Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 61
Dádiva


Notas iniciais do capítulo

POV Edward



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Deito Isabella gentilmente sobre o colchão. Não paro de beijá-la um segundo. Durante esses dias depois que soube que não éramos irmãos, entrei num processo de resgate de mim mesmo. Algo que não teria forças para fazer sem a esperança de ter Isabella novamente em meus braços. Então a beijo com total doçura.

Depois que resolvi o cancelamento do casamento, comecei a analisar as probabilidades dela largar o marido para ficar comigo. Estamos a 12 anos do século XX, mas ainda não vejo uma sociedade que apoie tal feito. Poderíamos ir para outro país, mas ela teria que abrir mão definitivamente de suas filhas e não sabia se ela faria isso até vê-la na minha porta.

Nos dias de nosso amor ingênuo, eu achava que a única coisa que teríamos que enfrentar seria o preconceito. Mesmo liberto eu sempre seria reconhecido como escravo e ela seria sempre a sinhá. Somente depois de levantar a fortuna com o Engenho é que descobri o poder do dinheiro. Ele é capaz de causar tamanha amnésia a sua volta que até aqueles na Corte que sabiam de minha condição, fingiam esquecer-se para seus próprios benefícios.

Isabella geme baixo e se contorce debaixo de mim, seu corpo já reconhecendo o seu lugar e clamando para ser ocupado. Desabotoo a parte de cima de seu vestido, sem pressa. Um beijo e um botão... A cada botão que abro, vou descendo meus beijos.

Meus pensamentos ainda estão tentando se organizar e minha mente de tão extasiada teima a acreditar que isto é real. Não precisei ir até ela, ela veio até mim. É como uma recompensa, do mesmo jeito que foi embora, ela voltou para meus braços. Repentina e devastadoramente. Ficaria comigo mesmo que fôssemos meio irmãos se eu ainda a quisesse. Ainda? Ah! Isabella, como “ainda”? Acaso eu deixei de amar-te algum instante desde que a conheci?

─ Edward? – ela chama num sussurro.

Ergo-me e paro com a face sobre a dela, olho no olho, boca na boca.

─ Sim.

Ela sorri, meu arco-íris voltou ainda mais colorido.

─ Eu te amo. Sempre amei e sempre vou amar.

Não consigo evitar uma lágrima que brota e cai sorrateiramente sobre a face de Isabella.

─ Eu te amo, Isabella. Minha Bella. Com um amor abrasador e elevado, um amor sem limites.

Beijo sua boca e derramo-me sobre ela novamente. Poesias vêm a minha mente como se uma porta estivesse cerrada todo esse tempo, impedindo que elas passassem, mas agora, a passagem está livre e versos entram com poder e autoridade preenchendo todo e qualquer espaço que outrora esteve escuro e vazio.

Então recito num murmúrio e entre beijos, alguns versos do poeta Antero de Quental:

“[...]Amor que vive e brilhe! luz fundida

Que penetre o meu ser — e não só beijos

Dados no ar — delírios e desejos —

Mas amor... dos amores que têm vida...

Sim, vivo e quente! e já a luz do dia

Não virá dissipa-lo nos meus braços

Como névoa da vaga fantasia...”


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