❄️ Pov. Elsa ❄️

Eu nunca pensei que ele seria aquele a segurar meu coração, mas ele veio e me tirou do chão desde o começo.

Ele põe os seus braços ao meu redor e eu acredito que é mais fácil ele me deixar ir.

Nossas neves juntas, dançam no ar e combinam com nossos movimentos, tudo tão sincronizado.

Eu não consigo decidir se deixo ele salvar minha vida ou se eu me afogo. Mas eu já estou morta mesmo.

E talvez meus poderes não sejam tão maus assim.

Suas mãos brincam em minha cintura.

Nossos beijos se aprofundam.

Meu mundo está desmoronando e eu não consigo achar um motivo para ser amada. Mas ele ama. Ele ali, me segurando como se não quisesse me deixar fugir.

Minhas mãos em sua nuca o puxam mais para perto, seus cabelos brancos entrelaçados em meus dedos frios.

O quarto inteiro está congelado e uma nevasca é inevitável, mas tudo bem, porque o frio nunca nos incomodou mesmo.

O beijo é longo, não precisamos de oxigênio.

Me separo e me afasto sorrindo, encosto minhas costas na parede da cabeceira da cama e ele me acompanha.

Nosso beijo recomeça.

Ele coloca suas mãos em minhas costas me segurando e me deitando na cama.

Tudo ao nosso redor é neve, uma neve que caia desesperadamente.

A lua já apareceu.

Tenho minha cabeça girando, o que está havendo com aquela mente bonita? O casaco azul de Jack já se encontra no chão.

Seu corpo frio, branco e definido se movimenta por cima de mim.

Me desvencilho de Jack e levanto da cama rindo, transformando o chão no que era antes, sem perigo de escorregar mais, apenas para cortar o clima por brincadeira.

–Ah mas tava tão legal escorregando. - ele reclama.

–Meu castelo, meu gelo. - advirto com semblante sério.

–Ah é? - me imita.

–É! - digo sorrindo de lado.

Ele chega perto de mim e junta seus lábios frios nos meus.

Um beijo com tom de diversão, com sorrisos entrecortando-o.

Ele desliza meu vestido do meu ombro frio e eu deixo.

Nossas roupas já não significam muita coisa.

Ele me beija me pegando no colo e entrelaço minhas pernas em sua cintura enquanto ele anda até a parede mais próxima, me segurando contra ela.

Há calor, mesmo nesse frio.

É um beijo desesperado, que começa lento e vai ficando rápido, ele encosta seus lábios gelados em meu pescoço e sinto um calafrio bom pelas minhas costas.

Ele deposita vários beijos pelo meu pescoço e colo, me mordendo perto da orelha, e aproxima sua boca do meu ouvido.

–Eu te amo.

A parede congela aos poucos e instantaneamente.

E não sou apenas eu quem está fazendo nevar.

Seguro sua nuca.

Aproximo minha testa e colo na dele.

–Eu também te amo.

Ele sorri e me beija forte, suas mãos geladas percorrendo todo o meu corpo.

Suas mãos invadindo minha roupa de baixo e brincando por dentro do meu sutiã.

Diversão é mesmo o seu cerne, afinal.

Ele me segura forte contra a parede me beijando e não posso dizer que não gosto.

Meu coração parece dançar, parece querer sair pela boca. Eu sei o que pode acontecer.

Mas dessa vez não estou com medo.

Ninguém mais consegue me fazer sentir bem como ele consegue.

Eu espero que ele veja bem através das minhas paredes, todas as mentiras que contei parecem ir embora, espero que ele me segure, pois já estou caindo.

E espero que ele cumpra suas promessas.

Ele me carrega, ainda me beijando, até a cama e deita-se em cima de mim.

Sinto sua mão passear nas minhas costas na altura dos meus seios e o sinto tirar meu sutiã azul claro.

Ajudo a tirar e o jogo longe.

Ele beija meu pescoço e vai descendo até a minha barriga.

Volta a aproximar seus lábios na minha boca.

Sua mão desce até a minha calcinha, a puxando para baixo.

Em questão de pouco tempo todas as peças das minhas roupas estão espalhadas por aí, assim como as peças do Jack.

Ambos frios.

Meus seios encostados contra ele, assim como todo o meu eu. E não ligamos para nada.

Suas mãos sobem e descem em mim, e as minhas mãos passeiam pelas suas costas e mais embaixo, subindo para lhe puxar desesperadamente mais para perto de mim.

Não quero nenhum vácuo entre nós.

Nossa cama já está completamente coberta de neve e o castelo inteiro está de um azul celeste e fluorescente, mesmo de noite.

O espaço entre nós diminui ainda mais quando eu dou liberdade.

Frio.

Eu e ele.

Apenas nós dois e não quero que acabe nunca mais.

Não há dor.

Apenas algo que não sei explicar.

Há apenas liberdade e diversão.

Com certeza há diversão.

Nossos corpos gelados empurrando um ao outro contra a cama, virando e revirando os lados.

Dessa vez ele fica embaixo.

O seguro pela nuca e junto meus lábios nos dele.

Desço meus beijos até sua cintura, e deslizo meu corpo gelado no dele até encontrar sua boca.

Ele me vira mais uma vez, me deixando embaixo dele.

Era como uma guerra, onde os dois saem feridos.

Rimos sem saber o porquê.

Apenas rimos com as testas coladas.

–Será que isso é proibido? -pergunto com um sorriso no rosto.

–Deve ser.

–Devemos parar?

–Você quer parar?

–Não. - sorrimos.

Nos beijamos.

Se eu me perder essa noite, será ao seu lado, será apenas eu e ele.

O quarto está congelado e neve branca cai do teto.

Sinto sua respiração em meu pescoço.

Minhas pernas entrelaçadas em sua cintura gelada.

Eu o deixo entrar, o deixo me completar como ninguém nunca fez.

Deixo ele ser minha primeira vez.

A primeira vez de muitas.

Seu frio penetrando em mim, e se misturando com minhas emoções.

E eu nunca pensei que amaria desse jeito.

E eu nunca pensei que faria algo assim.

~•~

❄️ Pov. Jack ❄️

Sentir seu gelo igual ao meu naquela noite de lua cheia era algo inimaginável, não pensava que isso poderia acontecer realmente.

Não deixei o pesadelo que havia tido com o Pitch na noite anterior atrapalhar.

Muito menos aquela coroa de gelo que voltou...

Aquilo era divertido, sentir nossos frios se misturando cada vez mais, sentir sua boca gelada na minha, sentir seu corpo e ver em seus olhos algo louco.

Ver em seus olhos tons de liberdade.

Mordo seu pescoço frio.

É algo um pouco louco o que há dentro de nós, mas dizem que o melhor amor é o insano.

Seguro sua nuca enquanto sinto suas pernas entrelaçadas na minha cintura.

Meu frio penetrando nela em tom de brincadeira.

Nossos olhos divertindo-se um com o outro.

Eu sou o guardião da diversão, e acho que levei isso totalmente para o lado pessoal.

Ela me vira ficando sentada em cima de mim, me beijando logo em seguida, e me mordendo o lábio no final de cada beijo.

Aquela guerra não parecia ter fim, e parecia que nenhum de nós queria realmente terminá-la.

Era como se brigássemos até mesmo aqui, nessa cama branca cheia de neve por parte de nós dois, mas essa era uma briga boa, uma briga que não me importo muito se durar até amanhã.

Nenhum de nós dois precisa de oxigênio e ela ainda pergunta onde ser imortal poderia ser bom.

Na cama isso é bom...

Parei.

Claro que se isso é uma briga, eu não a deixarei ganhar tão facilmente.

A viro novamente e dessa vez ela desiste, mas não parece tão chateada por me ter encima dela.

Não sei o que a lua queria a trazendo de volta mas, nossa como eu agradeço.

Eu nunca a deixaria, não.

Eu prometi.

Não que ela lembre, não que eu precise contar.

Mas prometi para ela e para mim mesmo que nunca a deixaria, que a protegeria, mesmo ela tendo semblante de uma pessoa forte, eu sei o quanto e o que ela tem que esconder.

Ela não precisa esconder agora, mas certos hábitos se tornam persistentes.

E eu a amo.

Eu amo todas as suas perfeitas imperfeições.

~•~

❄️ Pov. Elsa ❄️

Eles dirão que somos loucos.

Fazemos coisas impossíveis.

É fora de controle, o que posso fazer?

Ele virou meu vício.

Desesperadamente, eu sinto que pode haver algo do qual eu vou sentir falta.

Desesperadamente, eu sinto que a felicidade pode se ir rápida demais.

Desesperadamente, eu estou tirando uma foto mental dele agora.

Porque desesperadamente, a esperança é que temos muito mais para nos sentirmos bem.

E eu dou tudo de mim para ele.

E ele dá tudo de si para mim.

E naquela noite de lua cheia, nós somos um só.

E naquela noite, não tenho medo do dia seguinte.

–Fica aqui comigo? - pergunto.

–Eu nunca te deixaria.

~•~

❄️ Fim da 1 temporada ❄️