Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 14
Cachoeira de desejos


Notas iniciais do capítulo

POV Edward



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Edward

Eu devia estar às voltas com minhas leituras e estudos ou cuidando do pomar ou do jardim ou até mesmo indo ver se madrinha estava a precisar de algo, mas... Há uma tempestade se formando em cima de minha cabeça, ou dentro dela e em nada consigo ser útil. Meus pensamentos estão cheios dela... da sinhazinha.

Provavelmente ela voltara para a casa, deve estar fazendo companhia para madrinha, isso é bom. Sinto que dona Esme revigorou desde que sua filha chegara. Quanto a mim, estou moído e com um sentimento sufocante desde então. Definitivamente, banhar-me na cachoeira irá ajudar-me a lavar a alma.

Passo por entre as pedras sem dificuldade, era o caminho mais complicado, porém o mais rápido para se chegar a pé, se estivesse a cavalo poderia dar a volta e sair na nascente. Coloco as duas mãos para me dar impulso para passar por entre as duas pedras maiores e me desiquilibro com a imagem que vejo. Escorrego no lodo e caio sentado.

Devo estar tendo alucinações! Agora isso já passara dos limites!

Ergo a cabeça e olho por entre a fenda nas pedras. Santo Deus! É ela mesma! A sinhazinha Isabella. Da distancia em que eu me encontro, não consigo ver seu rosto direito. Mas é ela. Os cabelos parecem estar molhados, caídos sobre seu corpo como um véu, cobrindo seus seios. Ela está sentada com as costas numa pedra coberta de musgo e, também ela, está com o corpo todo coberto de... lama?

Metade de seu corpo está dentro da cachoeira, as pernas estão dobradas, de modo que seus joelhos estão acima da água. Sua barriga e pescoço estão cobertos de lama e seus braços... Não vejo seu braço esquerdo, provavelmente está apoiado ao seu lado e o braço direito, também coberto de lama, está no meio de suas pernas.

Não consigo acreditar no que vejo. Sinhazinha está tomando banho de lama na cachoeira e está... se tocando. Viro-me e sinto meu rosto esquentar, só meu rosto não, todo meu corpo. As escravas se tocam, sei que é normal para elas, e também tem relações sexuais em plena luz do dia. Mas uma dama da sociedade? Uma sinhá moça?

Coloco minha cabeça entre as mãos, estou tremendo. Luto com uma vontade violenta de olhá-la novamente. Não posso. Não posso! Olho de novo. Lá está ela, agora os movimentos do braço estão mais rápidos, ela virou a cabeça para seu lado esquerdo. Ah, como queria ver sua face neste momento. Não! Sento-me e forço minhas costas na pedra. Não é certo... Desgrama! Meu sangue está fervilhando, sinto meu membro latejar. Sei que preciso me controlar, mas como?

Ouço um gemido abafado pelo chiado da cachoeira. Eu mesmo deixo escapar um gemido só de ouvir o dela. Estou derrotado, é mais forte do que eu... Ergo-me e me ponho de joelhos a olhar novamente. Aperto meu membro sabendo que não irei suportar por muito tempo. Isso é torturante. A sinhazinha se contorce e inclina o corpo para frente ofegante. Daqui consigo ver o perfil de seu sorriso. E não me detenho mais, libero meu membro da calça e só com esse movimento ele esguicha e libera meu gozo.

Coloco minha mão esquerda apoiada na pedra. A sensação é única. Nem das vezes que me toquei, quando mais jovem, olhando as escravas nuas, foi tão libertador assim. Meus joelhos falham, deixo-me cair sentado. Estou ofegante e relaxado. Mas tenho um nó em meu peito como se faltasse alguma coisa ainda. Fecho os olhos e no momento em que guardo meu membro de volta na calça, sei o que me falta. É ela.

Estou no céu e no inferno. Sou Romeu e sou Dante. Necessito dela em meus braços como preciso do ar para respirar. Impossível. Não há alforria para este tipo de sentimento. Jamais serei livre algum dia, disto sei. Meu coração e minh’alma estão acorrentados a ela. Sofrerei em silêncio. Esse será meu maior castigo, desejar o que jamais poderei ter.


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Notas finais do capítulo

Diário da história: Capítulo ocorrido no dia 17/06/1883. Domingo.



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