Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 62
Liberdade


Notas iniciais do capítulo

POV Narrador



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Edward e Isabella estavam quase despidos quando batidas na porta os trazem de volta ao mundo real.

─ Edward, sou eu!

Eles relaxam quando ouvem a voz de Renée por trás da porta.

─ Deve estar querendo avisar sobre o almoço. Estás com fome? – Edward pergunta ainda agarrado a ela.

─ Não de comida. – ela diz e eles riem.

─ Deixe-me livrar-me de Renée. – ele diz sorrindo e se levanta para ir a porta.

─ Edward, ocê me desculpa... – ela fala evitando olhar para dentro do quarto. – Mas é que chegou essa carta agorinha e é pra sinhazinha! – Renée estica o envelope para Edward.

Edward franze o cenho e olha com estranheza para Isabella.

─ Não há remetente. – ele vira o envelope dos dois lados, só a um lado escrito com uma letra vacilante, o nome “Senhora Isabella”. – Obrigado, Renée.

─ Se precisar, to na cozinha. – ela fala com preocupação.

Edward fecha a porta e entrega a carta para Isabella.

─ É de Alice. Provavelmente já leu as cartas que deixei e... – ela franze o cenho. – Mas para essa carta chegar no meu encalço aqui no Engenho, ela teria de enviar ainda pela manhã.

Os dois se olharam nervosos prevendo algo ruim. Isabella rasgou com as mãos tremulas o envelope e leu em voz alta a breve, porém precisa, carta de Alice.

─ Alice levou as meninas para a casa da corte! Meu Deus, e agora?

─ Alice e Jasper não poderão passar com as meninas sem uma autorização. Teremos de ir busca-los. E faremos isso agora.

Isabella olhou a determinação de Edward e todo o fogo havia se esvaído. Eram suas filhas que estavam em perigo, a essa altura, sabe-se Deus o que Mike não poderia fazer quando os encontrasse. Não seria difícil para ele, encontrar a casa onde Jasper e Alice agora viviam.

Os dois se arrumaram com pressa e contaram a Renée o acontecido. Alice vendo que Isabella havia dopado Mike com dose cavalar de sonífero, e fugira para encontrar Edward deixando as meninas sob os cuidados dela, aproveitou que ele ainda dormia e fugiu com as meninas de lá, temendo o mal que ele pudesse fazer a elas quando acordasse e descobrisse o que sua esposa havia feito. Na carta, Alice dizia que esconderia as meninas até que eles, em segurança, pudessem partir para o Engenho.

Na diligência, voltando para a corte, Isabella lamentava o quanto Alice foi ingênua. Na tentativa de salvar as meninas, pode ter agravado ainda mais as coisas. Edward queria ter um carro mais rápido e mais potente para levar menos que dois dias inteiros para chegar à corte. Precisavam correr contra o tempo, mas de nada adiantaria se desesperar agora. Precisavam confiar e pedir aos céus que os ajudassem.

07/05/1888.

Assim que Edward abriu a porta da casa no centro da cidade, todo seu corpo ficou em alerta. Isabella parou ao seu lado e um fio gélido percorreu sua espinha.

Mike estava sentado no sofá, de frente para a porta, uma das pernas apoiadas na banqueta de apoio e sua espingarda apoiada estrategicamente em seu colo enquanto degustava um enorme copo de uísque. O cabelo loiro parecia ainda mais oleoso colado na testa, a barba estava espessa e desalinhada, uma barba loira escura que escondia a beleza de seus traços. Olheiras profundas se contrastavam com o vermelho pungente em volta de seus olhos azuis claríssimos. Apesar de estar a aproximadamente apenas quatro dias sem vê-lo, Isabella o achou muito emagrecido.

─ Ora, ora! Estava aqui meditando quando tempo os pombinhos levariam para sair de seu ninho de amor. Calculei o tempo da chegada da carta da mucama e daria até o anoitecer para que aparecessem.

─ Mike onde estão minhas filhas?

Mike entortou a cabeça para o lado e fez uma careta.

─ Agora te preocupas com elas? Não foste tu que deixaste seu lar e abandonaste-as a própria sorte para ir atrás desse escravo bastardo! Porque é isso que tu és – ele apontou para Edward ainda segurando o copo – Podes te vestir de finas sedas e joias que teu sangue continua podre e sua alma cativa!

Edward cerrou os punhos, mas manteve-se inalterado. Isabella estava nervosa e começou a olhar para os lados procurando algum vestígio de que suas filhas estivessem bem. Nada. Nem sinal das meninas ou de que elas estivessem ali.

─ Senhor Mike, podemos discutir isso civilizadamente. Ou não.

─ Isso é uma ameaça? – Mike perguntou tentando esconder seu receio. Já vira Edward na capoeira e praticando tiro, sabia que ele era bom. – Venha aqui Renesmee, com o papai. – falou melindroso.

Isabella deixou escapar um gemido de pavor, Edward a segurou bloqueando-a com o braço.

─ Acalme-se. – Edward cochichou para Isabella. – Deixe isso comigo.

Renesmee adentrou na sala, cabisbaixa, agarrada a boneca que Edward lhe dera no parque. Edward sentiu como se seu coração fosse saltar de seu peito. Ver aquela menina daquele jeito lhe cortou o coração como jamais chibata alguma poderia fazer. Ela era sua filha, e ele daria sua vida por ela.

─ Diga olá para a mamãe. – Mike segurou a menina entre as pernas.

─ Oi mamãe. – Renesmee falou chorosa e baixou a cabeça.

Ela tinha apenas 4 anos mas uma sensibilidade que causava inveja a muitos adultos.

─ Milla, irá para um internato e quem sabe lá ela não aprenda muito mais coisas, como aconteceu com você Isabella? – Isabella estremeceu, jamais permitiria que sua filha tivesse a mesma sina que a sua. – Agora Renesmee, eu não sei. Renesmee não é minha filha. – a menina se agarrou com a boneca e começou a chorar baixinho. – Pouco me importa o destino que terá, por mim, pode ir direto para as ruas aprender a vadiar como a cadela da mãe dela!

─ Seu! – Isabella gritou e quis partir para cima de Mike, mas Edward a conteve.

─ Mike, saia detrás da menina e venha duelar como homem! Estou desarmado, desarme-se e podemos tratar disso de outra maneira já que não queres lidar com isso civilizadamente.

Mike gargalhou diabolicamente.

─ Podemos lidar com isso de outra forma sim. Eu ainda quero você de volta, Isabella. Afinal, eu a amo.

─ Ama nada! Sou e sempre fui apenas um prêmio para mostrar a seu pai que podias conseguir o que querias, tu nunca me amaste, seu covarde, patife!

─ Ah, Isabella! Tu podias escolher o meu amor, mas não, escolhestes meu ódio! Mas assim como te amei, aprendi a te odiar tão violenta e poderosamente como antes lhe amara!

Um choro tomou a atenção de todos, vinha de um dos quartos. Era Milla. Isabella arfou e fez força para que Edward a soltasse. E tudo aconteceu muito rápido. Renesmee se afrouxou das pernas de Mike e jogou a boneca para cima, onde Mike ficara atrapalhado com a cabeleira de nylon e quando deu por si, tomou um golpe de perna de Edward que tentava desarmá-lo com golpes de capoeira.

Mike caiu do sofá, mas ainda segura a espingarda. Edward partiu para cima deles e os dois rolaram no chão. Isabella agarrou Renesmee e correu com ela na direção do choro de Milla. Conseguiu encontrar a porta, estava trancada. Afastou Renesmee e buscou forças nem ela sabe onde e após a terceira vez que se jogara contra a porta, conseguiu arrombá-la.

No quarto, encontrou Jasper e Alice, acorrentados e amordaçados. Milla estava sentada ao lado de Alice, chorando muito mas estava bem.

─ A chave está no bolso dele! – gritou Jasper assim que Isabella tirou sua mordaça.

─ Sinhá me perdoa! – Alice clamou aos prantos.

─ Deixe disso! Agora temos...

Um tiro. Isabella ficou paralisada. Jasper começou a se contorcer como se isso pudesse libertá-lo das correntes. As meninas ficaram mudas. Isabella levantou-se e olhou para as filhas.

─ Podem cuidar da dinda Alice? – as duas balançaram a cabeça. – Mamãe já volta.

─ Sinhá! – Jasper chamou e no seu olhar havia um pedido de desculpa e de socorro.

Isabella se virou correndo e foi para a sala.

─ Edward! – Isabella gritou quando viu a poça de sangue em que ele estava deitado. Ela se ajoelhou sem se importar de sujar todo seu vestido. – Edward! – choramingou virando o corpo dele para cima.

Embaixo dele estava Mike com os olhos esbugalhados e a espingarda na mão do braço que estava estirado. Isabella olhou para o rosto de Edward e o sacudiu freneticamente.

─ Isabella... – Edward sussurrou e se agarrou a ela.

─ Você está bem? – perguntou olhando para seu corpo, procurando algum ferimento. Foi então que ela viu o pequeno revolver na mão dele.

─ Ele estava me estrangulando com a espingarda... só tive tempo de puxar meu revolver do paletó e apertar o gatilho. Nem sabia onde o acertaria. Se eu errasse... – Isabella o apertou fazendo com que ele se calasse.

Ela não queria nem imaginar o que poderia acontecer. Não desejava a morte para Mike, se assim fosse, ela mesma o teria matado, dando-lhe veneno ao invés de sonífero. Mike era o pai de Milla e apesar de frio e cruel, ela acreditava que ele a amava.

Isabella olhou para Mike novamente e lembrou que suas filhas poderiam sair do quarto a qualquer momento.

─ Deixe-me libertar Jasper e Alice. Estão no quarto com as meninas.

─ Claro, vá. Eu estou bem. – Edward tossiu e passou a mão esfregando o pescoço. Isabella notou que estava vermelho quase roxo. Mas graças a Deus ele estava bem.

Ela se levantou, pegou as chaves no bolso de Mike, fez uma prece bem baixinho e correu de volta para o quarto.

─ Estamos livres. – Isabella falou depois de soltar Alice e Jasper.

Depois pegou as duas meninas no colo e sentou com elas na cama. Jasper e Alice foram ajudar Edward na sala.

─ Está tudo bem agora, minhas filhas. Tudo bem.

─ Viu, mamãe, a minha boneca da sorte salvou a gente de novo!

Isabella olhou abismada para Renesmee que levantou a boneca no alto. A menina fora tão rápida ao pegar sua boneca de volta quando Mike caíra com o primeiro golpe no chão, que nem mesmo Isabella havia se dado conta. Ela apertou as duas meninas num abraço sufocante.

─ To... fome, mamãe... – Milla falou com toda sua inocência de criança.

Isabella olhou para a menina que nunca falava e começou a chorar copiosamente.

─ Oh, minhas filhas!

─ Chorando mamãe? – Milla perguntou.

─ Nem sempre as lágrimas são de tristeza, minha filha. – Isabella tentou enxugar em vão algumas lágrimas do rosto – Às vezes, elas são de alegria.


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