❄️Pov. Elsa.❄️

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Jack Frost foi embora dia 30 de agosto.

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3 de outubro, quase 2am.

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Uma noite fria batia na porta da vizinhança de Arendelle, aquele lugar nunca se acostumava a invernos assim.

Pessoas aconchegavam-se em seus cobertores, ninguém saía de casa.

Nem do castelo.

Por várias vezes passavam ventos gelados e repentinos que serpenteavam e lambiam cabelos despidos das almas que ainda não haviam fechado as janelas.

Era um frio que matava.

Mas eu estava ali, apenas eu estava fora.

Por querer.

Para ser achada por qualquer um.

O frio que eu sinto não vem de fora.

Ando normalmente, vez ou outra brincando na neve.

Toco um dos postes e o vejo congelar apenas por diversão.

Sinto meus cabelos quase brancos grandes e levemente enrolados em algumas partes voando livres ao vento, sorrio um sorriso branco, meus lábios de um tom vermelho que se contrasta em meio a neve branca, e meus olhos de um azul diamante, tão azuis que poderiam deixar qualquer coração gélido, assim como o meu.

Ando, pensando naquele que se foi faz tão pouco tempo e que mesmo assim a distância está me afogando.

Pegue meu coração enquanto você se vai, eu não preciso mais dele.

Eu não quero mais ele se você não estiver aqui para tê-lo.

Queria ter-lhe dito antes dele partir.

Por que teve que ir? Essa saudade está me matando por dentro.

Essa é a maldição de se ter muito tempo para pensar sobre.

Isso não acaba.

Dói no peito, é excruciante.

E a última memória que tive foi ele indo embora.

Onde estará ele voltando?

Volto para meu castelo de gelo subindo as escadas e indo direto para a varanda, onde daqui posso ver a lua e as estrelas.

Uma estrela cadente passa correndo, riscando o céu com sua cauda brilhante e levando consigo um pedido meu.

Jack Frost é o meu pedido.

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❄️Pov. Jack.❄️

É apenas mais uma noite, e estou encarando a lua.

Vejo uma estrela cadente, e penso em você.

Te desejo secretamente.

Eu consigo ver todas as estrelas mais brilhantes daqui, eu me pergunto se você também consegue ver de onde você está.

A milhas de distância de mim.

Mas todas essas estrelas me guiarão para casa, eu prometo.

Estou afundando no som do silêncio, cada vez mais me puxando para sussurrar aos ventos que eu queria estar com ela.

Ela.

Apenas ela.

Já são 2 da manhã da minha trigésima quarta noite aqui em Berk, de vigia, e eu ainda não descobri o que está acontecendo com os dragões e preciso, devo isso a Hiccup, ficar aqui até descobrir, mas eu quero tanto voltar para o castelo de gelo, voltar para Elsa.

Tanto.

É como se algo me dissesse que a resposta não está aqui nessa ilha.

E aquele pesadelo ainda me invade, mesmo com meus olhos abertos.

Relembrar dele me dá calafrios.

Mas não tem como evitar.

Acabo caindo no sono.

Mesmo sabendo que terei pesadelos.

~•~

Uma floresta escura abrange toda a extensão que a minha vista pode alcançar, um cavalo preto com alguém montado corre de uma grande neblina que se aproxima cobrindo com seu manto branco tudo que é visível.

–Venha criança, não seja tola, seja uma boa garota e venha comigo, posso te transformar em algo poderoso.

Era uma voz sombria, que não podia ser totalmente identificada, era como a voz de um idoso já sem forças.

Nada do dono da voz aparecia em meio ao branco.

–Eu nunca irei com você. - uma voz feminina grita do cavalo. - me deixa em paz. - ela cavalga ainda mais rápido pelo que posso ouvir das patas do cavalo de encontro ao chão.

Não consigo ver a garota totalmente, apenas seu cabelo rebelde e ruivo.

E o sonho muda.

Uma mulher no espelho, parece desesperada tocando rapidamente seu próprio rosto, com algumas rugas.

Aparentemente uma mulher de meia idade.

Seus cabelos pretos apresentam alguns fios brancos que ela parecia examinar a dedo, seus olhos se arregalam a cada quarto que ela vai e não encontra o que parece estar procurando.

–Querida? - ela grita e vai percebendo que realmente a tal "querida" não está lá. - Vamos garota, sabe que não gosto dessas brincadeiras! - ela começa a se irritar mas logo seu rosto muda para completo medo.

E ela para petrificada de frente ao espelho.

–O que eu vou fazer agora? - ela tem as duas mãos na testa enquanto se olha.

Uma mesma neblina branca misturada com o escuro do sonho anterior invade a sala onde ela está.

Ela vira-se rapidamente do espelho arregalando os olhos.

–Não, não, por favor eu posso explicar... - ela começa.

A voz sombria de novo fala, e sua voz me causa calafrios ainda maiores que os do sonho anterior.

–Lamento... - uma pausa se instala em meio as palavras - você falhou.

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