Eriem ia em busca da guerra. Ao sair de casa com 16 anos, achou que o mundo seria fácil. Ingenuidade dela. Aquela foi sua pior noite. Com medo, sozinha, em um lugar totalmente estranho. Apenas o que lhe mantinha viva era o manto e o arco que trouxera consigo dados por sua mãe, dois dias atrás quando saíra de seu feudo. Nesse meio tempo, havia conseguido caçar um coelho e feito uma fogueira. Ainda não havia feito nenhum progresso em relação ao exército, pois ninguém sabia onde era a base deles.

Ela pensava toas as noites na mãe que deixara para trás. Seu pai havia morrido quando ela nasceu e não tinha irmãos. Será que havia feito a coisa certa, deixando a mãe sozinha e indo seguir seu sonho? Ela sabia que precisava ir á guerra, era seu destino, e também, a mãe foi a que mais incentivara a seguir seus sonhos, então, porque estava com tanto medo?

Foi quando ela percebeu um barulho. Era muito forte para ser um animal. Decidiu apagar sua fogueira e se escondeu atrás de uma árvore, pronta para atira em qualquer coisa.

Minutos se passaram e Eriem já estava impaciente, foi quando viu o brilho prateado de uma espada.

Certo, um soldado, irei ficar quieta e ele nunca me achará; pensou consigo.

Mas tão de repente o brilho apareceu, ele desapareceu junto com o barulho. Eriem estremeceu com aquilo. Nenhum soldado era assim tão rápido. Decidiu guardar o arco, e assim o fez, mas no momento em que ia fugir, a árvore ao seu lado caiu, deixando-a paralisada. Quando se virou para o lado em que havia a árvore, percebeu quem havia feito aquilo e que estava apontando uma espada para ela.

Era um garoto, parecia ter sua idade mas também parecia ser muito habilidoso com aquela arma. Ao brilho da espada, parecia bonito, mas cruel.

–Ora, apenas uma garota. Disse enquanto guardava a espada.

Eriem não podia falar, tamanho o medo que estava.

–O que há com você garota, por que não fala?

–Quem é você?

–Sou um espadachim. E você, o que está fazendo aqui sozinha? Não deveria estar com a sua família?

–Deveria, vim até esta aldeia, mas já estava voltando para casa.

–Tome cuidado, existem muitos animais ferozes por aqui. Disse o espadachim enquanto ia se afastando.

Eriem sonhou aquela noite com o garoto que havia encontrado. Ele parecia tão jovem e tão maduro ao mesmo tempo. Mas a verdade que chamara a atenção dele nela foram os olhos, negros, como se pudessem ver as almas das pessoas. Seria aqueles olhos a última coisa que aqueles a quem ele matara viram?