–Mais ou menos um ano antes de minha avó Peggy entrar para o exército ela era uma típica dama americana, de vestido rendado e tudo, simpática e coração mole, acreditando que casamentos duravam a vida toda e que todos encontravam um amor a cada esquina, uma pessoa iludida, sensível e frágil como porcelana, quando ela viu o padeiro da cidade, achou que era amor a primeira vista, August Singer era o seu nome, ele era o homem mais cobiçado da cidade, ruivo de olhos azuis- contei.

–Assim como você- disse Steve.

–Isso é um elogio?- perguntei.

–Sim, claro! Afinal, você é linda e ele t-também devia... acho que é melhor eu calar minha boca- disse, sua coloração facial assumindo um tom de vermelho vivo.

Ri, eu e Steve estávamos em uma praia deserta, Fury nos deixou vir para "acertar as contas", estávamos andando na areia lado a lado, eu estava tentando deixar meus pés secos, não queria me mostrar agora.

–Enfim, o que aconteceu com eles?- perguntou Steve.

–Depois de um tempo eles realmente se apaixonaram, começaram a namorar sério, porém, no primeiro mês de namoro, August descobriu estar com uma tireoide cancerosa em estágio avançado, ele morreu dali em um mês, Peggy ficou muito arrasada e umas semanas depois, ela descobriu estar grávida, de gêmeos, ela entrou em pânico total, mas depois de um tempo passou, quando o casal nasceu ela ficou encantada, mas, quando ela foi vê-los, Victor e Geórgia, disseram que eles haviam morrido de bronquite, Peggy era inconsolável, quis morrer, mais tinha prometido a August que não iria se matar, então partiu para a tropa americana rezando para morrer, e depois de um tempo encontrou você, que foi congelado e permaneceu assim até o fim dos dias dela.

Steve fazia uma cara confusa e pensativa.

–Então como...- começou.

–Geórgia e Victor não morreram, foram levados, ninguém sabe por quem, meu pai, o Victor, diz que tudo o que se lembra é que foi criado junto de minha tia com uma avó paterna- interrompi.

–LIA!- ouvi uma voz conhecida gritar de trás de uma rocha.

–Drica?- perguntei, correndo até lá.

Atrás da rocha estava uma Drica muito irritada, com a cauda um pouco submersa, mas ainda bem aparente, suas mãos fechadas em punho provavelmente era a causa da água borbulhando ao seu redor.

–Adélia Victoria Geórgia Singer posso saber porque você contou sua história toda a esse palhaço?!- gritou.

–Você que tá doida em aparecer assim! Tem um humano ali escutando tudo sabia?- exclamei.

–Como assim... humano?- perguntou Steve.

–Não se mete!- dissemos eu e Drica ao mesmo tempo.

Steve levantou os braços em sinal de rendição.

–Por que fez isso, ruiva?- perguntou Drica, já mais calma.

–Por que ele é o Capitão América, loira- eu disse.

–Está de brincadeira? O grande Capitão América é aquele mauricinho de quinta?- perguntou.

Dei uma gargalhada, então respondi:

–Acho que sim.

Rimos.

–Espera aí? Você está aqui! Você é a Drica e tá aqui!- eu exclamei, só então me dando conta da situação.

Sorri de rasgar as bochechas e a envolvi em um abraço apertado, só quando meu corpo começou a brilhar eu entendi uma coisa:

Ela estava molhada.

Quando a cauda apareceu, eu cai de costas na areia fofinha, aos pés de Steve pra ser mais exata.

–Mas que diabos é isso?!- disse ele, se afastando.

Ao longe eu vi a sombra de uma pessoa, ela estava se aproximando e logo poderia me ver.

–Steve, me escuta, olha, eu prometo te explicar tudo o que quiser saber mas por favor, eu preciso de você!- eu disse, estendendo a mão pra ele- por favor.

Ele hesitou por um instante, então segurou minha mão.

–O que quer que eu faça?- perguntou.

–O.k. gente, lindo isso, o picolé e o peixe mas vou ter que atrapalhar- disse uma voz carregada de ironia pura.

Me virei e encontrei ali um homem com uma armadura de aço, eu deveria imaginar.

–Anthony Stark- eu disse, já sentada- o Homem Enlatado, que desprazer em tê-lo aqui.

–O desprazer é todo meu- ele disse- e me chame de Tony.

–Deixe um pouco pra mim, Anthony.

–Vou pensar, e é Tony.

Ele chegou perto de mim, entrentrelaçou meus braços em seu pescoço e levantou voou, comigo em suas costas.

Eu só sabia gritar, o vento era forte e a altura... prefiro não comentar.

–LÂCHEX-MOI!! SARDINES PUTAIN D'IDIOT!!!*- berrei em francês, um detalhe sobre mim, quando estou nervosa eu grito coisas em outras línguas- AKO NE ME OSTAVI SEGA NIKOGA NE VIDYAT SVETLINATA NA DENYA!!**- berrei, dessa vez em búlgaro.

Continuei berrando em diferentes línguas enquanto ele voava, até que avistei a nave da SHILD, com aquele vento eu já estava seca a muito tempo.