Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 13
Fogo e água na boca...


Notas iniciais do capítulo

POV Narrador



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Isabella pegou o cavalo preparado por Emmett e saiu decidida a cavalgar pela chácara. “Se não fora Renée que me preparara o chá... com certeza foi ele.” – pensou.

Depois de cavalgar por alguns minutos, avistou Edward ao longe, recostado debaixo de uma mangueira larga. Ajustou a correia do cavalo e foi em sua direção.

─ Tive de andar pela chácara inteira a lhe procurar. – Isabella falou ofegante, ajeitando a correia do cavalo nas mãos e tentando fazer com que ele ficasse parado.

Edward não precisou levantar a cabeça para saber quem era. Somente uma pessoa poderia soar tão petulante e ao mesmo tempo doce como ela.

─ Numa próxima, desenho um mapa com informações sobre minhas andanças.

─ Muito engraçado. – o cavalo ainda não parara quieto.

Edward riu, mas continuou a descascar a manga lentamente, sem olhar para Isabella.

Isabella observou a suculenta manga rosa nas mãos dele, os movimentos que ele fazia com a faquinha e de alguma forma achou aquilo muito sensual. Ela apertou os olhos para afugentar essas ideias malucas e dizer de uma vez o que tinha para dizer.

─ Escute. Vim em missão de paz. Portanto, não venha com suas provocações. – o cavalo ainda balançava de um lado para o outro. – Proponho... uma trégua.

Edward parou de descascar a manga e apenas ergueu o olhar para ela de forma curiosa.

─ Queria agradecer pelo chá. – ela continuou.

─ Não fiz mais do que minha obrigação, sinhazinha. – ele dobrou uma perna e apoiou a mão, que segurava a faquinha, no joelho.

─ Olhe, só queria agradecer e pedir...

─ Vai pedir-me um beijo novamente?

Isabella ergueu as sobrancelhas e se assustou com o modo dele falar. Então ela havia mesmo dito aquilo, sentiu-se constrangida mas não poderia deixar que ele percebesse. Precisaria maneirar com o vinho da próxima vez.

─ Ora mais que petulância!

─ Se não é isso o que é? – havia uma nota de decepção na voz de Edward que ele tentou disfarçar.

─ Eu quero... gostaria de dizer que continue a fazer as refeições dentro de casa. Sei que foi criado como um sobrinho por minha mãe e não quero que haja mudanças por minha causa.

─ Muita gentileza sua sinhazinha. Folgo em saber que se agradaria de minha companhia. Mas... – ele voltou a descascar a manga – Somente faço companhia para a madrinha quando ela está só. Cousa que já não mais acontece agora que voltaste.

─ Não faz as refeições lá dentro quando meu pai está em casa? – Isabella perguntou com desconfiança e amabilidade.

─ Parei de fazê-las há uns 5 anos. – Isabella franziu o cenho na mesma hora que Edward a olhou. – Não que o Comendador me tenha distratado, longe disso. Só não me senti mais a vontade. – ele deu de ombros.

Isabella suspirou. Mesmo tendo passado todo esse tempo longe, ela sabia que quem era seu pai, o Comendador Carlisle. Homem honrado que dava enorme valor aos costumes e, principalmente, ao dinheiro. Costumava tratar os escravos com polidez mas dizia que eles só entendiam um comando: o da chibata. Era assim que eles sabiam o seu lugar. Isabella sentia pena de todas as pessoas que pensavam assim.

─ Quem é Jacob?

Edward perguntou de repente e Isabella foi pega de surpresa em seus pensamentos.

─ Como?

─ Ontem, a sinhazinha chamou por um tal de Jacob... – Edward tentou parecer despretensioso, mas a verdade era que não parara de pensar quem poderia ser esse tal.

Isabella corou.

─ Jacob... – ela tossiu – Senhor Jacob foi... é um grande amigo... – ela sorriu com a lembrança, mas não conseguia se lembrar de ter chamado o nome dele. Realmente abusara das bebidas alcóolicas.

Edward sentiu um alivio percorrer por todo seu corpo, mas se irritou consigo mesmo. Ele sabia que não tinha nada que fazer perguntas pessoais a sinhazinha e ela podia ser amiga de quem fosse, ele não deveria se importar. Mas por que se importava?

Isabella percebeu um traço estranho no rosto de Edward que agora punha a manga na boca e a chupava. Ela engoliu.

─ Sei que o senhor também tem muitas amigas e que suas festinhas costumam ser animadas... espero não ter atrapalhado nada ontem a noite... – ela o encarava dessa vez. Precisava ver sua reação.

Edward levantou uma sobrancelha. Obviamente Renée batera com a língua nos dentes. Ele sentiu-se envergonhado, mas não deixaria que ela percebesse. Num impulso único, ficou de pé e foi até ela.

─ Não gostaria de experimentar?

Isabella piscou aturdida, ele estava erguendo a manga para ela, mas parecia estar se referindo a outra coisa. Um sorriso brincava no canto de seus lábios. Ela olhou para ele, ele de fato era muito bonito e irritantemente sedutor.

─ Não. Obrigada. Quem sabe uma outra hora?

─ Não sabe o que estás a perder. – ele provocou.

─ Olhe, já disse o que tinha para dizer e... – ela puxou as rédeas do cavalo para o lado. Precisava sair dali antes que fizesse uma besteira, ele a deixava tonta. – Faça bom proveito de sua fruta.

─ A menos que tenha aprendido a nadar... mantenha-se longe do lago. Com as chuvas, ele fica fundo e com algumas correntezas. Não espere que eu esteja lá para salvá-la novamente.

Isabella bufou.

─ Fiques tranquilo, não sou mais nenhuma criança indefesa. Passar bem seu Edward.

Edward sorriu mordendo o lábio inferior, queria ela dizer mais alguma coisa com essa frase?

─ Passar bem, sinhazinha. – ele deu um passo atrás.

Isabella assentiu com a cabeça e saiu em disparada com o cavalo. Edward a observou sumir ao longe. De repente a manga perdera todo o sabor depois que Isabella fora embora.

Isabella andou sem direção com o cavalo por um bom tempo, não sabia em que direção ia, só sabia que precisava se manter distante de Edward. Diminuindo o passo do cavalo, escutou um barulho facilmente reconhecível. Cachoeira. Olhou para o céu, apesar de estar um pouco frio, com certeza não iria chover, um banho gelado de águas cristalinas era tudo o que precisava para apagar o fogo que subia toda vez que via aquele homem.


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Notas finais do capítulo

Diário da história: Esse capítulo se passa no dia 17/06/1883. Domingo.



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