A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 47
Primeiros confrontos


Notas iniciais do capítulo

Os nomes do golpes dos inimigos, vou postar nos próximos capítulos quando todos os guerreiros aparecerem.



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Nas masmorras...

Andrasta parou completamente o ataque do ariano.

– Como? – Shion recuou um passo.

– E pensar que já foram a elite de Atena... – desfez o último resquício de energia dourada. – comparados a guerra contra o deus Hades, não passam de lixos. – caminhava lentamente em direção a Shion. – que decadência.

O ariano não disse nada. A aproximação do inimigo era um risco, mas se conseguisse atingi-lo a curta distancia, poderia derruba-lo. Quando ele chegou a distancia que ele queria, Shion elevou seu cosmo, disparando seu golpe.

Houve um clarão que cegou a todos por minutos.

– “Ele conseguiu?” – Deba não via nada.

Shion se teleportou para perto da muralha.

– Estão bem?

– Sim. – os olhos de Paula marejaram ao vê-lo machucado.

– Vou tira-los daí.

Jules voltou a atenção para a nuvem dourada, que passou a ter um comportamento estranho. Ela parecia ser sugada para um ponto de convergência... quando foi totalmente sorvida...

– Shion!!

O ariano teve o corpo prensado contra a muralha.

– Idiota. - Andrasta o segurou pelo pescoço erguendo-o. – pensa que pode me vencer? – abriu a palma da mão formando uma bola de energia. – nunca.

Shion recebeu o golpe a queima roupa. A muralha se desfez na hora.

– Shion! – gritou Paula.

Antes de ir ao chão, Andrasta pegou o cavaleiro jogando-o longe.

– Shion! - a paraense correu até ele. – Shion! Shion! Oh meu Deus...

O ariano estava bastante ferido.

– Seu cretino! – Deba cerrou o punho. – vai pagar por isso.

– Não tem nem cosmo.

– Veremos.

Deba partiu para cima dele desferindo socos, Andrasta simplesmente desviava brincando.

– Isso é tudo que consegue?

– Não.

O taurino foi para soca-lo, mas teve o punho esquerdo retido pelo inimigo. A força que Andrasta impunha era muito forte, a ponto de fazer o taurino ajoelhar.

– Deba! – Mabel ficou desesperada.

– Ela pagará com seu atrevimento.

– Não! – gritou desesperado. – não mexe com ela!

– Já foi.

Andrasta apenas fez um movimento com os dedos deslocando o ar. Mabel foi jogada contra a parede.

– Bel!! Seu desgraçado!

– Faça companhia a ela. – o guerreiro disparou contra ele.

Shion abriu os olhos, o corpo todo doía.

– Shion... graças a Deus.

– Paula... – sentou. – é perigoso ficar perto de mim. Fique perto... Aldebaran? Mabel? – os viu caídos.

Jules estava encolhida num canto. Estava apavorada.

– Não sabia que Atena abrigava tantos mortais.

A paulista ergueu o olhar deparando com o guerreiro.

– Será interessante brincar com você.

– Não toque nela!

Andrasta virou o rosto. Shion estava de pé.

– Não morreu? – indagou irônico.

Shion teleportou Paula, Jules e Bel e Deba desacordados para fora da masmorra, mas algo bloqueou seu poder. Os quatro reapareceram no mesmo local.

– Eu isolei esse lugar. Só podem sair se me vencer.

O ariano andou até o centro. Paula aproximou de Mabel, ela estava cheia de escoriações. Temia que ela tivesse quebrado alguma coisa.

– Dohko... – Jules derramava lágrimas. – Dohko...

– Shion vai derrota-lo, não se preocupe. Ele é forte. – tentou sorrir.

O.o.O.o.O

As paredes do templo haviam trincado devido ao tremor. Os sete estavam no chão...

Helu abriu os olhos, devagar ergueu o corpo, ficando sentada. Notou que estava com vários cortes.

– Droga...

Seren aguardava Dite levantar. Não era um simples ataque que o mataria. Afrodite era forte e gostava de enfrentar pessoas fortes. O olhar dirigiu-se para Heluane. Erguendo o braço, quase de maneira automática, apontou o indicador para ela.

Helu sentiu o olhar sobre si, ficando temerosa ao perceber que era o alvo do guerreiro.

– Todos os humanos devem morrer.

A brasileira só viu a ponta do dedo dele brilhar em negro, fechou os olhos aguardando o desfecho ruim que não veio. Quando reabriu os olhos, viu uma armadura dourada com o sangue descendo por um orifício no ombro.

– Gustavv?? - gritou. - Por Deus!

O cavaleiro foi de joelhos.

– Dite, seu ombro.... - ficou apavorada ao ver o sangramento.

– Não toque!

Ela recuou na hora.

– Estou bem...

– Por isso servem a Atena. Sua missão é salvar os humanos. - disse Seren sem alterar a expressão de tranquilidade.

– Sim. - levantou. - principalmente essa daí. - sorriu. - tem alguém que não aguentaria sofrer uma segunda perda. - fitou a fluminense.

Helu sorriu. Marin levantou, não tinha ferimentos graves, mas não poderia vacilar diante do inimigo. Olhou para o local onde Fernando estava caído.

– Fê. - foi até ele. - Nando.

O mineiro abriu os olhos.

– Marin...

Gabe, Marcela e Rodrigo também despertaram.

Afrodite deu alguns passos, teria que usar suas rosas, mas tinha medo de contaminar os brasileiros com o veneno. Como faria?

– Fiquem juntos! Marin você também.

A amazona obedeceu inclusive os brasileiros.

– Rosas Piranhas.

Várias rosas negras apareceram ao redor do pisciano, depois seguiram em direção ao grupo, mas antes de atingi-los os caules cresceram formando uma espécie de cerca viva.

– Caraca... - murmurou Marcela. - são as rosas. - foi para toca-las.

– Não toque. - disse Marin. - mesmo que sejam uma proteção são venenosas.

Seren observou a barreira.

– Engenhoso, mas não o suficiente para protegê-los.

– Não precisa de muito tempo. - o pisciano elevou seu cosmo. - só o suficiente para derrota-lo. Rosas Piranhas!

As rosas partiram em direção a Seren, que esticou os braços parando-os em paralelo e com a palma das mãos abertas. O ataque de Afrodite bateu de forma violenta contra o guerreiro, que não se moveu. Dite não parou o ataque e Seren deu sinais que estava tendo dificuldades em detê-lo. Primeiro deu dois passos para trás. Nas mãos vários cortes. Segundos depois o guerreiro não segurou mais o ataque sendo atingido por ele diretamente. Seren bateu contra uma coluna do templo antes de ir ao chão.

– Dite conseguiu! - Gabe vibrou.

A empolgação do grupo durou pouco, pois viram um cosmo negro envolver o guerreiro.

O sueco sabia que só aquele golpe não seria suficiente para derruba-lo. Seren levantou, trazendo ferimentos nas mãos e no rosto. Mesmo com machucados, sua expressão continuava inexpressiva.

– Sort Tape.

O cosmo de Seren converteu-se numa espécie de fitas grossas, amarrando completamente o pisciano. Não bastasse o estrangulamento, Dite sentia os efeitos do contato com o cosmo negro.

– Não posso ficar parada. - Marin cerrou o punho. - soco aéreo! - Com seu ataque abriu parte da barreira, que fechou assim que ela passou. - Meteoros!

Disparou contra Seren. Sabia que não teria efeito sobre ele, mas pelo menos seria uma distração para libertar o pisciano. E foi isso o que aconteceu. Seren desviou o olhar e Afrodite foi solto.

O.o.O.o.O

Do alto Alfarr sorria, tinha terminado o serviço em pouco tempo. Ele desceu até o chão caminhando para onde as meninas estavam. Uma nuvem de poeira encobria a visão. Aos poucos a expressão foi ficando séria, pois sentia de leve um cosmo. Não era do marina tampouco forte, mas de alguma maneira significativo.

Isa abriu os olhos, ficando surpresa por ainda está de pé e viva, apesar dos muitos ferimentos! O barulho do impacto havia sido tão forte que pensou que tinha morrido. Olhou para os lados, Suellen, Julia e Sheila estavam no chão.

– Meninas?!!

Estava indo em direção a elas, quando uma luz dourada chamou sua atenção.

– O que...

Seu colar estava flutuando em sua frente, o cisne emitia fracamente um brilho dourado. Quando percebeu, seu corpo também estava envolvido por essa luz dourada. Teve até a sensação frio.

– "Kamus...?" - lembrou que o aquariano havia dito que colocara no cisne seu cosmo.

– Temos uma sobrevivente.

Isa ergueu o olhar, Alfarr estava parado a sua frente.

– Então esse cosmo que sinto provem desse colar? Seja grata a ele, pois amorteceu o impacto.

A paulista pegou o pingente, mas ele partiu se em vários pedaços ao contato.

– Pena que não vai adiantar.

– Gosta sempre de testar seu poder em pessoas fracas?

Os dois viraram para a direção da voz. Era Kanon. O marina caminhou primeiramente até Suellen, que estava perto de Julia. As duas estavam inconscientes. Já Sheila sentia o corpo todo dolorido. Quando ergueu o olhar, viu Isa e o inimigo pouco a frente. Por estar mais próxima de Isabel, Sheila foi beneficiada em menor grau com a proteção do colar.

– Por mim tanto faz. – deu um empurrão em Isa. – mas pelo atrevimento eu vou deixa-lo paralisado e vou matar essas mulheres na sua frente.

– Tenta. – sorriu provocante. Kanon sabia que não tinha poder suficiente para derrota-lo, mas não daria esse gostinho a ele.

– Llafnau o ddioddefaint!

O ataque de Alfarr partiu em direção a Kanon. Ele elevou seu cosmo, para contra atacar, mas o golpe do guerreiro teve mais força. O marina foi acertado.

– Kanon!! – gritou Isa.

– Você é um covarde!

Alfarr virou-se para a voz.

– Essas mulheres são abusadas. – sorriu.

Era Sheila.

– Sou mesmo.

Isa arregalou os olhos, a amiga ficara doida??

– E digo mais, eu... – a brasileira fitou o braço desnudo. – a faixa... - Ficou desesperada por não ver a faixa de Aiolos em seu braço. - cadê?

– Está procurando esse trapo? – Alfarr agachou pegando a faixa vermelha.

– Me devolve! – Sheila avançou sobre ele.

– Sheila???!!!! – Isa ficou pálida, o que ela estava fazendo?

O guerreiro levantou o braço balançando a faixa, como a paulista era baixa não alcançava.

– Tanto esforço por um simples pedaço de pano...

O.o.O.o.O

Nas masmorras o embate recomeçou, no mano a mano. O lemuriano queria evitar ao máximo usar seu cosmo para não machucar Paula e os demais.

– Se não quer lutar com todas as suas forças, eu não tenho esse problema. – Andrasta deu um salto para trás. – vou soterrar vocês.

O cosmo dele envolveu todo o ambiente, começando a girar em espiral. O chão começou a tremer, no teto pequenas quantidades de terra desprendiam.

Jules e Paula se abraçaram temerosas.

– Não vou permitir. – Shion elevou seu cosmo. – muralha de cristal. - criou em torno dos dois a barreira.

– Muito esperto, mas não o suficiente. – sorriu. – Ionsú. – a voz saiu fria.

A energia negra de Andrasta envolveu a de Shion, sugando-a. A muralha não se sustentou, espatifando-se. Paula e Jules assistiam ao espetáculo aterrorizadas.

– É inútil.

Shion sentiu seus poderes esvaindo, como se estivessem sendo sugados. Primeiro foi de joelhos.

– Adeus grande mestre. – abriu a palma da mão formando uma bola de energia negra.

O patriarca foi atingindo no estomago, a violência foi tanta que bateu violentamente contra a parede, parte dela cedeu sobre metade do corpo dele.

– Shion!!!!

Deba abriu os olhos, mas não conseguia enxergar com nitidez. Com dificuldade sentou.

– Aldebaran ajuda o Shion!! – pediu a paraense desesperada.

Ele voltou a atenção para Shion.

– Mestre!

O ariano abriu os olhos, mas não conseguiu se mexer.

– Minha deusa reclama a minha presença, sorte de vocês. Mas vou deixar um presentinho.

Ricardo e Shion ficaram aguardando o ataque, mas não veio. O olhar do guerreiro foi para uma das meninas. Jules sentiu o corpo ser suspenso.

– Socorro!!!

– Jules! – gritaram Deba e Shion.

A brasileira foi levada para perto de Andrasta, flutuando a certa altura.

– Solte-a! – berrou Deba.

– Vou soltar. – a fitou. – guarde para mim, se eu precisar volto para buscar.

O cosmo negro de Andrasta circundou-a e depois foi envolvendo por completo o corpo de Jules. Ela não sentia nada, apenas que a pele era transpassada por algo.

– Pare Andrasta! – gritou Shion.

– Silêncio!

Desferiu um ataque contra Deba e Shion. O taurino ainda teve tempo de empurrar Paula para que a parede não caísse sobre ela. Os três ficaram inconscientes.

– Socorro... – sentiu algo dentro do corpo, mas não conseguia saber o que era. Foi perdendo os sentidos, até que não viu mais nada.

– Pronto. – deixou o corpo dela ir ao chão. Em seguida desapareceu.

O.o.O.o.O

Afrodite respirava pesadamente.

– Obrigado Marin.

– As ordens.

– Não quer iniciar seu treinamento? - a olhou sorrindo.

– Será um prazer.

Dite começou a liberar o poder das rosas diabólicas, concentrando-o mais forte perto do inimigo e mais brando perto da amazona. Marin aspirou o perfume ficando um pouco tonta no inicio, mas seu corpo logo acostumou pois já sentira essa fragrância antes.

– É inútil continuarem a lutar, acabarei com os dois. - disse o guerreiro.

Os cosmos elevaram.

– Dispare seu golpe logo após o meu. - pediu o sueco.

– Sim.

Seren uniu as mãos e a medida que as separava uma bola de energia surgia.

– Rosas Diabólicas Reais!

O ataque partiu em direção a Seren que o recebeu diretamente. Na barreira...

– Se Afrodite não derrota-lo agora, estamos mortos. - observou Rodrigo.

Fernando sequer ouviu, olhava atentamente para Marin.

O guerreiro de Hell sentiu sua percepção abalar.

– Agora Marin!

– Meteoros!

O golpe da ruiva uniu-se ao de Dite, Seren foi acertado, mas não recuou. Aumentou ainda mais a distancia entre mãos. A luz negra materializou-se numa espécie de espelho.

– Spelj.

Os ataques de Afrodite e Marin bateram no espelho. Segundos depois voltaram contra seus donos, com um poder ainda maior. A força foi tanta, que não apenas atingiu os dois, como também destruiu a barreira de flores, acertando os brasileiros. Rodrigo e Gabe que estavam mais próximos dela desmaiaram na hora devido o impacto. Fernando, Heluane e Marcela foram ao chão. Marin também teve vários ferimentos, pois recebera o impacto de um golpe dado por um cavaleiro de ouro. Dite também foi ao chão.

– Acabou.

– Ainda não... - o pisciano levantou. O ferimento do ombro abriu um pouco mais e seu sangue não parava de pingar, manchando o chão.

– Ainda quer lutar? Dá próxima vez pode mata-los.

Dite fitou o grupo, estavam bem machucados.

– Vou te acertar de forma que não vai se levantar. - Seren elevou seu cosmo. Depois de concentrar uma grande quantidade, disparou contra o chão.

O pisciano que sabia do jeito do ataque, não tirou o olhar do chão, só não contava que o golpe passaria direto indo em direção dos brasileiros.

– Não!!!!

Interceptou-o recebendo todo o impacto.

– Ah!!!!!

Marin despertou nessa hora.

– Dite... - com dificuldades levantou. - Lampejo da Águia!

– Desapareça! - com apenas um elevar de cosmo de Seren, a japonesa foi acertada.

– Marin... desgraçado. - Dite fez aparecer uma rosa branca. - não vai escapar dessa. - rosa sangrenta!

– Spelj.

A rosa disparada por Afrodite bateu e foi refletida... tudo foi rápido, quando percebeu a rosa acertara Marcela.

– Não!!!!!!!!!

– Tem sorte que minha senhora me chama. - apontou o indicador. - um último presente.

Afrodite tinha dado ligeiramente as costas por conta de Marcela. Um raio negro atravessou o já ferido ombro. Seren sumiu.

A dor foi alucinante, mas não poderia cair. Tinha que retirar a rosa do peito de Marcela. Arrastou-se ate a paulista, já vendo uma mancha vermelha em meio ao branco. Gustavv tirou a rosa, despedaçando-a. Levantou, pois precisava ir atrás do inimigo, contudo alguns metros a frente, foi ao chão.

O.o.O.o.O

Julia sentia a cabeça rodar e uma forte dor em todo o lado esquerdo do corpo. Com certeza algo deveria ter quebrado. Sentou com dificuldades, vendo Suellen ao seu lado.

– Su! Su! – arrastou-se até a amiga. – acorda.

A pernambucana abriu os olhos.

– Julia...?

– Você está bem? – tentou ajuda-la a levantar.

– Mais ou menos e o....

Olhou desesperada para os lados a procura de Kanon.

– Kanon!

O marina abriu os olhos, sentindo muitas dores pelo corpo.

– “Que droga... tudo por culpa de Hades...”

Levantou cambaleando. Escutou o chamado de Suellen, caminhando lentamente até ela.

– Você está bem? – ajoelhou do lado dela.

– Quebrada e você? – viu o sangue escorrer pelo rosto dele. – está ferido.

– Faz parte. Afastem-se, pois... - não acreditou na cena que viu. Sheila na frente do inimigo tentando pegar algo.

– Só pode ter tomado os remédios do Saga... – balançou a cabeça. – sua amiga é louca.

Julia e Suellen olharam para onde ele apontou.

– Sheila????????? – berrou Julia.

Kanon levantou indo até o inimigo que estava se divertindo com Sheila.

– Ela não é uma graça? – Alfarr o fitou sorrindo.

O marina continuou com o olhar fixo nos dois, qualquer movimento em falso do inimigo atacaria.

– Sheila afaste-se!

– Minha faixa.

– Deixe de ser burra! – mataria Aiolos por não colocar juízo na cabeça dela. - O que adianta valentia debaixo da terra!

– Peguei. - ela segurou o pano escarlate.

– Ele tem razão. – o sorriso de Alfarr foi cruel. – adeus.

Tudo que Isabel, Julia e Suellen viram foi uma enorme luz negra aparecer entre o inimigo e Sheila, o ar expandiu jogando-as longe. Sheila fechou os olhos, não vendo Kanon entrar na sua frente. O ataque atingiu-os diretamente. Foram lançados contras as arquibancadas da arena. Mesmo com Kanon funcionando de escudo, Sheila machucou muito, pois foi prensada entre o cavaleiro e as pedras. A paulista caiu desmaiada.

– Kanon! – gritou Suellen.

– Agora, a diversão vai começar. – o guerreiro olhou para as três.

Primeiro Alfarr apareceu diante da pernambucana e sem se importar, deu-lhe um soco no estomago. Suellen foi ao chão.

– Su! – gritou Julia.

– Surpresa...

A paulista recuou assustada. Mentalmente chamava por Shura. O guerreiro, com a mesma frieza que fizera com Suellen, deu um tapa no pescoço da paulista.

Isa assistia horrorizada.

– Pare!

– Não está em condições de dizer nada garota. – caminhou em direção a ela. – ainda mais que está sem a sua proteção.

Quando Isa deu por si, ele estava na frente dela. O olhar era frio e demoníaco.

– Foi um prazer conhecê-la.

Tudo que a paulista sentiu, foi uma forte dor na altura no peito... depois tudo ficou as escuras.

O.o.O.o.O

O local de chegada deveria ser nos arredores do lago, contudo a telecinese de Mu sofreu alteração acabando levando-os para a entrada do santuário.

– Desculpe.

– Não se preocupe Mu. – disse o libriano. – pelo menos estamos dentro do santuário.

– E por falar nele... – Aioria apontou para cima.

A barreira estava completamente amarelada, além do mais começaram a sentir uma poderosa energia vinda do templo.

– Vamos.

Deram um passo, mas pararam ao sentir cosmos conhecidos se aproximando. Uma fenda dimensional abriu perto deles, trazendo Aiolos e os demais.

– O que houve com a barreira? – indagou Miro.

– Descobriram alguma coisa? – Saga aproximou de Dohko sem tirar o olhar da barreira.

– Não encontramos nada.

– A resposta está no templo. – observou o geminiano.

Aiolos encolheu, se acontecesse algo a Atena e as meninas a culpa seria dele.

– Vamos.

Saíram correndo.

Durante o caminho, não notaram nada nas doze casas, mas o cosmo que sentiam vir do templo ficava mais forte.

– Como não prevemos isso... - murmurou Aioria, temendo que algo grave tivesse acontecido.

Aiolos abaixou o rosto.

– Foi previsto sim Aioria. - disse Saga.

– Como assim? - Dohko parou de correr. - do que está falando Saga?

O geminiano voltou o olhar para Aiolos. Os que não sabiam sobre a história ficaram sem entender.

– Fala Saga! - exclamou Mask de maneira impaciente.

– Aiolos teve uma visão em Star Hill.

– Você teve? - o leonino aproximou do irmão. - e o que viu?

O sagitariano ficou em silêncio.

– Fala Aiolos! - gritou Shaka, já imaginando o teor da visão.

– Eu vi... as constelações desaparecendo...alguns de nós feridos...

– Contou isso ao Shion, não foi? - Dohko teve até medo de perguntar.

– Não...

– Como não???? - berrou Shaka. - você previu uma guerra!!!

– Como é que é? - o olhar de Mask foi de Shaka para Aiolos. - você sabia disso?

– Aiolos... - Mu soltou um suspiro desanimado.

– Aiolos, deveria ter contato ao Shion. - o chinês passou a mão pelo cabelo de forma nervosa.

O grego ouvia tudo calado. Ninguém tinha ensinado a ele a interpretar as estrelas!

– Nós ficamos por horas fora daqui!!! - exclamou Shaka.

– EU NAO SABIA PORRA! - berrou. - quer saber? Entrego essa droga de posto para você!! - apontou para Dohko. - faça bom proveito!

Saiu pisando duro.

– Seja um cavaleiro e assuma sua responsabilidade. - a voz de Saga saiu fria.

– Saga não é o momento... - Kamus disse baixinho. - já está feito.

O sagitariano parou de andar na hora, voltando o corpo para trás.

– Quer que eu seja cavaleiro? - indagou irônico. - já se olhou no espelho! Quem era para assumir o cargo? Eu? - apontou para si. - Você! Durante todos esses anos Atena tem pedido para que aceitasse ao menos ser meu ajudante e o que você disse? Que não queria!

– Sabe que eu não posso.

– Não pode? - deu um sorriso sarcástico, que deixou até Mask impressionado. - eu não tenho responsabilidade e você? Fica se escondendo atrás de uma doença!

– Você é o escolhido, tanto que Star Hill te mostrou o futuro. As doze casas estão vazias, vai saber o que aconteceu!

– Pode muito falar de mim, não é? Não fui eu que trouxe treze anos de terror ao santuário!

Saga calou-se. Os demais continuaram em silêncio.

– Aiolos... - Aioria aproximou do irmão. - é... - foi para toca-lo.

– Tire as mãos de mim. - disse frio. - enquanto vocês treinavam e adquiriam experiência, eu estava morto na condição de traidor!

Deu as costas voltando a andar.

– Aiolos.

– Deixa Leão. - disse Shura. - nada que falar agora vai adiantar.

O geminiano soltou um longo suspiro. Aiolos tinha toda razão. Não poderia cobrar de alguém que virou aspirante em apenas dois dias.

– Vamos.

Alcançaram as escadarias que ligavam o templo, encontrando a porta principal aberta.

Aiolos que tinha chegado há mais tempo, olhava a nuvem de poeira espalhada.

– Não estou com bom pressentimento. – disse Shura.

– Fiquem em guarda. – Shaka deu mais um passo a frente.

Ao atingirem o salão principal ficaram receosos, as paredes e o teto continham inúmeras rachaduras. O chão estava repleto de fendas.

– Por Atena o que houve aqui... – Aioria sentiu um aperto no peito.

Viram em meio aos destroços uma armadura dourada.

– Afrodite??

Correram até ele. O pisciano estava caído, sobre uma pequena poça de sangue que provinha do ferimento do ombro e do braço.

– Dite. – Aiolos agachou. – Dite...

– Não toque nele. – disse Mask. – o sangue.

O sagitariano recuou, mas completamente aturdido. Dite precisava de ajuda. Giovanni agachou do outro lado.

– Gustavv! Gustavv!

Os olhos azuis abriram lentamente.

– Gio... – reunindo forças sentou. – tocaram em mim??

– Não. – disse Miro. – o que aconteceu? Cadê Atena? Cadê as meninas?

– As meninas!

Aioria que circulava pelo local sentiu o coração falhar ao ver Gabrielle caída em meio aos escombros.

– Gabe! – correu até ela. – Gabe!! Gabe!! – a pegou no colo, estava repleta de cortes e hematomas. – por Atena... Gabe... Gabe!!

A brasileira resmungou algo, trazendo certo alivio para o grego.

– Aio..ria...? – o fitou com a visão um pouco embaralhada.

– Por Atena... – a abraçou. – você está bem?

– Aioria.... – começou a chorar.

Os dourados assistiam a cena.

– Quem mais está aqui Dite?

– Marin... Rodrigo... Fernando... Marcela e Heluane...

Miro e Mask gelaram na hora. Os dois passaram a procurar as meninas. Mu foi procurar o restante.

– E as demais?? – Shaka segurou o pisciano sem se importar com o sangue. – cadê a Juliana??

– Eu não sei... separaram todo mundo.

– Quem Dite? – indagou Shura.

– Uma deusa nórdica. Hell. Ela que roubou todos os artefatos.

– Lutou contra ela?

– Não Dohko. Ela tem guerreiros e...

Miro olhava desesperado para todos os lugares, ficou pálido ao ver a paulista caída num canto.

– Marcela! – correu até ela. – Marcela... – a pegou no colo. – acorda! Máh!

Foi despertando lentamente.

– Ai... tudo dói... Mi-ro?

– Como você está? – passava a mão pelo rosto dela tirando a poeira. Além da poeira, seu supercílio estava sangrando, fora os ferimentos nas pernas.

– Estou quebrada... aquela filha da %$#! Eu quero que você meta agulhada nela!

Ele sorriu, se estava xingando é que estava bem.

Mu achou Marin caída num canto.

– Marin. Marin.

– Mu...? – forçou a visão. – onde...

– No templo. – a ajudou a levantar. – está bem?

– Estou, eu só... – arregalou os olhos. – Fernando!!

A japonesa ignorou os ferimentos indo atrás do mineiro. Achou-o perto do trono.

– Nando! Nando!

Ele aos poucos foi despertando.

– Ma-rin...? – sentou. – graças a Deus que está bem. – a abraçou. – os braços estavam intactos, mas sentia muita dor nas pernas.

– E você? Não dói nada?

– Minha perna, mas acho que não está quebrada.

Ela sorriu.

O ariano encontrou com o baiano do outro lado da sala. Tirou uma pedra de cima dele.

– Rodrigo. Rodrigo.

Ele não respondeu. Mu franziu o cenho.

– Rodrigo.

Tocou no pescoço, sentia os batimentos. De certo só estava desmaiado.

Mask estava com receio de procurar Heluane. Todas as situações ruins passavam pela mente dele. E se ela... e se ela... balançou a cabeça de forma negativa. Deu um passo, mas parou ao sentir uma forte dor no corpo, aquilo significava... mesmo com as dores correu até onde a brasileira estava. Quando a tocou, sentiu agulhas perfurando seu corpo. Mas aquilo não era nada. Vê-la naquele estado o deixou sem chão. Estava ferida repleta de escoriações.

– Helu... – a pegou no colo aumentando ainda mais a dor. – Helu! Fala comigo!

– Gio-vanni...

– Você está bem? O que está sentindo? Onde dói?

– Estou bem... – segurou no pescoço dele. – não tem nada quebrado. – sorriu.

Ele não aguentou, abraçando fortemente a carioca. O medo de perdê-la era tão forte que não se deu conta que as dores tinham sumido, mesmo com ela usando o anel. Helu por sua vez trazia os olhos arregalados diante do gesto.

Afrodite terminava de narrar sua luta contra Seren.

– Eu não pude fazer muita coisa...

Ficaram em silêncio. Afrodite era talvez o único que estava em perfeita condições física e de cosmo e não conseguiu derrota-lo.

– Shaka localize Kanon e Shion. - pediu Kamus.

O virginiano tomou posição. Teve dificuldades pois os cosmos de Shion e Kanon estavam bem fracos.

– Kanon está na arena dos aspirantes, Shion nas masmorras.

– E Atena?

– Não senti o cosmo dela.

– Mask, Aioria e Miro fiquem aqui, tomando conta deles. Kamus, Shura, Aiolos e Saga vão atrás de Kanon. Shaka, Mu e eu vamos atrás de Shion. - disse Dohko. - Atena e Aldebaran podem estar com eles.

O grupo dividiu-se.

O.o.O.o.O

Dohko e os demais partiram imediatamente para as masmorras do santuário. Aparentemente a entrada estava intacta e foi assim pelo longo corredor que ligava a entrada ao centro do local. Pelo caminho notaram sinais de abalos nas paredes e no teto.

– Aconteceu alguma coisa aqui...

Quando chegaram ao centro, ficaram atônicos: Mabel, Aldebaran, Paula, Shion e Jules estavam no chão espalhados.

– Ju-les...? – o libriano perdeu a voz. Imediatamente correu até ela, ajoelhando ao lado dela. – Jules! Jules!

Ela não respondeu. Hian ficou temeroso pelo silencio e pelos vários ferimentos que ela continha. A respiração também estava lenta.

– Não faz isso comigo... Jules!

Mu levou um susto ao ver os ferimentos de Mabel.

– Mabel. Mabel.

A brasileira abriu os olhos.

– Mu....

– Apoie-se em mim. – ele a ajudou a levantar.

– Obrigada... Ricardo?!? Cadê?

Mu sentiu a garganta secar, ao ver o amigo debaixo dos escombros. Retirou todas as pedras com o máximo de cuidado. Ele ainda respirava, mas precisava urgentemente de cuidados.

– Vamos leva-lo. – disse de forma calma, mas por dentro estava apreensivo. A julgar a situação deles, temia por Ester.

Shaka aproximou de Shion. Com cuidado tirou-o debaixo de pedras.

– Mestre! Mestre!

Shion demorou algum tempo antes de acordar.

– Shaka...

O virginiano foi até Paula, a brasileira estava muito machucada.

– Paula.

– Shion!! – gritou acordando. – Shion??!!

– Estou aqui... – disse aliviado ao vê-la.

– Shi-on.... – os olhos marejaram, seu impecável mestre, estava num estado deplorável, a roupa havia virado trapos e havia uma grande mancha de sangue nos ombros e no rosto. – Shion.

Mesmo com tudo doendo, Paula correu até ele abraçando-o.

– Devagar... – a afastou um pouco. – estou todo quebrado.

– JULES!!! – o grito de Hian ecoou pelo local, estava desesperado, pois não acordava.

– Hian... – murmurou Shion.

– O que houve Shion?? – o fitou com as lágrimas escorrendo. – quem fez isso?

– Um guerreiro de Hell... Andrasta.

– Qual o nível dele? – Mu carregava Aldebaran.

– Ele tem habilidade de reduzir seu cosmo. Seu poder pode ir do nível Bronze ao Ouro em segundos. Tem um grande poder. – olhou para o libriano. – ele fez algo a Jules, mas não pude impedir.

– O que ele fez?

– Algo negro penetrou no corpo dela.

O.o.O.o.O

Seguindo as orientações de Shaka, Kamus e os demais foram para a Arena.

Durante o trajeto, Aiolos ficou mais atrás, não conversando com ninguém. Ao aproximarem do local, ficaram temerosos. A área de treinos parecia a superfície da lua, cheia de crateras.

– Quem teria tanto poder assim... – murmurou Shura.

– Vamos procurar.

Dividiram. O primeiro a encontrar a “vitima” foi Kamus. Ver Isa no chão, muito machucada o paralisou.

– Isabel... – correu até ela. – Isa!! Isa!! - A paulista estava com vários cortes por todo. Um filete de sangue escorria pela boca. – Isa... por favor... não... Isa. – sentiu um grande desespero e se ela e se ela... – Isabel!

Ela mexeu os dedos.

– Ka-mus...

– Isa... – sorriu. – está tudo bem agora. – pegou o corpo ferido com cuidado. – vou cuidar de você.

Shura olhava o cenário alarmado, rezava para que Julia não estivesse no meio. O coração foi a boca, quando a viu em meio as pedras.

– Julia!!!!!!!!!!

Foi até ela, ficando pálido ao ver seu estado, a paulista estava muito ferida.

– Julia!!! Julia!!! Acorda Julia!!!! – a tocou com cuidado. – Julia!! – os olhos marejaram, ela... ela... – Julia, por Atena... não faz isso comigo... Julia...

– Ai... – gemeu.

– Julia!

A brasileira inclinou o rosto, ficando surpresa ao ver uma lágrima descer pelo rosto dele.

– O que foi...?

– Nada. – limpou o rosto, sorrindo. – eu pensei que... – tocou no rosto dela. – onde dói?

– Tudo... – tentou sorrir.

– Vem. – a pegou no colo.

Aiolos andava devagar por entre as pedras. Estava agoniado. Se tivesse dito a Shion, tudo isso teria sido evitado? Sentia-se culpado. Virou para o lado, vendo Saga caminhar para um local.

O geminiano procurava pelo irmão. A julgar o estrago na arena, a luta tinha sido dura. Encontrou-o em meio as pedras. Seu estado era deplorável.

– Kanon! – ajoelhou ao lado dele. – Kanon! – virou para o lado... – Sheila...?? Aiolos!!!

O sagitariano correu... para parar no meio do caminho. Os olhos arregalaram e o sangue sumiu da face. Lentamente caminhou, deixando ir de joelhos ao chão ao parar do lado da paulista. Sheila estava coberta de sangue.

– Shei-la... – a voz morreu. Ficou paralisado. Pelo estado dela, a paulista não tinha sobrevivido. Por sua culpa, Sheila tinha pagado com a vida. Fitou a mão dela. Segurava firme a faixa vermelha. – não... – os olhos marejaram. – não... Shei-la... não... - a mente deu um nó.

Saga ergueu o corpo do marina.

– Kanon! – ficou preocupado. – Kanon!!

– Não grite... – murmurou. – não estou morto... – abriu os olhos.

– Que alivio...

– Não estou morto, mas estou em pedaços... no mínimo algumas costelas quebradas, minha perna também foi para o espaço.... - sorriu. - cadê a Suellen? - o fitou assustado.

– Ela está aqui?? - Saga levantou na hora, saindo a procura da cunhada. Torcia para que nada tivesse acontecido a ela ou Kanon.... - Suellen? - a viu caída. - Suellen!!

A brasileira abriu os olhos, fitando o homem a frente.

– Sa-ga?

– Você esta bem? - ficou preocupado por causa dos ferimentos.

– Sim.

– Consegue andar?

– Consigo. - Saga a ajudou. - cadê o Kanon?

– Aqui... - respondeu o próprio.

– Kanon?! - correu até ele. - Oh meu Deus... - levou as mãos ao rosto. - Kanon... - os olhos marejaram.

– Ei... eu não estou morto!

– Está machucado.... - tocou no rosto dele.

– Estou bem Su. - levou a mão ao rosto dela. - pare de chorar.

– Vou chamar o Mu para nos levar. - Saga aproximou.

– Ainda precisamos achar Atena. - disse Shura com Julia nos braços.

Kamus aproximava com Isa nos braços.

– Você vai ficar bem. - a fitou, a garota estava com os olhos fechados. - Isa. Isa. - ela não respondeu. - Isa.

Saga elevou seu cosmo, chamando por Mu. Olhando para o lado viu, Aiolos ajoelhado, mas de forma estática. Sheila continuava deitada.

– Aiolos. - o chamou. - Aiolos. - foi até ele.

Quando viu a brasileira de mais de perto, o geminiano sentiu num nó na garganta. O estado dela era critico.

– Sheila. - ajoelhou ao lado dela. - Sheila. - tocou no pescoço, a pulsação estava bem fraca. - fitou o amigo. - Aiolos...?

O sagitariano trazia o olhar vago.

– Aiolos! - gritou.

– Eu a matei Saga... - murmurou. - tudo culpa minha...

– Do que está falando? Ela está viva.

– Não... não... - balançava a cabeça negativamente. - não...

– Aiolos!! - Saga o sacudiu. - a Sheila está viva, mas precisa de cuidados. Agora!

Mu que tinha levado Aldebaran e os outros para o templo, atendeu ao chamado de Saga, na esperança que Ester estivesse com eles e salva.

– O que houve aqui... - murmurou ao ver a arena destruída. - a Ester?

– Ela não está aqui. - disse Shura.

– Mu, por favor, leve-nos, a Isa... - Kamus estava preocupado com o estado dela.

– Toque em mim. Volto já. - disse a Saga.

Num piscar de olhos sumiu. Saga voltou a atenção para Aiolos.

– Pegue a Sheila, Mu vai nos buscar.

Aiolos ficou com receio de pegar a grega. Medo de agravar os ferimentos a ponto...

– Não... Não...

– Aiolos o que foi?

– Se eu encostar nela... ela...

Saga soltou um suspiro. Entendia como ele estava se sentindo. Faria o mesmo se algo acontecesse a ela.

Mu apareceu ao lado deles.

– Mu, leve a Sheila. - Saga levantou. - vou levar Kanon. Venha Suellen.

Aiolos, Suellen e Saga seguraram no ariano.

O.o.O.o.O

Atena sentia suas forças sendo sugadas, tentava se soltar, mas a energia de Hell era poderosa. Enquanto isso as meninas começavam a despertar.

Ai. – murmurou Ester.

– Você é forte garota.

A carioca ergueu o olhar assustada, o homem estava agachado diante dela.

– Além de forte é bonita. – foi para tocar o rosto dela, mas Ester deu um tapa na mão dele. – e geniosa. Vou deixar para te matar por último, primeiro... – olhou para Cristiane.

A mineira recuou.

– Que tal ser enforcada? - apareceu diante dela.

Ela lembrou-se da casa de gêmeos, levando a mão ao pescoço.

– Enforcar não.... gosto de sangue...

– Pare, por favor...

Einlin voltou a atenção para Juliana.

– Atena realmente é a deusa dos humanos. As três raças debaixo de seu teto. – fitou a mineira. – não é pessoal a escolha de quem vai morrer primeiro. – apontou para Juliana o indicador. - aproximando dela.

A oriental fechou os olhos segurando o rosário.

– Morra... – foi para toca-la, mas sentiu o corpo paralisar. Uma estranha energia o bloqueava. – o que... – olhou para Atena, mas ela ainda estava sob domínio de Hell. Voltou a atenção para a oriental, a energia que sentia provinha daquele colar de contas. – ora... ela tem proteção.

Ju abriu os olhos, ainda estava viva?

Atena lutava para manter os olhos abertos, tentou se soltar sem sucesso.

– É inútil Palas. Estou sugando seu cosmo, logo não passará de uma reles mortal.

O.o.O.o.O

O silêncio no templo era sepulcral. Gabe num canto velava o baiano que permanecia desacordado. Dohko rogou ajuda a fluminense, mas ela não sabia o que fazer com Jules. A paulista parecia num sono profundo. Mabel cuidava dos ferimentos de Deba, assim como Paula os de Shion. Afrodite num canto cuidava dos próprios. Heluane tinha conseguido um Kit de primeiros socorros, ajudando as meninas. Mask acompanhava a movimentação dela em silêncio.

Ela olhou para Isabel. Tinha tratado dos ferimentos externos, mas temia pelos internos. Não tinha a menor ideia da extensão dos danos.

– Ela vai ficar bem? - indagou Kamus extremamente preocupado.

– Sim. - não quis dizer o contrário. - ela só está dormindo.

– Obrigado.

Helu pediu licença, quem era o próximo que precisava de cuidados? Mask a observa atentamente.

O ultimo grupo chegou, as meninas ficaram preocupadas com o estado de Kanon e de Sheila. Heluane foi logo solicitada, as pernas bambearam ao ver a condição da paulista. Aiolos afastou-se. O olhar passou por todos. As meninas e Aldebaran estavam vivos por milagre. Kanon e Shion certamente estavam fora de combate. Afrodite estava bastante ferido e tudo aquilo era por sua culpa. Se tivesse contado a Shion, tudo seria diferente.

– Cadê a Juliana??? - indagou Shaka a Saga.

– Não estava lá, assim como... - Cristiane também não.

– Só podem está com Atena. - disse Mu. - temos....

Todos nos templo sentiram um aumento repentino do cosmo de Atena e logo em seguida uma diminuição drástica. Aiolos saiu do estado de letargia correndo em direção a saída do templo. O cosmo vinha de Star Hill.

– Aiolos! - gritou Aioria.

– Eu preciso ao menos salvar Atena.

Shaka, Mu e Saga foram atrás.

O.o.O.o.O

Atena sentiu a cabeça zonza. Os olhos teimavam em ficar abertos. O corpo não respondia. Hell suspendeu seu cosmo. Atena caiu desmaiada no chão.

Atena!– Ester correu até ela. - Atena.

– Deu sorte que retirei apenas setenta por cento. - disse Hell, sugando os últimos resquícios de energia dourada. - guerreiros.

Três homens apareceram ao lado dela.

– Espero que tenham se divertido.

Eles apenas sorriram.

– Einlin, termine o serviço. - os quatro desapareceram.

– Será um prazer... vou manchar esse lugar com sangue.

O guerreiro apontou o punho para Juliana e a acertaria se seu braço não tivesse sido retido.

– Não ouse tocar nela...

Foi de uma vez, Einlin foi acertado por um cosmo dourado, mas não se machucou.

– Sha-ka... - Ju sorriu.

– Você está bem? - agachou diante dela, vendo o rosto machucado.

– Sim...

Mu e Aiolos correram até Ester e Atena.

– Ester! - a abraçou. - está bem?

Sim... você veio...– sorriu aliviada.

– Atena! Atena! - Aiolos a tomou nos braços. - o que houve Ester?

A deusa disse que sugou o cosmo dela.

O ariano estava tão feliz por ver que Ester não estava tão machucada que nem percebeu a voz dela.

Cristiane suspirou aliviada ao ver Shaka e os demais. Saga ficou por alguns segundos olhando a brasileira no chão. E se... e se tivesse acontecido ... A mineira ergueu o olhar.

– Saga...

O cavaleiro caminhou até ela, agachando a sua frente.

– Está bem...?

– Estou...

Ele ergueu a mão para toca-la, mas parou o movimento. Seus sentimentos não podiam ser suplantados.

– Chegaram os salvadores dos fracos. - Einlin olhava-os de forma satírica. - foi por pouco, quase que elas morrem.

– Seu desgraçado. - Shaka levantou. - vai se arrepender por ter tocado nela!

– Eu? Me arrepender? - sorriu irônico.

– Vai desejar nunca ter pisado aqui. - disse Saga sem tirar o olhar da mineira. - Aiolos leve Atena. Mu e Shaka vão, eu cuido dele.

– Mas Saga...

– Oh... - Einlin gargalhou. - quer dar uma de valentão?

– Vá logo Shaka! Vá com eles. - a voz saiu fria.

– E você?

– Vá Cristiane. - disse imperativo.

– Vamos Shaka. - Mu pegou Ester no colo, assim como Aiolos pegou Atena.

– Está bem...

– Não vão fugir! - o cosmo de Einlin elevou-se rapidamente. - serão enterrados nesse local.

A energia dele espalhou por todo o templo, provocando desmoronamento. Saga também elevou seu cosmo, a fim de acobertar a escapada dos amigos. Mu foi o primeiro a sair, seguido de Aiolos e Shaka.

– Não vão escapar! - o cosmo de Einlin aumentou ainda mais e com o choque com o do Saga provocou uma grande explosão. A poeira abaixou...

– Você até que tem poder.

– Digo o mesmo. - Saga o fitou.

– Pelo menos uma pessoa ficou. - inclinou o rosto.

Gêmeos voltou a atenção imediatamente, no momento da mineira descer as escadas, houve um desmoronamento impedindo a passagem. Ficou caída ao lado das pedras.

– Cristiane!

Quando girou o corpo, Saga sentiu o impacto de bater contra uma pilastra.

– Não se preocupe... vai acompanha-la. - Einlin disparou a queima roupa.

Os três cavaleiros chegaram ao primeiro andar do templo.

– Saga?

– Deve está logo atrás. Ele nos encontra. - disse Shaka. - Mu.

O poder do ariano envolveu-os.

O.o.O.o.O

Saga foi de joelhos ao chão, sentiu o gosto do sangue na boca.

– Soube que os deuses gregos temem os cavaleiros de Atena. – disse Einlin. – eu queria muito ver esse poder. Mas antes... acho que não me apresentei. Sou Einlin, guerreiro Ragnarok da Preocupação. E você?

O geminiano levantou. Poderia mandar tudo pelos ares, mas Cristiane estava perto demais, teria que tomar cuidado.

– Saga de Gêmeos. Se quer testar meu poder, vamos para outro lugar.

– Hum... – coçou o queixo. – esta com medo de destruir esse local?

– Não. - pouco se importava com Star Hill, seu medo era machucar a mineira.

– Já que é assim...

O cosmo de Einlin dominou tudo, começando a provocar rachaduras em todo templo. O chão começou a tremer.

– Não me deixa escolha.... – Saga elevou seu cosmo. – explosão galáctica!

– Musta Ulottuvuus...

A frente do guerreiro surgiu uma luz negra, o ataque de Saga foi sugado, desaparecendo.

– Co-mo...?

– Não posso demorar mais Saga. – elevou seu cosmo.

Quando o grego percebeu a bola de energia negra estava rente a ele.

– Boa estadia no inferno... - Einlin fixou o olhar nos olhos de Saga. - "por que ele tem uma alma com tantos pontos obscuros...? - pensou intrigado. - sinto uma áurea negativa vindo dele"

O guerreiro diminuiu a intensidade do ataque, mas mesmo assim o impacto foi grande, a ponto de algumas colunas caírem sobre o geminiano.

– Se sobreviver gostaria de ver esses pontos negros. - Einlin deu as costas indo embora, mas antes provocou um abalo na montanha.

O.o.O.o.O

Marin enfaixava o braço de Fernando, num profundo silêncio. O mineiro a observava atentamente. A amazona era muito corajosa e provou isso na batalha de mais cedo, mas não queria que ela lutasse mais. Por mais forte que ela fosse, seu corpo era frágil.

A japonesa notou o olhar.

– Sei o que está pensando. – o fitou sorrindo. – não quer que eu lute mais.

– Não... é.... – ficou surpreso.

– Eu conheço seu olhar. – voltou a atenção para a tarefa. – estou nisso, não apenas para proteger o mundo e Atena, mas também por você. Não sabe como tenho medo que algo lhe aconteça.

Fernando passou os dedos por entre os fios ruivos. Apesar de saber que ela era uma guerreira, ele sempre a enxergava como sua musa, poderosa e intocável, entretanto vê-la em ação e com os machucados que obteve percebeu que ela era muito mais que um ser etéreo e que como guerreira era natural se comportar como tal. Marin era uma amazona e não deixaria de ser tão facilmente.

– Está bem. – disse por fim. – me apaixonei por você exatamente por sua determinação e firmeza em seus propósitos. Não quero ser a pessoa que lhe impeça isso.

Marin sorriu.

– Só peço que tome cuidado. Muito cuidado.

– Pode deixar.

Shura passava com todo o cuidado o antisséptico na perna de Julia.

– Está doendo?

– Só um pouquinho...

– Vou colocar menos força.

– Não é por você Shura, é pelo machucado mesmo.

– Desculpe. – abaixou o rosto. – se feriu... e poderia ter acontecido algo pior...

– Eu estou bem. – segurou o rosto dele entre as mãos. – Kanon fez um bom trabalho. – disse para descontrair.

O cavaleiro abandonou o que estava fazendo e a abraçou.

– Nunca foi o meu desejo a barreira abrir... – apertou com mais força. – mas hoje eu quero que ela abra.

– Por quê? – Julia afastou-se um pouco decepcionada. – não me quer mais...?

– Estará mais segura fora daqui. Olha o estado do templo, olha as meninas... estão vivas por milagre. Não sabemos o que esperar dessa deusa. Ela pode matar você.

– Eu sei dos riscos que eu corro.

– Não sabe. Não tem ideia de como é uma guerra. Escuta. – segurou o rosto dela, olhando-a fixamente. – eu não tenho a mesma força de antes e por isso estará sujeita ao dobro dos perigos. Eu não me perdoaria se algo lhe acontecesse.

– Você tem força sim Shura, por isso não temo nada. Eu acredito em você.

O espanhol não disse nada, Julia não tinha noção do perigo que se encontrava.

Com o Kit por Heluane, Suellen cuidava de Kanon.

– Ai Su! - reclamou. – devagar.

– Estou quase parando.

– Mas está doendo. – fez bico. – ai!

– Pensei que os homens eram fortes.

– Mas nós somos.... ai!

– São forte só para segurar sacolas. Para de reclamar, levante as mãos para o céu que poderia ser pior. Poderia está numa cama... – os olhos marejaram. – ou até...

– Su... – recuou diante das lágrimas. – para de chorar, por favor.

– Eu me preocupo com você.

– Eu sei... – acariciou o rosto. – eu vou ficar calado sem reclamar. Nem vou me mexer. “Também nem consigo.” – as pernas doíam muito.

Dohko se quer piscava, Jules não tinha respondido aos chamados dele e de Heluane.

Voltou a atenção para Aiolos.

– Está vendo o porquê que tudo deve ser dito. – a voz saiu fria. – tudo isso poderia ser evitado.

Aiolos que estava ao lado de Sheila encolheu.

– Está sendo injusto Dohko. – disse Shura.

– Do que estão falando? – indagou Shion.

– Fala Aiolos. – a voz do libriano saiu ferina.

– Mestre... eu...

– Doh-ko... - a voz feminina saiu fraca.

O libriano arregalou os olhos, abaixando o rosto.

– Juliane... - sorriu.

Ela ergueu o corpo sentando.

– Pensei que nunca mais fosse te ver. – o abraçou. – eu tive tanto medo.

– Por Atena... – a envolveu. – eu pensei... eu pensei...

Todos respiraram aliviados, ao menos uma boa noticia.

– Não está sentindo nada?

– Meu corpo dói... mas nada grave. Shion me protegeu.

– Obrigado. – o chinês olhou para o amigo. – obrigado.

O mestre apenas sorriu para não deixar a preocupação transparecer. Andrasta havia feito algo com Jules, mas o que?

Suas indagações e o alivio dos demais, por Jules ter acordado, foram interrompidos por um estrondo.


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