Percy Jackson & A Tenente do Caos escrita por Thalia Luna, Vivs, Vivs


Capítulo 4
Bônus: Como Fio de Navalha


Notas iniciais do capítulo

Demoramos? Demoramos. Atrasadas? Como sempre. Mas o importante é que viemos um dia depois do aniversário do nosso Percy para comemorar com um capítulo. Até as notas finais (leiam-na).



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[Terceira pessoa]

O dia era especial para Sally. Paul saíra para trabalhar e ela, com um sorriso suave no rosto, estava a observar a bandeja de cupcakes azuis que assava no forno médio em seu apartamento.

Todos eles iriam direto para Percy, seu "bebê" que completava dezenove anos naquele dezoito de agosto.

Sally iria ao Acampamento logo após terminar de preparar os cupcakes azuis e outros doces que ela sabia que o filho adorava, todos na mesma cor anil. Era perigoso seu menino sair do Acampamento, por enquanto, mas ela ao menos levaria os doces para ele e o amigo Grover degustarem.

Apesar da felicidade e orgulho evidentes em sua expressão e mente, algo a incomodava desde que se lembrava. Não era nada claro ou concreto, e sim uma sensação de perda, de que algo lhe faltava. E esse sentimento opressor abatia-se sobre si de forma mais intensa a cada dezoito de agosto.

A última noite havia sido recheada por pesadelos horrendos e desconexos, que não batiam com a realidade em que Sally vivia. Frustada, ela calçou a luva e abriu o forno para tirar os cupcakes, quase queimados.

— Essa foi por pouco — notou ela, suspirando de alívio.

Algo passou por sua mente, como um fio de navalha, e ela não teve tempo de apoiar os pequenos bolinhos na mesa antes de ser sugada por um turbilhão de lembranças.

1988, quase vinte anos antes:

Sally não cabia em si de alegria.

O que ela sentia por Poseidon se intensificava a cada dia, mesmo que ele fosse o senhor dos mares e um olimpiano.

Algo dentro de si dizia que aquele amor era recíproco. Ele lhe contou sua identidade, provou quem era e estava disposto a pelo menos lhe dar alguns dias felizes. Os mais felizes de sua vida.

E ela ficava mais feliz ainda ao saber que carregava um pedacinho daquele deus dentro de seu ventre.

Sally tinha plena consciência que o pai do bebê não viveria com ela, quem sabe nem chegaria a conhecer a pequena criança que carregava. Mas ela estava feliz.

Ela teria seu pequeno pedaço de Poseidon para sempre consigo, que seria só dela.

Mal sabia o quanto aquela gravidez mudaria sua vida.

Nove meses depois:

Gêmeos! Quem diria? Um menininho e uma meninha, todos os dois saudáveis e deveras belos.

Foi felicidade em dobro ao receber aquelas duas criaturinhas frágeis e tão pequenas, e estava louca para apresentá-las ao pai delas. Queria ver os olhos daquele verde mar intenso brilharem de orgulho.

— Já sabe como vão se chamar? — perguntou o médico, exibindo um sorriso convencido pelo bom trabalho.

Encarou os frutos do seu amor, e notou cada característica deles.

A garotinha lhe lembrava a mulher que ela mais amava na vida, a avó de Sally, Mia.

E, quando olhou aquele pequeno rapazinho soube imediatamente que ele seria um herói, que faria grandes coisas. Como Perseu fez.

— Vão se chamar Mia e Perseu.

1992:

O pôr-do-sol pintava o céu de preto, púrpura e alaranjado.

Sally sorriu.

Percy e Mia brincavam a poucos metros da mãe, jogando água um no outro e rindo logo depois.

A mulher tinha que admitir que os dois ficavan nada menos que adoráveis vestindo roupas de praia. Perseu, com uma sunga verde escuro e Mia com um maiô azul como o céu.

Mesmo sendo gêmeos, os dois tinham algumas diferenças notáveis.

Percy tinha os olhos idênticos aos do pai, verdes como a mar, a imensa extensão de água que governava. A pele, mesmo sendo de uma criança que saía de casa poucas vezes, possuía um encantador tom bronzeado, como um surfista. Era um garoto realmente hiperativo, que não parava um segundo de se mexer ou falar.

Já Mia tinha um nariz aquilino, olhos negros como a noite e pele branca como a areia da praia. Diferente do irmão, a garotinha era mais quieta e mandona.

Sally notava cada pequena característica dos filhos à medida que eles iam crescendo, e sabia de quantos riscos os dois correriam com o tempo.

Mas de uma coisa ela tinha certeza: eles sempre estariam protegidos perto do mar.

2008:

Sally acordou com o baque da forma de metal no chão.

Seu coração estava disparado e as lágrimas traçavam um caminho salgado pelas bochechas. A dor pela sua menina despontava em seu peito, e veio com catorze anos de acúmulo.

— Onde está a minha menina? — sussurrou ela, deixando-se cair de joelhos no chão para derramar todas as lágrimas que lhe foram impedidas durante todos aqueles anos.


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Notas finais do capítulo

Pessoinhas, eu e minha amiga estamos muito felizes com as visualizações que recebemos, mas pedimos encarecidamente para que vocês comentem o que acharam, sejam elogios ou críticas construtivas. Por favor, nos apoiem com nossa fanfic, já que comentários são o combustível para continuarmos.



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