a Atena. Alias... não vou mata-lo. Vou deixa-lo de uma forma que não poderá se mover e vai ver sua deusa morrer em minhas mãos.

– Filho da p&@#

Deba estava com tanto ódio que não percebia seu cosmo queimar ao redor de si. Aiolos estava paralisado. Aquele era o cosmo do amigo. Não estava tão forte como era, mas chegava a um nível de bronze.

– " O cosmo dele está voltando??"

Shion que tinha acordado, também olhava com espanto o cosmo do brasileiro. Lembrou-se da passagem do coma de Saga e a conversa com Dohko e Shaka. Era possível que Deba recuperasse seu cosmo?

– Ataque. - disse Seren.

Deba ergueu o punho, ficando surpreso ao ver a luz dourada. Contudo a surpresa deu lugar ao desespero, a luz tinha sumido, o pouco cosmo que emanava dele tinha desaparecido.

– Meu cosmo...?!

Seren gargalhou.

– Isso é hilário! Seu cosmo se resume a isso? A um simples espetáculo de luz?

O brasileiro estava paralisado. Tinha sentido sua energia e agora ela desaparecera novamente?

– Já me cansou. - o guerreiro elevou seu cosmo. - desapareça!

Formou duas bolas de energias e as lançou. Deba ainda incrédulo com a situação não se mexeu. Aiolos passou a frente de todos elevando seu cosmo. Houve uma grande explosão.

– É o fim dos cavaleiros de Atena.

A claridade se dissipou, com o impacto dos ataques, o leito do rio tinha sido alterado. Kanon, Shion e Deba estavam caídos na margem. Aiolos estava de pé.

– Ora... - Seren sorriu com satisfação. - está de pé.

A mão de Aiolos sangrava, assim como sua testa e várias partes de seu corpo.

– Lhe devo os parabéns garoto.

– Não ache que possa nos derrotar tão facilmente. - respirava lento.

– Resistiu ao meu poder.

– Já resistir a piores. - disse sorrindo, lembrando-se de quando salvou Atena de Saga.

– Pois muito bem. Vejo que com você tenho que lutar a sério. - Seren elevou seu cosmo.

– Vai descobrir da pior maneira.

Aiolos apenas não podia usar sua armadura, mas seu cosmo de cavaleiro estava intacto e mesmo se achando o mais inexperiente de todos, sua cosmo energia era uma das mais fortes entre os doze. Concentrou seu poder no punho.

– Trovão Atômico!

A poderosa energia partiu em direção a Seren que ficou impressionado. Se tivesse um nível abaixo certamente teria dificuldades em lutar. Tinha que reportar isso a Hell: alguns cavaleiros poderiam atrapalhar seus planos. E daquele grupo era Aiolos.

– Spelj!

A energia dourada bateu de forma violenta na proteção criada por Seren.

Não muito distante dali...

Dohko tossia. Com o impacto havia sido jogado no rio. Sabia nadar muito bem, mas a dor na cabeça tolhia seus movimentos.

– Maldita dor... - levou a mão à cabeça. - e a Jules nem está aqui. - sorriu.

Entretanto o sorriso logo morreu ao sentir as explosões de cosmo de Aiolos e do inimigo.

O.o.O.o.O

Mu deixou-os nos arredores de Ostersund, região central da Suécia. Sua telecinese não estava como o de costume e tiveram que usar a velocidade da luz, para chegar a ilha de Verkon. A região não era habitada prevalecendo a mata ainda virgem. Era noite de lua cheia e apesar da mata fechada podiam seguir pela trilha mostrada no mapa.

Ares, seguia na frente em silêncio. Logo atrás Shura e Miro e depois Afrodite e Mu. O silêncio do geminiano preocupava-os ao mesmo tempo que intrigava. O que ele estava fazendo ali?

– Aposto que ele vai trair Atena. - disse Miro de forma baixa. - eu não confio nele.

Shura não disse nada. Estava incomodado com a presença dele.

– Atena pode confiar em você, mas eu não. - o escorpião soltou em bom som.

Ares não respondeu, parecia não ligar para a opinião dele.

– Estou falando com você! - partiria para cima se Mu não tivesse segurado-o.

– Calma Miro.

– Calma o caralho! Eu não confio nele!

– Chega Miro. - disse Afrodite. - deixe-o.

– Como?

O pisciano parou, deixando Ares seguir até certa distancia.

– Não sabemos qual é o seu verdadeiro propósito.

– Claro que sabemos. Ele quer Atena morta. - o escorpião cruzou o braço sobre o peito.

– Será mesmo? - o fitou.

– No que está pensando Dite? - indagou o ariano.

– Ares teve oportunidade de matar Atena e Shaka é o único que pode fazer frente a ele.

– Será questão de tempo Gustavv. - disse Shura. - eu o conheço. Ele veio atrás de Hell apenas com o objetivo de se aliar a ela.

– Essa hipótese é muito válida, mas estava pensando em outra.... meio absurda, mas não descartável...

– Qual? - indagaram os três ao mesmo tempo.

– Ele vai lutar para proteger alguém.

– Só se for ele mesmo. - Miro gargalhou.

Mu fitou o pisciano imediatamente, pois passara algo em sua mente.

– Ela? - a voz saiu até vacilante.

– Sim.

– Ela quem? - Shura olhava-os.

– Depois continuamos, - Dite não queria render. - precisamos alcança-lo.

Não tiveram dificuldade em alcançar o geminiano, pois o mesmo estava parado no meio de uma clareira bem na região central da ilha.

– Por que parou?

– Há uma barreira aqui. - Ares nem olhou para Shura. - ou algo que está criando uma ilusão.

– Seja o que for, - Miro estralou os dedos. - vou derrubar.

Ele elevou seu cosmo disparando uma rajada de cosmo, o ataque bateu em algo, mas logo se desfez.

– É uma barreira. - Mu tocou. - semelhante a muralha de cristal.

– Sem dúvida essa barreira quer esconder algo. - disse Dite. - e é a entrada de Hellheim.

– Afastam-se. - Shura ergueu o braço esquerdo, ele não era tão forte quanto o direito, mas talvez pudesse destruir a barreira. - Excalibur.

O ataque partiu em direção a barreira, por onde o corte passava abria fendas, entretanto ao tocar a barreira se desfez.

– Não é possível... - murmurou.

– Eu vou tentar. - disse Mu.

– É inútil. - disse Ares. - seus poderes são insignificantes. - afastou três passos. - observem. - o cosmo do geminiano começou a preencher o ambiente. - Explosão Galáctica!

A energia bateu de forma violenta na barreira, nos primeiros segundos pareceu não fazer efeito, contudo apareceram trincos e ela espatifou na frente deles, revelando o que tinha por trás.

– "Saga sempre foi uma bomba ambulante." - pensou Dite. - "ainda mais nesse estado."

– É assim que as coisas funcionam crianças. - sorriu cinicamente.

– Seu...

– Calma Miro. - Shura o segurou.

– Vamos.

O geminiano passou a frente. O cenário era completamente diferente do da ilha. As arvores e o chão eram encobertos pela neve e um frio extremo. Andaram por alguns segundos até chegarem numa enorme cratera.

– Parece a entrada do Yomotsu. - disse Shura.

– Teremos que saltar. - Miro já preparava.

– Não há necessidade. - Dite apontou para algo. - vamos usar a escada.

Só então repararam que circundando por dentro da cratera, havia uma escada. Viram- na até certo ponto, indicando que o local era profundo.

– Vamos.

De um espelho, na varanda do castelo de Hell, Erda e Alfarr observavam tudo.

– Até que Atena tem pessoas que prestam. - comentou Erda.

– Do grupo só salva ele. - o olhar de Alfarr estava em Saga. - conseguiu destruir sem problemas a barreira de Einlin.

– O de cabelo loiro também não é de se jogar fora. Ele conseguiu ferir Seren.

– Seren agiu por imprudência Erda. - deu as costas. - vamos avisar a Hell que as visitas chegaram.


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Notas finais do capítulo

* Rio Stupia fica no norte da Polônia. Sua foz é no Mar Báltico.
** O lago Storsjon está situado na província de Jamtland. Suas águas banham a cidade de Ostersund e ele contem várias ilhas uma delas a ilha Verkon.

*** Tradução dos golpes dos guerreiros de Hell que apareceram nesse capitulo:
Kalisha - Stillestand: paralisação
Seren - Spelj: espelho



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