Pov. Autora

*Dois meses depois do nascimento de Thomas*

A vida seguia, e seguia melhor que antes. Augustus começou a trabalhar como garçom num restaurante grande, e as gorjetas mais o salário ajudavam a comprar as coisas para todos e manter a casa, além de juntar dinheiro para o casamento. Acorda de 7 da manhã e chega em casa ás 6 da noite. Descansa e ainda consegue passar um tempo com Hazel e Thomas.

Hazel passa a maior parte do tempo livre cuidando de Thomas e preparando o casamento, Gus disse que queria que fosse do jeito dela. Ela á claro, está conscientizada de que precisa economizar, por mais que Gus diga que não é necessária essas besteiras de ser pão duro.

Emily continuou o trabalho na instituição perto de casa e está estudando medicina num curso preparatório pelo computador. O salário da instituição é alto, e ela está ajudando Gus a pagar as contas e guardar dinheiro para o tão esperado casamento do ano. Quando Hazel vai para a faculdade, ela fica cuidando de Thomas.

Nos fins de semana, todos estão livres. As vezes Gus vai levar alguns cachorros para passear, e leva Thomas, conseguindo ao mesmo tempo ficar com o filho e ganhar dinheiro, e Hazel vai junto. Emily nesse momento tem o tempo livre para o que ela quiser fazer. Aos sábados, eles vão sempre fazer um piquenique junto aos Ossos Maneiros, e aos domingos tem o almoço na casa dos Waters.

A vida nunca foi tão doce.

Pov. Emily

Roberto não apareceu novamente, e eu não me importei, pelo menos finjo.

Eu estava na instituição certo dia, quando alguém esbarrou em mim. Olhei para cima, era alguém alto.

–Desculpe, eu não tive intenção. -Se explicou o Doutor.

–Não, tudo bem. -Respondi, sincera, dando um sorriso.

Ele deu um sorriso galanteador de volta e me ajudou a me recompor.

–Dr. Sebastian Falabela. E você é...? -Perguntou.

–Curadora Emily Grace. -Falei em resposta.

(N/A: Olha, eu sei que Grace é o nome do meio da Hazel, não é sobrenome, mas na fic, só na fic, vai ser sobrenome, ok? Ah, e a nossa Emily vai ter se separado definitivamente do Roberto e ficado só com o nome de nascimento.)

–E vai para onde?

–Para a ala vermelha, quarto 35.

O sorriso dele aumentou.

–Eu levo você até lá, estou livre.

Soltei uma risadinha tímida.

–Não precisa.

–Eu insisto. -Disse ele.

–Tudo bem, então. -Concordei.

Ficamos em silêncio por um tempo.

–Falam muito bem de você por aqui. Parece que tem um talento extraordinário com casos de câncer. -Comentou, enquanto andávamos.

O dr., caso queiram saber, tem cabelos negros e olhos verdes, e tem aparentemente minha idade, talvez mais velho, e, cá entre nós, ele é um galã de televisão. Nota mental: Conversar com a Hazel sobre isso.

–Obrigada. Minha filha teve câncer, e meu genro também. -Expliquei.

Ele arregalou os olhos.

–E como eles estão?-Perguntou ele.

–Os dois SEC. Tem até um filho, Thomas, que é lindo, nasceu faz dois meses. Mas ainda vão casar. São novos sabe. Não fizeram sequer 18 anos aqueles dois. Me dá até uma preocupação. -Falei.

Ele franziu a testa.

–E seu marido aceita isso?

Eu paralisei. Mas disfarcei quase imediatamente, voltando a andar.

–Meu marido... na verdade sou divorciada faz um ano e pouco. Ele... ele nunca foi um bom homem como eu imaginava e... não... não deu certo. -Lutei para dizer, tentando controlar a voz, sem sucesso. Falhava. Ainda.

Ele pareceu preocupado.

–Ele batia em você? Quer dizer, não precisa responder, foi só... uma curiosidade.-Se adiantou ele.

Suspirei.

– Não, tudo bem. Ele não me batia, mas... me traía muito, sabe? E ainda não superei. Mas olhe. -Me apressei.

Tínhamos chegado.

–Chegamos. Foi bom te conhecer, doutor. Até mais ver. -Anunciei, e entrei no quarto, sem esperar pela resposta dele.

Mas ainda assim, tenho certeza de que ouvi a voz dele sussurrando para mim enquanto eu entrava: "Foi bom te conhecer também"

****

–Mãe, quem é essa? -Perguntou Hazel, entrando na sala. Ela estava com muita raiva. -E o que ele está fazendo aqui? E essa garota, quem é?

Eu estava paralisada. Sentia que estava a ponto de chorar, e isso não é bom. Roberto estava rindo, um cigarro na boca. Do lado dele, uma vadia que ele estava "namorando" outra iludida, como eu. E tinha uma menina.

Ela era, impressionantemente, a pior parte. Cabelos loiros e olhos caramelo.

–Hazy, Hazy... -Chamou Roberto.

Parecia bêbado.

–Eu encontrei essa garota aqui, que você está vendo. Ela é o fruto de um caso da sua mãe. Muito tempo atrás. Ela fala de mim, mas pelo menos eu me previno! Ai acontece que ela não conhecia a mãe, mas me conhecia, ai pediu para vir morar aqui e eu deixei. -Balbuciou ele.

Hazel arregalou os olhos e se virou para mim.

–Mãe, isso não...

Eu respirei fundo e fechei os olhos.

–Hazel, essa é sua irmã, Isabel.