Quinn estava concentrada, terminando algumas anotações em sua mesa, enquanto os colegas arrumavam a bancada.
À sua frente, seu mural tinha fotos de Beth com Puck, Santana e Brittany e sua foto com Rachel no Central Park. Fora alguns post-it pregados em quase toda a volta do painel.
A loira estava distraída quando o celular acusou que tinha chegado mensagem.
Estou no escritório do meu pai. Me espera no laboratório. Chego em 10 min. - R
Quinn sorriu. Adorava ter a morena sempre por perto.
Vem logo. Estou te esperando. - Q.
A menina guardou o celular no bolso e organizou a mesa e sua mochila. Ouviu quando a morena entrou, cumprimentando todo mundo.
– Oi, T. - abraçou a asiática - Quanto tempo, querida.
– Hei, Rach. - afastou-se sorrindo - Tem razão. A vida está corrida.
– Como estão seus pais? - quis saber.
– Ótimos. Sempre perguntam de você.
– Aparece domingo lá em casa com eles. Para colocarmos a conversa em dia. Tenho certeza que meus pais vão adorar.
– Vou falar com eles. Te aviso.
Rachel deu um abraço rápido nos dois rapazes e um beijo no rosto de Marley, e foi até Quinn. Encontrou a loira com o olhar um pouco confuso.
– Oi princesa. O que foi?
– Você conhece a Tina?
– Ah, sim - bateu na própria testa - Outra coisa que esqueci de contar - sorriu tímida - Nós duas crescemos juntas, nossos pais são muito amigos.
– Precisamos sentar para conversar Rachel Berry - Quinn falou séria - O que mais não sei sobre você?
– Ainda bem que perguntou. O que acha de jantar comigo e depois irmos ao cinema? Prometo contar tudo o que quiser saber - a abraçou pelos ombros Mesmo porque, tenho certeza de que ainda tem muita coisa que não sei sobre Quinn Fabray.
As duas saíram abraçadas do laboratório, perdidas em um mundo só delas.

–x-

Depois do filme, saíram para caminhar. Tinham deixado o carro estacionado no restaurante onde pararam para jantar. A noite estava agradável, e para ambas, a companhia não poderia ser melhor, mesmo que nenhuma delas dissesse em voz alta.
Ainda estavam de braços dados quando Quinn parou de repente. Rachel acompanhou o olhar da loira e se deparou com um New Bettle branco que passava lentamente por elas.
– O que foi princesa?
– Nada, só... - a menina suspirou, voltando a caminhar levando Rachel com ela - Estava lembrando... Tinha um desses, rosa. Meu pai me deu de presente no meu aniversário de dezesseis anos.
– Rosa?! achou graça - E onde está seu carro?
– Ele tirou de mim. Depois que... Você sabe. - deu de ombros.
– Ow,sinto muito Quinn.
– Tudo bem. - lhe sorriu - Minha motorista particular é linda e muito pontual - brincou, batendo no braço da morena.
– Tenho certeza que ela adora ser motorista de uma jovem tão linda. - piscou, deixando Quinn sem jeito.
Ao chegarem ao carro, Rachel tinha os pensamentos a mil por hora. Um sorriso maroto formando-se em seus lábios. Disfarçou para que a loira não percebesse.
–x-
Rachel esperou Quinn ir tomar banho para pegar o celular dela. Abriu os contatos da menina, copiou os que precisava e devolveu o aparelho para o lugar onde estava. Em seguida, com o pen drive, copiou alguns arquivos do computador da loira.
Voltou para seu quarto pela porta da sacada. Ligou o computador e passou os arquivos para uma pasta, nomeada como QUINN ♥.
Mandou um e-mail para Kurt, Mercedes e os pais sobre o que estava pensando. Tinha medo de conversar pessoalmente com eles e Quinn sem querer acabar ouvindo algo.
Por fim, pegou seu celular e discou o numero com código de área de Lima. Foi atendida no segundo toque.
– Santana?

–x-

A semana se passou sem que percebesse, de tanta coisa que tinha acumulado para fazer. Rachel mal tinha dormindo naqueles dias, além das aulas e provas, certa loira não deixava de povoar seus pensamentos. Durante todo o dia e principalmente à noite, Rachel não sabia mais o que fazer sobre o que estava sentindo. Não queria colocar tudo a perder, mas quase não podia mais segurar tudo só para si.
Na sexta feira, pediu que Hiram levasse Quinn para casa depois do trabalho. Antes de sair de NYADA avisou Kurt e Mercedes que não iria direto para casa, que não a esperassem. Os dois pareciam um pouco decepcionados com a amiga, mas nada disseram.

Rachel entrou no carro e dirigiu sem rumo por um tempo. Ligou o som do carro ligado o mais alto que pode suportar e a janela aberta para sentir o vento em seu rosto. Quanto mais pensava, mais difícil era colocar as ideia no lugar. Depois de mais ou menos uma hora, parou na porta do hotel, sorriu manso para o porteiro e foi direto para o bar. Sentou-se no balcão e foi prontamente pelo barman.
– Boa noite, srta Berry - desejou amável - O de sempre?
– Por favor, Joe. - pediu - Como está a família?
– Estão bem, obrigado por perguntar - respondeu, colocando o copo com mojito na frente da morena - Está sozinha hoje? - a morena assentiu - Não me parece muito bem, srta.
– Estou confusa, Joe.
– Por causa de uma moça?
– Sim.
– O que te incomoda, Rachel? - o rapaz perguntou amigável.
– Eu a conheço a menos de um mês e... É como se fosse a vida inteira. Sabe quando - suspirou, procurando as palavras certas - Quando de uma hora pra outra uma pessoa aparece e te muda completamente? E a única coisa que você vê e quer é essa pessoa?
– A srta está apaixonada - sorriu bobo.
– Mas como pode? - virou a bebida, pedindo outra dose - Mal a conheço, Joe. Não faz sentindo algum.
– E dai, Rach? Amor não faz sentido. Você só precisa sentir. Não importa quanto tempo faz, desde que te faça bem. - segurou a mão da menina que estava no balcão Desde que faça bem a vocês duas.
Rachel sorriu agradecida ao rapaz. Sem saber, ele disse exatamente o que ela precisava ouvir. A bagunça em seu coração ainda não tinha acabado, mas ao menos um luzinha apareceu no fim do túnel. Levantou, deu um beijo no rapaz e saiu. Já estava ficando tarde e precisava resolver mais algumas coisas antes de dormir.

–x-

Quinn estava inquieta. Durante o jantar, ninguém disse nada, mas ela percebeu que todos estavam desapontados. O silencio chegava a ser incomodo.
Sentia seu coração bater descompassado. Sentia falta da morena ao seu lado. Desde o momento em que Hiram disse que era ele quem iria leva-la para casa até o momento em que Kurt e Mercedes chegaram dizendo que Rachel não chegaria para o jantar.
Parecia que a morena tinha finalmente se cansado dela. De ter que carrega-la para cima e para baixo.
De repente, teve certeza de que a estava atrapalhando. Já tinha ouvido Mercedes dizer que, desde que Quinn se mudará para lá, Rachel deixará de sair à noite.
Sabia que a morena tinha necessidades e vontades diferentes das dela. Mas quando a conhecerá, até aquele momento, achou que ela era diferente. Grande engano.
Esperou que todos subissem para deitar e sentou no sofá, ficando no escuro. Sem ter muita certeza do porque, decidiu que ficariam ali até que a morena chegasse.

–x-
Ia dar meia-noite quando Rachel abriu a porta do hall. Por ser sexta-feira, achou estranho não ter ninguém acordado na casa, mas preferiu ignorar o fato. Deixou a bolsa em cima do sofá e ia subir, quando se assustou a luz do abajur sendo acessa. Virou de volta e deu com uma Quinn transtornada a encarando.
– Você não foi me buscar - acusou.
– Pedi para o meu pai te trazer. - respondeu, se aproximando da loira - Qual o problema, Quinn?
– Achei que você fosse diferente. De verdade achei. - elevou um pouco a voz.
– Não estou te entendendo, Q. Aconteceu alguma coisa?
– Não se faça de boba, porque de boba você não tem nada - aproximou-se ameaçadora - Você não apareceu para o jantar. Seus pais pareciam decepcionados. Eu estou decepcionada.
Rachel não estava conseguindo acompanhar o raciocínio de da menina, e não sabia de onde vinha toda aquela amargura.
– A Cedes falou que eles estavam surpresos por você ter voltado a fazer isso. Por que desde que nos conhecemos, você parecia ter se acalmado. Mas sabe - a loira falava frustrada - Acho que só estava passando um tempo comigo, sei lá, até eu me adaptar. Mas se cansou de ficar comigo pendurada em você não é? Dependendo de você para tudo. - Quinn estava com os olhos marejados.
– Quinn...
Rachel tentou argumentar, mas não teve tempo. A menina lhe lançou um ultimo olhar desesperado e correu escada acima. Deixando a morena parada ali sem entender nada.
– Mas que droga foi essa?