A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 2
Descobrindo o Mito


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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No capítulo anterior...

Notou que a amiga estava parada fitando algo, quando ela viu arregalou os olhos. E foi assim com todos.

– Quase fiquei entalado. - disse Fernando levantando. - só espero que fiquemos pouco tempo na cadeia... - notou o silêncio. - o que foi?

Ester segurou o rosto dele, virando-o. O mineiro arqueou a sobrancelha ao ver diante de si uma enorme estátua de mármore.

O.o.O.o.O

– De onde saiu isso? - o jovem indagou. - não fala no encarte que tem uma estátua aqui.

– Deve ser uma área muito restrita. - disse Sheila. - deve ser aqui onde estão fazendo o trabalho de restauração.

– Deveríamos nos preocupar em saber onde estamos. - Juliana fitava a estátua.

– Será que não passamos num túnel que leva a outro templo? - indagou Gabe.

– Deve ter sido isso. - disse Julia.

– Pera aí gente... - Isa respirou fundo. - não faz o menor sentido. Não há uma área dessa perto do Parthenon e não acredito que passamos por um túnel...

– Ah é? Então me explica isso? - Heluane apontou para a estátua. - uma estátua de Atena de uns trinta metros! Seria vista de qualquer ponto da cidade!

– Calma gente, deve haver uma explicação. - disse Mabel.

– Claro que tem. - disse Rodrigo impaciente. - estamos ferrados!!

– O que fazem aqui? - indagou uma voz feminina.

O grupo gelou. Haviam sido pegos e com certeza teriam problemas. Olharam para a dona da voz. Era uma jovem, de mais ou menos 1,67 de altura. Tinha o corpo todo trabalhado, percebido pelo colan preto com legue vermelha. Ela usava sandálias de tiras. Seus cabelos desciam lisos até um pouco abaixo dos ombros levemente repicados nas pontas. A cor era num laranja, acobreado e com algumas mechas em vermelho. A franja lateral descia lisa até encostar nos olhos azuis claros ligeiramente puxados. A face rosada continha algumas pintinhas na bochecha. Como uma típica ruiva. A boca estava com um leve batom rosa.

– Como entraram aqui? - indagou desconfiada.

– Estávamos andando pela Acrópole, - iniciou Juliane. - entramos sem querer no Parthenon e para sair passamos por uma passagem e paramos aqui. Sinto muito se entramos em local proibido. Não foi nossa intenção. – foi a mais verdadeira possível. – sentimos muito.

A moça olhou para o grupo contando quinze pessoas. Pelos crachás que usavam percebeu que eram turistas.

– Realmente é uma área proibida. Venham comigo.

A moça deu lhe as costas. O grupo se entreolhou, estavam com problemas.

Seguiram em silêncio. Enquanto faziam o trajeto, olhavam o cenário. Aquela parte era completamente diferente da parte da Acrópole. Ali tudo parecia restaurado, para não dizer novo.

– Devem ter gastado muito dinheiro. - disse Marcela baixinho a Juliana.

– Com certeza deve está sendo guardado a sete chaves. Para uma futura inauguração, mas o mais intrigante... como não vimos esse local antes?

A moça os conduziu por uma passagem que a esquerda tinha um grande jardim e a direita uma construção de dois andares em moldes gregos. Ela parou em frente a uma porta de madeira, onde dois guardas vestidos a grega vigiavam-na.

– Tudo aqui é temático. - disse Suellen.

– Prova o quanto estamos ferrados. - Cris olhou ao redor.

Ester estava calada, ela não podia ouvir, mas viu muito bem que havia algo de muito errado naquele lugar. Não existia aquela parte na Acrópole.

A jovem os conduziu para o interior, levando-os até uma sala.

– Esperem aqui. - disse. - e não saiam até eu voltar.

Concordaram. A moça fechou a porta atrás de si.

– Falei que não era uma boa ideia. - Sheila estava muito preocupada.

– Alguém trouxe o endereço da embaixada? Com certeza aqui é uma parte governamental vai dar merda. – disse Paula

– Fiquem calmas. Vamos explicar o que aconteceu e pedir desculpas. Não fizemos por querer. - disse Juliana.

– A culpa é sua Gabe! - exclamou Marcela. - sua curiosidade nos ferrou!

– Você que deu a ideia! - rebateu.

– As duas erraram. - a calma de Juliane serenou os ânimos exaltados. - mas já está feito. É melhor sentarmos e esperar.

– Vamos ser deportados. - disse Mabel. - expulsos.

– Calma. - disse Cris. - daqui a pouco a moça volta, vai pedir o endereço do hotel, nos aplicar um sermão e nos mandar de volta.

– Vim para a Grécia para ser preso... - Rodrigo balançou a cabeça.

A moça continuou o trajeto até uma construção muito maior que a primeira. Andou por um longo corredor até chegar a uma porta dourada. Um guarda que estava parado, ao reconhecer a moça abriu a porta. Ela adentrou com os olhos fixos no trono que ficava ao final do salão. A certa distância parou fazendo uma leve reverência.

– Algo errado? - indagou a moça que estava sentada no trono dourado.

– Sim senhorita. - a jovem olhou para o homem que estava ao lado da moça. - aquilo aconteceu de novo.

A jovem soltou um longo suspiro. Aqueles episódios estavam se tornando corriqueiros.

– Dessa vez passou um número maior. Quinze pessoas, turistas.

– A barreira anda muito instável. - disse o homem. - em três anos já foram trinta pessoas, sendo agora quinze de uma vez.

– Onde eles estão? - a jovem olhou para a ruiva.

– Nos antigos dormitórios. Eles apareceram atrás da estátua.

– Desconfiam de algo?

– Pensam que entraram numa área proibida. Com a Acrópole em reforma devem imaginar que essa área deve está sendo restaurada.

– Entendo. - levantou. - vou olhar como está a barreira, enquanto isso, providencie água e refeições. Diga a eles que estamos esperando contato do hotel para leva-los de volta.

– Sim.

A moça fez uma reverência afastando.

– Podemos manda-los imediatamente? - indagou o homem.

– Espero que sim. Em onze anos, somente uma pessoa que não conseguimos mandar de imediato, espero que tenhamos sorte com esse grupo. Aquela vez já foi o suficiente para provocar estrago.

Nos dormitórios...

– Que demora. - disse Suellen.

– Leva tempo para acionar os responsáveis. - Julia estava cabisbaixa.

– Acionar a embaixada, a polícia... – enumerou Fernando.

– Pelo menos vimos uma parte restaurada. - Helu tentou sorrir. - a estátua, aquele jardim, esse prédio.

Olharam para a sala.

– Olha só a riqueza de detalhes. – disse Paula.

– Deve ser inaugurado numa data especial.

Isa que estava calada, estranhou ainda mais o silêncio de Ester. De certo ela estava com medo.

– Não se preocupe, vai dar tudo certo. - pegou na mão dela.

Não é apenas isso...

A atenção voltou para a "americana".

– Algum problema Ester? - indagou Marcela, preocupada com a amiga.

– Acho que estamos realmente encrencados.

– Por que entramos em local proibido? Mas não tinha placas! - exclamou Gabe.

Não percebem que esse local é diferente da Acrópole? Quando chegamos, não vimos aquele bosque, muito menos a estátua.

– Poderiam está na parte de trás do templo. - disse Suellen.

– Sei lá...

– Acha que estamos onde então? - indagou Rodrigo ficando ainda mais preocupado.

Na...– o aplicativo parou de funcionar. Ester tentou por duas vezes abri-lo e não deu certo. Depois desligou e ligou novamente o aparelho e nada do app funcionar.

– Eu te ajudo...

A conversa foi interrompida pela porta, era a moça.

– Já avisamos o hotel, eles mandarão uma van para busca-los. Estamos tomando as medidas legais, mas ninguém será preso, mas terão que assinar um termo de responsabilidade.

– Como assim? - indagou Julia.

– Esse lugar é restrito, faz parte de um projeto de restauração da Acrópole, - mentiu. - não foi noticiado nem na imprensa. Apenas alguns membros do governo grego sabem desse projeto. O termo é para que não vazem com a informação, sob pena de multas e prisão.

– Tem nossa palavra que não falaremos nada. - disse Sheila.

– Assim espero. Enquanto isso, providenciamos um lanche pode ser que demore um pouco.

Entraram três mulheres de meia idade, duas delas carregando bandejas e uma trazendo um carrinho. Elas vestiam um vestido branco até o joelho. Nos pés sandálias de tiras.

– São de que país? - indagou a ruiva.

– Brasil. – respondeu Rodrigo.

– Hum... por favor fiquem aqui e não saiam para sua própria segurança.

– Sem problema.

– Um guarda ficará na porta se precisarem me chamar.

– Qual o seu nome? - indagou Juliana.

– Marin.

– Desculpe os transtornos Marin. - Juliana curvou ligeiramente, ato herdado de sua ascendência japonesa.

Marin achou graça. Apesar de ter nascido no Japão havia muitos anos que não praticava certos modos orientais.

Shinpai Shinaide Kudasai.(não se preocupe tr. google translate)

Disse saindo, deixando todos surpresos.

– Ela fala japonês... - Juliana piscou os olhos.

– De certo trabalha com turistas. - Heluane pegou alguns bolinhos. - deve saber muitas línguas.

– O nome dela é bonito. - disse Mabel.

– Ela que é bonita. - disse Fernando. - e ruiva mesmo. Para ela sou fácil, fácil. - riu.

– Fernando,não nos complique mais. - disse Cris sorrindo.

– Agora, toda vez que for descrever a Marin, essa Marin será a minha inspiração. Ela é perfeita. - o mineiro trazia um sorriso dúbio.

– Xi...Apaixonou. - disse Isa.

Ester ligou o tablet novamente. Testou o app. Soltando um suspiro aliviado.

– Voltou a funcionar? - indagou Jules.

Sim. Ainda bem. - sorriu.

Perto da estátua...

Com os olhos fechados, procurava elevar sua energia. Seu corpo brilhou em dourado e em reposta apareceu no céu algo um pouco translúcido. Parecia uma aurora boreal, contudo dourada. O fenômeno cobria toda a montanha e sua base. Depois de dez minutos a jovem abriu os olhos. O mesmo homem que estava com ela na sala, estava ao seu lado.

– E então?

– O corte dimensional sumiu. Deve ter aberto apenas pelo tempo que eles passaram.

– E o que a senhorita fará?

– Vou ficar aqui, até surgir uma instabilidade. Deixe a Marin ciente.

– Sim.

No dormitório, as risadas voltaram. Nem pareciam que estavam "presos".

– Não foi tão ruim, - Gabriela pegou alguns bolinhos. - estamos comendo de graça e comida muito boa por sinal.

– Isso é verdade. - Sheila serviu-se de alguns.

– Estão divinos. - Paula pegou alguns.

Passou-se três horas e ainda continuavam confinados. A apreensão que tinha sumido voltou. O pessoal do hotel estava demorando demais.

– A coisa deve ser mais séria que pensávamos. - Juliane olhou as horas.

– De certo deu alguma coisa errada com o hotel. – disse Paula.

– Estou ficando com medo. - Mabel estava apreensiva.

– Tentei o celular, mas sem sinal. - disse Julia.

– O meu também não funciona. - Isabel andava de um lado para o outro a procura de sinal.

A porta foi aberta, eram as mesmas senhoras, que agora traziam travessas.

– A senhorita Marin nos pediu que servisse o almoço. - disse uma das mulheres.

– Estava com fome mesmo. - Rodrigo levantou.

– Obrigada. - Sheila agradeceu em nome de todos.

A preocupação não diminuiu, mas pelo menos estavam sendo bem tratados.

– A última refeição antes do abate. - brincou Suellen.

Estátua...

Três horas e nada da barreira apresentar alguma irregularidade, ela parecia mais estável do que nunca.

– E então? - indagou o homem que voltara.

– Está estável. - olhou para o alto, onde toda a extensão estava coberta por um brilho dourado. - Lembra-se do acontecimento de 2002?

– Sim.

– A barreira está do mesmo jeito.

– Será que é aquele evento? Que de tempos em tempos a barreira abre um vértice e só volta abrir dias depois?

– Creio que sim. Em 2002 demorou cinco dias para voltar a abrir.

– E agora?

– Pode abrir hoje a tarde ou daqui a dias. Mesmo comandando esse lugar, certas coisas não tenho o controle. Essa barreira é uma delas. Não é apenas o meu cosmo que a sustenta. Esse lugar também a controla, somado a isso o meu cosmo...

– E as pessoas?

– Preciso pensar em algo. - disse passando a mão no braço direito para aplacar um pouco a dor.

Marin depois de cumprir algumas obrigações dirigiu-se para o local onde o grupo estava. Precisava mantê-los um pouco a par da situação, alias mentir. Improvisou um caderno e uma caneta. Deu duas batidas na porta e entrou.

– Olá.

– Oi Marin. - disse Cris.

– Sei que devem está preocupados, mas está tudo correndo bem, não se preocupem, são apenas coisas burocráticas. - pegou uma cadeira. - gostaram do almoço? - indagou para passar tranquilidade.

– A comida grega é divina. - disse Marcela.

– Concordo. - sorriu.

Juliana como boa observadora, notou o formato dos olhos de Marin.

– Como sabe japonês? - indagou.

– Nasci no Japão, mas sou metade japonesa, metade dinamarquesa.

– Agora explica os olhos puxados e os cabelos ruivos. - Juliana sorriu.

– Sim. Minha mãe é nipônica de Tókio, meu pai era dinamarquês. Quem terminou de almoçar poderia me passar o nome? Se tiver com o passaporte, também ajuda. È para repassar para o hotel.

Ester Sue.– foi a primeira.

Marin a fitou imediatamente, estranhando o tom um pouco automático.

Sou surda, então uso um programa capaz de converter o que eu digito em fala.

– Desculpe... - parou de falar, pois percebeu que não adiantaria.

Tudo bem Marin, não precisa se desculpar.

Novamente a japonesa a olhou curiosa. Ester sorriu.

Posso ler lábios. Aprendi as duas línguas, por isso posso me comunicar dos dois modos.

– Desculpe a minha surpresa, não conheço muitos surdos e os que conheço se comunicam pela linguagem de sinais. Fico feliz que a tecnologia possa ser usada para melhorar a qualidade de vida das pessoas. É um prazer conhecê-la Ester Sue.

Igualmente Marin...

– Marin Serikawa Wozniacki.

Ester sorriu. A japonesa sorriu de volta. Vendo pessoas como Ester que esforçavam para ter uma vida melhor, fazia sua missão e dos outros valer a pena. Era gratificante.

– Quem é a próxima?

Sentados mais atrás...

– Kurumada tem muita imaginação. Criar uma japonesa ruiva. - disse Heluane, mais ao fundo da sala, mas suficiente para ser ouvida por todos. - seria muito mais plausível como ela. - disse mais baixo apontando para Marin.

– Não dá para levar o que ele fez ao pé da letra. - disse Isabel.

– Mas que rende boas analise de personalidade... - Cris riu.

– Adorei a que a Julia fez. - disse Sheila. - perfil psicológico do Mask e do Manigold.

Marin que escrevia o nome de Juliana ergueu o olhar ao escutar os nomes, para balançar a cabeça negativamente.

– "Escutei demais." - pensou.

– Vou encomendar um perfil psicológico do Shaka. - disse Mabel.

– Se for assim eu quero do Dohko. - Jules manifestou.

– Vou escrever uma fic sobre isso. - disse Julia. - perfis psicológicos dos santos de Atena.

– Bom título. - Gabe gostou da ideia.

Há essa hora Marin tinha parado de escrever, passando a escutar a conversa. Como eles sabiam aqueles nomes?

– Desculpe... mas do que estão falando?

– Nada de mais Marin. - disse Rodrigo.

– Elas são loucas. – Fernando completou.

– Saint Seiya nem deve ser conhecido aqui. - disse Marcela.

Marin arregalou os olhos.

– Sabem sobre Saint Seiya?

– Sim. - respondeu Mabel. - sabemos tanto que alguns deles até escrevem histórias sobre. - sorriu.

Saint Seiya faz muito sucesso no Brasil. – disse Ester.

A ruiva ficou preocupada, realmente agora estava preocupada. Se fossem apenas turistas que gostam de arte grega, não teria problema, mas pessoas que sabiam sobre a história de Kurumada? Aquilo poderia ser desastroso.

– Eu vou verificar se o hotel já fez contato, volto daqui a pouco e pego o restante dos nomes. - foi saindo.

– Como quiser... - murmurou Paula.

Ficaram sem entender.

– Ela deve ter nos achado um bando de crianças. - disse Isa.

Estátua...

Aos poucos a energia dourada em torno da garota foi diminuindo. O homem a observava atentamente.

– É como eu disse. Não há sinais de cortes na barreira.

– E o que fará senhorita?

– Eles ficaram no templo sob os cuidados de Marin. Se forem passar a noite aqui, continuarão no antigo dormitório. Providencie que não lhes falte nada.

– Sim.

– Quero que mais tarde, vá até eles e diga o seguinte: o hotel se recusou a vir busca-los então entramos em contato com a embaixada e estamos aguardando o retorno.

– Vão ficar apavorados. - sorriu.

– Eu sei que sim, mas é necessário. Use toda sua autoridade. - sorriu. - para convencer. - sabia o quanto ele poderia ser persuasivo.

– Desculpe, mas... - o rosto ficou preocupado.

– Sei o que está pensando. Estamos correndo risco. - fitou a cidade de Athenas. - Eu sei, mas não há muito que fazer. - o fitou.

– E quanto a comemoração quer será daqui alguns dias? Talvez a barreira...

– Se ainda estiverem aqui, vamos leva-los para a vila. Zeus ajude que ate lá já tenham ido embora.

Assim que saiu do recinto, Marin correu em disparada para o templo principal, no meio do caminho descobriu que a dona de tudo estava no pátio da estátua. Precisava avisá-la imediatamente, pois a situação era muito grave. Sorriu ao vê-la conversando com o segundo em autoridade.

– Marin?

– Desculpe interrompe-la, mas o assunto é grave.

– O que foi? - indagou o homem.

– O grupo.

– O que tem?

– Conhecem Saint Seiya.

A moça ficou pálida, enquanto o homem arregalou os olhos.

– Como??

– Fingi que pegava os nomes deles e escutei a conversa. Eles sabem de tudo. Até mencionaram nomes antigos.

– Conte o que ouviu Marin.

Ela narrou tudo. Os outros dois ficaram em silêncio. Agora, teriam que tomar outras providências.

– Marin você continuará responsável por eles. - a jovem contou o plano a Marin. - agora mais do que nunca quero que fique de olho neles. Vou deixar guardas para vigia-los, eles não podem por o pé para fora do dormitório.

– Mas até quando senhorita? - indagou o homem. - Se o vértice pode abrir daqui alguns dias, como vamos mantê-los presos por tanto tempo?

– Mantendo. - disse enfática. - O único jeito deles saírem daqui é pelo corte dimensional, pois não tem cosmo para passar pela barreira. Vou entrar em contato com meu amigo da polícia, para abafar o caso, a essa hora já devem ter dado falta deles. Vou mandar também buscar as bagagens no hotel...- a moça ficou em silêncio, pensando em algo. Ela olhou para Marin. - é melhor eles não voltarem a ver você e nem você ir até lá. - olhou para o homem.

– Como assim?

– Me passou uma ideia absurda pela cabeça, mas é melhor prevenir.

– Que ideia? - Marin indagou.

– Se seu cabelo fosse um pouco mais vermelho seria exatamente como na história.

– A senhorita acha que eles podem me reconhecer?

– Talvez. Como disse é uma cisma absurda. Kurumada transformou a realidade em mito e pensar em deuses e cosmos é bem fantasioso no mundo moderno. Como em todo mundo, devem achar que não passa de uma fantasia criada por ele, mas não quero pagar para ver. Mesmo sendo uma possibilidade remota não quero correr esse risco.

Dormitório...

Comiam a sobremesa em silêncio, silêncio esse quebrado por Paula.

– Estou começando a ficar com medo.

– De...? - Marcela a fitou.

– Essa demora em nos liberar. Estamos aqui desde cedo e tudo que dizem é que estão aguardando o hotel.

– Também estou começando a ficar preocupada. - Jules olhou para a janela que ficava próxima ao teto. - Acho que a situação é bem mais grave.

– Vamos ser presos... - murmurou Mabel.

Isabel pegou seu celular, contudo o aparelho estava sem sinal.

– Aqui não tem sinal.

– Talvez lá fora tenha. - disse Suellen, igualmente preocupada.

– Mas tem os guardas. - lembrou Rodrigo.

– Eu vou fingir que estou passando mal, - Helu levantou. - eles virão para me ajudar, aí a Isa tenta ligar.

– Isso não vai dar certo. - Sheila temia piorar a situação.

– Vai sim. - Helu deitou no chão. - desmaiei.

Rodrigo e Júlia saíram da sala indo ate os guardas dizendo que alguém tinha desmaiado. Os dois guardas rapidamente os seguiu, enquanto ajudavam Heluane, Isa aproveitou para sair. Suellen foi com ela para vigiar a porta. Isa atravessou o passeio entrando no jardim, lá ficaria mais escondida. Su na porta, tinha um olho na amiga e outro no caminho.

No jardim o celular continuava sem sinal, deixando a brasileira nervosa. Enquanto isso, um dos guardas pegou Helu no colo dizendo que a levaria para a enfermaria. As meninas gelaram, pois poderiam ser pegas, entretanto não tinham alternativa. Rodrigo fez sinal para Suellen, que voltou a atenção para Isa, mandando sinal para voltar imediatamente. A brasileira guardou o celular no bolso e voltava. Estava com tanto medo de ser pega, que não teve o cuidado de olhar se alguém aproximava. Uma pessoa que caminhava em direção ao local a viu atravessar. Nessa hora o guarda já estava praticamente na porta com Helu nos braços, acabando por encontrar Su e Isa. Antes que ele pudesse falar alguma coisa escutaram uma voz...

– O que está acontecendo aqui?

– Marin. - disseram Isa e Su assustadas, pois a jovem chegara segundos depois que Isa entrara.

– A moça passou mal senhorita Marin. - disse o guarda.

– Leve-a para a enfermaria.

Rapidamente o guarda foi cumprir as ordens. No meio do caminho Helu achou melhor fingir que estava acordando.

– Você está bem? - indagou Marin.

– Sim... - fez uma voz bem melosa. - deve ter sido uma queda de pressão. Pode me soltar. - disse ao guarda. - obrigada.

– Está tudo bem Helu? - indagou Cris para dar mais veracidade ao "desmaio."

– Sim.

– Voltem para sala. - disse olhando para Isa. - o hotel recusou a vir busca-los, entramos em contato com a embaixada brasileira, estamos aguardando o retorno.

Sem muito que fazer obedeceram. Passaram a tarde toda trancados. Ainda tentavam manter-se serenos, mas a cada hora que passava a tensão aumentava.

– Acho que vamos ser presos. - Fernando já estava conformado.

Será?– Ester já pensava num jeito de entrar em contato com os pais.

– Fernando tem razão. - disse Juliana. - Estão demorando muito e estamos sem respostas. Com certeza seremos presos.

– A embaixada já deve está a par. - Paula torcia para isso. - Vão nos tirar daqui.

– Ou não... - murmurou Cris. - se como Marin disse e entraram em contato com a embaixada, a coisa muda de figura. Passa a ser questão de governo. Torcer que os dois países tenham boas relações.

A porta foi aberta. Era uma das mulheres do almoço que agora trazia roupas.

– Senhorita Marin mandou avisa-los que vão passar a noite aqui. Trouxe toalhas e roupas limpas. - olhou para Rodrigo e Fernando. - para vocês também. Elas são um pouco diferente com que estão acostumados, mas servirão. Os banheiros ficam no segundo andar, assim como os quartos que já estão prontos. O jantar será servido na sala ao final do corredor.

– Estamos presos? - indagou Mabel.

– Eu não sei de nada. - disse a mulher. - apenas cumpro ordens. Com licença.

– Toda. - Gabe foi até a porta para fechá-la. - nos metemos numa bela encrenca. - olhou para os amigos.

Como a mulher havia dito no andar superior tinha três banehiros. Nos quartos cinco camas em cada. O prédio era retangular e das janelas dos quartos puderam contemplar a cidade. Jantaram e depois seguiram para os quartos. Amontoaram todos num para conversar.

– Até que essas roupas são confortáveis. - disse Gabe.

– Parece mais uniforme de cadeia. Tudo igual. - Marcela estava com a cara fechada.

As meninas vestiam a mesma coisa. Um vestido de algodão branco de mangas e até o joelho. Usavam uma espécie de corda para acentuar a cintura.

– A nossa não é tão ruim...- murmurou Fernando. Ele usava uma calça de algodão bem larga com uma blusa do mesmo material.

– E confortável. - disse Rodrigo.

Jules e Helu é que não estavam muito a vontade com os trajes.

– A roupa é o de menos. - disse Paula indo até a janela. - vamos passar a noite nesse local.

– E nossas coisas no hotel? - indagou Mabel. - será que foram confiscadas?

De certo devem ter sido levadas para a embaixada.– disse Ester.

Isa levantou indo a outra janela.

– A vista daqui é linda.

– Verdade. - Sheila aproximou. - o curioso é ter casas tão perto da Acrópole.

Notou que na base da montanha algumas centenas de luzes estavam acessas, luzes de casas e ruas.

– Talvez não sejam casas. - Julia também aproximou. – as vezes algum local de apoio ao museu.

– E o que faremos gente? - indagou Suellen. - não temos a menor noção do que realmente está acontecendo.

– Os telefones de vocês ainda não funcionam? - Helu olhou para Julia, Isa e Jules, as únicas que tinham trago o aparelho.

– Nada.

– É melhor irmos dormir. - Juliana levantou. - não sabemos como será o dia de amanhã e precisamos está preparados.

– A Ju tem razão. - disse Cris. - Bom... são cinco camas... dividir em cinco, cinco, três e dois?

– Sim. - Rodrigo dirigia para a porta. - boa noite meninas.

Fernando acenou.

Dia seguinte...

O sol despontava no horizonte, indicando o novo dia e a constatação que não pregara o olho a noite toda. A ideia de que aquele grupo sabia sobre Saint Seiya a deixava preocupada. Em outras ocasiões isso não importaria muito, pois os "intrusos" eram devolvidos ao mundo real, na mesma hora. Certificava-se sempre disso, contudo aquela situação era diferente, eles sabiam da história como também o corte dimensional poderia demorar dias para aparecer. Como os manteria presos por tempo indeterminado? Sentou na cama num rompante, lembrando se de algo que poderia resolver o problema. Deveria ter feito com Kurumada e assim pouparia os problemas, mas como não o fez teria que fazer com o grupo. Rapidamente trocou de roupa indo para o salão principal.

– Bom dia senhorita. - o homem a reverenciou.

– Bom dia. - respondeu sorrindo. - peça a Marin que os traga aqui.

– Por quê? - estranhou. - aconteceu alguma coisa?

– A permanência deles aqui é indeterminada, diante disso, resolvi deixa-los a par da história.

– Mas... - ficou atordoado. - desculpe, mas não é prudente. Já tivemos tantos problemas com isso.

– Eu sei, mas dessa vez será diferente.

– O que pretende fazer?

– Algo que deveria ter feito a Kurumada. No momento certo saberá. - sorriu.

Ele ficou calado, ela deveria saber o que estava fazendo, apesar de achar demasiadamente arriscado, mas tinha que confiar.

– Confio no julgamento da senhorita. Vou avisar a Marin.

Marin recebeu as ordens com surpresa.

– Mas... - a garota não sabia o que pensar.

– Vamos confiar Marin. Traga-os.

Os primeiros raios de sol bateram nos quartos, de forma preguiçosa um a um foi levantando. Procuraram por algo para se vestirem e foi com surpresa que viram suas roupas do dia anterior completamente limpas.

– Usaram até amaciante! - exclamou Suellen aspirando o perfume.

– Mas como? - indagou Paula. - entraram aqui, pegaram nossa roupa e lavaram??

– Estamos presos esqueceu? - disse Helu. - a noite usamos esse vestido branco e durante o dia nossa roupa. Presos não têm guarda roupa.

– Nós precisamos fazer alguma coisa. - Rodrigo apareceu no corredor segurando sua roupa lavada. - nós não podemos continuar sem saber de nada.

– Para que fui te dar ouvidos. - Marcela olhou para Gabe. - e porque fui me dar ouvidos, agora estamos ferrados. Tomar no @#$!

– Se eu soubesse das consequências tinha me contido. - Gabe sentia-se culpada.

Não se culpe Gabe.– disse Ester. - vamos sair dessa.

– O que temos que fazer é explicar o que aconteceu. - Juliana tentava transparecer tranquilidade. - Não cometemos um crime grave.

– Depende do ponto de vista Ju. - disse Sheila. - se é um lugar restrito, seria como se entrássemos numa área do exército sem autorização.

– Mas Sheila. - disse Mabel. - não fizemos por mal.

– Mas são regras Mabel. - Isabel surgiu no corredor. - colocaram uma mesa de café.

– Então por que estão nos tratando tão bem? - Júlia estava impaciente.

– Não temos ideia. - disse Juliane. - o que podemos fazer é contar como tudo aconteceu e torcer para que os superiores da Marin, entendam que fomos apenas curiosos demais. No mais, vamos manter a calma.

– O importante é obedecermos tudo que eles disserem. - observou Fernando. - não podemos piorar nossa situação ainda mais.

Ouviram barulho de passos na escada, surgindo diante deles um homem, portando uma lança.

– Estão sendo chamados, me acompanhem.

Seguiam calados, como animais indo para o abate, contudo quando passaram pelo jardim, a admiração tomou conta deles. Era magnífica, a enorme construção que despontava. Toda feita em mármore branco, com dezenas de colunas aos moldes gregos. Parecia até uma pintura, pois o céu azul límpido realçava ainda mais a beleza da construção.

– Uau... - exclamou Sheila.

– Isso existe mesmo? É linda! - exclamou igualmente surpresa Mabel.

– O trabalho de restauração está ficando perfeito. - disse Julia. - estão caprichando nos detalhes.

Ester olhava atentamente a construção, notou que era idêntica ao Parthenon.

– "Que estranho." - pensou.

Deram a volta pelo templo parando na porta principal. O homem acenou para que eles continuarem a andar. Atravessaram um longo corredor, repleto de afrescos que retratavam passagem gregas. Alguns minutos depois pararam em frente a uma porta dourada. Ela era alta, de mais ou menos três metros de altura. O guarda acenou para o homem que guardava a porta e então perceberam que eles usavam a mesma roupa.

– Entrem. - disse o guarda abrindo a porta.

O recinto era amplo, um grande salão. As paredes eram claras, enquanto o chão era em mármore negro, que de tão polido, refletia. Pequenas janelas faziam a iluminação. O grupo observava maravilhado o local. Notaram então que ao fundo, uma cortina vermelha cobria a parede de fora a fora e que no centro havia um trono, numa espécie de plataforma deixando-o a alguns degraus acima do nível do chão. Uma moça estava sentada nele.

– Bom dia. - disse a mulher sorrindo.

– Bom dia. - responderam.

– Como passaram a noite? Espero que tenham ficado bem acomodados.

– Ficamos, mas gostaríamos de repostas. - Marcela tomou a frente. - Estamos presos? - já estava preparada para brigar.

– De certa forma sim, mas não por autoridade policial.

Rodrigo observou a mulher. Ela usava um vestido branco longo de alças, não usava adorno nenhum com exceção de um par de brincos. Seus cabelos eram lilases, longos e inteiros até a cintura, num corte reto. A testa era coberta por uma vasta franja reta. Os olhos eram verdes escuros, traços finos e na boca um tom rosado.

– "Bonita." - pensou.

– Antes de explicar a situação de vocês gostaria que me contassem o que sabem sobre Saint Seiya. - ajeitou-se melhor no trono.

Olharam entre si estranhando.

– Devem achar que somos loucos e nos colocaram num hospício. - disse Gabe.

Suellen apenas concordou.

– Bem.... - Fernando tomou a frente, fazendo um resumo da história. - e é isso.

– Compreendo. - fechou os olhos por instantes. - o que eu vou falar, poderão achar delírio da minha parte, mas gostaria que me ouvissem até o final. Sentem-se, por favor.

Só então notaram as cadeiras. A jovem esperou eles acomodarem para iniciar.

– Vocês devem ter recebido do hotel, um guia sobre a história da Acrópole. Isso é de praxe de todos os hotéis de Athenas. Ela foi construída há mais de dois mil anos em homenagem a Atena. Devido a terremotos e principalmente guerras, tudo que sobrou foram ruínas que o governo grego tenta restaurar.

– E estão fazendo um trabalho primoroso. - disse Mabel, olhando para o teto. - está ficando perfeito.

– Esse é o ponto. - disse a jovem. - este é o Parthenon original.

Houve um profundo silêncio.

– Como assim o original? - indagou Júlia.

– Que eu saiba ele está sendo restaurado. - completou Rodrigo igualmente surpreso.

– Se eu disser que Saint Seiya não é uma obra de ficção feita pelo Kurumada. Que é uma história real.

– Não, espera. - disse Heluane confusa. - eu acho que perdi alguma parte. O que tem haver o Parthenon, Saint Seiya e nós?

A moça levantou do trono, descendo os degraus.

– O meu nome mortal é Saori. Saori Mitsui. Eu sou Atena.

Agora sim, o silêncio foi maior, com trocas de olhares.

– Juro que não estou entendendo nada! - Suellen bagunçou os cabelos. - como assim você é Atena? Ela não existe, é mitologia.

– Não é Suellen. - disse.

– Como sabe meu nome??? - arregalou os olhos.

– Um minuto. - disse Isa. - isso é loucura.

– Não é. - disse uma voz.

Voltaram a atenção para a voz. Aparecendo ao lado do trono, uma mulher os fitou. Ela usava colan preto com legue vermelha. Os sapatos preto e sobre as panturrilhas uma espécie de meia branca. Joelheiras de metal. Na cintura um lenço branco, uma luva na mão direita com os dedos a mostra. No outro braço uma proteção também em metal, bracelete, ombreiras, peito, um colar também em metal, tudo na cor prata. No alto da cabeça uma tiara em formato de águia. O rosto estava coberto por uma máscara.

– Atena e seus cavaleiros são reais Suellen. - ela retirou a máscara.

– MARIN???

– Sim, Marin. Amazona de prata de Águia.

Fernando arregalou os olhos. Aquilo era loucura, aquela mulher não poderia ser a Marin, mas...

– " É ruiva... e usa... armadura... não é possível...." não é possível... - murmurou.

– É possível sim Fernando. - disse Atena voltando para o trono. - as mitologias que existem em vários povos, não são mitos, são reais. Esse mundo tem muitos segredos, que agora estão ocultos a humanidade, mas no passado, "magia", "deuses", "seres mágicos", "sobrenatural" andavam lado a lado com os mortais. Era uma linha muito tênue entre esses dois mundos. Contudo com o decorrer dos anos, foi tornando se necessário que esse mundo místico sumisse aos olhos humanos. Não seria diferente com o santuário. A Acrópole nada mais é que o último resquício visível dos deuses.

– Estamos num mundo a parte? - indagou Juliana com medo da própria pergunta, pois era muito fantasioso.

– De certa forma sim. Humanos enxergam a montanha com amontoados de mármore, com o Parthenon e o templo de Cariátides em pedaços. Quem possui cosmo, nos enxerga ou nos sente.

– Como isso é possível? - indagou Cris.

– Como disse a linha que separava o mundo "místico" com o dos homens era muito tênue, contudo existiam lugares na Terra, que a separação entre os dois mundos era praticamente nula, essa montanha era um desses lugares, assim como Star Hill que faz conexão direta com o Olimpo. Por isso escolhi aqui. Entretanto, com o passar dos anos, foi necessário que esse local tivesse uma proteção. Por ser um local especial, a própria montanha criou uma barreira, que eu ajudei a fortalecer, mas mesmo assim não tenho controle total sobre ela. É como se fosse dois lugares sobrepostos. Nesse exato momento, milhares de pessoas estão andando por esse lugar, mas vendo ruínas.

Marcela e Heluane olharam para os lados.

– Mas... e nós? - aquilo era surreal demais para Jules. - E onde encaixa o Kurumada? Ele tem cosmo??

– O santuário de Atena é guardado por uma barreira própria e eu não tenho o controle total dela. De tempos em tempos, ocorre um evento chamado cortes dimensionais, ou vértices dimensionais. Abre-se por segundos uma passagem entre o "nosso mundo" e o "mundo dos humanos". As vezes temos sorte de ninguém passar por esses cortes, as vezes alguém passa, mas é rapidamente conduzido para fora. Contudo onze anos atrás um corte apareceu e trouxe uma pessoa. Pensamos que a volta dele seria rápida, porém outro corte só voltou a surgir cinco dias depois. É o mesmo que aconteceu com vocês. Passaram por um vértice e agora temos que espera-lo reabrir para manda-los de volta. Esse tipo de evento é muito raro acontecer.

Ester compreendeu na hora. Era por isso que achou o local tão diferente da Acrópole.

Então a história do hotel e embaixada era mentira. - disse.

Atena não estranhou a voz sendo emitida pelo aparelho, pois compreendera o que se passava com Ester e de certa forma achou interessante o uso do tablet. Lembrou-se de alguém que no futuro certamente usaria.

– Não sabíamos se era um vértice mais longo. - disse Marin.

Tudo isso parece ficção cientifica ou um conto muito fantasioso.

– Como disse anteriormente, onze anos atrás alguém passou por um corte: Masami Kurumada. Ele ficou aqui por cinco dias. Quando voltou para o mundo real, julguei que por causa da distorção entre os mundos as memórias adquiridas aqui seriam apagadas.

– O que não foi. – disse Paula.

– Isso mesmo. Como na história sou herdeira de uma grande empresa. A Mitsui Group. Cerca de um mês depois que ele tinha partido, Kurumada bateu a minha porta, levando um script. Quando eu li me assustei, pois era a minha história. Em troca do silêncio queria autorização para publicar. Ele não poderia provar nada, mas poderia suscitar em alguns curiosos o desejo de investigar a Acrópole e eu não poderia permitir.

– Então em troca do silêncio... – murmurou Suellen.

– Publicou o universo Saint Seiya. Claro que exigir algumas coisas e ele de fato não publicou tudo como realmente aconteceu, até inventou certas coisas, mas noventa por cento era verídico.

– Isso é incrível. - Júlia estava surpresa.

– Saint Seiya real... - murmurou Sheila. - Nunca imaginaria que isso não foi uma ideia e sim uma história real.

– O que tem de diferente? – indagou Rodrigo.

– Posso dizer que os quadrinhos e a série na TV têm verdades e mentiras. Ele também usou a imaginação para fantasiar algumas coisas.

Ele fez o que quis com a historia. – disse Ester.

– Sim. O nome do homem que me adotou é Naruhito Mitsui. Ele não teve cem filhos como nos quadrinhos.

– Kurumuda só quis mostrar que mesmo pequeno, a arma do japonês é potente. – disse Jules rindo.

Os brasileiros a olharam imediatamente assustados. Jules sempre foi séria e agora soltava uma daquelas e naquela situação.

– Confesso que não gostei nem um pouco da forma como ele se referiu ao meu avô, felizmente na série ele se retratou. – disse Saori levantando. – Quando Aiolos me entregou a Naruhito contou-lhe sobre Atena e os cavaleiros, além de entregar a ele, um livro que continha algumas informações a respeito do santuário. Meu avô prometeu que me protegeria e que no momento certo enviaria meninos para se tornarem cavaleiros. Claro que o santuário não poderia saber, então usando o poder que tinha enviou Seiya e os demais a locais de treinamento. Para seus mestres e o santuário, não passou de “coincidência” o aparecimento dessas crianças.

Estavam abismados com a história.

– Durante a minha infância e inicio da adolescência meu avô não me contou absolutamente nada sobre quem eu era, me criando como sua legitima neta... – a deusa parou o olhar em um ponto qualquer. – quando completei nove anos. – fitou o grupo. – ele ficou doente e no seu leito de morte, me revelou toda a verdade de quem eu era. A guerra galáctica foi planejada para chamar a atenção do santuário. Como retratado nos quadrinhos.

– E os cavaleiros de bronze? – indagou Juliana. – o Ikki...

– Realmente no principio ele não foi muito favorável, nem os outros, mas depois do roubo da armadura de Sagitário por Jamian se aliaram a mim. Dessa parte em diante, grande parte da história é verdade.

– Asgard? Poseidon? Hades? – Isa estava impressionada.

– Kurumada não publicou Asgard e até respirei aliviada, mas depois colocou na série... contra a Hilda lutaram dois cavaleiros de ouro e três de bronze. A história de Hyoga é invenção. Assim como alguns personagens. Poseidon e Hades aconteceram.

O grupo ficou em silencio. Um dia atrás julgavam SS pura imaginação de um autor e no dia seguinte descobriam que tudo era verdade?

– A guerra contra o santuário, Asgard, Poseidon e Hades ocorreram em 2001. Kurumada veio para cá em 2002.

– Mas as cidades não foram inundadas... não lembro de ter um eclipse solar naquele ano. – disse Mabel.

– Chuvas torrenciais em algumas localidades. Quanto ao eclipse foi exagero dele, Hades só agiria depois de me derrotar.

– Mas por que o nome Saint Seiya? – Helu atentou-se para esse detalhe. - Não deveria levar o seu nome?

– Isso é simples.

Olharam para onde ouviram a voz. Passando pela cortina vermelha surgiu um homem. Ele era alto, o corpo estava coberto por uma túnica negra, com detalhes em vermelho e dourado, no centro da túnica e nas mangas. Um elmo dourado cobria-lhe a cabeça, seus cabelos eram verdes e desciam lisos até o meio das costas. Os olhos eram violetas, uma finíssima sobrancelha da mesma cor e dois pontos roxos acima delas.

– Se Atena existe... – murmurou Marcela.

– E os cavaleiros também... – disse Gabe.

– Isso significa... – Cris ajeitou os óculos.

– SHION???? - berrou o grupo.

Ele sorriu.

– Sou Shion, Grande Mestre.

Paula o olhava assustada. Era muito estranho saber que aquele homem realmente existia. No universo CDZ sempre o achou um cavaleiro sério e respeitável, percebeu então que suas suposições não estavam erradas, somado a isso, áurea mística que rondava-o.

– O autor japonês deu esse nome a série, porque durante o tempo que permaneceu aqui, ficou amigo do Seiya e foi através do Pegaso que ele soube da historia, toda história. Na certa ele queria homenageá-lo.

– Mas o Seiya sempre salvou Atena, ou não? – Helu tentava processar toda a informação, não era possível que eles existiam.

– Todos tiveram o mesmo papel. – Shion retirou o elmo. - Os cinco cavaleiros de bronze foram importantes igualmente.

– Seiya então se deu bem. – Marcela riu.

– Podemos dizer que sim. – sorriu ao se lembrar que alguns cavaleiros não acharam graça, a tal homenagem.

– E Lost Canvas? Episódios G? – indagou Suellen.

– São verídicos, a história é cem por cento real. Kurumada consultou Atena antes de passar a história para os dois autores.

– Tive que dizer sim, para evitar problemas. – disse Atena desanimada, voltando a sentar. – se soubesse que se transformaria nesse sucesso tinha vetado.

– E coloca sucesso nisso. – disse Fernando.

– A razão de estarmos aqui na Grécia é SS. – disse Jules. – nosso grupo se uniu, pois todos somos fãs.

– Não imaginava que sucesso chegaria a todos os lugares do mundo. – disse Atena.

– No Brasil é febre. – completou Juliana.

– Fico feliz que a minha história de certa forma fez surgir à amizade entre vocês.

– E uma bela amizade Atena. – disse Rodrigo. – elas são doidinhas, mas gosto delas.

– Obrigada pelo “doidinhas”. – disse Sheila.

Atena o fitou. Ele era tão alto quanto seus cavaleiros, mas pela expressão do rosto parecia ser novo, ao contrário da maioria ali, isso incluindo Shion, Marin e ela.

Rodrigo bem que tentava, mas era difícil tirar os olhos da deusa. Já achava Atena linda e uma deusa poderosa, mas vê-la frente a frente...

– É inacreditável que deuses, cosmos, cavaleiros existem! – exclamou Suellen.

– Lémuria realmente existiu Shion? – indagou Isa.

– Sim. Em épocas mitológicas, onde humanos e deuses viviam no mesmo mundo, existiu um grupo de humanos com dons, eles moravam em Atlântica, possuíam o poder da telecinetica, telepatia, teletransportes e a capacidade de criar um mineral chamado oricalco. – o ariano fez uma pequena pausa continuando. - Por ser um mineral resistente Poseidon pediu a esse povo que confeccionasse armaduras para seus Marinas. Tempos depois o deus do mar atacou a Terra e Atena temendo pela vida de seus cavaleiros solicitou ao meu povo que construíssem armaduras. Atendemos ao pedido, mas em resposta Poseidon afundou a ilha o que ocasionou na morte de milhares de Atlantis. Os poucos que sobreviveram fixaram residência em Jamiel, entre as montanhas da China e Índia.

Ouviam atentamente.

– Com o mundo místico tornando-se cada vez mais distante do mundo humano, os sobreviventes isolaram, mantendo contatos esporádicos com o santuário. Apenas há quinhentos anos que os sobreviventes tornaram-se mais próximos a Atena. A técnica de produzir oricalco se perdeu junto com o afundamento de Atlantis e hoje nos resta apenas o conserto das armaduras.

– Sempre achei incrível, Mu consertar armaduras. - disse Paula. - e saber que é real...

O grande mestre desviou o olhar para a pessoa que fizera o comentário. Usando seu poder mental soube do nome: Ana Paula. Morena, de um pouco mais de 1.60, magra. Os cabelos eram longos, escuros e ondulados. Olhos castanhos escuros, usava óculos, mas o que chamou sua atenção foi o piercing no nariz e os três furos em cada orelha.

– "Os jovens de hoje..."

– Meu Deus... Atena existe, Lemuria existiu... – murmurou Mabel. – é demais para a minha cabeça.

– É normal Mabel. – Marin sorriu. – é difícil acreditar que essas coisas existem.

– Por isso preciso da compreensão de vocês. – disse Atena. – se essa história cair no mundo, terei muitas dificuldades em manter esse local isolado. Já me custa muito ter o controle da Acrópole.

– Como assim Atena? – indagou Gabe, percebendo só depois que a interrompeu. – desculpe...

– Não tem problema Gabrielle. Através de uma boa ajuda financeira o governo me concedeu a tutela desse local. Ele é aberto ao público porque preciso manter as aparências, mas eu tenho o controle total daqui.

– O dinheiro compra tudo. – disse Júlia. – ainda bem que compra. – imaginou o santuário ser invadido por pessoas.

– Devo muito a Mitsui. Além de me criar, me deu condições para manter esse local a salvo. Por isso peço que em quanto ficarem aqui, permanecem apenas perto do templo. Providenciei que suas malas fossem retiradas do hotel e enviadas para cá no mais absoluto sigilo. Para o mundo estão em viagem.

Você realmente tem controle de tudo. – disse Ester.

– É necessário. Preciso que me entreguem seus celulares e máquinas fotográficas. Tem a minha palavra que terão tudo de volta ao partirem, mas por motivo de segurança é melhor ficar comigo. Ester não precisa entregar seu tablet, mas fique de aviso, que por causa da barreira, ele pode não funcionar.

Sim.

– Não se preocupe Atena, nós entendemos a respeito do celular. – disse Sheila. – eu também tomaria todos os cuidados para deixar aqui escondido.

– Agradeço a compreensão. – sorriu. – Marin mostre-lhes os quartos. Tomaram o café da manhã?

Só então lembraram que saíram sem a primeira refeição e agora que ela tinha mencionado a fome apareceu.

– Não...

– Vou mandar servir na sala de jantar. Não se preocupem com as refeições e se precisarem de alguma coisa, pode pedir a qualquer serva do templo.

– Poderiam falar seus nomes? – pediu o grande mestre, só sendo “indiscreto” com a Paula.

– Meu nome é Juliane, mas pode me chamar de Jules e esses são... – Jules disse o nome de todos, que a medida que eram citados acenavam para o ariano.

– Paula. Ana Paula. – sorriu.

Shion sorriu de volta.

– Agradecemos muito Atena. – disse Sheila em nome de todos. – pela hospitalidade e por confiar em nós.

A deusa apenas sorriu.

Marin conduziu o grupo para o interior do templo.

– Qualquer pessoa na situação deles ficaria chocado com a história. – disse Shion, recolocando o elmo.

– Eu fiquei, ao saber quem eu era. – riu. – espero que o vértice abra logo. Apesar de serem a favor de nós, quero que voltem logo para o mundo “normal.”.

– Quanto aos cavaleiros?

– Avise os que estiverem aqui sobre os visitantes. Os demais que estão em missão direi depois.

– Sim Atena.

Shion fez uma reverência e foi cumprir as ordens. Atena olhou para a janela, fitando o céu claro. Rezava para que a permanência deles fosse curta e que quando fossem embora o segredo morresse. Para o primeiro problema, nada podia fazer, pois a barreira tinha vida própria, mas para segunda poderia prevenir-se. Levantou e elevando um pouco seu cosmo, o báculo apareceu na mão direita. Só havia uma pessoa que poderia ajuda-la nessa questão e recorreria a ela.

O.o.O.o.O

Marin mostrava as dependências do templo para o grupo. No primeiro andar ficava o grande salão e as áreas funcionais do templo. Sala de reunião, escritórios de Atena e do grande mestre, sala de jantar, uma sala para o descanso, biblioteca, banheiros e a cozinha. Tudo era ricamente decorado com peças de arte, revelando todo o esplendor da morada de Atena.

Enquanto Marin mostrava as dependências Fernando não parava de fita-la. Sempre ficou imaginando como seria o rosto dela e agora vendo-o cara a cara, estava encantado. Ela era linda!

Subiram por uma linda escada em mármore, ouro e marfim que levava ao segundo andar. Nele, estavam quartos, com pequenas varandas, uma sala de estar e banheiros.

– Atena normalmente não recebe visitas de fora, por motivos óbvios. – Marin sorriu. – por isso não são quartos individuais.

– Tudo bem Marin. – disse Fernando.

A amazona o olhou sorrindo.

– Marin.

– Sim, Gabe.

– O que tem aqui no andar de cima? Notei que as escadas continuaram.

– Ah sim. O terceiro andar é ocupado pelos aposentos do grande mestre. Uma anti sala, escritório privativo, Spa, uma pequena varanda e o quarto propriamente dito.

– Spa?

– Sim. – riu da expressão que Marcela fez. – Kurumada não mostrou uma imagem de Saga... – não sabia como dizer. – na água?

– Uma banheira. – disse Cris.

– Na verdade é uma pequena piscina, além de ter as coisas comuns em spas.

– Que luxo! – exclamou Suellen.

– O grande mestre merece. Principalmente Shion que participou de duas guerras santas. Ele não usa muito o spa, mas Atena não quis retira-lo. Acima dos aposentos de Shion, está o aposento de Atena. Segue os mesmos moldes, mas a varanda é maior.

– Uau...

– É uma área restrita, os aposentos de Shion e o de Atena. Só podem entrar lá com autorização que é raramente dada. Nem todos os cavaleiros tem acesso, então...

– Não se preocupe Marin, só entraremos se formos convidados. – disse Júlia.

– Obrigada. Venham vou mostrar os quartos.

No andar havia seis quartos e na porta de cada um deles, o entalhe de dois signos do zodíaco. Eram bem decorados, com quadros e flores. Havia três camas, um guarda-roupa amplo, uma pequena mesa, banheiro privativo e pequena varanda com vista para o pátio do templo, o bosque e a construção que tinham ficado na noite anterior. Júlia aproximou da janela, vendo além disso a cidade de Athenas. Acabou por se lembrar da vista da noite anterior, das supostas casas na base da montanha. O cenho franziu ao reparar nos telhados e em algumas construções mais altas. Pareciam bem antigas. Antes que pudesse questionar alguma coisa, a amazona solicitou os celulares e câmeras e depois disse para seguirem para a sala de jantar onde seria servido o café da manhã. E assim o fizeram. Quando terminaram voltaram para o quarto.

– Eu acho que ainda não acordei e tudo não está passando de um sonho absurdo. - Helu passou a mão pelo cabelo.

– Aposto que tinha alguma coisa naquela sopa do hotel. - Marcela brincava com uma flor. - devemos está drogados.

– Droga coletiva? - indagou Sheila. - acho que não.

– "A mais mistérios entre o céu e a terra do que toda nossa vã filosofia" já dizia Shakespeare. - Jules olhava o teto ricamente decorado. - essa frase é certeira.

– Nunca poderia imaginar que Kurumada na realidade contou uma história e não criou. - disse Isa. - como no mundo moderno possam existir deuses e homens com poderes sobrenaturais... e Lemuria! Pesquisadores passam anos tentando encontrar o tal continente sem saber se ele realmente existiu, sendo na verdade que existiu.

– Quando a Thamires souber...- disse Paula. – vai ficar com ódio por não ter vindo e vivido esse sonho.

– Se realmente for um sonho, não me acordem. - Mabel levantou da cama, indo até a janela. - não quero acordar tão cedo.

– Não é sonho. - disse Juliana. - é bem real.

Ficaram em silêncio meditando, depois sorrisos começaram a aparecer e com o mesmo pensamento...

– Estamos no santuário! - disseram ao mesmo tempo.

Como Marin havia dito em cada quarto havia três camas. No quarto "regido" por Áries e Touro" e com vista para o bosque ficaram Heluane, Marcela e Isabel. Com vista também para o bosque mas dos signos de Gêmeos e Câncer ficaram Júlia, Sheila, Juliana. Os próximos quartos Leão e Virgem, Libra e Escorpião, Sagitário e Capricórnio, Aquário e Peixe tinham vista para a estátua de Atena. Em Leão e Virgem ficaram Cris, Suellen, Gabe, Mabel. Por conta do número, Marin providenciou mais uma cama. Libra e Escorpião eram o quarto de Ester, Jules, Paula e por último Capricórnio e Sagitário de Rodrigo e Fernando.

Ainda ficaram um bom tempo conversando sobre o universo CDZ e as possíveis semelhanças entre a realidade e o mito, já que Atena não contou a história em detalhes. Na hora do almoço, o grupo foi chamado, mas não viram nem Atena, Shion ou Marin. Ao final da refeição foram para seus respectivos quartos.

Aries/Touro

– Comida da boa, lugar fantástico. – Marcela espreguiçou. – não tem como ficar melhor!

– Esse lugar é mágico... – Isa chegou na janela, uma brisa soprava, aliviando o calor.

– Será por quanto tempo ficaremos aqui? – Helu guardava alguns pertences no guarda roupa.

– Vai depender desse tal vértice. – Isa fitava o movimento de alguns pássaros. – é meio estranho. – voltou-se para as amigas. – parece obra de ficção cientifica.

– Agora uma pergunta que não quer calar...

– Diga Mah.

– Se Atena existe... os cavaleiros de ouro...

Ficaram em silêncio, com cada uma pensando em seu dourado. Será que teriam oportunidade de conhecê-los?

Gêmeos/Câncer

Juliana caminhou até a cama deitando.

– Algum problema Ju? – indagou Sheila.

– Não.. só estou pensando em tudo que está acontecendo. Saber que as mitologias no fundo são fatos verdadeiros é meio estranho.

– Teremos que reavaliar nossos conceitos. – disse Julia.

– E pensar que a história aconteceu mesmo. – Sheila sentou-se ao lado da japonesa. - Enquanto vivíamos nossas vidas, Atena e os cavaleiros travavam uma batalha.

– Quanto tempo ficaremos aqui?

– Espero que muito. – disse Julia. – já que estamos aqui, quero aproveitar ao máximo.

Leão/Virgem

– Atena existe! – gritou Gabe, dando pulinhos.

– Eu ainda tenho as minhas dúvidas. – Suellen sentou na cama. – é um mundo totalmente absurdo.

– Eu que achava que nada mais me surpreenderia. – Mabel sentou ao lado dela.

– Pois Mabel, não é absurdo, nem sonho, nem estamos drogadas. – riu. – Atena realmente existe e nós estamos aqui.

– Será que vamos encontrar com os golds? – indagou Gabe. – altos, lindos e maravilhosos...

– Não cria muitas expectativas Gabe. – disse Cris sentando em outra cama. – pode ser que Atena não permita uma aproximação nossa com os com os dourados.

– Por quê?

– Manter o santuário a salvo, quanto menos contatos tivermos mais seguro ele estará.

Libra/Escorpião

Paula entrou calada, pensativa.

– O que foi Paula? – indagou Jules.

– Estava pensando em como as coisas mudam de uma hora para outra. Hoje de manhã achávamos que SS era ficção e agora descobrimos que é real.

E víamos o Parthenon do hotel, sem suspeitar de nada. – disse Ester.

– Espero que esse vértice demore a abrir. – disse Jules.

– Por mim nem precisa voltar a abrir. – Paula sorriu.

Sagitário/Capricórnio

Rodrigo entrou falante, enquanto Fernando estava em silêncio.

– O que foi Fernando? Ah... já sei... M-A-R-I-N. – sorriu.

– Como ela é linda... linda...

– Com todo respeito Fernando, mas ela é gostosa. Ainda bem que não herdou a falta de gostosura das europeias e as japonesas. Corpo na medida.

Fernando o fitou.

– É mesmo, isso inclui Atena.

– Ela é na medida certa. E aquele rostinho...

– Vai tentar alguma coisa? Indagou o mineiro.

– Nós vamos tentar. – frisou. – é uma oportunidade única, não podemos perder.

– Mas Atena é uma deusa e a Marin uma amazona.

– Sei que é muito areia para o nosso camiãozinho, mas o máximo o que pode acontecer são elas nos despacharem. Já levei muito fora, um a mais ou a menos não faz diferença.

– Tem razão.

–-----

Continua...


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Notas finais do capítulo

Observações: Grupo Mitsui - empresa japonesa.
Desculpe os erros de português



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