Quinn estava nervosa. A noite estava fria e suas mãos suavam. Tinha se afastado o máximo possível do campus, não queria ter que lidar com ninguém conhecido.

Fazia pouco mais de dois meses que seus pais tinham descoberto sobre sua orientação sexual, e o desastre não poderia ter sido maior.

Estava naquela esquina por culpa deles. Das duas pessoas que supostamente deveriam lhe proteger de toda a crueldade do mundo.

No entanto, lá estava ela.

Suas economias só dariam para mante-la por mais um mês, e por mais que tivesse procurado, emprego algum pagava o suficiente para uma adolescente de 17 anos se virar sozinha.

Então lá estava ela, em sua primeira noite. Acompanhada por uma colega de faculdade. Talvez tivesse sorte, era tão linda. Ao menos foi o que ouviu.

O vento cortava seu rosto e arrepiava cada centímetro de seu corpo. Puxou o sobretudo sobre o corpo, tentando se aquecer.

Levou alguns segundos para notar o Lexus prata se aproximando dela.

Rachel dirigia pela cidade a procura de diversão. Era uma garota responsável e levava os estudos e a carreira muito a serio, mas às vezes sentia-se tão cansada e sobrecarregada que acabava por escapar para as partes mais obscuras de NY.

Além do mais, uma garota como ela tinha suas necessidades.

Claro que nunca se metia em encrencas. Sabia exatamente aonde ir. Conhecia a cidade como a palma da mão.

E aquela noite não seria diferente. Foi ao local onde sabia que encontraria a garota perfeita com quem passar a noite.

Sim, ela era gay. Não que se isso fosse um problema. Afinal, tinha dois pais em casa. Pais que não aprovavam o que a filha fazia durante certas noite. Diziam rezar constantemente para que encontrasse uma moça decente e se apaixonasse. Mas a morena parecia não tomar jeito.

Rachel chegou na rua que mais frequentava. Desacelereu seu Lexus, a noite estava fria e o movimento por ali não era nem de perto como o de costume.

Não levou muito tempo para notar a bela loira que tremia sob um cassaco preto curto. Ela parecia perdida naquele cenario.

Bonita demais, delicada demais.

Algo naquela menina lhe chamou a atenção mais do que o normal. Além, é claro, de sua beleza estonteante, que destoava com o restante do ambiente.

Rachel sentiu uma subta vontade de conhece-la, tocar seu rosto, sentir o perfume de sua pele. Sem pensar muito, oparou o carro perto dela e abriu o vidro.

– Oi princesa. O que acha de dar um passeio comigo?

Quinn ficou surpresa e, de certa forma, aliviada por seu uma garota. A morena era linda e parecia ter sua idade.

– Tem idade para estar aqui morena? – perguntou, tentando parecer relaxada.

– Tanto quanto você – Rachel respondeu travessa – Por que não entra? Prometo manter o aquecedor ligado.

Por algum motivo, aquela estranha a fazia sentir-se segura. Respirou fundo, deu a volta e entrou no carro.