Okay? Okay. escrita por AgathadeLima


Capítulo 18
A vela acendeu.


Notas iniciais do capítulo

Então... OI!
Desculpe por ter ficado pequeno, eu n tinha um nome, ué!
Bem, boa leitura!



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Pov. Hazel

–Um menino. É um menino! -Exclamei, quando chegamos na casa de Augustus, eu de cadeira de rodas.

Os Sr. e Sra. Waters vibraram de alegria. Pois é, eles queriam que fosse menino, como o filho. Automaticamente, a Sra. Waters correu para o celular e começou a ligar para as filhas. O Sr. Waters veio me dar uma abraço, mas repensou e só me deu um carinhoso e paternal beijo na testa. Para Augustus, deu um abraço de urso e bagunçou o cabelo todo dele.

–Isso aê, filhão! Filho meu tem gene forte! Ele vai ser um clone seu! -Comentou, animado.

Eu franzi a testa. Não queria que fosse um clone de Augustus, queria que houvesse algo de mim nele. A Sra. Waters, tendo terminado as 405 ligações, veio apertar a minha mão e abraçar o filho.

–E o nome? -Perguntou ela.

Eu e Gus nos entreolhamos. Ficamos a viajem toda discutindo... mas tínhamos conseguido um nome.

–Thomas. -Falamos, ao mesmo tempo.

Meus sogros aumentaram o sorriso.

–Thomas Grace Waters. Soa bem para mim. -Disse o Sr. Waters.

A Sra. Waters revirou os olhos.

–Qualquer nome que eles dissessem soaria bem para você. -Falou ela.

Augustus riu, e eu o acompanhei. Era tão bom estar em família... falando nisso...

–Onde está a minha mãe? Ela veio conosco, não? -Perguntei.

Gus franziu a testa.

–Bom, você sabe que seus pais brigaram, certo?

Concordei com a cabeça.

–Estava meio óbvio. -Comentei.

–Então... e sabe que a casa da sua mãe é tipo, vizinha daqui, né?-Continuou ele.

Concordei novamente.

–Bem, vi ela indo na direção da sua casa. E ela não parecia feliz.

****

–Hazel, tenho de falar com você. -Disse mamãe.

Apenas fiz um gesto afirmativo.

Ela respirou fundo.

–Bem, eu e seu pai... sabe, as vezes, um relacionamento não dá certo. O amor não se torna... o bastante. E... -Ela disse, tentando me enrolar.

–Mãe. -Interrompi. -O que ele fez?

Eu sabia: Dependendo da minha mãe, nunca acabaria. Ela continuaria casada. Alguma coisa ele fez. E foi sério.

–Hazel, simplesmente não deu certo. -Tentou ela.

Revirei os olhos.

–Mãe, sou quase adulta. Eu consigo aguentar algumas revelações de última hora. -Falei.

Ela suspirou.

–Ele... Roberto... eu descobri que... eu descobri que Roberto andava me traindo. Quase toda semana. Com mulheres totalmente diferentes e... ele me tratava como se eu fosse nada. então dei um basta. Coloquei ele para fora de casa, e tudo o mais.

Um misto de raiva e surpresa começou a subir pela minha garganta.

–Ele fez o que? -Eu disse, quase gritando, o ódio em cada palavra.

–Acalme-se, Hazel, já resolvi tudo. Só falta você escolher com quem vai ficar. -Ela interrompeu.

Pisquei uma vez. Duas.

–É claro que vou ficar com você, mãe. -Falei.

Ela soltou um suspiro de felicidade.

–E... como você e Gus tem de ficar em algum lugar para cuidar do Thomas, dava para Augustus se mudar lá para casa, e vocês ficavam com meu quarto. Outra reforma, sabe. Eu ia para um quarto de hóspedes, ajeitava para ficar com a minha cara e... o seu quarto virava o quarto do bebê. Dava até para ajudar a cuidar dele, para vocês não se cansarem de mais.

Eu estava amando a ideia.

–Claro mãe! Só precisamos falar com o Gus!-Exclamei.

Ela deu um sorriso enorme.

–Então mãos á obra! -Falou ela.

****

(Quatro meses depois, nono mês de gestação)

Eu estava na cozinha, olhando Gus fazer, com habilidade de mestre cuca, uma macarronada.

–Observe minha destreza. -Se vangloriava ele. -E não vai ficar ruim. Vão ficar delicioso, porque eu manjo de macarronada.

Eu ri, mas a risada foi interrompida por um arquejo. Uma contração. Gus parou o que fazia e olhou para mim, arregalando os olhos, morrendo de nervosismo. Ele estava esperando por isso a dias a fio, sempre preocupado ao extremo.

–MÃE! -Gritei.

–SOGRA! -Gritou Gus.

Mamãe entrou correndo.

–Contrações. -Falei.

E mais contrações vieram, e a dor aumentando. Acho que desmaiei algumas vezes. Teve uma vez que fechei meus olhos no carro e abri em uma maca do hospital, sempre gemendo de dor. Ouvi o médico dizer, já na sala onde aconteceria o parto.

–Cesária, é o jeito. E vai ser um parto de risco. Um deles pode morrer. Tome cuidado. -Dizia ele para o outro médico.

Augustus segurava minha mão, dizia que ia ficar tudo bem. Colocaram anestesia, mas a dor ainda me atingia como facadas. Minhas lágrimas escorriam, e pela primeira vez na vida em que, nesse momento de desespero, eu me lembrava, comecei a rezar a todos os deuses que lembrei para meu filho sobreviver.

Para mim, a morte era até uma amiga. Ela parava a dor. Mas eu já tinha visto de tudo. Thomas sequer tinha nascido. Ele é uma chama, e eu não vou deixar ele apagar sem ter sequer acendido. Não vou. Não vou.

Apaguei, pela primeira vez contra minha própria vontade, mas a dor continuava, sinal de que eu continuava viva. Então a dor parou, e abri meus olhos. Augustus sorria, os médicos sorriam, os enfermeiros sorriam.

Então colocaram um pequeno bebê sejo de sangue. Que chorava, e chorava lindamente. Devagar, e muito precocemente, ele abriu os olhos. Embora ainda chorasse, dava para ver que eram azuis, o mesmo azul dos de Augustus. Gus estava do meu lado, e ria de felicidade.

Então a ficha caiu.

Esse é o Thomas.

Meu Thomas.

Meu filho.

Nosso filho.

A vela mais esperada dos últimos nove meses acendeu.

E acendeu lindamente. Como devia ser.

Algo em mim começou a se formar, um sentimento misto de felicidade, surpresa, responsabilidade, como se eu crescesse e ficasse mais madura. Outro veio logo após: Uma mistura de afeição, ternura, um amor incontrolável, uma vontade de distribuir amor para tudo o que eu via. Thomas me completou. E pelo brilho nos olhos de Augustus, completou meu Gus também.

Sei que toda mãe provavelmente diz isso, e que é muito clichê, mas Thomas vai ser a pessoa mais amada no mundo. Nem que minha vida dependa disso.

Então, uma enfermeira tirou Thomas dos meus braços, e quis matá-la.

–Não. -Murmurei, sem forças. -Nosso Thomas. Devolve.

Mas ela não me escutou, e lavou o Thomas, mas eu achei que estava fazendo tudo errado. Mas eu nem tinha forças para levantar. Me colocaram em outra maca, o médico deu algumas instruções para Gus. Ele me levou num banheiro vazio, me deu banho, pôs a roupa do hospital em mim, eu tentava ajudar, mas era tão difícil.

Finalmente, fui deitada por Gus na cama do meu quarto, ainda no hospital. Do lado, uma espécie de berço, ainda sem bebê. Minha mãe falou sobre isso. Era chamado Alojamento Conjunto.

Finalmente, outra enfermeira apareceu, junto á minha mãe, e colocou Thomas no berço ao meu lado. Consegui me acalmar. Nem tinha notado toda a minha preocupação.

Ele tinha adormecido, e o ressonar dele era tão sereno que adormeci em questão de minutos.

E dormi profundamente.


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Notas finais do capítulo

E então? Compensei vocês?