– Rapunzel –gritava Merida- Rapunzel, Me ajuda aqui.

Rapunzel a olhou e ajoelhou-se também para cuidar de Jack que chorava soluçando incessantemente, Merida se levanta .

– Cuida dele.

– O que?? Pra onde você vai?? -perguntou Rapunzel

– Relaxa.- respondeu Merida indo na direção da casa de Hiccup.

Merida limpa o vidro da janela que esta embaçado pelo frio e olha para dentro da casa, a casa esta vazia e escura.

– Gente, a casa esta vazia –disse Merida com tristeza nos olhos- Ele foi embora mesmo, e, parece que ele não vai mais voltar.

Nesse momento Jack soluça; Jack agora estava chorando todas as tristezas que havia segurado até então, Rapunzel olha para a casa, Merida esta com a mão no vidro, de repente Rapunzel vê alguma coisa pendurada na porta balançando ao vento.

– O que é aquilo?? – diz ela apontando em direção a porta.

Merida vai até lá e arranca o papel que esta pendurado.

–É uma carta, do Hiccup, e....- Merida faz uma pausa e morde os lábios- Parece que é pra você Jack.

Com ajuda de Rapunzel, Jack se levanta e ambos vão em direção a Merida.

– Toma. – disse ela entregando-lhe a carta.

“ Jack,

Eu lamento por ter que partir assim, mas eu não tive escolha, meu pai desligou o despertador e colocou meu celular no silencioso e por isso não pude ver suas mensagens a tempo , quando acordei já era tarde para ir para escola.

Quero que saiba que você é meu melhor amigo e eu peço desculpas por não poder ter me despedido de você.

Diga a Merida e a Rapunzel que eu as amo muito e que elas são as melhores amigas que alguém poderia ter. VOCÊS, são os melhores amigos que alguém poderia ter, e eu sou grato por ter conhecido vocês.

Não importa o que aconteça eu vou sempre guardar vocês em minhas lembranças e coração.

Sei que nunca disse isso mas, EU AMO VOCÊS.

Acho que isso é um adeus.

Prometo escrever, mandar e-mails, e tentar ligar sempre que possível.

Me desculpem.

Com amor, Hiccup.”

Naquele momento todos desabaram juntos.

– Stoico, AQUELE BRUTO IMBECIL – gritou Merida chutando a porta.

– Como pode?? – perguntou Rapunzel segurando as lagrimas- Por que o pai dele faria algo assim??

– Por que?? Por que, Punzie?? Porque ele não presta, só por isso –gritava Merida colocando a mão sobre a testa.

Jack ainda c horava só que desta vez em silencio.

– Vamos levar ele pra casa agora?? – perguntou Rapunzel

–Vamos.

As duas acompanharam Jack até em casa. Merida bateu na porta, um senhor alto, meio barrigudo, de barba longa e cabelos brancos atendeu a porta.

– Mas o que foi que aconteceu??

–Longa historia, Norte.- respondeu Merida

–Podemos entrar??

– Mas é logico, entrem que esta muito frio, vamos.

Merida e Rapunzel entraram e tiraram os agasalhos, os cachecóis e as luvas enquanto Nicolau São Norte conversava com seu pupilo, as meninas penduraram os casacos no cabideiro e quando se voltaram para ver como ia a conversa entre Norte e Jack , viram o garoto subindo as escadas correndo , ambas se entre olharam e subiram as escadas atrás de Jack.

– Foi algo que eu disse?? – perguntou Norte para si mesmo

Antes que pudessem alcançar Jack, o garoto já havia entrado no quarto e trancado a porta, deixando Merida e Rapunzel do lado de fora.

–Jack, abre a porta.

Nenhuma resposta , Merida olhou para Rapunzel , e avistou Norte subindo a escada.

– Norte por favor tente convence-lo a abrir –suplicou Merida.

– Eu tenho que pensar seriamente em tirar essa chave das mãos dele.

Nicolau bateu na porta.

–Jack, abra a porta, por favor.- insistiu ele.

Jack não disse uma palavra.

– Ta legal deixe-me adivinhar.- disse Norte colocando as mãos na sintura- Tem alguma coisa a ver com Hiccup, certo??

– Como o senhor sabe??- perguntou Rapunzel

– Eu sinto isso, aqui na pança – respondeu ele colocando as mãos na barriga- E além do mais eu vi o caminhão da mudança.

–tendi.

–Jackson Frost, ABRA A PORTA JÁ.

Todos esperaram em silencio; após alguns segundos torturantes de espera ouviu-se a tranca sendo movimentada pelo giro da chave, e depois Jack abriu a porta, ele limpou o nariz na manga do casaco e segurando o choro com a testa franzida, evitou olhar diretamente nos olhos de Nicolau.

– Com licença meninas, preciso ter uma conversa com meu..... Filho

– Claro, claro por favor- disseram as meninas- Nós não queremos atrapalhar.

– Obrigado, aproposito, fiz chocolate-quente caso queiram beber um pouco – disse Nicolau em uma piscadela com o olho direito.

As meninas agradeceram e desceram as escadas lentamente, olhando uma ultima vez para traz devido a preocupação. Norte fechou a porta entrando no quarto.

Ao chegarem na cozinha encontraram duas canecas de chocolate-quente repousando sobre a grande mesa circular de madeira, parecia até que Norte sabia que elas viriam.

No quarto, Nicolau sentou-se na cama ao lado de Jack.

– Me responda Jack, porque agiu assim?? Você sempre foi um menino forte; aguentou viver naquele "reformatório" mesmo com tudo o que você sofria. Por que esta reação tão repentina??

Jack virou o rosto pra não olhar para Norte.

–Vamos garoto, você pode me dizer as coisas é pra isso que estou aqui.

Jack se manteve quieto.

– Você, ama o Hiccup não é??

Jack virou o rosto subitamente assustado para olhar para Norte que lhe respondia apenas com olhos ternos e acolhedores, olhos que fizeram Jack sentir segurança.

– Como é que você sabe? –Perguntou Jack agora com uma expressão de surpresa.

– Eu posso não ser seu pai biológico mas, eu percebo quando você esta diferente. E acredite, desta vez a diferença foi tão absurdamente grande que você não pode esconder de ninguém.

Jack agarrou o travesseiro e o abraçou.

–Jack, você não precisa se afligir, se você realmente ama alguém seja quem for, deve ser sincero com sigo mesmo e com a pessoa, se ela não estiver interessada em você o máximo que poderá receber é um não.

O garoto mergulhou a cabeça no travesseiro.

– Mas do que adianta agora?? Ele foi embora, e eu nem tive a chance de dizer adeus.

– Jack, ele não partiu desse mundo.- disse Norte colocando a mão sobre os ombros de Jack- Você ainda vai vê-lo.

Norte se levantou e estendeu os braços.

–Venha me dar um abraço.

Jack se levantou foi em direção a Norte, que o abraçou forte levantando o garoto do chão, naquele instante a tristeza dele sessou e ele sentiu um sentimento de esperança tomar-lhe o coração, ao ser colocado no chão Jack por um impulso inexplicável abraçou Nicolau.

–Obrigado, pai

Nicolau São Norte sentiu seu coração transbordar de felicidade; já faziam quatro anos que Jack havia ficado sob custodia de Norte e nunca havia dito um “obrigado” se quer, Norte lutava na justiça pela guarda do garoto.

– Certo, agora desça que eu vou lhe fazer um chocolate-quente também.

Jack saiu porta a fora enquanto Nicolau ficou um pouco olhando a foto que tirou com Jack que estava em cima de uma cômoda do lado da cama.

Quando a foto foi tirada Jack não estava nada feliz por estar tendo que ficar com Norte, ele estava com a cara coberta pelo capuz e com as mãos nos bolsos enquanto Nicolau estava com um largo sorriso.

Mas agora Nicolau estava mais feliz do que no dia em que Jack chegou na casa.

Na cozinha Merida e Rapunzel nem se quer haviam tocado nas bebidas, estavam nervosas de mais para pensar em qualquer coisa que não fosse o bem estar de Jack.

Merida estava deitada com a cabeça na mesa de madeira, braços estendidos e largados, Rapunzel estava reclinada na cadeira.

– Será que ele esta bem??

– Sei lá, Punzie, espero que sim.- respondeu Merida sem nem se quer levantar a cabeça para olhar para a amiga.

Neste instante elas escutam passos rápidos descendo as escadas, Jack parou na frente da entrada, Merida e Rapunzel se endireitam instantaneamente.

– Como você se sente?? – perguntou Merida um pouco sem jeito.

– Como você achar que eu me sinto! – respondeu Jack ainda um pouco desolado.

Merida abaixou a cabeça com uma cara interrogativa, ele se aproximou e sentou na mesa ao lado das amigas, segundos depois Norte entra na cozinha e se dirige ao fogão.

–Não tocaram no chocolate meninas??

– Estávamos um pouco sem cabeça pra isso senhor- Respondeu Rapunzel.

–Entendo.

Nicolau fez dois Chocolates-quentes, um para ele e outro para Jack, depois ele abriu um dos armários e pegou uma travessa, então pegou um pouco de biscoitos, colocou na travessa e levou para a mesa, então depois, voltou, pegou as duas canecas entregou a de Jack e sentou-se na mesa.

– Meninas –disse ele- Acho que vocês poderiam passar a noite aqui, seria bom para Jack ter a companhia de vocês.

– Sem problemas Norte – disse Merida.

Nicolau a olha com uma cara de repreensão.

– Digo, senhor??

Então Norte deu uma risada singela e todos tomaram suas bebidas e comeram biscoitos.

A neve começava a cair do lado de fora, Jack sentia-se confortado pela presença de todos ali , mas logo pensou em Hiccup.

“ Espero que você volte, não ligo como, Apenas volte” – desejou, e voltou a tomar seu chocolate-quente.