Caio

Hoje faz uma semana que houve aquele maldito mal entendido e a Hanna não fala mais comigo. São sete dias sento ignorado. Já Liguei, coloquei bilhetes no armário da escola, tetei falar com ela de todos os jeitos, mas parece que ela simplesmente não me vê e segue reto. Passa por mim como se eu fosse uma estatua, ali eternamente parada, sem emoções, sem vida. Um simples objeto decorativo, sem importância nenhuma.
Eu sei que ela ta sofrendo muito- assim como eu– com essa suposta traição. Mais eu não tenho culpa se ela resolveu não me ouvir.

Depois de toda aquela confusão, a Annelise veio se desculpar comigo. Me pediu mil perdoes e me disse que gostava de mim, que a culpa foi toda dela por não ter conseguido se controlar quando esbarraram nela, e no calor do momento, ela se empolgou e me beijou. Disse também que se quisesse ela falava com a Hanna e esclareceria toda essa historia. Como não adianta chorrar pelo leite derramado, disse que estava tudo bem e que eu mesmo gostaria de conversar com a Hanna e resolver tudo com ela.
Mais como ela finge que não existo, prometi a mim mesmo que vou ser paciente e vou espera que e raiva passe e ela venha ate mim.

Esses dias venho percebendo que a Hanna não esta muito bem. Tem estado muito pálida e as vezes sai correndo do refeitório. Conversei com o Gui e ele disse o que eu mais temia, que talvez, a Hanna teve uma recaída na gripe e é por isso ela tinha faltado nos últimos tres dias. O me deixou desesperado mais como tinha prometido que ia esperar por ela, resolvi ficar quieto na minha, por que se ela estivesse mesmo doente a escola toda já saberia. Noticia ruim corre muito rápido. Pelo menos é o que eu digo a mim mesmo, toda hora para me acalmar.

Pov ...

Sai da escola um pouco mais cedo hoje e fui direto ao hospital, pois tinha consulta marcada desde a semana passada com a Dr. Fernanda, que era a ginecologista das mulheres lá de casa. Desde que tive minha primeira relação sexual aos 14 anos, sempre usei a camisinha mais chega uma hora que algo sempre da errado e por isso resolvi pedir a Dr. um bom anticoncepcional.

Quando chego a recepção do hospital em que a Dr. Fernanda esta atendendo hoje, me aproximo do balcão onde uma garota que aparenta ter uns 20 anos de idade, com cabelos castanhos claros, olhos verdes e mais ou menos da minha altura, atende.

_ Bom Dia, no que posso ajuda-la?

_ Oi, eu tenho consulta marcada com a Dr. Fernanda agora ás 10:00 horas.

_ Ha sim. - Ela sorri pra mim- Bom a Dr ta atendendo uma paciente agora mais já deve ta acabando é só aguardar um pouquinho que logo ela te chama.

_ Ok, obrigada. - Agradeço e me sento em uma cadeira que fica de frente com o balcão. A duas cadeiras de distancia da minha tinha uma mulher dos seus 40 anos, com cabelos escuros, e olhos também escuros, que esta lendo uma revista de gestação e coisas de bebê. Procurei pela sala se tinha mais algumas revistas e encontrei uma sesta de vime com varias delas. Peguei uma delas e comecei a folhear. Uns tres minutos depois estava entediada de ver matérias e entrevistas que li umas semanas atras. Levantei e fui ate a garota da recepção.

_ Oi onde tem um bebedouro?

_ Ha, pode entrar por essa porta - ela aponta para uma porta de vidro fosco ao lado - que você vai encontrar um bebedouro mais no fim do corredor.

_ Obrigada.

Entro pela porta e vejo logo no final do corredor o dito cujo. logo depois da ultima porta do corredor. Caminho devagar ate ele, bebo um pouco de água e sem querer escuto vozes. São duas mulheres, uma parece ser da Dr. Fernanda e a outra não sei de quem é mais parece bem familiar essa segunda voz.

_... você esta com 4 semanas e meia de gestação, o bebe ta ótimo. - Diz a Voz que parece ser da Dr.- Bom desce que agora eu quero te pesar e medir o tamanho da sua barriga.

Quem sera que é essa segunda pessoa? eu conheço de algum lugar só não me lembro de onde. Por uns 10 minutos mais ou menos eu escuto a Dr. murmurar consigo mesma sobre tamanho, circunferência, peso e depois ela diz.

_ Pode se trocar e volta aqui.

_ Ta bom. - diz a segunda voz

Escuto passos vindo em direção a porta e antes que a mesma se abra, abaixo a cabeça e finjo que estou tomando água. Quando ela passou do meu lado, dei uma olhadinha de rabo de olho e quase cai pra trás.
Eu não acredito! É a cobra da Hanna!?... é ela que ta grávida! Mais ela não pode ta grávida, se não acabou minhas chances com o Caio, eu tenho que dar um jeito nisso!!!
Ela entra no Banheiro e eu corro pra recepção. Preciso pensar um pouco e descobrir o que fazer. Penso em algumas coisas mais isso seria muita maldade ate mesmo pra mim. Mais e se eu fizesse isso? Bom não sei.

Dez minutos depois vejo alguém se aproximar pela porta de vidro fosco. Pego rapidamente a Revista, que esta na cadeira ao lado da minha e vejo quando a Hanna entra pela porta e vai em direção a senhora perto de mim as duas se abração e a senhora pergunta se tudo ocorreu bem.

_ Sim mamãe– A Hanna responde com a voz um pouco chorosa - O bebe ta saudável. Eu estou com 4 semanas e ta tudo ótimo.

_Que bom minha filha– A senhora sorri pra ela - Agora vamos indo a gente cnversa no caminho se não perdemos o nosso ônibus, e você sabe que o outro só vai passar ás 11:30 da manha. mais me diz e o seu pai? quando a gente vai contar pra ele?

As duas dão tchau pra recepcionista e vão embora conversando. E eu? Bom digamos que já sei o que fazer para tirar a Hanna do meu caminho.