Okay? Okay. escrita por AgathadeLima


Capítulo 31
Desespero, negação e realidade.


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Eu vou logo dizendo que estou meio decepcionada comigo mesma ultimamente, pq eu tenho postado capítulos atrás de capítulos no Spirit, e sequer dou uma tentativa aqui. Eu me sinto péssima por isso, não porque acho que, como algumas fics são pra mim, essa definiria o restante da vida de vocês, ou fosse sua fic predileta, principalmente depois de eu demorar tanto a postar.
Me sinto pior ainda porque vou fazer o que vou fazer nesse capítulo.
Mas não vou mudar o planejado, e espero que me perdoem. Vou me esforçar para voltar a postar uma vez por fim de semana (aulas voltando segunda) e sem falta. Juro de dedinho.
Bem, tentem não me odiar completamente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462091/chapter/31

Pov. Augustus

Hazel gritava, esperneando e me batendo toda vez que eu a chamava ou sequer tocava nela, mas parecia piorar quando eu não estava tentando acordá-la. Os olhos estavam fechados, o que parecia impossível. Como um pesadelo pode demorar tanto, e ser tão ruim a esse ponto?

Eu não sabia a quanto tempo estava nessa situação, mas já fazia um bom tempo.

Isabel e Emily não estavam acordadas, ou se estavam, não se deram ao trabalho de aparecer. O que me deixava de certa forma irritado, e mais desnorteado do que já estava tendo que ver Hazel, há meses tão viva e feliz, de repente tão torturada, sem nem ter que abrir os olhos. Talvez eu tenha me acostumado ao seu dormir silencioso, porque desde que me mudei ela nunca teve um único pesadelo.

E quando ele veio, veio assim.

Até mesmo Thomas acordara com a gritaria. Ele estava chorando, berrando tanto quanto a mãe, como se eles ainda fossem ligados por um cordão umbilical e compartilhassem o pesadelo tão facilmente quanto comida.

Mas agora ele estava silencioso. Talvez tivesse cansado ao ponto de adormecer. Seria algo que Tom faria, acho eu. Mas Hazel continuava na mesma.

Com uma inspiração profunda, como se tivesse estado a ponto de se afogar e finalmente achasse o ar, Hazel acordou, com lágrimas nos olhos.

–Hazel, Hazel, shiii, ei, foi só um sonho ruim, só um sonho ruim. -Afirmei, abraçando-a de lado, sentindo ela se agarrar á mim como á um bote salva vidas e a ouvindo soluçar.

Ela subitamente se soltou, alerta. Olhou em volta, e então para a porta do quarto, que estava fechada.

–Thomas. -Sussurrou.

Ela pulou da cama, e saiu correndo, comigo atrás.

–Hazel, o que foi? -Perguntei, preocupado.

–Silencioso demais. Silêncio demais. -Murmurava ela, enquanto entrávamos no quarto.

–Estão todos dormindo Hazel, é claro que... -Parei de falar.

Existem momentos em que você fica alerta. (Tum Tum. Tum Tum.) Tem aqueles em que surge preocupação. (Tum Tum. Tum Tum. Tum Tum.) E tem aqueles em que você fica desnorteado. (Tum Tum. Tum Tum. Tum Tum. Tum Tum. Tum Tum.)

Mas no momento, eu havia ido mais longe que isso. Eu senti meu coração encolher, diminuir tanto que não sei como conseguia bombear sangue tão rápido. Ele estava á incontáveis batidas por segundo. Ele parecia competir com o meu pulmão, a julgar pela velocidade da minha respiração.

Eu não estava alerta, preocupado ou desnorteado. Eu estava desesperado.

Tudo isso aconteceu em menos de um segundo, enquanto eu encarava o berço vazio.

Hazel e eu sequer trocamos um olhar. Saímos correndo porta afora, correndo sem rumo, embora tivéssemos ido até o quarto de Emily. Vazio. Isso não melhorou meu estado de espírito. Piorou, principalmente quando entramos no solitário quarto de Isabel, cuja dona não estava presente.

Hazel foi mais rápida e desceu as escadas tão depressa que, se eu não estivesse tão fora de mim, teria me preocupado com o risco dela tropeçar e cair, rolando de degrau em degrau até o chão.

Mas eu estava fora de mim ao ponto de imitá-la.

A sala de estar, o escritório, a sala de estudos, a cozinha, o banheiro de hóspedes.

Se eu não soubesse a verdade, pensaria que só eu e Hazel morássemos aqui.

Uma parte irracional da minha mente disse que talvez Emily e Isabel tivessem levado Thomas á um passeio. Mas a realista, e de certa forma, ainda sã, era clara: Á essa hora? Quem leva um bebê de nem um ano de idade para passear ás três da manhã?

A única pessoa pior que eu era Hazel. Ela corria sem parar de um lado para o outro da casa, chamando aos gritos pela mãe, pela irmã e até mesmo por Thomas. A negação é pior que a realidade, e Hazel estava afundada na negação.

Pov. Hazel

Eu sabia, do momento em que acordei até abrir a porta do quarto de Thomas que havia algo muito errado, errado como Gus dando uma de Roberto, minha mãe sendo irresponsável e vulgar e Isabel sendo a pior irmã do mundo, errado como um mundo sem Thomas.

Errado como a realidade que surgiu após a negação. A vontade de chorar me engolia, me afogava. Eu não sei como ainda não havia me desmanchado em lágrimas. Talvez fosse a vontade ainda maior de saber o que havia acontecido.

Voltei ao quarto de Tom, ao quarto de mamãe e de Isabel, ao nosso quarto, a cada possível cena do "crime".

Por fim, voltei á cozinha. Meu olhar parou num papel. O peguei, as mãos tremendo.

–Gus. -Murmurei.

Mas o silêncio estava tanto que ele ouviu. Leu por cima do meu ombro o bilhete com os seguintes dizeres:

"Hazy, Hazy, Hazy.

Você é inteligente, garota! Sabe que eu nunca deixaria passar aquilo. Pequena ou grande humilhação, foi uma, e minha vingança será doce e fria como o cano de uma arma antes de atirar.

Acho que já deve ter notado que duas ou três pessoas não estão presentes nessa casa tão grande. Sua mãe vai gostar de onde vou levá-la, imagino. Não si, ela vai estar desacordada por um bom tempo, é possível que nem saiba para onde está indo. Já Jessica vai saber manter sua irmã longe do meu caminho. Uma pestinha, aquela lá.

Ah, e como é bom ver Thomas! Faz tempo que não via meu netinho. Tão bonitinho, não é mesmo? Eu prometo que não farei mal á ele. Ainda. Não que eu precise de dinheiro, mas sabe como eu gosto de filmes de ação, então pedir dinheiro me soa bem. Talvez cem mil? Acho que é suficiente.

Até mais ver, Hazel. Vou ligar para você. Já sabe o esquema, polícia, e adeus á seu Tom. "

Esmaguei a carta na minha mão.

–Psicopata. -Falei.

–Mas o que ele...? -Tentou Gus, a voz falhando.

–Acho que ele foi bem claro, Gus. Ele quer vingança. -Respondi.

–Por causa de uma discussão no maldito restaurante? -Questionou Augustus, indignado.

–Não. Ele quer vingança por tudo que ele mesmo proporcionou desde que mamãe decidiu se separar dele. Ele é, como eu disse, um psicopata. Agora me diga, onde vamos arrumar cem mil? -Disse, me desesperando.

Gus começou a tremer.

–Não vamos. -Sussurrou ele.

–Temos que salvá-los, sem o dinheiro. -Murmurei.

Nos encaramos. De uma forma estranha, sabíamos que era um beco sem saída, mas se não tentássemos... me arrepiei.

–Sabe o que fazer? -Perguntei.

–Não faço ideia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM, NÃO IMPORTA O QUANTO QUEIRAM, POR FAVOR!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Okay? Okay." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.